sexta-feira, maio 20, 2005

SOLTAS

«O estado da justiça em Portugal é "aterrador"»
Declaração do Bastonário da Ordem dos Advogados, in Público on line, SX 20 MAI 05

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«O que o PSD e o CDS vêm dizer é que a única culpa é dos sobreiros, que se suicidaram num processo obscuro.»
Louça no Parlamento, in Público, SX 20 MAI 05

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«Anda para aí uma maré de gente frustrada com o silêncio do primeiro-ministro. Sobretudo os comentadores, de Vasco Pulido Valente ao mais recém-chegado da espécie, não conseguem conformar-se com a contenção verbal de José Sócrates. Compreende-se o seu problema: um primeiro-ministro que não abre a boca, excepto se tiver alguma coisa para dizer, é um primeiro-ministro menos vulnerável à asneira; e, sem asneiras do primeiro-ministro, faltam matérias para comentário.»
Miguel Sousa Tavares (id, id)

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«Mal habituados que andavam a um primeiro-ministro que aparecia três vezes ao dia, sem falhar, e que três vezes ao dia dizia coisas diferentes e, às vezes, até desdizendo à noite o que havia dito de manhã e reafirmado à tarde, os "observadores" têm dificuldade em adaptar-se ao novo estilo deste primeiro-ministro - tanto mais que a opinião pública não parece desgostar, cansada que andava de tanta declaração oca, tanto excesso verbal, tantas asneiras em catadupa, do anterior governo.»
Id (id, id)

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«Mas Sócrates faz bem em andar calado e só falar quando, e será em breve, tiver alguma coisa de importante a dizer: só assim será escutado com atenção e levado a sério.»
Id (id, id)

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«Com visível satisfação, o homem [Mário Lino, das Obras Públicas] chama a si todas as despesas mediáticas do Governo, sem minimamente se preocupar com detalhes como o défice, a visão estratégica do Governo como um todo e as linhas de orientação sobre as quais se pretende fundar o crescimento económico. É um Keynes de ocasião à solta por aí, como se governasse sozinho e ao sabor da sua inspiração matinal. Suponho que é exactamente o oposto da imagem e da substância que José Sócrates pretende para o seu Governo. Vai ter de o calar.»
Id (id, id)

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«Quando falar e se disser isso [o Estado gasta de mais e vai ter de gastar menos], todos ou quase todos lhe vão cair em cima. Todos os que vão perder dinheiro e benesses do Estado vão defender os seus "direitos adquiridos"; os autarcas vão defender o seu sagrado direito a poderem continuar a endividar-se sem termo à vista, os candidatos do PS vão acusá-lo de os fazer perder as eleições de Outubro, o lobby das empreitadas públicas vai queixar-se ao ministro Mário Lino, os falsos desempregados e os falsos doentes vão ofender-se, o PCP vai gritar que Abril está em perigo e a CGTP vai sair para a rua, o Bloco de Esquerda vai exigir referendo imediato ao aborto e o Vasco Pulido Valente vai escrever que é tudo um disparate e que bastava ler a história do final do século XIX para perceber que o país não tem saída.»
Id (id, id)

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«Lisboa está neste momento cheia de imagens. O que quer dizer que tropeçamos em mais histórias do que aquelas que habitualmente andam pela rua. Trata-se da Lisboa Photo, isto é, de uma excelente iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa e da sua direcção cultural, comissariada com extrema competência por Sérgio Mah.»
Eduardo Prado Coelho (id, id)

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«Perguntam-me o que penso. Pensei mal, quando pensei depressa e me vieram dizer que Ratzinger era o novo Papa. Agora espero para pensar. Bento XVI já não é Ratzinger.»
João Bénard da Costa (id, id)

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«O défice não é uma questão económica e financeira, corrigível com medidas de retalho e os "sacrifícios" do costume. É um sintoma da ingovernabilidade do país. Quem não percebe isto não percebe nada.»
Vasco Pulido Valente (id, id)

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«O astronómico défice português, que nos remete para o limbo dos países em vias de desenvolvimento, não tem um único responsável. É fácil, apesar de verdadeiro, acusar Santana Lopes e Bagão Félix de terem mascarado as contas do Orçamento de Estado para ganhar as eleições. Mentiram e nessa mentira arrastaram o país para o descrédito mais indecoroso. Também é fácil, embora igualmente verdadeiro, constatar que a política de contenção de Durão Barroso e Manuela Ferreira Leite esteve longe de resultar, pelo contrário a situação piorou e em muito. É verdadeiro, mas simplista, encontrar nas reticências e dúvidas do guterrismo as razões para o início de uma incontrolável derrapagem.»
Luís Osório (A Capital, SX 20 MAI 05)

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«Durão Barroso [pode], com pouquíssima legitimidade, confessar que não esperava tanta incompetência de Santana Lopes e este, na companhia de Bagão, apelar ao bom senso e apregoar às hostes que são loucos os que julgam e os acusam de ser responsáveis por todas as culpas do mundo.»
Id (id, id)

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«Mas aquilo que é incompreensível, em qualquer circunstância, é o facto de Jorge Sampaio ter aprovado o Orçamento de Estado apresentado pelo governo anterior. Um orçamento baseado em paradigmas distorcidos, em números imaginários e que propunha soluções e prioridades que levariam certamente o país à total ausência de solução.»
Id (id, id)

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«Sem medidas concretas, a «reforma» da Administração Pública é apenas um Guilherme Tell eternamente hesitante em disparar, sempre com medo de falhar a maçã e acertar no eleitor.»
Miguel Romão (id, id)

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A situação do País convoca todos a contribuírem para a sua solução, maioria e oposição. Recordando uma bela canção de Lopes-Graça, há uma palavra que deve ser dita a todos os responsáveis políticos portugueses. "Acordai!"»
Duarte Lima (Diário de Notícias, SX 20 MAI 05)

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«O paternalismo político (seja ele sádico ou suave) só alimenta o infantilismo cívico, num interminável ciclo vicioso. E é um dos principais factores de bloqueio do País. Precisamos do contrário disso uma pedagogia de simples bom senso, uma linguagem de equilíbrio, verdade e frontalidade que respeite a condição adulta dos eleitores.»
Vicente Jorge Silva (id, id)

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«Numa sociedade autoritária, altamente hierarquizada, burocratizada e partidarizada, a coação a e represália são realidades a ter em conta. As próprias entidades que deveriam acolher as queixas dos cidadãos inspiram o medo. Com frequência, quem se queixa acaba por se meter em sarilhos e não há mecanismos que protejam aqueles que têm algo a dizer de sua justiça.»
João Paulo Guerra (Diário Económico, SX 20 MAI 05)

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«Graves editoriais assinalam que o País está a meio passo do abismo. Jorge Sampaio apela para o empenho cívico. Marques Mendes pede «medidas», ignorando que «medidas» toma-as o alfaiate; o que pede é decisões. Sócrates está a reflectir sobre a maneira menos indecente de não cumprir promessas eleitorais.»
Baptista Bastos (Jornal de Negócios on line, SX 20 MAI 05)

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