sexta-feira, julho 29, 2005

O MITO CAVACO


Luís Januário tropeçou, um dia, em Cavaco, colocou-lhe umas questões chãs e o homem deixou bem claro que não é nem moderno nem post-moderno… É tão só de Boliqueime.

Mas leia o post de ontem, CAVACO MODERNO, de Luís Januário

AS SEXTAS-FEIRAS HILARIANTES


A Sexta-feira, para mim, não é só dia de Inimigo Público (IP). É também dia de ler a opinião de José Ricardo Costa (JRC) no Jornal Torrejano On Line.

O IP traz-nos um humor louco, absolutamente fantasioso, de uma imaginação que ultrapassa todos os limites do concebível.

JRC? Vejam só a fotografia que acompanha o artigo: ar sóbrio, calmo, sisudo.

Bom… Mas com umas análises de situações comuns que transformam o seu teclado em objecto cortante. São hilariantes as suas observações e os seus comentários. Mais corrosivos que o ácido mais cáustico. As suas caricaturas são fantásticas nos seus traços mais marcantes. Mas nunca com qualquer excesso de linguagem.

É um tema muito recorrente, nele: certa portugalidade. Certo tipo de português – o mais comum.

Hoje, então, tem, para além de várias, uma observação fabulosa: “ver um português a preencher o boletim do totoloto é mesmo uma excelente ocasião para o ver, com ar compenetrado, a pensar.”

Está demais! É a fotografia feita do melhor ângulo.

Não, mas veja por si, leia Có có ró có có

O MUNDO CÃO, OU O SUBMUNDO DOS MONSTROS HUMANÓIDES


São muitos os desprezíveis monstros humanóides. Parece que cada vez mais, porque cada vez mais essas mentes débeis se preocupam, apenas, com os seus selváticos apetites. Outros desses hediondos monstros com figura humana são certas mães para quem, certas necessidades básicas de sobrevivência (como se outras soluções para elas não existissem) ou certos conceitos de vida, levam a imolar crianças inocentes, como se de meras mercadorias se tratasse.

1. Marta, de 10 anos, tem duas irmãs, de 7 e de 11 anos.

Vivem com os pais ( e mais dois irmãos, um rapaz de 12 e uma irmã mais velha, de 15 anos), ali para uma zona de Chelas, nesta cidade de Lisboa.

A mãe levava-as (às três meninas de 10, 7 e 11 anos) a casa sobretudo de idosos, enquanto o marido dormia, para as crianças fazerem sexo a troco de uma nota de 5, de 10 ou de 20 euros que ela trazia de volta com as filhas queixosas e traumatizadas com as sessões a que eram sujeitas.

À polícia, já desencadeado o processo, a inocente Marta confessava que “os velhotes não usavam borrachinhas e lhes batiam na cara e no rabinho”.

Os violadores eram vários, ali na zona de Chelas, mas um deles, já a contas com a justiça, tem 71 anos.

2. Seixal. Uma mãe, já por isso envolvida em processo judicial, punha uma filha de 12 anos a fazer sexo, o que lhe rendia 650 euros por mês.

3. Poderão algum dia mães e pedófilos destes serem tratados como gente?

Que futuro será o destas crianças? Como se libertarão ou ultrapassarão estes traumas?

Estranho e nojento mundo cão, este, em que vivemos!

.

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA



2005/2015
- Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO)

.

.

Foi há 906 anos (1099), era uma SX: morre Urbano II (159º). Já existia, desde 3 anos antes, o Condado Portucalense, que fora confiado por Afonso VI, de Castela, a sua filha D. Teresa e ao Conde D. Henrique, respectivamente avô e pais de D. Afonso Henriques, o nosso primeiro monarca.

Urbano II, que o século conheceu como Odo de Largery, era francês. Estudou em Reims, onde foi arcediago, e depois prior em Cluny. Gregório VII fê-lo cardeal. Eleito papa em Março de 1088, tomou o nome de Urbano II. Reconquistou Roma, cujas fortalezas haviam sido ocupadas pelo anti papa (de 1080-1100) Clemente III (Gilberto de Ravena). Em 1095 reuniu o concílio de Placência que excomungou aquele anti papa e seus apoiantes. Conseguiu expulsar de Itália o imperador Henrique IV. Aprovou a proclamação da 1ª cruzada no tão falado concílio de Clermont.

A Ordem cluniacense, cumulada de privilégios e bens, em breve assumiu a direcção religiosa de Península. Conquistada a cidade de Toledo (1085), Afonso VI fez eleger para seu prelado o monge cluniacense D. Bernardo, que em 1088 o papa Urbano II, também saído de Cluni, elevou à dignidade de primaz das Espanhas.

É durante o seu pontificado que, em 1096, “o Condado Portucalense surge como entidade política, englobando, pela primeira vez, duas unidades político-administrativas até aí independentes: o condado de Portucale e o de Coimbra. (José Mattoso, Identificação de um País, I, 63).

Beato Urbano II morreu pouco depois da tomada de Jerusalém por Godofredo de Bulhão. O seu pontificado durou cerca de 11 anos, e sucedeu-lhe Pascoal II (160º).

.

.

Terá sido há 825 anos (1180), era uma TR: segundo a tradição, trava-se, no cabo Espichel, a primeira batalha entre a armada portuguesa, comandada por D. Fuas Roupinho, e os navios árabes, liderados por Bem Jami. Reinava o nosso 1º monarca, D. Afonso Henriques. Pontificava Alexandre III (170º).
D. Fuas Roupinho foi um cavaleiro apoiante de D. Afonso Henriques, durante o movimento da reconquista. Por volta do ano de 1179, quando era alcaide de Coimbra, venceu os mouros quando estes atacaram Porto de Mós. Além de ter defendido Lisboa daquela incursão dos mouros, defendeu também a costa do Algarve de ataques dos mesmos inimigos. Participou ainda em diversos ataques à cidade de Ceuta, num dos quais viria a morrer.

O seu nome encontra-se ligado à Nazaré, onde, segundo uma lenda, Nossa Senhora lhe teria aparecido em 1182, quando perseguia um veado que o atraiu ao bordo da falésia sobre a praia (no Sítio), salvando-o da queda.

.

.

Comemora-se hoje o bicentenário de Alexis de Tocqueville, político, sociólogo e historiador francês, que nasceu na SG 29.07.1805 (1805). Em Portugal decorria a regência de D. João (VI), filho de D. Maria I, ainda viva, mas demente. Pontificava Pio VII (251º).
Foi autor do primeiro estudo analítico sobre as forças e fraquezas da sociedade norte-americana, De la Démocratie en Amérique (1835). Ocupou durante alguns anos cargos políticos relevantes, mas retirou-se da política depois do golpe de Napoleão III em 1851. Nenhum outro pensador liberal do século XIX viu os problemas da sociedade democrática contemporânea tão claramente quanto Tocqueville. Fez uma descrição pungente da França anterior à revolução em L'Ancien Régime et la Révolution (1856).

Morreu em 1859, aos 54 anos.

O PÚBLICO de hoje consagra duas páginas à efeméride.

O antetítulo é «A 29 de Julho de 1805, faz hoje 200 anos, nasceu em Paris Alexis de Tocqueville. De origem aristocrática, tornar-se-ia um dos mais brilhantes e influentes estudiosos e teorizadores da democracia. A sua obra, durante quase 150 anos glorificada no mundo anglo-saxónico mas virtualmente esquecida na Europa Ocidental, é vista desde Raymond Aron como central para o entendimento do fenómeno democrático
nas suas diferentes manifestações, pelo que o PÚBLICO convidou três admiradores portugueses a reflectirem sobre o seu legado»

E insere três artigos desses “três admiradores portugueses”: Guilherme d’Oliveira Martins, Presidente do Centro Nacional de Cultura; Carlos Gaspar, Investigador do IPRI/Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa; Lívia Franco, Docente na Universidade Católica.

