quinta-feira, agosto 18, 2005

NEM OITO, NEM "OITENTA"

Alguém escreveu recentemente: "(...) No caso de Mário Soares, o PS foi longe de mais na intenção de aumentar a idade de reforma...(...)".

Boa piada.

VARA


O cúmulo do argumento esfarrapado: “Vara tinha 20 anos de CGD” (Teixeira dos Santos). De facto, o sr ministro a dormir num sofá em casa do filho, não deve descansar bem, para poder argumentar em termos convincentes.

Não deixaria de estar de acordo se um sr Silva com 35 anos de PT, se um sr Gomes com 40 anos de TAP e se um sr Santos com 37 anos de EDP fossem designados administradores das respectivas empresas…

Ou seja, o argumento não é os anos de casa que tem o sr Vara, mas outro.

O sr Silva, o sr Gomes e o sr Santos além da antiguidade podem, até, ser profissionais competentíssimos, dedicados e assíduos.

Mas, para tal objectivo, não chega.

E então a diferença é que o sr Silva, o sr Gomes e o sr Santos não são militantes, pelo menos de proa, de nenhum partido. Nem são amigos de pessoas influentes como um primeiro-ministro, por exemplo.

Ao passo que um sr Vara é dedicado profissional da política e tem a sorte de ser um grande amigo de Sócrates.

Aí – de novo, e como antes – a grande diferença.

Ou seja, mais uma vez estamos perante o “princípio de Peter”, proposto por Laurence Johnston Peter, segundo o qual, como se sabe, os funcionários tendem a ser promovidos acima do seu "nível de incompetência". Isto é: "In a hierarchy, every employee tends to rise to his level of incompetence”.

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Alguns de nós tivemos a veleidade de acreditar que Sócrates seria capaz de vencer e ultrapassar a partidocracia…

Mas é evidente que não. Se acaso alguma vez chegou a sonhar com isso logo foi vorazmente devorado pelo aparelho.

O que nos leva a pensar que ele nem sequer alguma vez tenha sonhado com isso (ao contrário do que muitos de nós ingenuamente chegámos a admitir) está em que terá sido por imposição ou influência determinante sua que um dos seus maiores amigos – Vara – foi imposto à administração da CGD.

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Infelizmente parece terem razão os que afirmam que, afinal e bem vistas as coisas, só mudaram as moscas… Porque o poio é o mesmo.


MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


2005/2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO).

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Foi há 778 anos (1227), numa QA: morreu Genghis Khan, mongol, fundador do império Mongol. Em Portugal reinava D. Sancho II (4º). No Vaticano pontificava Gregório IX (178º).
Genghis Khan terá nascido por volta de 1167. Conquistador e governante mongol desde 1206. Temujin, como era normalmente conhecido, era filho de um chefe de clã. Em 1213 iniciou a conquista do norte da China, entre 1219 e 1225 derrubou o império do xá Khiva e invadiu o norte da Índia, enquanto os seus tenentes avançaram até à Crimeia. À data da sua morte, o seu império compreendia toda a área circunscrita do mar Amarelo ao mar Negro. Expansão que os seus seguidores prosseguiram, com o alargamento do império da Hungria à Coreia. Dotado de parcas qualidades militares, Genghis Kan foi, no entanto, um distinto líder, criador de um sistema político estável, que soube aplicar a uma vasta área jamais controlada por homem algum.

Após prolongada luta pelo estabelecimento da sua supremacia sobre todo o povo de mongol, Genghis Kan auto-intitulou-se chingis ou «guerreiro perfeito».

A sudoeste de Ulaanbaatar, na Mongólia, encontrava-se Caracórum, a capital do seu reino. Os seus restos mortais foram depositados em Ejin Horo, na Mongólia. (Fonte: BU)

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Faz hoje 435 anos (1570), numa SX: bula Ad Regiae Majestatis, acerca das ordens. Reinava D. Sebastião (16º). Pontificava Pio V (225º).

