segunda-feira, maio 02, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

2005-2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.

Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO) – tudo de acordo com a proclamação da Assembleia Geral da ONU.

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Completam-se hoje 547 anos (1458), o que ocorreu numa TR: nasceu, em Beja, D. Leonor, rainha de Portugal entre 1481 e 1495. Reinava seu tio, D. Afonso V (12º). Pontificava Calisto III (209º).

D. Leonor (uma das rainhas que teve este nome) foi mulher de D. João II. Era filha do infante D. Fernando, irmão de D. Afonso V, e da infanta D. Beatriz, filha do infante D. João, que era irmão de D. Duarte. Casou em 22JAN1471, ainda com 12 anos, com o seu primo, D. João II, o “Príncipe Perfeito”, de quem viria a ter um filho, em 18MAI1475, aos 17 anos, o príncipe D. Afonso, que morreu de um desastre (queda de um cavalo) na Ribeira de Santarém. Após a morte de D. João II, em Alvor, no Algarve, aos 25OUT1495, a rainha-viúva, então com 37 anos, recolheu-se no seu paço de Santo Eloi, em Lisboa, onde morreu 30 anos depois, aos 67 anos de idade.

A sua vida acompanhou 4 reinados: de seu tio D. Afonso V, de seu marido (e seu primo, filho de seu tio D. Afonso V), D. Manuel, seu irmão e D. João III, seu sobrinho – filho do seu irmão, D. Manuel).

Era, ainda, bisneta, por ambas as linhas, de D. João I e de D. Filipa de Lencastre (na linha paterna, D. Leonor era filha de D. Fernando – irmão de D. Afonso V – neta de D. Duarte, bisneta de D. João I. Na linha materna: filha de D. Beatriz, neta de D. João – irmão de D. Duarte – bisneta do Mestre de Avis). Distinguiu-se pela sua cultura, inteligência, bondade e acção. A mais grandiosa e original das suas iniciativas foi o hospital das Caldas da Rainha.

Entre outras suas intervenções, a ela se deve a elevação ao trono de seu irmão D. Manuel, em detrimento de D. Jorge, filho natural de D. João II, por cuja candidatura este se bateu.

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Faz hoje 486 anos (1519), era uma SG: morreu, em França, com cerca de 67 anos, Leonardo da Vinci, naturalista, inventor, teórico de arte, escultor, pintor e arquitecto, músico e engenheiro. Em Portugal decorria o reinado de D. Manuel I (14º), o Venturoso. Pontificava Leão X (217º).

Mais multifacetada personalidade, é difícil.

Não foi só a sua genialidade que o tornou famoso. Também a sua versatilidade.

“Excelente observador da natureza, dotado de uma brilhante imaginação e possuindo um grande interesse pela ciência, desenvolveu estudos anatómicos [donde os seus Cadernos de Anatomia], desenhos de máquinas de guerra (foi um importante engenheiro militar) e outras”.

Nascido em Vinci, na Toscana/Itália, em 1452, fixa-se em Florença, até 1482, onde pinta a Anunciação (1485) e depois a Adoração dos Reis Magos, quadro inacabado, onde pela primeira vez ele utiliza a técnica do sfumato (usada sobretudo no retrato e que consistia na diluição de volumes e contornos “numa nova realidade, mais sugestiva, mais poética e mais expressiva). Esta importante técnica rompe com a tradição do renascimento e vai mais tarde influenciar a obra de vários pintores como Rafael.

Em 1482 vai para Milão trabalhar para Ludovico Sforza (um dos membros da família Sforza [o Forte] que governou o ducado de Milão de 1450 a 1535. Ludovico, que governou o ducado de 1452 a 1508, era conhecido pelo Mouro, devido à sua tez escura). Trabalhou para o duque como engenheiro militar e músico, mas também trabalhou como arquitecto. Em finais do século regressa a Florença. É aí que produz a sua mais célebre obra: Mona Lisa (1503).

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Faz hoje 276 anos (1729), era uma SG: nasceu Catarina II, czarina da Rússia. Em Portugal reinava D. João V (24º). No Vaticano pontificava Bento XIII (245º).

A imperatriz, de origem alemã, casou com Pedro de Holstein, o futuro Czar Pedro III, que ela mandaria aprisionar e assassinar. Proclamada imperatriz, continua a modernizar o país, governando dentro dos princípios do despotismo iluminado. Ficou famosa a sua troca de correspondência com d’Alembert, Diderot e Voltaire.