De “Tocqueville e o lugar da liberdade”, de Oliveira Martins, transcrevo:

«A insubmissão é marca de liberdade e independência. O conformismo igualitarista, aliado à mediocridade, seriam perigos que levariam à tirania e à indiferença. Importaria, por isso, garantir que igualdade e liberdade se completassem. Daí a importância do associativismo livre, da liberdade de imprensa, da liberdade religiosa (e de um "cristianismo democrático e republicano", para o qual a verdade política foi deixada por Deus "às livres indagações dos homens"), bem como da vivência comum dos valores da cidadania, contra o egoísmo e a inveja. Por isso mesmo, Tocqueville profetiza que não será a igualdade a causar perturbações sociais, mas sim a desigualdade de condições, antecipando a importância dos grandes combates cívicos e políticos das sociedades contemporâneas.»

De “Lições de um pessimista moderado”, de Carlos Gaspar, reproduzo:

«Tocqueville, liberal e realista, é um pessimista moderado. A tendência para o despotismo democrático é a mais provável, porque a paixão da igualdade é mais forte do que o gosto pela liberdade: os povos democráticos "querem a igualdade na liberdade e, se não a puderem obter, ainda a querem na escravidão"».

De “Nas duas margens do Atlântico”, de Lívia Franco, trago a síntese com que a autora antecede o seu trabalho:

«A visão tocquevilleana do fenómeno democrático é eminentemente pluralista. Quando em 1835 elogia a América aos franceses não está a sugerir que copiem aquele país, antes que o observem e aprendam com as suas virtudes e os seus vícios. Nos dias de hoje, a obra de Tocqueville representa uma potencial via de comunicação e espaço de trocas, um "Atlântico conceptual", entre as duas margens do mundo ocidental, no qual a democracia liberal, resultado de uma experiência histórico-política concreta e não de um qualquer sistema teórico abstracto, deve ser discutida e partilhada.»

.

.

Completam-se hoje 149 anos (1856), foi numa TR: morreu Robert Schumann, compositor alemão. Em Portugal reinava D. Pedro V (31º). Pontificava Pio IX (255º).

Robert Alexander Schumann, que nasceu aos 08.06.1810, além de compositor era crítico e pianista. Em 1821 foi para Leipzig estudar direito, mas preferiu optar pelo estudo da música e da literatura. Uma máquina que inventou para alongar os dedos provocou-lhe uma deficiência na mão que o impediu de seguir uma promissora carreira de pianista, virando-se então para a crítica musical e para a composição.

Em 1840 casou com Clara Wieck, também pianista e compositora que foi ela o seu amparo numa vida em que nos último anos Schumann cedeu à depressão, acabando por ser internado num hospício em 1854.

“As suas canções e pequenas peças para piano, das melhores alguma vez escritas, retratam estados de emoção com grande sentimento”. Entre as suas composições incluem-se quatro sinfonias, uma ópera, um concerto para violino, um concerto para piano, sonatas e ciclos de canções, como Dichterliebe (1840).

Foi amigo de Mendelssohn que dirigiu a estreia da sua sinfonia nº2, e protector de Brahms, que o acompanhou até à morte, 1856, contava ele 46 anos.

.

.

Completam-se hoje 146 anos (1859), foi numa SX: nasceu Padre Cruz, sacerdote português. Reinava ainda D. Pedro V. Prosseguia o pontificado de Pio IX.
Francisco Rodrigues da Cruz foi ordenado em 1882, no Patriarcado de Lisboa. Professor de filosofia no seminário de Santarém, que nesse tempo pertencia ao patriarcado. Professou na Companhia de Jesus em 1940.

Dedicado à acção religiosa junto dos que precisavam de conforto espiritual, em especial dos presos e dos doentes, era alvo de veneração por todo o país.

Conhecido, já em vida, como «o santo padre Cruz», o seu túmulo, no Cemitério de Benfica (Lisboa), é alvo de muitas romagens. Morreu em 1948, aos 89 anos.

.

.

Completam-se hoje 122 anos (1883), era um DM: nascimento de Benito Mussolini (1883-1945), em Dovia, Itália. Governou Itália de 1922-1943. Em Portugal reinava D. Luís (32º). Em Roma pontificava Leão XIII (256º).

Mussolini começa por ser professor e por se aproximar dos socialistas. A sua intransigente defesa, em 1914, da intervenção da Itália na Guerra ao lado dos aliados, afasta-o definitivamente dos socialistas. Funda o jornal Il Popolo d’Italia, mais tarde órgão do seu partido fascista. Terminada a guerra e considerando, como tantos italianos, a Itália lesada pelo tratado de paz, e ainda levado pela miséria e anarquia reinantes no seu país, cria o célebre Partido Fascista, em 23.02.1919. Em 1922 organiza e lidera a célebre Marcha sobre Roma. O rei Vítor Manuel III designa-o para formar um novo governo. Depressa (1925) passa de primeiro-ministro a chefe absoluto (Il Duce). A sua política interna consolida a sua popularidade, mas a sua política externa não é tão bem sucedida: é com a indignação geral que conquista a Etiópia (1935-36). Aproxima-se da Alemanha de Hitler (Pacto de Aço, de 1939, que cria o Eixo). Entra na guerra (1940) ao lado da Alemanha. A Itália, agora mero instrumento de Hitler, faz decrescer rapidamente a popularidade do Duce. O rei ordena a sua destituição e prisão (1943). Ainda tenta, no norte da Itália fundar uma república corporativa e fascista, mas sem êxito. Tenta, também, a fuga para a Suiça, mas é interceptado por partidários comunistas que o executam sumariamente em 28.04.1945.

Mussolini inspirou-se, naturalmente, n’ O Príncipe de Niccoló Machiavelli.

Com a sua ascensão ao poder, foi Roberto Rossellini que foi recrutado para fazer filmes de propaganda política.

Celebrou com o então representante da Igreja Católica, papa Pio XI, os Acordos de Latrão: série de acordos que marcaram a reconciliação do estado italiano com o papado em 1929. Aplaudidos como uma vitória do regime fascista, estes tratados envolveram o reconhecimento da soberania da cidade-estado do Vaticano, o pagamento de uma indemnização pelas possessões papais perdidas durante a unificação em 1870, e o acordo sobre o papel da Igreja Católica dentro do estado italiano, em forma de concordata.

.

.

Foi há 115 anos (1890), era uma TR: morreu Vincent van Gogh, pintor holandês. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). Leão XIII (256º) era o pontífice reinante.
Van Gogh nasceu em 1853, em Zundert. A sua obra enquadra-se no período do pós-impressionismo.

Começou a pintar cerca de 1880, aos 27 anos, consistindo os seus primeiros trabalhos em representações sombrias da vida dos camponeses, como a tela Os Comedores de Batatas (1885), hoje no Museu Van Gogh (Amesterdão).

Influenciado tanto por impressionistas como pelas estampas japonesas, então em circulação na Europa, desenvolveu um estilo muito particular, caracterizado pelo uso de cores intensas e contrastantes, com uma pincelada densa e expressiva, como se pode observar na série de Os Girassóis, de 1888.

Van Gogh trabalhou durante algum tempo como mestre-escola em Inglaterra, antes de se dedicar à pintura. Estudou com o mestre Antoine Mauve, em Haia e, mais brevemente, em Antuérpia, antes de se mudar em 1886 para Paris, onde o seu irmão Theo trabalhava como negociante de arte. Em Paris, Van Gogh conheceu Paul Gauguin, que iria juntar-se a ele mais tarde, em 1888, em Arles, na Provença, onde o pintor se havia fixado. Após uma violenta discussão com Gauguin, van Gogh cortou parte da orelha, entrando num asilo em 1889. Viria a suicidar-se no ano seguinte.