Bula Ad Regiae Majestatis através da qual o Papa Pio V, regulando certos assuntos relacionados com a Ordem de Cristo, assim como com as ordens de Santiago e de Avis, aboliu e revogou todos e quaisquer privilégios, dispensas e isenções concedidos àquelas ordens, dando ao rei, como seu mestre, e a todos os seus sucessores, faculdade para relaxar, moderar e acrescentar tudo o que fosse a bem delas - respiguei da GEPB, 19, 571, cujo

texto continua: "Os privilégios das ordens começaram a ser notavelmente cerceados durante o séc. XVIII, obra que foi prosseguida pelos revolucionários de 1820 e contra a qual reagiu em vão a contra-revolução da vilafrancada (1823). Restabelecido o constitucionalismo, um diploma de 30.06.1834 declarou que o dec. de 30.05.1834, pelo qual se extinguiram os conventos religiosos, compreendia também as ordens militares e lhes era aplicável em todas as suas disposições."

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Completam-se hoje 255 (1750), foi numa TR: nasceu Antonio Salieri, compositor italiano. Reinava em Portugal D. José (25º). Pontificava Bento XIV (247º).

Salieri (1750-1825) foi professor de Beethoven, Schubert e Liszt, e foi o rival musical de Mozart. Diz-se, sem provas, que destruiu a imagem e posição de Mozart junto da corte do imperador de Viena, onde exercia a função de compositor da corte. Escreveu mais de 40 óperas e muita música sacra. (Fonte BU)

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Foi há 216 anos (1789), TR: pelo breve Quamquam majoribus Pio VI (250º) autorizou D. Maria I (26ª) a reformar a Ordem de Cristo.

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Aconteceu há 193 anos (1812), era TR: as forças de Napoleão vencem os russos na batalha de Smolensk. Em Portugal, perante a incapacidade de D. Maria I (26º), decorria a regência de D. João (VI). Pontificava Pio VII (251º).

Smolensk é uma cidade que se situa nas margens do rio Dniepre, oeste da Rússia. Foi fundada em 882 como principal cidade de uma tribo eslava e foi capturada por Napoleão em 1812. Tropas alemãs tomaram a cidade em 1941 e esta foi libertada por forças soviéticas em 1943. Nas proximidades encontra-se a floresta de Katyn (situada perto da localidade de Smolensk, a sudoeste de Moscovo, na Rússia, onde foram abatidos 4500 oficiais polacos prisioneiros de guerra - capturados no decurso da partilha germano-soviética da Polónia em 1940 - massacre de que a URSS aceitou a responsabilidade em 1989).

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Completam-se hoje 175 anos (1830), foi numa QA: nasceu Francisco José I, imperador austro-húngaro. Em Portugal reinava D. Miguel (29º). Pontificava Pio VIII (253º).
Francisco José, Imperador da Áustria-Hungria desde 1848, sucedeu a Francisco I, seu tio, na sequência da abdicação deste. Suprimida a revolução de 1848, procurou estabelecer uma monarquia absoluta, não sem antes garantir à Áustria a constituição parlamentar (1861) e à Hungria a igualdade com a Áustria (1867). Foi derrotado em 1859, na guerra com a Itália, e em 1866 com a Prússia. O assassinato do arquiduque Francisco Fernando, em 1914, serviu-lhe de desculpa para atacar a Sérvia e precipitar a I Grande Guerra.

Morreu em 1916, aos 86 anos.

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Aconteceu há 172 anos (1833), era DM: o marechal duque de Saldanha bate a divisão miguelista no Porto. Ainda reinava, por pouco, D. Miguel (29º). O soberano pontífice era Gregório XVI (254º)

Trata-se de um dos muitos episódios da Guerra Civil de 1832-34.

Curiosamente, no começo da guerra civil o duque de Saldanha começara por estar ao lado dos miguelistas, mas acabou por se passar para o lado dos liberais.

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Foi há 163 anos (1842), era QI: o que fora o convento da Boa-Hora, ali ao Chiado, em Lisboa, é posto à disposição do Ministério da Justiça para instalação de tribunais. Reinava D. Maria II (30º). Pontificava Gregório XVI (254º).

