segunda-feira, abril 30, 2012

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA




Fiz uma pausa (quase) forçada e regresso ao agradável “convívio” dos que têm paciência para ler esta notas.
Sei que a extensão dos postes desanima grande parte dos potenciais apreciadores destes nacos de história transversal ou comparada.
Esta postagem já é ligeiramente mais curta que a generalidade das que a precedem. Mesmo assim estou a ponderar forma de contornar o problema sem quebra, quanto possível, da sua abrangência.
Muito obrigado pela visita.

Como sempre, recordo:
Este é o espaço em que,
habitualmente,
faço algumas incursões pelo mundo da História.
Recordo factos, revejo acontecimentos,
visito ou revisito lugares,
encontro ou reencontro personalidades e lembro datas.
Datas que são de boa recordação, umas;
outras, de má memória.
Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.
Aqui,
as datas são o pretexto para este mergulho no passado.
Que, por vezes,
ajudam a melhor entender o presente
e a prevenir o futuro.

ESTAMOS NA SEGUNDA-FEIRA DIA 30 DE ABRIL DE 2012 (MMXII) DO CALENDÁRIO GREGORIANO

Que corresponde ao
Ano de 2765 Ab Urbe Condita (da fundação de Roma)
Ano 4709 do calendário chinês
Ano 5772 do calendário hebraico
Ano 1434 da Hégira (calendário islâmico)

Mais:
DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO:
De 2003 a 2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.
de 2005 a 2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.
de 2005 a 2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

Por outro lado, 2012 é o
ANO EUROPEU DO ENVELHECIMENTO ACTIVO E DA SOLIDARIEDADE ENTRE GERAÇÕES
ANO INTERNACIONAL DA ENERGIA SUSTENTÁVEL PARA TODOS
ANO INTERNACIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR
ANO INTERNACIONAL DAS COOPERATIVAS

HOJE É FERIADO
NOS PAÍSES BAIXOS (ANIVERSÁRIO DA RAINHA)
E NO VIETNAME (DIA DA LIBERTAÇÃO)


“O meu maior desejo é ver essa praga da humanidade,
a guerra,
extinta da face da Terra.”
George Washington

Retrato Oficial do Presidente George Washington 
Galeria dos Presidentes na Casa Branca

Foi na QI 30.04.1789, há 223 anos: o 1º presidente dos EU, George Washington, toma posse.

O mapa político da Europa apresentava-se, então, assim:
Rei da Grã-Bretanha e da, até há pouco, potência colonizadora das treze colónias que foram a génese dos Estados Unidos, era Jorge III (58), da Casa de Hanôver, que foi também rei de Hanôver e a partir de 1800 (Acto da União) era também rei da Irlanda. Jorge III foi pentavô da actual monarca britânica, Isabel II (66).
Rei de França era Luís XVI (48) de Bourbon, que foi guilhotinado pela Revolução Francesa, em Janeiro de 1793, tendo sua mulher, Maria Antonieta, sido também executada seis meses depois.
Era rei de Espanha (unificada) Carlos IV de Bourbon que abdicou a favor do seu sucessor, Fernando VII, por sua vez deposto por Napoleão que no seu lugar deixou seu irmão José, o qual viria igualmente a ser deposto, pouco mais de cinco anos depois, pela Guerra da Independência Espanhola.
José II (43) era o Sacro Imperador Romano-Germânico, da Casa de Habsburgo-Lorena.

O Sacro Império Romano-Germânico foi uma união de nações e territórios da Europa Central durante a Idade Média, toda a Idade Moderna e começos da Idade contemporânea. A extensão territorial do império variou durante a sua história, mas no seu apogeu englobou os territórios da Alemanha, Áustria, Suíça, Liechtenstein, Luxemburgo, República Checa, Eslovénia, Bélgica, Países Baixos e grande parte da Polónia, França e Itália. Iniciado no ano de 800, com Carlos Magno como primeiro Sacro Imperador, foi dissolvido em 1806 com as Guerras Napoleónicas, quando reinava Francisco II.

 As fronteiras do Sacro Império
Romano-Germânico
entre os anos de 962 a 1806,
sobre as fronteiras da Europa moderna

Na Prússia reinava Frederico Guilherme II, da Casa de Hohenzollern, que aumentou o território da Prússia à custa da Polónia.