A sua prolífica produção (mais de 800 telas e 700 desenhos) inclui naturezas-mortas, retratos (e muitos auto-retratos) e paisagens. Nesta última categoria se inclui Noite Estrelada (1889), hoje no Museu de Arte Moderna de Nova York, e Campo de Trigo com Corvos (1890), hoje no Museu Van Gogh (Amesterdão). Das pinturas da fase de Arles salienta-se O Café de Noite na Place Lamartine (1888), hoje na Galeria de Arte da Universidade de Yale (New Haven). Sobre esta obra, van Gogh escreveu «Tentei expressar, com verde e vermelho, as terríveis paixões da natureza humana».

Um dos seus quadros, Íris (1889), foi vendido, em 11 de Novembro de 1987, num leilão da Sotheby's em Nova York, pelo preço de 53,9 milhões de dólares.

.

.

Foi há 105 anos (1900), num DM: o rei Humberto I da Itália é assassinado por anarquistas; Victor Emmanuel III sobe ao trono. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). Pontificava Leão XIII (256º).
Em 1946, Victor Emanuel III, rei desde 1900, abdicou em favor do seu filho Humberto II. A monarquia foi abolida, após um referendo realizado em 1946, e implantada a república, com a adopção de uma nova constituição em 1948.

.

.

Completam-se hoje 100 anos (1905), o que aconteceu num SB: nasceu o sueco Dag Hammarskjöld, que foi secretário-geral das Nações Unidas. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). Pontificava Pio X (257º).
Dag Hammarskjöld foi economista, diplomata e ministro sueco, e, por fim, secretário-geral das Nações Unidas entre 1953 e 1961. Opôs-se à Grã-Bretanha durante a crise do Suez em 1956. As suas tentativas de resolução do problema do então Congo, actualmente República do Congo, onde pereceu num desastre aéreo, em 1961, foram criticadas pela URSS. Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1961.

.

.

Faz hoje 80 anos (1925), foi numa QA: nasceu Mikis Theodorakis, compositor grego. Em Portugal era PR Manuel Teixeira Gomes. No Vaticano pontificava Pio XI (259º).
Mikis Theodorakis estudou no Conservatório de Paris mas a sua música nunca perdeu as raízes do folclore grego. Foi preso em 1967 por acções revolucionárias contra o regime ditatorial dos militares gregos. Após um coro de protestos a nível mundial, foi libertado em 1970. O seu trabalho inclui música sinfónica, oratórias, mas a fama veio com a banda sonora do filme Zorba, o grego.

.

.

Foi há 71 anos (1934), era um DM: na sequência de uma tentativa de golpe de Estado, são presos e exilados Rolão Preto e Alberto Monsaraz, nacionais-sindicalistas. O governo proíbe, ainda, o Movimento Nacional-Sindicalista. Cumpria um dos seus sucessivos mandatos o vitalício presidente Carmona. Pontificava Pio XI (259º).

O cerco fecha-se cada vez mais: os direitos vão sendo cada vez mais cerceados, a liberdade cada vez mais inexistente até que absolutamente coarctada.

Não em termos irónicos ou anedóticos (só assim entendíveis), mas muito a sério, os arautos do Chefe e os cronistas do regime (os Luís Delgado de então) proclamavam que em Portugal até havia “liberdade de pensamento”!!!

.

.

Completam-se hoje 66 anos (1939), foi num SB: morreu Ricardo Jorge, professor universitário, escritor e higienista português. Prosseguia o mandato presidencial vitalício do general Carmona. Pontificava Pio XII (260º).

Ricardo Jorge nasceu no Porto em 1858. Fez estudos na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, onde permaneceu, tendo sido nomeado lente da cadeira de Higiene e Medicina Legal em 1895. Posteriormente, foi-lhe apontado o cargo de inspector-geral de saúde pública e lente de Higiene na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa (1899), depois da consagração das suas qualidades científicas durante o período da doença epidémica chamada peste bubónica.

Fundou o Instituto de Saúde Pública e Higiene, que se transformou no actual Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Deixou publicada uma vasta obra na área científica, como Higiene Social Aplicada à Nação Portuguesa (1884) e Demografia e Higiene da Cidade do Porto (1899), e noutras áreas, como a arte e a literatura, domínios em que exercia a actividade de crítico.

.

.

Aconteceu há 57 anos (1948), foi numa QI: abertura dos XIV Jogos Olímpicos em Londres, após uma interrupção de 12 anos, devido à II Guerra Mundial. Em Portugal ainda era presidente da República o general Carmona. Prosseguia o pontificado de Pio XII.
Jogos Olímpicos são uma prova desportiva que decorre de quatro em quatro anos em diferentes cidades do mundo e que consiste em 28 desportos olímpicos divididos por diversas modalidades.

Os Jogos Olímpicos têm as suas raízes na Grécia Antiga. Pelos registos que se conhecem, os primeiros Jogos Olímpicos da Antiguidade terão tido lugar em 776 a.C., e, a partir daí, constituíram o palco da celebração da nobre competição e do valor educativo do desporto até ao ano de 393, data em que o Imperador Teodósio decidiu aboli-los por serem "demasiado pagãos".

Só em 1896 é que os Jogos Olímpicos regressaram à história do desporto, devido ao esforço de Pierre de Coubertin, juntamente com outras personalidades da época. O ano de 1896 marca, assim, o início dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, e a sua primeira edição foi realizada no seu país de origem, a Grécia.

Os Jogos eram sempre realizados na altura mais quente do ano. Inicialmente, tinham a duração de apenas um dia. A partir de 684 a.C, passaram a ser realizados durante três dias e, no século V a.C., já duravam cinco dias.

No dia 6 de Abril de 1896, Atenas, a capital grega, acolheu uma tripla comemoração: a primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, o 75.º aniversário da Declaração da Independência Grega e a Páscoa, fazendo deste evento uma coincidência desportiva, nacional e religiosa, o que contribuiu ainda mais para o seu sucesso. Os Jogos realizaram-se num renovado Estádio Panathinaikon.

Na primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna participaram 241 atletas, provenientes de 14 países, que competiram em 9 modalidades diferentes: Atletismo, Natação, Ciclismo, Esgrima, Ginástica, Tiro, Ténis, Luta Livre e Halterofilismo. Foi neste ano que Spyros Louis, um grego sem treino especial, venceu a medalha de ouro na prova da Maratona, tornando-se assim uma figura lendária no mundo do desporto.

.

.

Aconteceu há 47 anos (1958), era uma TR: foi criada a NASA. Em Portugal, Salazar conseguira fazer eleger (sabe Deus por que processos!) o seu fiel colaborador Américo Tomás, figura apagada, inábil e inexpressiva, para a suprema magistratura do país. Mas que só tomaria posse em Agosto seguinte. Pontificava, mas por pouco mais tempo o papa Pio XII (que viria a morrer em Outubro seguinte.
NASA, acrónimo de National Aeronautics and Space Administration, é uma agência governamental norte-americana, fundada em 1958, para voos espaciais e pesquisa aeronáutica. A sua sede é em Washington DC e as suas instalações principais estão situadas no Centro Espacial Kennedy na Florida. Os primeiros programas lunares e planetários da NASA, iniciados em 1958, incluíram a nave espacial Pioneer, cuja missão era percorrer o sistema solar, reunindo dados para as missões tripuladas posteriores. O mais famoso projecto da NASA foi o Apollo 11, que transportou os primeiros seres humanos que pisaram o solo da Lua, entre os dias 16 e 24 de Julho de 1969.