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Faz hoje 200 anos (1805), foi numa QI: morreu, no Funchal, com cerca de 40 anos, Vieira Portuense, pintor. Decorria a regência de D. João (VI). Em Roma pontificava o papa Pio VII (251º).

Francisco Vieira, de seu nome, nasceu no Porto em 1765. Frequentou a Aula Régia de Desenho e Figura, em Lisboa. Em 1789 parte para Roma, onde teve como mestre Domenico Corvi. Depois viajou por diversas cidades da Itália e da Alemanha. Passou ainda por Londres, antes de regressar a Portugal, em 1802, começando por ser professor de desenho. Nomeado, entretanto, pintor régio e encarregado da direcção das pinturas do Palácio da Ajuda, volta a Lisboa. Em 1805 parte para a Madeira, onde veio a falecer, mal aí chegado.

“Em Itália aprendeu a desenhar e a compor; em Londres a valorizar a cor”. A sua pintura encontra-se representada no Museu Nacional de Arte Antiga, talvez mais conhecido como Museu das Janelas Verdes, em Lisboa. De entre a sua obra aí exposta, pode mencionar-se, vg, Leda e o Cisne, Retrato de Personagem Desconhecida e Descida da Cruz.

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Faz hoje 196 anos (1809), foi num TR: decorria a 2ª invasão francesa, comandada por Soult, que em FEV entrara por Trás-os-Montes (Chaves, Braga, Porto). Depois de rendição de Chaves, da Invasão e queda do Porto e do desastre da Ponte das Barcas, acontece a batalha da ponte de Amarante, nesta data. Decorria a regência de D. João (VI). Pontificava o papa Pio VII (251º).

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Completam-se hoje 179 anos (1826), era uma TR: D. Pedro IV abdica na filha, D. Maria da Glória (princesa do Grão-Pará, futura D. Maria II), que tem sete anos e deverá casar com o seu tio, D. Miguel. Leão XII (252º)

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Faz hoje 101 anos (1904), era uma SG: nasceu, no Estado de Washington, EU, Bing Crosby, actor e cantor norte-americano. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). Pontificava o papa Pio X (257º).

Descoberto pelo músico de jazz Paul Whiteman, formou no cinema, com Bob Hope, um dos pares cómicos mais populares nos EU. Foi durante quase cinco décadas intérprete de ritmos românticos e populares. Ganhou um Óscar pela sua interpretação no filme Going My Way (1944, de Leo McCarey).

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Faz hoje 87 anos (1918), era uma QI: morreu, aos 31 anos, em Espinho, Amadeo de Souza-Cardoso, importante pintor da geração modernista. Era, então, PR Bernardino Machado. Pontificava Bento XV (258º).

Souza-Cardoso nasceu no concelho de Amarante, em 1887. Frequentou a Escola de Belas-Artes de Lisboa. Depois estudou em Paris, frequentando várias academias livres, contactando muitos artistas e tornou-se amigo de Modigliani, com quem expôs, pela primeira vez, no seu atelier, em 1911. A sua obra, de arrojada concepção leva-o a participarem exposições de vanguarda.

Desencadeada a I Grande Guerra, em 1914 regressa a Portugal. Realiza uma exposição em Lisboa, e outra no Porto. Ambas muito polémicas, “provocando grande escândalo”.

A sua obra só chegou ao grande público a partir de 1952, ano em que é inaugurada uma sala com a sua obra, no museu de Amarante. Realiza-se, depois, uma grande exposição retrospectiva no SNI/Secretariado Nacional de Informação, em 1959. Foi “inegavelmente o primeiro artista da sua geração a compreender e a experimentar, de modo integral, na obra plástica, as linguagens formais que iriam revolucionara arte do século XX (cubismo, abstraccionismo e expressionismo), salientando-se sempre por um colorido sensual e abundante” – lê-se na entrada com o seu nome n’A Enciclopédia, Público, vol 19, pg 7960.

Completam-se hoje 80 anos (1925), era um SB: nasceu Maria Barroso, presidente da “Pró Dignitate”. O PR era, na altura, Manuel Teixeira Gomes. Pontificava Pio XI (259º).