Num contexto mais recente a Prússia foi um Estado que se formou a partir da Prússia Oriental, hoje dividida entre a Polónia, a Lituânia e Rússia e parte do Leste da Alemanha. Aliás, a última capital da Prússia foi Berlim.
A Prússia, como Estado, foi abolida de facto pelos nazis em 1934
e de jure pelos Aliados em 1947.


Prússia (em azul) no seu auge, como líder do
estado do Império alemão


Em Portugal reinava D. Maria I (26) e o Secretário de Estado (cargo equivalente ao de primeiro-ministro antes da Monarquia Constitucional) era o Visconde de Balsemão, Luís Pinto de Sousa Coutinho.
O papa reinante era Pio VI (250º)


George Washington tomava posse do primeiro dos seus dois mandatos (de 1789 a 1797) nessa QI 30 de Abril, e teve como Vice-presidente, nos dois mandatos, John Adams. Na TR seguinte, 05.05.1789, começava a Revolução Francesa.  

Revolução Francesa: conjunto de acontecimentos que durante 10 anos e meio, entre TR 5 de Maio de 1789 e 9 de Novembro de 1799, agitaram e transformaram o quadro político e social da França. Começou com a convocação dos Estados Gerais e a Tomada da Bastilha e terminou com o golpe de estado do 18 de Brumário (18 de Brumário, do calendário revolucionário francês, equivale ao dia 9 de Novembro de 1799) de Napoleão Bonaparte. Em causa estavam o Antigo Regime (Ancien Régime) e os privilégios do clero e da nobreza. Ainda hoje considerada uma das maiores revoluções da história da humanidade, nela foram decisivos os ideais do Iluminismo e da Independência Americana (1776).

George Washington nasceu em 1732 e morreu, aos 67 anos, em 1799. Foi comandante do exército americano durante a revolução americana e primeiro presidente dos Estados Unidos, aos 57 anos (de 1789 a 1797). Foi um dos “Founding Fathers” (veremos mais além quem foram), mas, por antonomásia, ficou conhecido como “O Pai da Pátria”.
Como soldado experiente (aos 21 anos era tenente-coronel), lutou nas campanhas contra os franceses (à frente de 150 anos) durante a guerra franco-indígena (1754-1763), em consequência da pretensão deles ao domínio do vale do Ohio.

A Guerra da Independência dos Estados Unidos da América ou Revolução Americana (1775–1783), começou após a assinatura do Tratado de Paris que, em 1763, pôs fim à Guerra dos Sete Anos. Na sequência do conflito, o território do Canadá foi incorporado pela Inglaterra, além de ter proporcionado um clima favorável ao sucesso da Revolução Americana: as treze colónias britânicas da costa Oriental americana (Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, Nova Hampshire, Nova Jérsei, Nova Iorque, Pensilvânia, Delaware, Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia) começaram a ter frequentes e cada vez mais duros conflitos com a Coroa britânica: em consequência dos enormes gastos com a guerra, a Coroa inicia uma maior exploração sobre essas áreas, traduzida, inclusive, num agravamento “intolerável” da política fiscal.

Persistente oposicionista às políticas do governo britânico, George Washington foi membro do Congresso Continental em 1774 e, novamente, em 1775. Com o eclodir da Guerra da Independência (ou Revolução Americana), e aliado aos espanhóis e aos franceses, foi nomeado comandante-chefe do exército americano. Após prolongada luta e vários desaires e na sequência da batalha de Yorktown, na Virgínia (de 28 de Setembro a 19 de Outubro de 1781) aceitou a rendição do comandante das forças britânicas, Major General Lord Cornwallis Cornwallis, em Yorktown (1781). Termina, assim, a Guerra da Independência dos EUA, independência que foi declarada em 04.07.1776, e seria reconhecida pela Inglaterra dois anos depois do fim da Revolução, pelo Tratado de Paris (também referido como Tratado de Versalhes) de 03.09.1783.