Antes, o convento da Boa-Hora tinha sido a guarida da Congregação de S. Filipe de Nery.

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No mesmo dia morreu o pianista e compositor João Domingos Bomtempo.

Bomtempo nasceu em Lisboa, aos 28.12.1775, filho do músico italiano Francesco Saverio Buontempo, oboísta na Corte de Lisboa, e que vem a ser o seu primeiro professor de Música.. Após os estudos feitos no seminário patriarcal de Lisboa, fixou-se em Paris (1801), onde as suas obras foram aclamadas. A partir de 1810, dividiu o seu tempo entre Portugal, Paris e Londres, instalando-se definitivamente em Lisboa em 1820, para criar a primeira sociedade filarmónica portuguesa — Filarmónica de Lisboa (1822).

Dadas as suas ideias liberais, foi impiedosamente perseguido pelos absolutistas, chegou a passar alguns anos refugiado na embaixada da Rússia.

Restabelecido o poder dos liberais, foi professor de música da rainha D. Maria II e o fundador e primeiro director do Conservatório Nacional de Lisboa (1835). Deixou uma vasta obra que se sobrepôs ao seu virtuosismo como intérprete. Significativo do seu trabalho é o op. 23, Missa de Requiem (à Memória de Camões), que segue o texto litúrgico da Missa pro defunctis, missa a quatro vozes para coro e grande orquestra.

Em Maio de 1809, o jornal Le publiciste publicou a seguinte crítica sobre um dos seus concertos:

A sua maneira de tocar piano conquistou todos pela sua agilidade e energia de execução, pela nobreza e grandeza de estilo que tão raramente se vêm unidos no mesmo grau.

Em 1810, ano em que a sua 1ª Sinfonia é alvo dos maiores elogios por parte da crítica parisiense.

A sua obra como compositor é extensa, abrangendo trabalhos das mais variadas formas musicais. Os concertos, sonatas, fantasias e variações que compôs para o seu instrumento de eleição (algumas com acompanhamento de violino), combinam uma escrita brilhante muito ao estilo de Clementi (o compositor italiano que mais o influenciou e a quem o ligavam laços de amizade desde Paris) com uma completa exploração dos recursos sonoros e expressivos do piano-forte. As suas duas sinfonias (admitindo-se a existência de mais cinco) revelam talvez de uma forma mais evidente a sua personalidade, mostrando uma assimilação, muito rara em músicos ibéricos daquele tempo, da música germânica do período clássico de Haydn e Mozart.

A Secretaria de Estado da Cultura, na sua Biblioteca Básica Nacional, tem editado as suas obras.

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Completam-se hoje 155 anos (1850), era um DM: morreu, em Paris, Honoré de Balzac, escritor francês. Reinava ainda, em Portugal, D. Maria. Pontificava, em Roma, Pio IX (255º).
Balzac nasceu em Tours em 1799. Foi um dos maiores romancistas do século XIX, sendo considerado o criador do realismo na literatura moderna. Foi um autêntico operário da escrita.

O seu primeiro sucesso foi Les Chouans (1829), inspirado por Walter Scott. Este foi o primeiro de uma longa série de romances de La Comédie Humaine/A Comédia Humana, que inclui Eugénie Grandet (1833) – um dos seus maiores êxitos -, Le Pére Goriot (1834) e Cousine Bette (1846). Escreveu ainda os rabelaisianos Contes Drolatiques (1833).

Balzac estudou direito e trabalhou como funcionário num notário em Paris antes de se dedicar à literatura. Entre as suas primeiras tentativas literárias incluíam-se tragédias como Cromwell (1819) e romances publicados sob pseudónimo, que não obtiveram grande sucesso. Um empreendimento na área da tipografia e da edição, entre 1825 e 1828, envolveu-o numa teia de dívidas que se prolongou por toda a vida. A obra de Balzac é influenciada pelo contexto histórico em que ele viveu: a queda do Antigo Regime e a Revolução Francesa (1789). A publicação do romance Scènes de la Vie Privée aumenta a sua reputação de escritor. Madame de Berny, a sua benfeitora, torna-se uma das personagens de Le Lys dans la Vallée/O Lírio no Vale (1836). Balzac pretendia que a sua mais importante obra La Comédie Humaine/A Comédia Humana fosse composta por 143 volumes (dos quais completou 80), descrevendo cada aspecto da vida da sociedade francesa no século XIX. Deixou inacabada a sua catedral de papel, como alguém escreveu.