Em Março de 2001, o milionário californiano Dennis Tito tornou-se no primeiro turista espacial a embarcar a bordo da Estação Espacial Internacional. A NASA opôs-se veementemente a esta viagem, e as autoridades russas, acederam levá-lo a bordo da nave Soyuz, por 20 milhões de dólares. A preparação para esta viagem obrigou Dennis Tito a vários meses de treino na Rússia.

Em Abril de 2002, o sul-africano Mark Shuttleworth tornou-se no segundo turista espacial a partir para a Estação Espacial Internacional. Ao contrário de Tito, Shuttleworth poderá deslocar-se livremente pelo interior da estação.

A NASA tem lançado sondas e satélites para o espaço com vários objectivos científicos.

Conhecer melhor os cometas poderá dar resposta a questões fundamentais sobre a forma como nasceu e se desenvolveu a vida e o próprio planeta. A Contour — Comets Nucleus Tour — tinha como objectivo encontrar-se com dois cometas para captar imagens detalhadas desses pequenos corpos celestes.

.

.

Foi há 37 anos (1968), numa SG: o papa Paulo VI reafirma a posição tradicional da Igreja, condenando os métodos de contracepção. Em Portugal decorria o 2º mandato do almirante Américo Tomás.

.

.
Faz hoje 31 anos (1974), era uma SG: o PR António de Spínola reconheceu o direito à independência de Angola, Moçambique e Guiné. Pontificava, ainda, Pio XII (260º).

.

.
Completam-se hoje 26 anos (1979), foi num DM: morreu Herbert Marcuse, com 81 anos, psicólogo e filósofo alemão. Em Portugal decorria o 1º mandato presidencial de Ramalho Eanes. Pontificava, em Roma, o papa João Paulo II (264º) desde o ano anterior.

Marcuse nasceu em 19.07.1898, na Alemanha, mas fixou residência nos Estados Unidos em 1934, fugindo do regime nazi. Em 1965 tornou-se professor na Universidade da Califórnia, em San Diego.

As suas teorias, uma combinação do marxismo com o freudianismo, exerceram grande influência no pensamento radical da década de sessenta. De entre os livros que publicou, destaca-se One-Dimensional Man (1964).

Marcuse defendeu o derrube da ordem social vigente. Propunha utilizar a própria tolerância do sistema em relação aos seus adversários para assegurar a derrota do mesmo. Porém, não era um adepto das revoluções violentas.

.

.

Foi há 24 anos (1981), era uma QA: Carlos, o príncipe de Gales, casa com Lady Diana Spencer na catedral de São Paulo, em Londres; a cerimónia televisiva é vista por mais de 700 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal decorria o mandato presidencial do general Ramalho Eanes. No Vaticano prosseguia o longo pontificado de João Paulo II.
O príncipe Carlos, Charles Philip Arthur George, nasceu em 1948. Príncipe do Reino Unido, herdeiro do trono britânico e príncipe de Gales desde 1988 (investido em 1969). É o filho mais velho da rainha Isabel II e do duque de Edimburgo. Estudou no Trinity College, Universidade de Cambridge, de 1967 a 1970, antes de se alistar na força aérea real e na marinha real.

Foi o primeiro herdeiro real desde 1659 a casar-se com uma inglesa, Lady Diana Spencer, filha do oitavo conde Spencer. Têm dois filhos herdeiros, William (1982-) e Henry (1984-). No meio de grande publicidade, Carlos e Diana separaram-se em 1992, tendo o divórcio sido consumado em Julho de 1996.

Diana nasceu a 01.07.1961. Casou-se com o príncipe Carlos, filho de Isabel II, na catedral de São Paulo, em Londres, em 1981, sendo a primeira noiva inglesa de um herdeiro real inglês desde 1659. Diana era descendente dos reis Carlos II e James II, únicos soberanos de quem o príncipe Carlos não descende. Teve dois filhos, William e Henry, antes da sua separação de Carlos, em 1992. A decisão de Carlos e Diana de se separarem foi anunciada pelo primeiro-ministro John Major em Dezembro de 1992. A Igreja de Inglaterra fez uma declaração dizendo que a separação não impediria Carlos de chefiar a Igreja. O divórcio aconteceu em 1996. Em 1997, enquanto procuravam fugir a um grupo de paparazzi, Diana e o egípcio Dodi Al Fayed, com quem a princesa mantinha um caso, foram vítimas de um acidente de viação mortal num túnel de Paris.

Entretanto, o príncipe Carlos casa-se com Camilla Parker Bowles no SB 09.04.05, numa cerimónia civil simples e rápida no registo civil de Windsor, a primeira na história da monarquia britânica. O casamento ocorreu pouco depois das 12:30 horas e não contou com a presença da rainha Isabel II nem do duque de Edimburgo.

À saída do edifício marido e mulher foram acompanhados pelos respectivos filhos.

Depois de mais de 30 anos de amor secreto, o príncipe Carlos e Camilla, ambos divorciados, contraíram matrimónio. Camila terá agora a designação de duquesa da Cornualha.

.

.

Aconteceu há 23 anos (1982), foi numa QI: a língua portuguesa é pela primeira vez utilizada oficialmente num plenário da UNESCO, nomeadamente durante a Cimeira de Políticas Culturais a decorrer no México e na qual participam Portugal e Moçambique. Ramalho Eanes cumpria o seu 2º mandato presidencial. Continuava o pontificado de João Paulo II.

.

.
Completam-se hoje 22 anos (1983), foi numa SX: morreu Luis Buñuel, cineasta espanhol. Em Portugal ainda decorria o 2º mandato do general Ramalho Eanes. Pontificava João Paulo II.
Luis Buñuel nasceu em Calanda, em 1900. Licenciou-se Filosofia pela Universidade de Madrid onde conheceu Salvador Dali e Federico Garcia Lorca. Em 1925, partiu para Paris onde viria a aproximar-se do Surrealismo, onde em colaboração com Salvador Dali, realizou Un Chien Andalou/Um Cão Andaluz (1928), que se tornou num clássico surrealista, e L'Age d'Or (1930). A sua obra é conhecida pelo humor negro e pelo imaginário erótico. Nos Estados Unidos foi responsável pela cinemateca do Museu de Arte Moderna.

Entre outros filmes, realizou Los Olvidados (1950), Susana Demónio e Carne (1951), Subida ao Céu (1959), La Vía Lactea (1969), Belle de Jour/A Bela de Dia (1966), Le Charme Discret de la Bourgeoisie/O Charme Discreto da Burguesia (1972), O Fantasma da Liberdade (1974), Cet Obscur Objet du Désir/Esse Obscuro Objecto do Desejo (1977).

Os seus trabalhos, marcadamente anticlericais, inserem-se na corrente surrealista.

.

.

Foi há 21 anos (1984), era um DM: em Lisboa, inauguração de uma retrospectiva de Almada Negreiros, com mais de 400 obras. Decorria, ainda, o 2º mandato presidencial de Ramalho Eanes. Como continuava, ainda, o pontificado de João Paulo II.
José de Almada Negreiros nasceu na ilha de S. Tomé, aos 06.04.1893.

Artista plástico e escritor foi um dos iniciadores do movimento modernista, em Portugal, quer nas artes plásticas quer na literatura. Foi uma sua exposição de caricaturas, em 1913, que provocaria a sua amizade com Fernando Pessoa: juntos participam na criação do Orpheu (1915); juntos se encontram no Portugal Futurista (1917). É também de 1915 o seu tão célebre Manifesto Anti-Dantas. Em 1938 executou trabalhos para a nova igreja, em construção, de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, projecto de Pardal Monteiro (Porfírio Pardal Monteiro): mosaicos, pinturas e sobretudo vitrais de que se destaca a Pietà da casa mortuária. O ponto mais alto das suas pinturas murais estão patentes nas gares marítimas de Alcântara e da Rocha de Conde de Óbidos (ambas também projectos de Pardal Monteiro). No domínio das belas artes desenvolve inúmeros trabalhos: desenho, pintura (a óleo e frescos), mosaico, vitral, gravura e tapeçaria. Também no domínio das letras desenvolveu Almada Negreiros uma extensa e valiosa obra: foi poeta, romancista, dramaturgo e investigador. A sua obra foi “das mais originais da nossa literatura e das mais significativas e perturbantes da cultura contemporânea”. “A camaradagem com Fernando Pessoa viria a ser extremamente fecunda para o surgimento do futurismo em Portugal e para os destinos do modernismo português”.