Era a primeira vez na história da expansão europeia que uma colónia se declarava independente da potência colonizadora por meio de um acto revolucionário e declaração unilateral.
O fermento da independência dos EUA levedou e no primeiro quartel do séc. XIX a totalidade (ou quase) das colónias dos países ibéricos na América Latina declararam a independência, começando com a declaração do México de 16.09.1810 e acabando na do Brasil de 07.09.1822

Na expressão, exactamente, de George Washington,
«a liberdade quando começa a criar raízes é uma planta de crescimento rápido.»

Quando finalmente os britânicos se retiraram de Nova Iorque e regressaram ao seu país, o exército americano (11 000 homens) comandado por Washington entrou na cidade. Alguns dias depois, a 4 de Dezembro de 1783, Washington foi até Annapolis, no estado de Maryland, onde o Congresso se encontrava reunido e aí chegado, a 23 de Dezembro, demitiu-se do seu cargo de comandante dos exércitos e retirou-se para Mount Vernon, a sua propriedade na Virgínia. Mas em 1787 não resistiu ao apelo e regressou à política como um dos 40 delegados à Convenção Constitucional de Filadélfia.

Essa segunda convenção teve início a 13 de Maio de 1787, em Filadélfia, e Washington foi escolhido por unanimidade para presidir à mesma. Sendo, sem dúvida, a Constituição um trabalho colectivo, a verdade é que Washington foi quem mais fez para remover as dificuldades que foram surgindo.
Foi, igualmente, por unanimidade que foi eleito, em 4 de Fevereiro de 1789, para primeiro presidente da república, aclamado no dia 30 de Abril de 1789.

Após a sua eleição, formou um gabinete governamental com representantes de todas as facções políticas. Mas, a equidistância que procurou manter, a sua “postura aristocrática” e a sua aceitação do programa de política fiscal proposto por Alexander Hamilton afastaram dele Thomas Jefferson (segundo Vice-presidente e 3º presidente), o seu secretário de estado, que se demitiu em 1793. Nasceu, assim, o sistema bipartidário norte-americano que de início opunha o Partido Democrata-Republicano, de T. Jefferson (que depois daria origem ao Partido Democrata), ao Partido Federalista (dos quais se falará mais abaixo).
Era intenção de Washington pôr termo à sua actividade política ao terminar o seu primeiro mandato presidencial, mas instado por vários líderes foi de novo eleito por unanimidade para o segundo mandato.
Foi, pois, reeleito presidente em 1793, mas recusou candidatar-se a um terceiro mandato, criando um precedente que se manteve até 1940 e retomado depois de Franklin Roosevelt, então, também, por força da 22ª emenda constitucional.

De facto, e a propósito, o único presidente dos Estados Unidos que, até hoje, deteve o poder por mais que dois mandatos, foi Franklin D. Roosevelt (32º), do Partido Democrata, que foi eleito para quatro mandatos (de 04.03.33 a 12.4.45), morrendo durante o último. Foi já da sua cadeira de rodas (consequência da poliomielite contraída em 1921 aos 39 anos) que ele teve de enfrentar a Grande Depressão e a II Grande Guerra.

Voltando ao nosso biografado: bisneto de um emigrado do Reino Unido por meados do séc. XVII, George Washington nasceu no estado da Virgínia na TR 22 de Fevereiro de 1732, de uma família tradicional e abastada, o que lhe proporcionou uma educação bastante completa e morreu, aos 67 anos, no SB 14 de Dezembro de 1799, na sua propriedade de Mount Vernon, onde ficou sepultado.

Juntando à sua fortuna pessoal a fortuna de sua mulher, uma viúva rica com quem casara, foi através das suas faustosas recepções que contactou com os notáveis de todas as colónias britânicas da América.

Cedo começou a participar nas disputas que opunham as colónias e a coroa britânica, o que facilitou a sua eleição, aos 42 anos, como um dos delegados da Virgínia no primeiro Congresso Continental (1774).
Aquando do segundo Congresso Continental (1775), e já a Guerra da Independência (1775-1783) tinha começado, John Adams (outro dos Founding Fathers, que foi o 1º vice-presidente e o 2º presidente da novel república) propôs Washington para comandante-chefe dos exércitos coloniais, função que assumiu a 15.06.1775.