O escritor era um excelente observador das características das várias camadas sociais e ansiava tornar-se numa figura de destaque da «cidade das luzes». Teve uma vida amorosa bastante conturbada que era, simultaneamente, uma forma de descontracção pelas muitas horas que dedicava diariamente ao trabalho. Vestido com uma larga toga branca e sempre acompanhado pelo café, um vício irresistível, passava entre 14 a 16 horas do seu dia a escrever com uma pena de ganso – daí que alguém se lhe referisse como “o escritor-fábrica”. Criou, assim, a sua «imagem de marca». Balzac manteve correspondência permanente com a condessa polaca Evelina Hanska depois de a conhecer em 1833, tendo-se ambos casado quatro meses antes de Balzac morrer em Paris, onde está sepultado no cemitério Pére Lachaise.

"Sujar papel: é o único meio de que disponho
- conquanto ignominioso –
para me tornar independente."

H. Balzac à sua irmã Laure, 1821

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Aconteceu há 139 anos (1866), era um SB: assinatura do tratado da Aliança, que funda a Confederação da Alemanha do Norte, sob a liderança da Prússia. Em Portugal reinava D. Luís (32º). Pontificava Pio IX (255º).

Após a derrota da Áustria, em 1866, a Prússia adquire o Holstein e sob o governo de Otto von Bismarck, o “chanceler de ferro”, forma aquela confederação com os ducados de Hanover (na Baixa Saxónia), Nassau, Frankfurt-am-Main, e Hesse-Cassel.

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Faz hoje 113 anos (1892), foi numa QI: é inaugurada a Praça de Touros do Campo Pequeno. Reinava D. Carlos (33º). Pontificava Leão XIII (256º).

«Todos reconheciam que Portugal passara a dispor de uma das mais belas praças do mundo. O mérito cabe ao arquitecto Dias da Silva, que, todavia, mal aconselhado do ponto de vista tauromáquico, não evitou algumas deficiências, como a que resulta das reduzidas dimensões da arena (apenas

35,5 m de diâmetro). A corrida inaugural teve foros de acontecimento mundano nacional. Nessa tarde de 18.8.1892, rompeu praça um touro pertencente (como os restantes) à ganadaria de Emílio Infante da Câmara. Cavaleiros em praça eram Alfredo Tinoco, Manuel Casimiro de Almeida e Fernando de Oliveira. Recorde-se que este último viria a ser mortalmente colhido, nessa mesma arena, oito anos mais tarde. Os destinos do tauródromo «alfacinha» foram confiados, por um período de noventa anos, à Empresa Tauromáquica Lisbonense (responsável pela construção), constituída por um grupo de aficionados endinheirados», como, entre outros, Albino José Baptista, Alfredo Machado, António Anastácio Gomes, Domingos Esteves de Oliveira, Eduardo Perry Vidal, Frederico Ressano Garcia, João Cipriano Batalha, José do Espírito Santo Silva, Luís Reynaud, Manuel Gouveia e Tomás Garcia Puga. «Ao longo de, aproximadamente, cento e dois anos, pisaram a arena de Lisboa todas as figuras importantes da tauromaquia nacional e internacional. Foi no Campo Pequeno que se encontraram, pela primeira vez, os matadores Manuel Rodriguez «Manolete» e Carlos Arruza, os quais, posteriormente, iriam dar corpo à mais importante competição do último meio século. Foi também neste redondel que se imortalizou a arte ímpar de João Branco Núncio no toureio equestre. E ali deu o saudoso Manuel dos Santos morte a um touro na célebre noite que o levou à prisão do Governo Civil, Contudo, após um século de actividade, há que reconhecer a incapacidade de sucessivas empresas no sentido de valorizar o papel do histórico recinto no âmbito do quotidiano de Lisboa. Dois nomes avultam, como os que mais prestígio alcançaram e maiores alegrias proporcionaram ao público: D. Bernardo da Costa (Mesquitela) e Manuel dos Santos. (Manuel Andrade Guerra, in cit. Dicionário da História de Lisboa, 1994)