Maria de Jesus Barroso Soares, mulher de Mário Soares, foi actriz, mas distinguiu-se, depois, noutras áreas da cultura.

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Completam-se hoje 60 anos (1945), foi numa QA: nasceu o cantor Paco Bandeira. Carmona era o PR. Pio XII (260º), o soberano pontífice.

Quem não se recorda da sua balada, que foi um êxito, e mote de tantos artigos e intervenções: "Ó Elvas, ó Elvas; Badajoz à vista"...?

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Na mesma data se comemora a rendição da Alemanha às forças aliadas.

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Faz hoje 47 anos (1958), foi numa SX: Salazar não aceita a recandidatura de Craveiro Lopes às presidenciais, impondo a do seu ex-ministro da Marinha, Almirante Américo Tomás. Ainda pontificava, mas já perto do seu fim, o papa Pio XII (260º)

As eleições eram um mero proforma: Salazar é que escolhia o nome que a UN (União Nacional, o partido único do regime) devia propor e que, inevitavelmente, iria ganhar.

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1983 Em Vila Nova de Ourém, o padre espanhol Juan Fernandez Krohn é condenado por tentativa de homicídio do papa João Paulo II em 12 de Maio de 1982, em Fátima. PR na altura era Ramalho Eanes.

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Foi há 21 anos (1984), era uma QA: atribuição do Prémio Literário Município de Lisboa a Lídia Jorge, com O Cais das Merendas, e a José Saramago, com Memorial do Convento. Era PR Ramalho Eanes. Pontificava João Paulo II (264º).

Dois nomes consagrados da literatura nacional.

Lídia Jorge, nascida em Boliqueime, no Algarve, em 1946, “emergiu como um dos nomes significativos do romance português contemporâneo”. Chamou a atenção com a novela O Dia dos Prodígios (1980). Depois publicou, em 1982, o acima referido e premiado livro. Uma das suas últimas obras, até agora, terá sido O Belo Adormecido (2004).

José Saramago nasceu, em 1922, no concelho da Golegã. Vive desde há anos numa das ilhas Canárias: Lanzarote.

O Memorial do Convento (1982) foi o seu primeiro romance de êxito.

Recebeu numerosos prémios literários, por exemplo o Prémio Camões em 1995 e o Prémio Nobel da Literatura, em 1998.

Da sua vasta obra (com traduções em diversas línguas), tiveram enorme êxito, entre outras, O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984), A Jangada de Pedra (1986), História do Cerco de Lisboa (1989), Ensaio Sobre a Cegueira (1995) e Ensaio Sobre a Lucidez (2004).

Polémico, em certos meios, nomeadamente no governamental, foi o seu Evangelho segundo Jesus Cristo (de 1991). Na verdade, o romance de Saramago foi cortado da lista dos concorrentes ao Prémio Literário Europeu, pelo Subsecretário de Estado da Cultura, Sousa Lara. A propósito Sousa Lara afirmaria que o romance fora cortado daquela lista “porque não representa Portugal”. E adiantaria ainda (em 25 de Abril de 1992): "esta minha atitude nada tem a ver com estratégias de venda, nem sequer com opções literárias. E muito menos com as escolhas políticas de Saramago. Não entrou em linha de conta o facto de ele ser comunista ou pertencer à Frente Nacional para a Defesa da Cultura" . No mesmo mês, num debate no Parlamento sustentaria: "a obra atacou princípios que têm a ver com o património religioso dos portugueses. Longe de os unir, dividiu-os."

A atitude censória e inquisitorial do governante social-democrata foi objecto de muitas críticas dentro e fora do seu partido. Em todos os quadrantes políticos.

“Entretecem-se na obra de Saramago numerosas referências culturais, eruditas e populares, umas vezes explicitadas, outras simplesmente aludidas” – id, vol 18, pg 7648.

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Faz hoje 16 anos (1989), era uma TR: a Lei Marcial é decretada na China, quando o governo adopta uma posição mais firme contra as demonstrações pró-democráticas na Praça de Tiananmen. Em Portugal era Mário Soares o PR. Pontificava João Paulo II.

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Faz hoje 11 anos (1994), foi numa SG: vitória do ANC nas primeiras eleições democráticas não-raciais na África do Sul desde o fim do apartheid. Era Mário Soares o PR em Portugal. No Vaticano prosseguia o pontificado de João Paulo II.

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