No exercício da sua suprema magistratura, e em matéria de política externa, realce-se a sua neutralidade face à revolução francesa (o que não era do agrado dos eu rival, Jefferson, do partido pró-francês). E ainda a assinatura do tratado de Jay (1794), que punha um ponto final nos problemas pendentes com o Reino Unido, dando lugar ao restabelecimento das relações comerciais – que também lhe acarretou violentas críticas.
Já na área de política interna “praticou uma política de desenvolvimento económico com base capitalista e de colonização de zonas até então de exclusivo povoamento índio (como o Tenessee e o Kentucky).” (INFO)

Recusado o terceiro mandato, ficou célebre o seu discurso de despedida, em 19.09.1796, em que “alertava o país para o perigo de alianças comprometedoras e aconselhava os Estados Unidos a manterem-se afastados das questões europeias” (BU)
Em 03.03.1797 retirou-se da vida pública.

Despedira-se da actividade política aos 65 anos, mas os apelos patrióticos eram mais fortes do que a sua necessidade de isolamento: em 1798, perante a ameaça de guerra com a França levou-o a aceitar, em 3 de Julho, a nomeação de tenente-general e a chefia do comando do Exército, postos que conservou até morrer, no ano imediato, aos 67 anos.

Para deixar uma súmula com o que de mais importante há a dizer acerca de George Washington, pouco mais seria preciso alongar esta memória, a partir deste ponto.

Considero, porém, ser esta uma boa oportunidade para deixar algumas notas sobre as principais instituições políticas americanas e respectivos meandros.


A Constituição dos Estados Unidos foi discutida e aprovada pela Convenção Constitucional de Filadélfia - na Pensilvânia, entre 25 de Maio e 17 de Setembro de 1787, sendo aprovada por todos os estados em 1789. Representa um compromisso entre a tendência estadista defendida por Thomas Jefferson, que queria grande autonomia política para os Estados membros da federação, e a tendência federalista que lutava por um poder central forte.

O Presidente dos Estados Unidos é eleito pelo período de quatro anos pelos cidadãos eleitores num sistema em que os candidatos não ganham directamente pelo número absoluto de votos no país, mas pela maioria resultante de uma segunda eleição em cada Estado federado.     

Duas câmaras compõem o Congresso: "House of Representatives" (ou, "Lower House") a Câmara (Baixa) dos Representantes (deputados, na nossa terminologia), eleita de 2 em 2 anos, com delegados de cada Estado na proporção de suas populações, num total de 435 membros; e o Senado - "Senate" (ou, "Upper House") -, Câmara (Alta) dos Senadores, com dois representantes por Estado, independentemente do respectivo número de habitantes. Os 100 senadores são eleitos por seis anos, procedendo-se à eleição de um terço deles a cada dois anos.
Em regra, tanto os membros deputados quanto os senadores são eleitos directamente pela população.
O Congresso reúne no Capitólio - Edifício neoclássico erguido há mais de 200 anos, entre 18.09.1793 e 01.11.1800, em Washington, sob risco do norte-americano William Thornton (médico, inventor, pintor e arquitecto).

O Congresso vota leis e orçamentos.
O Senado está particularmente vocacionado para a política externa. Um Supremo Tribunal composto por juízes indicados pelo Presidente e aprovados pelo Senado dirime os conflitos entre Estados e entre estes e a União, garantindo a supremacia da Constituição Federal em relação às Constituições estaduais e às leis do país.

O Congresso Continental constituiu o primeiro governo nacional dos Estados Unidos da América, compreendendo duas câmaras de representantes das treze colónias britânicas na costa Leste da América no século XVIII:
O Primeiro Congresso Continental reuniu-se de 5 de Setembro de 1774 a 26 de Outubro de 1774, na cidade e condado de Filadélfia, no Estado da Pensilvânia.
O Segundo reuniu-se, também em Filadélfia, de 10 de Maio de 1775, até a ratificação dos Artigos da Confederação, em 1 de Março de 1781. Com a ratificação dos Artigos, o Congresso Continental foi sucedido pelo primeiro governo legislativo dos Estados Unidos.