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Completam-se hoje 104 anos (1901), foi num DM: nasceu, no Porto, o pintor Henrique Medina. Ainda reinava D. Carlos (33º). Pontificava Leão XIII (256º).
Henrique Medina iniciou estudos na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, tendo interrompido o curso para partir para Paris, onde prosseguiu estudos.

Em 1922, deu início às primeiras exposições, mostrando a sua obra no Salon des Artistes Français. Em 1929, o seu quadro Irmão do Artista, foi adquirido pelo Museu do Luxemburgo.

Distinguiu-se como retratista com projecção internacional em países como Grã-Bretanha, Itália, Suécia, Dinamarca, Espanha, EUA, tendo pintado, ao longo da sua carreira, retratos de algumas das figuras mais sonantes a nível mundial, desde chefes de estado a vedetas do cinema e do espectáculo como Charlie Chaplin ou Galli Curci (cujo retrato se encontra exposto no Metropolitan Museum, em Nova Iorque). Regressou a Portugal na década de 60, fixando atelier em Goios (Esposende).

Morreu em 1988, aos 87 anos.

O seu trabalho encontra-se no Museu Nacional de Arte Contemporânea — Museu do Chiado (Lisboa) e no Museu — Colecção Metro-Goldwyn Mayer (Hollywood, EUA), entre outros.

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Completam-se hoje 97 anos (1908), era uma TR: morreu Trindade Coelho, jurista e escritor. Já reinava o nosso último (34º) monarca e já se adivinhava a próxima queda da monarquia. Em Roma pontificava Pio X (257º).
José Francisco de Trindade Coelho, que nasceu em 18.06.1861, dedicou-se inicialmente à advocacia, seguindo depois carreira como magistrado (no Sabugal, em Portalegre, Ovar, e, a partir de 1889, em Lisboa). Teve papel activo em campanhas de combate ao analfabetismo, redigindo diversos folhetos, e, em 1906, um Manual Político do Cidadão Português, que se pretendia de esclarecimento político. Foi fundador de jornais e revistas, entre os quais Porta Férrea, Panorama Contemporâneo e Revista de Direito e Jurisprudência.

Retirado da vida política e caído no esquecimento, sofrendo de depressão nervosa, suicidou-se, em 1908, com 47 anos.

De entre a sua obra, destaca-se Os Meus Amores (1891), série de contos rústicos, exemplares dentro deste género, que recuperam muitas das suas memórias de infância, em Trás-os-Montes, e onde surgem tipos e quadros da vida rural, numa atmosfera de ternura, saudosismo e ingenuidade, com linguagem simples e realista, marcada pelo falar das gentes retratadas.

Escreveu, ainda, um volume de memórias coimbrãs, intitulado In Illo Tempore (1902). Postumamente foram, ainda, publicadas Autobiografia e Cartas (1910) e O Senhor Sete (1961).

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Faz hoje 96 anos (1909), foi numa QA: nasceu, em Lisboa, o escritor Adolfo Simões Müller. Ainda reinava D. Manuel. Prosseguia o pontificado de Pio X.
Adolfo Simões Müller foi secretário de redacção do jornal Novidades, fundador e director (até 1941) do jornal infantil O Papagaio e director do Diabrete. Foi ainda director do gabinete de estudos de programas da Emissora Nacional (hoje RDP) e produtor de programas para rádio.

Estreou-se na literatura com o volume de poemas Asas de Ícaro (1926). No entanto, foi a literatura infantil que o celebrizou, tendo escrito obras como Caixinha de Brinquedos (1937, Prémio Nacional de Literatura Infantil), O Feiticeiro da Cabana Azul (1942, galardoado com o mesmo prémio) e A Primeira Volta ao Mundo (1971, Prémio Nacional de Literatura).