Almada Negreiros morreu em 1970.

.

.

É de há 14 anos (1991), que foi numa SG, o relatório-denúncia da ONU sobre a exploração infantil no mundo que inclui Portugal (com cerca de 200 mil crianças). Era Mário Soares o PR. Prosseguia o pontificado de João Paulo II.

.

.
Foi há 12 anos (1993), era uma QI: em Londres, o escritor português José Saramago recebe o Prémio de Ficção Estrangeira do jornal The Independent, pelo seu livro O Ano da Morte de Ricardo Reis. Era ainda Mário Soares o PR. Pontificava ainda João Paulo II.
O Ano da Morte de Ricardo Reis, de 1984, além do referido prémio recebeu ainda, também, mais os seguintes:
Prémio do Pen Clube Português, Prémio da Crítica, Prémio D. Dinis e Prémio Grinzane-Cavour.

Mas muitas outras obras do autor foram igualmente premiadas.

Além disso, Saramago recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1998.

.

.

Faz hoje 10 anos (1995), foi num SB: morreu Fernando Curado Ribeiro, profissional de rádio e actor português. Mário Soares estava a um ano de terminar o seu 2º mandato presidencial. João Paulo II prosseguia no seu longo pontificado.
Curado Ribeiro nasceu a 25.05.1919. Abandonou o curso de Engenharia de Máquinas e Electrotecnia, para se dedicar exclusivamente à carreira artística. Em 1939, ingressou na Emissora Nacional, como cançonetista do conjunto «Excêntricos do Ritmo», sendo considerado o primeiro dos cantores românticos portugueses. Em 1940, passou a locutor e mais tarde a realizador e produtor publicitário. Trabalhou em várias estações de rádio em Portugal, em Angola, na Bélgica e na BBC.

Actor de cinema, estreou-se em 1943, no filme O Costa do Castelo, de Arthur Duarte, onde contracenou com António Silva, Maria Matos e Milú. Considerado o galã dos anos 40, participou em mais de 20 filmes, dos quais se destacam: A Menina da Rádio (1944), Os Vizinhos do Rés-do-Chão (1947), O Leão da Estrela (1947) e O Noivo das Caldas (1956). No teatro, estreou-se em 1947, no Teatro Avenida, numa revista de Aníbal de Nazaré, ao lado de Laura Alves. Mas a sua primeira interpretação no teatro declamado ocorreu em 1954, no Teatro Monumental, com a peça É Proibido Suicidar-se na Primavera. Integrou algumas das mais importantes companhias de teatro nacionais.

Desenvolveu também trabalhos na televisão, distinguindo-se no teatro televisivo, nos programas de variedades e mais recentemente nas telenovelas. Fez parte da Direcção do Sindicato dos Trabalhadores do Espectáculo e do Conselho Directivo da Sociedade Portuguesa de Autores. Foi casado com a actriz Maria José, de quem teve uma filha a actriz Rita Ribeiro. Foi também tradutor de peças de teatro (Beckett). Deixou publicados Diário duma Voz (1948) e Produção, Realização e Estética (1964).

.

.

Foi há 6 anos (1999), era uma QI: inauguração da ligação ferroviária na Ponte 25 de Abril. O Dr Jorge Sampaio cumpria o seu 1º mandato presidencial. Na cadeira de Pedro, em Roma, continuava João Paulo II.

A Ponte 25 de Abril, sobre o Tejo, em Lisboa, foi inaugurada a 6 de Agosto de 1966 (com o nome de Ponte Salazar). Foi projectada por quatro engenheiros americanos, adjudicada à United States Steel Export Company e executada, em grande parte, por mão-de-obra nacional.

Desde então que ficou estruturalmente preparada para uma futura utilização ferroviária. Porém, só em 1996, foram iniciadas as obras de reforço e instalação da via-férrea na Ponte 25 de Abril (o serviço ferroviário, que permite atravessar o rio Tejo em 17 minutos).

.

quinta-feira, julho 28, 2005

SOARES? NÃO, MUITO OBRIGADO: PREFIRO ALGUÉM COERENTE


Assino por baixo, sem hesitação, o artigo de hoje, de Miguel Carvalho na VISÃO.

De facto a velha raposa, na sua ânsia de poder, na sua irresistível ambição de liderança, sempre se mostrou bem pouco coerente.

Soares, na verdade, não jogou sempre no mesmo tabuleiro.

Adaptava-se, com facilidade, às circunstâncias, ainda que tivesse de arrumar, por mais ou menos longo lapso de tempo, na penumbra do seu cérebro, os princípios norteadores, ou nalguma gaveta, esquecida, o respectivo catecismo.

Há 19 anos, na primeira volta das eleições presidenciais, não tive dificuldade na alternativa: a minha foi uma das milhares de assinaturas que propunham a candidatura de Salgado Zenha.

Mas na segunda volta… O caso, nesse tempo era bem diferente de hoje.

Os saudosistas da ditadura não podiam deixar de se rever na candidatura de Freitas do Amaral. Esta era a sua última esperança, mal refeitos estavam ainda do susto, e inadaptados que se mantinham à democracia.

A candidatura de Mário Soares, nessa altura, representava as conquistas de Abril.

Assim, o que estava em causa, não eram, propriamente Freitas ou Soares, eles, em si, mas sim as referidas conquistas de Abril.

Nessa altura, e em tal circunstância… Tive de engolir o sapo.

Mas o trabalho de Miguel Carvalho, as suas considerações, merecem o meu apoio.

AS PÉROLAS ARQUITECTÓNICAS PERDIDAS NO PORTUGAL PROFUNDO

Vista geral do Mosteiro
.

Interior da Igreja do Mosteiro

.
.


Mosteiro de Pombeiro

Pombeiro de Ribavizela / Pombeiro de Riba Vizela

Perdido no Portugal profundo, no meio de serranias e num vale fértil, num meio absolutamente rural, sem qualquer envolvente condizente com a sua elevada dignidade de monumento nacional, surge-nos o Mosteiro de Pombeiro, saídos da estrada que liga Guimarães a Felgueiras, percorridos vários quilómetros numa estreitíssima estrada municipal, sem grandes condições para atrair e conduzir turistas e “descobridores” das pérolas arquitectónicas que andam perdidas por esse país mais ignorado.

Fui levado a “descobri-lo” no SB 16JUL05.

Segundo uma versão, “a construção primitiva do Mosteiro de Pombeiro desenrolou-se entre 1059 e 1102, de acordo com um projecto característico do período condal. No século XII o cenóbio foi ampliado e a igreja modificada para obedecer às directrizes do Românico beneditino (três naves de quatro tramos e cabeceira tripartida). Juntamente com as Sés Catedrais e alguns outros templos, a Igreja românica do Mosteiro de Pombeiro foi das poucas em Portugal a obedecer ao plano de três naves, o que revela a importância desta casa no contexto medieval do país. Com o tempo Pombeiro tornou-se cabeça das terras de Sousa, chegando a ter sob seu padroado 37 paróquias. Infelizmente, desse período românico apenas restam os dois absidíolos e o portal principal, de quatro arquivoltas. Dos tempos medievais subsistem, ainda, dois túmulos góticos de nobres que escolheram esta casa como local de enterramento, o que prova igualmente a vitalidade do Mosteiro nesta época.