«Os Artigos da Confederação e a União Perpétua, conhecidos como os Artigos da Confederação, constituíram o primeiro documento de governo dos Estados Unidos da América. Foram aprovadas pelo segundo Congresso Continental em 15 de Novembro de 1777, depois de vários meses de debate. Foi uma directriz não obrigatória até à sua ratificação quatro anos depois, em 1 de Março de 1781. Os Artigos da Confederação são considerados um dos quatro documentos fundadores da nação norte-americana. Este documento, contudo, não seria efectivo sem a ratificação dos treze estados. O primeiro estado a ratificá-lo foi a Carolina do Sul, em 5 de Fevereiro de 1778. O processo demorou três anos mais que o previsto pois alguns estados se recusaram a renunciar às suas reclamações territoriais para o oeste. Maryland foi o último estado a fazê-lo, já que recusava unir-se com a Virgínia e com Nova Iorque que não renunciavam às suas reclamações territoriais do vale do rio Ohio. Finalmente, Maryland ratificou o documento em 1 de Março de 1781. Este documento foi substituído pela Constituição dos Estados Unidos da América depois da sua ratificação em 21 de Junho de 1788» (cfr Wikipédia: Constituição…). Nos termos da Constituição esta considerar-se-ia ratificada quando nove dos treze Estados a tivessem ratificado. Foi o que aconteceu quando, em 21.06.1788, o Estado de Nova Hampshire a ratificou.

O Congresso da Confederação ou o Congresso Conjunto dos Estados Unidos durou de 1 de Março de 1781, até que o primeiro governo constitucional fosse empossado na data que hoje comemoramos, em 30 de Abril de 1789. Os membros do Segundo Congresso Continental foram transferidos automaticamente para o Congresso da Confederação.
Tendo como génese uma assembleia que coordenasse uma resposta comum “norte-americana” (das colónias, portanto) às “Leis Intoleráveis” da potência colonizadora, o Congresso Continental tornou-se rapidamente no corpo governante de uma nova nação, à medida em que a disputa com o Reino Unido se transformava na Guerra Revolucionária. Uma vez terminada a guerra, os membros do Congresso Continental reorganizaram-se de acordo com o novo Congresso dos Estados Unidos.
Entretanto, os 14 presidentes que foram eleitos pelo Congresso Continental, nesta fase pré-constitucional, ficaram conhecidos como "Os Presidentes Esquecidos", talvez por se tratar de uma fase menos documentada.

A Constituição dos Estados Unidos, que mantém sempre o mesmo texto fundamental desde a sua aprovação, prevê um sistema de alterações, por intermédio de Emendas, tendo ao longo dos anos sido aprovadas um total de 27.

Sublinhe-se que não tendo sido consensual a inserção dos direitos fundamentais do cidadão face ao poder do Estado no texto original da Constituição, aqueles (Bill of Rights) foram apresentados depois da entrada em vigor da Constituição, constituindo as 10 primeiras Emendas.

A história do sistema partidário norte-americano que assenta essencialmente em dois partidos, pode resumir-se assim:
O Partido Federalista foi um partido político dos primeiros decénios dos Estados Unidos da América, activo de 1792 a 1816. Foi criado durante o primeiro governo Washington (1789-1793) para apoiar a política fiscal do secretário do Tesouro Alexander Hamilton, sendo o partido favorável a um Estado federal forte, a uma constituição leve, e a uma economia mais mercantil, ou seja, menos agrícola.
Os seus primeiros dirigentes foram John Adams e Alexander Hamilton, mas a sua grande referência é George Washington. Entre todos os seus membros quem exerceu a maior influência a longo prazo foi o presidente do Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América, John Marshall.
O Partido Federalista opunha-se ao Partido Democrata-Republicano de Thomas Jefferson e James Madison (3º e 4º presidentes).

O Partido Democrata-Republicano foi fundado em 1792 por Thomas Jefferson e James Madison, dois dos Pais Fundadores (Founding Fathers) da nação.