Recebeu, em 1982, o Grande Prémio de Literatura Infantil da Fundação Calouste Gulbenkian pelo conjunto da sua obra.

Morreu em 1989, aos 80 anos.

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Foi há 77 anos (1928), : em Lisboa, é inaugurada a Estação de Comboios do Cais do Sodré. Já era PR o general Carmona. Pontificava Pio XI (259º).

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Foi há 72 anos (1933), numa SX: nasceu, em Paris, Roman Polanski, cineasta polaco. Em Portugal prosseguia o vitalício consulado de Carmona como PR. Ainda pontificava
Pio XI.
Filho de imigrantes polacos, regressou a Cracóvia (Polónia), com 3 anos. A sua infância determinou a sua carreira profissional. Em plena II Guerra Mundial, suportou a experiência traumática do envio dos seus pais para um campo de concentração, onde a sua mãe veio a falecer. A sua vida pessoal trágica seria uma constante fonte de inspiração no seu trabalho, sobretudo pelo fascínio da violência psicológica e do horror. Iniciou-se muito jovem no teatro de Cracóvia, vindo a participar, mais tarde, em vários filmes de Andrzej Wajda. Nos anos 50, formou-se na famosa escola de cinema de Lodz. Entre 1958 e 1963, dedicou-se à realização de curtas-metragens influenciadas pelo teatro do absurdo e pelo surrealismo, que de alguma forma permaneceram uma constante no seu trabalho posterior. Destaca-se Dois Homens e Um Armário (1963).

Em 1962, realizou a sua primeira longa-metragem — Knife in the Water/A Faca na Água, que lhe valeu o prémio da crítica no Festival de Veneza e a nomeação para o Óscar de melhor filme estrangeiro. Após este filme, deixou a Polónia, fixando-se no Ocidente, assinando uma obra marcada pelo fantástico e pelo horror.

Em 1969, nos EUA, a sua mulher, a actriz Sharon Tate, foi brutalmente assassinada pelo célebre grupo de psicopatas, designados por «família-Manson». Após um período de inactividade, devido ao choque causado pela morte da sua mulher, Polanski partiu para a Europa, onde realizou Macbeth (1971), num tom particularmente soturno e violento. De regresso aos EUA, filmou Chinatown (1974).

A sua filmografia inclui ainda Repulsion (1965), vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim, The Fearless Vampire Killers/Por Favor Não Me Mordam o Pescoço(1967), Rosemary's Baby (1968), e The Ninth Gate/A Nona Porta (1999). Em 1984, publicou uma autobiografia intitulada Roman.

Em 1999, Roman Polanski foi admitido na French Institute Academy of Fine Arts, como forma de reconhecimento pela sua carreira e contributos dados ao cinema.

Em 2001, realizou The Pianist/O Pianista, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2002, premiado pela National Society of Film Critics dos EUA como "Melhor Filme" de 2002, vencedor do Óscar de Melhor Realização e nomeado para o Óscar de Melhor Filme, prémio que não pôde receber pessoalmente por estar impedido de entrar nos Estados Unidos da América, desde 1977, acusado de pedofilia. (fonte: BU)

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Completam-se hoje 68 anos (1937), era um: nasceu Robert Redford, actor e cineasta norte-americano. Em Portugal prosseguia o mandato presidencial de Carmona. Pontificava, ainda, Pio XI.
Charles Robert Redford frequentou a Universidade de Colorado, na área do desporto, mas em 1957 desistiu e foi estudar pintura para a Europa. De regresso aos EUA, ingressou na American Academy of Dramatic Arts, estreando-se na Broadway em 1959. Em 1963, protagonizou a comédia romântica Barefoot in the Park, adaptada para cinema em 1967. Durante os anos 60, participou nas séries televisivas Playhouse 90, Twilight Zone e Alfred Hitchcock Presents. Em 1962, iniciou a sua carreira cinematográfica com War Hunt, mas só a partir de 1965 é que começou a aparecer regularmente, tornando-se o actor mais bem pago de Hollywood nos 70.