No século XVI realizaram-se obras pontuais, mas a grande campanha da Idade Moderna aconteceu durante a Dinastia Filipina. O exterior recebeu duas novas torres, acentuando o seu carácter basilical. De um modo geral, este projecto maneirista é o testemunho da importação para o interior do Minho - e para o interior de um vale profundo e fértil - de uma arquitectura classicizante de inspiração madrilena. Com o século XVIII surgem grandes transformações no espaço conventual e no interior da igreja. As obras foram iniciadas em 1725 e durante todo esse século o Mosteiro não cessou de ser engrandecido. Entre 1770 e 1773 foram concebidos diversos altares para o interior da igreja e, logo no início do século XIX, remodelou-se o claustro, numa solução neo-clássica sem paralelo nos espaços monásticos do norte do país.

Extintas as Ordens Religiosas em 1834, o Mosteiro foi pilhado e alienado, tendo uma parte significativa das suas pedras e silhares sido aproveitada para outras obras da região. Na década de 50 do século XX uma intervenção pontual impediu o edifício de ruir. Com a aquisição de antigos espaços conventuais que ainda se encontram na posse de privados, deu-se início ao programa de recuperação e valorização do Mosteiro de Pombeiro, uma intervenção global que permitirá devolver ao monumento a sua dignidade perdida.

.

A versão acabada de abordar diz-nos que o mosteiro rondará os cerca de 945 anos de existência.

Mas há quem sustente que o mosteiro beneditino já existia no ano de 853 - pois que a ele se refere um breve de Leão IV (103º) dessa data - ou seja há quem lhe atribua uma mais provecta idade, de cerca de 1150 e tal anos!

De todo o modo, esta versão aponta para a hipótese de estarmos a visitar um mosteiro milenar que tem passado por várias obras e grandes transformações. Mas o mesmo, ainda, de há cerca de um milénio, ou mais, não obstante as tais transformações que lhe foram alterando o aspecto.

Mais ou menos no mesmo sentido parece apontar esta outra versão (Tesouros Artísticos de Portugal, edição das SRD, Agosto 1980, pg 444):

Do velho cenóbio fundado, ao que parece, no século IX (…), e sensivelmente remodelado durante os séculos XVII e XVIII, apenas subsiste a bela janela românica. A frontaria, enquadrada por duas torres modernas, denuncia no portal, na galilé e no grande óculo o tipo bolonhês que influenciou a primitiva traça. O portal, protegido por uma pequena galilé remodelada quando dos restauros feitos na época barroca, é de quatro arquivoltas plenas, assentes em belos capitéis historiados. Os toros das arquivoltas devem datar dos inícios da segunda metade do século XII, mas a grande rosácea, emoldurada de colunas e arcos românicos e similar às de Roriz e de Paço de Sousa, sugere o princípio do século Xlll.

No interior, de três amplas naves, a comunidade beneditina dos séculos XVII e XVIII deixou traços preciosos dos amplos benefícios executados, sobretudo nos magníficos órgãos, no cadeiral bem entalhado, no coro barroco e no altar-mor. Da traça primitiva apenas subsistem as absidíolas e duas arquetas sepulcrais com estátua jacente: estas duas peças de tumulária do século XIII são rudemente lavradas em granito, com sumária indicação do panejamento; anota-se, numa das faces da arqueta do conde D. Gomes de Pombeiro, o baixo-relevo figurando um cavaleiro de lança em riste.

Reveste-se de particular interesse o retábulo-mor, concebido por Frei José de Santo António Vilaça, discípulo de André Soares em 1770-1773. A fusão das formas rocaille com aspectos neoclássicos confere ao conjunto da talha uma estrutura menos plástica que linear. O frade-artista beneditino executou também o cadeiral da igreja. Na sacristia admiram-se duas razoáveis pinturas: O Calvário e O Descobrimento da Cruz.

.

Por outro lado, arqueólogos espanhóis que, in loco, fizeram recentemente algumas explorações e prosseguem estudos sobre este caso, são de opinião de que o mosteiro beneditino que hoje podemos admirar é o que foi construído no séc. XVIII. E que esse estará implantado sobre a edificação, igualmente beneditina, dos tempos que precederam a fundação da nossa nacionalidade (ou anterior, se atentarmos na opinião de que o mosteiro já existiria no ano de 853).

Segundo estes mesmos especialistas, um mosteiro, um edifício intermédio, da época filipina, terá sido edificado não longe do actual, a escassas dezenas de metros dele, de que há vários sinais e indícios, sem que, contudo, tenham ainda descoberto qualquer vestígio digno de ser considerado de indubitável fiabilidade quanto a essa origem.

.

.

O seu plano de três naves, à maneira praticamente exclusiva das Sés Catedrais, é bem reveladora da importância do mosteiro de Pombeiro no contexto destas edificações. Além disso, o claustro foi remodelado numa solução neo-clássica sem paralelo nos mosteiros do norte do país - outra distinção que também deve ter assinalável significado naquela sua aludida importância.

De realçar, ainda, a sua porta principal, românica, de quatro arquivoltas, resguardada com o respectivo guarda-vento ou alpendre (galilé).

Este mosteiro de cenobitas beneditinos, não é referido em todos os guias e roteiros da especialidade. Mas, curiosamente, José Saramago, exactamente na fase em que desata a escrever profusamente, vê assim o monumento (calculo que “algures”, nos anos 70, quando o mosteiro estava em fase de maior ruína, antes das posteriores intervenções, nomeadamente do IPPAR, que lhe têm vindo a devolver a perdida dignidade):

«Pombeiro de Ribavizela, um mosteiro arruinado, triste como só os mosteiros em ruínas conseguem ser.
São cinco horas da tarde, o dia vai escurecendo, e o viajante cai em grande melancolia. A igreja, por dentro, é húmida e fria,
há manchas nas paredes onde a água das chuvas se infiltrou,
e as lajes do chão estão, aí e além,
cobertas de limo verde, mesmo as da capela-mor.
Ouvir aqui missa deve valer uma indulgência geral com
efeitos pretéritos e futuros.
Mas o assombro do viajante atinge extremos
quando a mulher da chave lhe diz que
na missa das sete da manhã é que a afluência é grande, vem gente de todos os lugares próximos. Sob a capa fria e

húmida da atmosfera, o viajante arrepia-se:

que será isto pelos grandes frios e dilúvios do Inverno?

Quando vai a sair,

a mulher aponta-lhe as arquetas tumulares que ali estão,

de um lado e outro da porta.

“Um é o Velho, o outro é o Novo”, diz.

O viajante vai certificar-se. Os túmulos são do século XIII.

Um deles representa D. Gomes de

Pombeiro na tampa e deve conter-lhe os ossos.

Esse é o Velho. Porém, o Novo, quem será?

Não o sabe dizer a

mulher da chave.

Então, o viajante aceita sem discutir

o que a sua própria imaginação lhe propõe:

o outro túmulo é também de D. Gomes de Pombeiro,

feito quando, mancebo e vivíssimo rapaz,

recebeu grave ferimento

em batalha, de que felizmente escapou.
Fez-se o túmulo para escarmento
e D. Gomes de Pombeiro esperou pela
velhice para ir descansar
ao lado da sua própria imagem quando moço.
É um imaginado tão bom como qualquer outro,
mas o viajante não fez dele confidência à mulher da chave,
pois ela merece outro respeito que este
brincar com os mortos,

tanto mais que não terá túmulo de pedra nem estátua jazente,

e se a tivesse haveria de merecer a sua dupla imagem,

a Nova que foi, e a Velha que é,

de amargoso luto e face sucumbida.