Partido Democrata é um dos dois principais partidos políticos dos Estados Unidos da América.
Existe, com um carácter conservador, desde a fundação do Partido Democrata-Republicano, fundado em 1792, na vigência do 1º mandato do 1º presidente, G. Washington, na sequência da cisão do qual nasceria, fundado por Andrew Jackson em 1836. Só no séc. XX

O Partido Democrata foi fundado em 1828 por Andrew Jackson (sétimo presidente, e 1º, exactamente, pelo Partido Democrata) na sequência de uma cisão do Partido Democrata-Republicano (que fora fundado, entre outros, por Thomas Jefferson em 1792). Durante o século XIX foi um partido de ideologia conservadora, mas, no século XX adquiriria a matriz ideológica tendente para a esquerda liberal que hoje o caracteriza.
Adquiriu sua forma moderna sob a presidência de Franklin D. Roosevelt, o 32º presidente.

O Partido Republicano dos Estados Unidos da América, coloquialmente conhecido no seu país como GOP (Grand Old Party), é considerado o mais conservador dos dois maiores partidos, embora nos Estados Unidos não se aplique na totalidade a terminologia e a destrinça esquerda-direita tradicional. A primeira convenção do Partido Republicano dos EUA foi em 6 de Julho de 1854.

É da fase essencialmente bipartidária, que se iniciou com a cisão do Partido Democrata-Republicano, que deixo uma lista dos presidentes de cada um desses dois partidos que congregam o maior número de eleitores nos EUA.

Os, até esta data, 15 Presidentes Democratas:
7.  Andrew Jackson (1829-1837)    
8.  Martin Van Buren (1837-1841)
11. James Knox Polk (1845-1849)
14. Franklin Pierce (1853-1857)
15. James Buchanan (1857-1861)
17. Andrew Johnson (1865-1869)
22 e 24. Grover Cleveland (1885-1889 / 1893-1897)
28. Woodrow Wilson (1913-1921)
32. Franklin Delano Roosevelt (1933-1945)
33. Harry S. Truman (1945-1953)
35. John F. Kennedy (1961-1963)
36. Lyndon B. Johnson (1963-1969)
39. Jimmy Carter (1977-1981) 
42. Bill Clinton (1993-2001) 
44. Barack Obama (2009-)


Os, até hoje, 18 Presidentes Republicanos:
16. Abraham Lincoln, 1861-1865  
18. Ulysses Grant, 1869-1877
19. Rutherford Hayes, 1877-1881 
20. James Garfield, 1881
21. Chester A. Arthur, 1881-1885 
23. Benjamin Harrison, 1889-1893
25. William McKinley, 1897-1901  
26. Theodore Roosevelt, 1901-1909
27. William Taft, 1909-1913         
29. Warren Harding, 1921-1923
30. Calvin Coolidge, 1923-1929    
31. Herbert Hoover, 1929-1933
34. Dwight Eisenhower, 1953-1961 
37. Richard Nixon, 1969-1974
38. Gerald Ford, 1974-1977           
40. Ronald Reagan, 1981-1989
41. George H. W. Bush, 1989-1993 
43. George W. Bush, 2001-2009

(O número que precede o nome respeita à sua posição na ordem numérica dos presidentes e as datas que se lhe seguem referem-se ao respectivo mandato)

A eleição presidencial nos Estados Unidos realiza-se, em regra, na primeira Terça-feira do mês de Novembro, de 4 em quatro anos. A próxima está agendada para 06 de Novembro de 2012.

«O eleitor típico do Partido Republicano é branco, religioso, favorável ao capitalismo e às reduções de impostos. No campo social, defende políticas conservadoras de defesa da família, opõe-se ao casamento entre homossexuais e ao aborto.»

«O Partido Democrata se apresenta como uma organização de centro-esquerda, com a proposta de equilibrar o capitalismo com programas sociais. Apoiado pelos sindicatos, defende o direito das minorias, ao aborto, à educação pública e às minorias.» - (site brasileiro Terra/notícias)


Falámos, antes, algumas vezes em “Founding Fathers”…
Quem foram?
Os Pais Fundadores dos Estados Unidos foram os líderes políticos que assinaram a Declaração de Independência ou participaram da Revolução Americana como líderes dos Patriotas, ou que participaram da redacção da Constituição dos Estados Unidos da América onze anos mais tarde. Durante a Guerra da Independência, os Pais Fundadores (Patriotas) opuseram-se aos Lealistas, que apoiavam a monarquia britânica e eram contra a independência.