A consagração de Robert Redford deu-se com Butch Cassidy and the Sundance Kid (1969) e The Sting (1973, nomeado para Melhor Actor), onde contracenou com Paul Newman.

Recebeu a aclamação internacional, pelo seu trabalho como director, actor e produtor, assim como defensor do cinema independente e ambientalista.

A sua filmografia inclui ainda, Situation Hopeless - But Not Serious (1965), This Property Is Condemned (1966), Barefoot in the Park (1967), The Candidate (1972), The Hot Rock (1972), The Great Gatsby (1974), All the President's Men (1976), Out of Africa (1985), Havana (1990), Indecent Proposal/Proposta Indecente (1993), Independent's Day (televisão, 1998), The Horse Whisperer/O Encantador de Cavalos (1998, galardoado com um Globo de Ouro para Melhor Director), The Legend of Bagger Vance (2000), Spy Game (2001), The Last Castle/O Último Castelo (2001).

Como realizador, dirigiu Ordinary People (1980, galardoado com o Óscar para Melhor Director e Melhor Filme), The Milagro Beanfield War (1988), Promised Land (1998), Some Girls (1989), A River Runs Through It (1992), Quiz Show (1994, nomeado para Melhor Filme e Melhor Director pela Academia de Hollywood), A Civil Action (1998).

Em 1980, criou o Sundance Institute, um organismo com o objectivo de apoiar o cinema independente. (Fonte BU)

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Aconteceu há 41 anos (1964), era TR: é impedida a participação da África do Sul nos Jogos Olímpicos como forma de protesto contra a política racial deste país. Em Portugal Já era PR o cinzento e soturno (mas fiel salazarista) Américo Tomás. Pontificava Paulo VI (262º).

Os Jogos da XVIII Olimpíada da era moderna realizaram-se em 1964 em Tóquio. Os jogos tiveram início a 10 de Outubro, prolongando-se até 24 do mesmo mês.

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Completam-se hoje 23 anos (1982), foi numa QA: morre, aos 83 anos, Carlos Botelho, o pintor que retratava a cidade de Lisboa através de figuras geométricas. Decorre o mandato presidencial do general Ramalho Eanes. Pontifica João Paulo II (264º).

Carlos Botelho nasceu em Lisboa em 1899 e estudou nesta cidade e em Paris.

Participou, em 1934, na I Exposição da União Nacional e decorou o interior do pavilhão português da Exposição Internacional de 1937, em Paris. Aí teve acesso a uma retrospectiva da obra de Van Gogh, que o terá influenciado profundamente, determinando, numa primeira fase, um período expressionista na sua pintura.

Por volta dos anos 50, confina-se à celebração quase constante da paisagem de Lisboa: o casario amontoado, representado em perspectivas angulosas e com o rio Tejo a destacar-se ao fundo, é envolvido por uma luz marítima; por outro lado, a figura humana é tratada em manchas informais, e muitas vezes encontra-se ausente das composições; estes pormenores concorrem para a transformação da cidade em signo pictórico variável, definindo a imagem plástica da sua obra.

Premiado em Portugal e no estrangeiro, recebeu os prémios Sousa Cardoso (1938), Columbano (1940), Grand Prix da Exposição Internacional de Paris (1937) e da Exposição Internacional de San Francisco (1939).

Encontra-se exposto no Museu de Arte Moderna, em Lisboa, no Museu de Arte Moderna, em São Paulo, e no Museu de San Francisco, nos EUA. (fonte: BU)

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Completam-se hoje 14 anos (1991), foi num DM: morre, em Sesimbra, Lindley Cintra, professor universitário e filólogo, aos 66 anos. Já decorria o 2º mandato presidencial do Dr Mário Soares. Prosseguia o longo pontificado do papa João Paulo II (264º).
Luís Filipe Lindley Cintra nasceu em Lisboa, em 05.03.1925, e foi, desde 1950, assistente, e desde 1962, professor universitário na faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se formou e doutorou.
Como investigador, teve grande destaque na área da literatura medieval, da linguística românica, da dialectologia e da geografia actual da língua portuguesa.
O Prof Lindley Cintra é uma das figuras principais da Linguística portuguesa.
Publicou, entre outras obras, em colaboração com Celso Cunha (o Prof brasileiro Celso Ferreira da Cunha, nascido em Teófilo Otoni, Minas Gerais, aos 10.05.1917, e falecido no Rio de Janeiro, em 14.04.1989), a Nova Gramática do Português Contemporâneo (1984).
A Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa atribui, anualmente, um prémio literário com o seu nome.
Foi pai do actor e encenador Luís Miguel Cintra (1949-).