Fecha a mulher a igreja com a grande chave

e retira-se para as ruínas do convento, onde mora.

O viajante olha a altíssima fachada, a grande rosácea,

compraz-se alguns minutos no híbrido mas formoso portal.

A tarde morre mesmo, já não há quem segure este dia.

(Viagem a Portugal, José Saramago, edição do Círculo de Leitores, 1981, pág 34)

São tantas e tantas as riquezas patrimoniais do nosso país que desconhecemos, perdidos por esses vales e serranias ignotos do Portugal mais recôndito e, por vezes, quase inacessível!... E de que rara beleza arquitectónica tantos e tantos desses edifícios!

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


2005/2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO)
Dia Nacional do Peru.

.

.

Faz hoje 465 anos (1540), foi numa QA: morreu Thomas Cromwell, chanceler do rei Henrique VIII. Em Portugal reinava D. João III (15º). Pontificava Paulo III (220º).
Thomas Cromwell, conde de Essex, terá nascido em 1485. Foi ele quem redigiu a legislação que tornou a Igreja de Inglaterra independente de Roma. Originalmente ao serviço do cardeal Wolsey até 1529, tornou-se chanceler do tesouro em 1533 e secretário de Henrique VIII em 1534. Verdadeiro orientador da política governamental e absolutista do rei, Cromwell apoiou o divórcio de Henrique e Catarina de Aragão graças a uma série de leis que proclamavam o rei como chefe da Igreja. Entre 1536 e 1540, suprimiu os mosteiros, esmagou sem dó nem piedade todo o tipo de oposição e favoreceu o protestantismo, que negava o direito divino do papa. O seu maior erro foi ter arranjado o casamento de Henrique com Anne de Cléves, para cimentar a aliança com os príncipes alemães protestantes e hostilizar a França e o sacro império romano-germânico. A alteração da política externa, com a ruptura do imperador face à França, levou-o a ser acusado de traição e decapitado. (BU)

.

.

Foi há 350 anos (1655), era uma QA: morreu Cyrano de Bergerac, soldado e poeta francês. Em Portugal reinava D. João IV (21º). Pontificava Alexandre VII (237º).
Savinien Cyrano de Bergerac nasceu em 1619.

É o herói de uma peça clássica de Edmond Rostand, na qual o seu enorme nariz foi usado como contraponto em relação ao seu carácter cavalheiresco.

.

.

Completam-se hoje 264 anos (1741), era uma SX: morreu António Vivaldi, compositor, violinista e maestro barroco italiano. Em Portugal reinava D. João V (24º). Pontificava Bento ou Benedito XIV (247º) – de notar que antes já tinha havido um anti-papa com o mesmo nome deste papa.
António Lucio Vivaldi nasceu em Veneza a 4 de Março de 1678. Filho de Giovanni Batista, Vivaldi ouviu os primeiros sons de violino em casa de seu pai, músico, que lhe ensinou os principais segredos das quatro cordas do instrumento que o veio a imortalizar. Graças à sua sensibilidade, optou pelos temas espirituais e tornou-se sacerdote. No entanto, cedo desistiu da sua opção, para se dedicar por completo à sua paixão: a música. A obra mais popular de Vivaldi é, sem dúvida, As Quatro Estações (1725). Nesta, como em muitos outras composições, Vivaldi tenta representar os fenómenos da natureza ou sentimentos. Vivaldi escreveu também um apreciável número de obras sacras, entre elas a célebre Glória, escrita propositadamente para o casamento do rei Luís XV.

Escreveu 23 sinfonias; 75 sonatas; mais de 400 concertos; mais de 40 óperas; e muita música sacra. O seu trabalho foi pouco considerado até à década de 1930, altura em que as investigações sobre Bach revelaram o quanto tinha recebido de Vivaldi.

.

.

Completam-se hoje 255 anos (1750), foi numa TR: morreu, em Leipzig, Johann Sebastian Bach, exímio organista e compositor alemão da época barroca. Em Portugal reinava ainda D. João V (26º), que morreria daí a três dias, no dia 31. Pontificava Bento XIV (247º).
Bach
nasceu em 1685, em Eisenach. É o mais célebre compositor de uma grande família de músicos do norte da Alemanha. No seu tempo foi considerado antiquado, mas, a partir do século XIX, passou a ser conhecido como um dos maiores compositores do mundo ocidental.

Em 1704 tornou-se organista da corte, em Weimar, até 1717, quando partiu para servir o Príncipe Leopoldo de Köthen como director musical. Aí, em 1721, completou os Concertos Brandenburgueses (1721). Passados dois anos, foi nomeado director musical da cidade de Leipzig. Em 1747, tocou para Frederico II, em Potsdam, a Grandiosa Prússia. Dois anos mais tarde, a sua visão começou a falhar. Ficou cego antes de morrer, em 1750, com um ataque de apoplexia.

Bach compôs uma enorme quantidade de peças de música coral sacra, incluindo mais de 200 cantatas, a célebre Missa em Si Menor e três composições da Paixão (segundo S. Mateus, S. João e S. Lucas).

Também compôs inúmeras peças para órgão e para cravo. A sua obra musical engloba também 20 concertos e 12 sonatas incompletas para violino e para violoncelo.

Digamos que Bach esgota as possibilidades da música barroca. Depois dele a música desenvolve-se em novas direcções. Embora tenha parecido esquecido durante algumas décadas, os músicos românticos, especialmente Mendelssohn, vêm a expressar por ele uma enorme admiração.

Barroco (1600 a 1750) é o período em que a música instrumental atinge, pela primeira vez, a mesma importância que a música vocal.

A música do barroco é exuberante, de ritmo energético e frases melódicas longas muito bem organizadas. Neste contexto os compositores fazem uso de um contraponto (música que combina duas ou mais linhas melódicas individuais em simultâneo, gerando um todo harmonioso) com grandes contrastes tímbricos. Bach foi mestre na arte do contraponto; a sua música é representativa do estilo polifónico do período barroco.

A maioria dos seus filhos foram músicos, alguns dos quais conhecidos compositores, como Wilhelm Friedemann Bach, Carl Philip Emmanuel Bach e Johann Christian Bach.

A música sacra de Bach inclui 200 cantatas; as oratórias de Natal e da Páscoa, compostas, respectivamente, em 1734 e 1736; as duas grandes Paixões, segundo São João e segundo São Mateus, apresentadas pela primeira vez em 1723 e 1729; e a missa em Si menor, de 1749. A sua música para teclas inclui um conjunto de 48 Prelúdios e Fugas conhecidos como O Cravo Bem-temperado, de 1742, as Variações Goldberg, de 1742, e o Concerto Italiano, composto em 1735. Da música para órgão destacam-se os prelúdios corais. Duas obras compostas nos últimos anos da sua vida ilustram bem as potencialidades da sua arte polifónica: o Ofertório Musical, de 1747, e A Arte da Fuga, publicada postumamente em 1751.

.

.