De entre os Pais Fundadores há que distinguir, antes de mais, os 57 signatários da Declaração da Independência, entre eles John Adams, Benjamin Franklin e Thomas Jefferson.       

Depois temos os 55 representantes dos diversos estados, delegados da Convenção Constitucional, 40 dos quais estiveram presentes durante toda a Convenção e aprovaram a Lei Fundamental, entre eles Benjamin Franklin, James Madison, George Washington (presidente), James Wilson e William Jackson (secretário).       
Houve mais 12 delegados que, no entanto, saíram da convenção e não a assinaram. Além de 3 delegados que se recusaram a assinar.

Por fim costuma referir-se a existência de mais 19 outros fundadores, designadamente George Clinton (5º e 6º vice-presidente), John Marshall (o quarto Juiz Presidente do Supremo Tribunal dos Estados Unidos), James Monroe (quinto Presidente dos Estados Unidos da América), Peyton Randolph (presidente do Primeiro Congresso Continental), Marquês de La Fayette (major francês, originalmente um voluntário, que foi vital para conseguir o apoio da França à revolução), Friedrich Wilhelm von Steuben (general prussiano que reorganizou o Exército e que contribuiu para a vitória), Charles Thomson (secretário do Congresso Continental - um dos responsáveis pelo desenho do Grande Selo dos Estados Unidos da América)

Temos, pois, pelo menos, 116 “pais fundadores”.

Barack Obama foi o presidente mais votado da história dos Estados Unidos. Em 4 de Novembro de 2008 foi eleito o 44º presidente, tomando posse no dia 20 de Janeiro de 2009.
Já anunciou formalmente (04.04.2011) a sua recandidatura à eleição de Nov de 2012

Actualmente, desde 03.01.2011 e até 03.01.2013, decorre o 112º Congresso (como aí se designa a legislatura) dos Estados Unidos.

Assinatura de George Washington






MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

Fiz uma pausa (quase) forçada e regresso ao agradável “convívio” dos que têm paciência para ler esta notas. Sei que a extensão dos postes desanima grande parte dos potenciais apreciadores destes nacos de história transversal ou comparada. Esta postagem já é ligeiramente mais curta que a generalidade das que a precedem. Mesmo assim estou a ponderar forma de contornar o problema sem quebra, quanto possível, da sua abrangência. Muito obrigado pela visita. Como sempre, recordo: Este é o espaço em que, habitualmente, faço algumas incursões pelo mundo da História. Recordo factos, revejo acontecimentos, visito ou revisito lugares, encontro ou reencontro personalidades e lembro datas. Datas que são de boa recordação, umas; outras, de má memória. Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita. Aqui, as datas são o pretexto para este mergulho no passado. Que, por vezes, ajudam a melhor entender o presente e a prevenir o futuro. ESTAMOS NA SEGUNDA-FEIRA DIA 30 DE ABRIL DE 2012 (MMXII) DO CALENDÁRIO GREGORIANO Que corresponde ao Ano de 2765 Ab Urbe Condita (da fundação de Roma) Ano 4709 do calendário chinês Ano 5772 do calendário hebraico Ano 1434 da Hégira (calendário islâmico) Mais: DE ACORDO COM A TRADIÇÃO, COM O CALENDÁRIO DA ONU OU COM A AGENDA DA UNESCO: De 2003 a 2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos. de 2005 a 2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável. de 2005 a 2015 - Década Internacional "Água para a Vida". Por outro lado, 2012 é o ANO EUROPEU DO ENVELHECIMENTO ACTIVO E DA SOLIDARIEDADE ENTRE GERAÇÕES ANO INTERNACIONAL DA ENERGIA SUSTENTÁVEL PARA TODOS ANO INTERNACIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR ANO INTERNACIONAL DAS COOPERATIVAS HOJE É FERIADO NOS PAÍSES BAIXOS (ANIVERSÁRIO DA RAINHA) E NO VIETNAME (DIA DA LIBERTAÇÃO) “O meu maior desejo é ver essa praga da humanidade, a guerra, extinta da face da Terra.” George Washington

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