Completam-se hoje 211 anos (1794), foi numa SG: Maximilien Robespierre e 19 revolucionários franceses são executados na guilhotina. Em Portugal, perante a incapacidade de D. Maria (26º), seu filho D. João (VI), assumiu os negócios do reino em nome de sua mãe, e dois anos depois assumiria mesmo, oficialmente, a regência. Pontificava Pio VI (250º).
Maximilien François Marie Isidore de Robespierre, político francês e um dos teóricos da Revolução Francesa, nasceu em 1758. Advogado, Robespierre foi eleito para a Assembleia Nacional de 1789-1791. A sua defesa dos princípios democráticos tornou-o popular em Paris, enquanto que o seu desinteresse material valeu-lhe ser apelidado de «o incorruptível». Em Julho de 1793 foi eleito para o Comité de Salvação Pública. Enquanto líder dos jacobinos, na Convenção Nacional,

jacobino: membro de uma associação republicana extremista
fundada em Versalhes em 1789, durante a Revolução Francesa.
Os jacobinos,
através do Comité de Segurança Pública,
deram início ao Reino do Terror,
encabeçado por Robespierre.
Depois da execução deste em 1794,
a associação perdeu a sua influência
e a designação «jacobino» passou a ser utilizada,
na linguagem corrente, como extremista de esquerda.

apoiou a execução de Luís XVI e o derrube dos girondinos, republicanos de direita. O seu zelo pelas reformas sociais e os ataques que realizava aos excessos dos extremistas trouxeram-lhe inimigos, tanto à esquerda como à direita. Formou-se uma conspiração contra ele, e em Julho de 1794 foi afastado e guilhotinado. Muitos acreditam que ele foi um bode expiatório do chamado Reino do Terror.

.

.

Aconteceu há 184 anos (1821), foi num SB: San Martin e os seus exércitos libertam o Peru e proclamam a sua independência de Espanha. Em Portugal reinava D. João VI (27º). Em Roma pontificava Pio VII (251º).
José de San Martín (1778-1850) combateu no exército espanhol durante a guerra peninsular mas, depois de 1812, empenhou-se na luta da América do Sul pela independência, desempenhando um papel importante na libertação da Argentina, do Chile e do Peru do domínio colonial espanhol.

.

.

Foi há 137 anos (1868), era uma TR: a 14a Emenda à Constituição Norte-Americana, que diz respeito aos direitos dos cidadãos de todas as raças, é ratificada. Em Portugal reinava D. Luís (32º). Pio IX (255º) era o Sumo Pontífice.

A Constituição dos EUA é, digamos, a um tempo rígida e flexível.

Rígida porque não admite revisões do seu texto. Flexível, porém, porque admite interpretações, mudanças de sentido e de compreensão do mesmo texto. Isto, através das Emendas que têm vindo a ser produzidas. Só que a emenda obedece a um processo muito mais complexo e formal que o estabelecido para a legislação ordinária.

.

.
Completam-se hoje 118 anos (1887), foi numa QI: nasceu Marcel Duchamp, pintor francês. Em Portugal reinava D. Luís (32º). Pontificava Leão XIII (256º).
Marcel Duchamp, artista plástico de origem francesa mas radicado nos Estados Unidos, cuja nacionalidade adquiriu em 1954, atingiu, numa fase inicial, notoriedade pública com a sua obra, influenciada pelo futurismo e pelo cubismo, Nu Descendo uma Escada N. 2 (1912), hoje no Philadelphia Museum of Art (Filadélfia).

Tornando-se uma das figuras proeminentes do movimento dada,

movimento dada ou dadaísmo é um movimento estético
que influenciou a arte e a literatura, iniciado em 1915, em Zurique (Suíça)
pela associação do poeta romeno Tristan Tzara (1896-1963) a outros artistas,
movidos por um espírito de rebeldia e desapontamento, em plena I Guerra Mundial.
Os dadaístas produziram uma imagética à qual pretendiam
deliberadamente
associar uma anti-estética, usando a fotomontagem e a escrita
(por vezes com conotações políticas).
Faziam também uma interpretação sarcástica da arte estabelecida,
distorcendo o sentido das obras através da junção de alguns elementos absurdos,
como no caso da versão de Duchamp da Mona Lisa (1919),
onde a famosa figura feminina pintada por Leonardo da Vinci
surgia agora com barba e bigode.
Este movimento teve um considerável impacto na arte do início do século,
questionando convenções e valores artísticos estabelecidos.
Na década de 1920, iria conduzir ao surrealismo.
O nome peculiar do movimento dada
adveio de uma escolha aleatória de palavras num dicionário,
feita pelos artistas fundadores,
sendo um termo infantil, que na língua francesa, designa cavalo-de-baloiço.

inventou o conceito ready made, aplicado às situações em que objectos banais do quotidiano (uma roda de bicicleta montada sobre uma bancada de cozinha, por exemplo), retirados do seu contexto usual, ganhavam um estatuto de obra de arte e novos sentidos. Outra das suas obras do período inicial do seu trabalho (envolvendo sempre objectos mecânicos cuja representação era associada, no espírito dadá, a títulos cujo sentido não podia ser imediatamente descodificado) é La Mariée mise à nu par ses célibataires, même, também conhecido como A Noiva (1915-1923), hoje no Philadelphia Museum of Art (Filadélfia).

Através da sua carreira, Duchamp continuou um trabalho de pesquisa e experimentação, quer através da colagem, quer através da assemblage (obra de arte construída com materiais atípicos).

Morreu em 1968 com cerca de 81 anos. (BU)

.

.

Completam-se hoje 103 anos (1902), foi numa SG: nasceu, em Viena, Karl Raimund Popper, filósofo britânico de origem austríaca. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). Prosseguia o pontificado de Leão XIII.
Karl Raimund Popper, com a sua teoria da falsificação diz-nos que embora as generalizações científicas não possam ser verificadas de uma forma conclusiva, elas podem ser concludentemente infirmadas (falsificadas) por um contra-exemplo. Deste modo, a ciência não é um conhecimento certo, mas uma série de «conjecturas e refutações», aproximando-se progressivamente, mas nunca atingindo, uma verdade definitiva. Para Popper, a psicanálise e o marxismo não são falsificáveis e, consequentemente, não são científicos.

Sendo Popper, sem dúvida, um dos mais conhecidos filósofos do século, não é de estranhar que o seu livro, The Open Society and its Enemies (1945) se tenha tornado já um clássico da contemporaneidade. Nele, o filósofo investigou a longa história das tentativas para formular uma teoria do estado. Animado por uma aversão às visões de Freud e Marx, Popper acreditou poder mostrar que as hipóteses avançadas por aqueles pensadores sobre os processos ocultos de natureza psicológica e social eram falsificáveis.

A sua obra mais importante no domínio da filosofia da ciência é The Logic of Scientific Discovery / A Lógica da Descoberta Científica (1935). De entre as suas restantes obras, destacam-se The Poverty of Historicism (1957), que versa a filosofia da ciência social, Conjectures and Refutations (1963) e Objective Knowledge (1972).

Popper trabalhou durante algum tempo como assistente do psicólogo Alfred Adler, antes de emigrar para a Nova Zelândia em 1937.

Morreu em 1994 com 92 anos (Transcrito da cit BU da Texto Editores)

.

.

Foi há 91 anos (1914), era uma TR: a Áustria-Hungria declara guerra à Sérvia, iniciando a I Guerra Mundial. Em Portugal era PR o Dr Manuel de Arriaga. Pontificava Pio X (257º).
Os desígnios da Sérvia na Bósnia-Herzegovina, apoiados pela Rússia, levaram a fricções com a Áustria, culminando no despoletar da guerra em 1914. A Sérvia foi derrotada entre 1915 e 1916 e foi ocupada até 1918, quando se tornou no núcleo do novo reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, e posteriormente, da Jugoslávia.

.

.

Completam-se hoje 76 anos (1929), foi num DM: nasceu Jacqueline Bouvier Kennedy Onassis, primeira-dama dos EUA entre 1960 e 1963. Em Portugal já cumpria o seu mandato vitalício de PR o general Carmona, importante estratega e esteio da ditadura. Pontificava Pio XI (259º).

Em 1968, casou com o armador bilionário grego, Aristóteles Onassis. Com a morte do segundo marido, em 1979, Jackie trabalhou como chefe-de-redacção para as editoras nova-iorquinas Viking e Doubleday.

Morreu em 1994, aos 65 anos.

.

free web counters
New Jersey Dialup