quarta-feira, agosto 17, 2005

MODELOS DE POLÍTICO OU “POLÍTICOS MODELO”


Não são os únicos, mas são os mais mediáticos e os mais castiços:

A J Jardim, na sua boçalidade (“bimbo, com muito gosto” define-se ele próprio no Inimigo Público) e no seu destempero, é o mais veterano nestas lides.

“O major”, na sua verborreia inócua, popularucha e igualmente bímbica, já há muito atingiu a senioridade no seu percurso simbiótico de bola e política. Depois, além de ultra-demagógico, usa o discurso rasteiro e sujo, como a sua última referência ao presidente do seu partido como “o pequeno ditador” – num duplo golpe baixo.

Isaltino Morais e Ferreira Torres, na sua característica forma de fazer política (bem ao jeito dos destemidos políticos paulistas de há poucos anos, ainda, como Paulo Maluf ou Adhemar de Barros, do qual conta a história que, em enormes outdoors, mandava gravar a letras garrafais, “Roubo, mas faço”), não desarmam na sua acção: obra feita, é a única coisa que exigem certos eleitores (infelizmente muitos, pelos vistos), sem se preocuparem com o preço dessa eficácia. Para uns e outros, o que interessa são os fins, não importa por que meios!
Éticas! (?)

Isaltino – verdade seja dita – é, de todo o modo, o símbolo acabado da solidariedade e da dedicação familiar: que o diga o seu celebrado e sortudo "sobrinho"!

Só que o objectivo de um político não pode ser esse.

Ferreira Torres é o exemplo mais evidente da pesporrência e dos métodos ditatoriais que caracterizam a sua ideologia política e que ainda galvanizam meia dúzia de saudosistas da velha senhora.

Mas, repito, estes são só alguns (maus) exemplos de políticos. Que eles são muitos e não só naqueles quadrantes partidários. Atulham os partidos, transformando-os em máquinas poderosas, avassaladoras, de satisfação apenas de interesses pessoais. Transformando-os em refúgio de flibusteiros e sanguessugas, parasitas e insaciáveis crápulas.

Quem não acreditava, por alturas de Março/Abril, que tínhamos aí um primeiro-ministro disposto e capaz de fazer frente a tais espécimes?

Pois, talvez algum dia tenha sido essa a intenção de Sócrates, mas o peso da máquina subjugou-o por completo. E aí o vimos – reconvertido – a oferecer de bandeja ao amigo Vara um job para que se exige competência e outras virtudes que não se compadecem com o costumado compadrio!

É aviltante o que se passa. O que não pode deixar de proporcionar observações bem contundentes.

Mas também compreendo a raiva e a revolta que essa espécie em vias de extinção, que são os raríssimos políticos sérios, íntegros e impolutos, sentem com a generalização do que se observa…

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


2005/2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.

2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO).

Dia Nacional da Indonésia.

Dia Nacional do Gabão.

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Completam-se hoje 295 anos (1710), foi num DM: morreu o padre Manuel Bernardes. Reinava D. João V (24º). Pontificava Clemente XI (243º).

Manuel Bernardes nasceu em 1644.

Em 1674 entrou para a Congregação do Oratório, no Convento do Espírito Santo, em Lisboa. Aí viveu durante 36 anos, dedicado à oração e à composição das suas obras, através das quais procurava exercer uma acção moralizante, usando a crítica de costumes e o apelo à emoção mais do que o desenvolvimento intelectual da doutrinação. Transparece nos seus escritos um espírito crédulo e pacífico, capaz de transmitir a espiritualidade da vida contemplativa num estilo literário simples e elegante, em plena época do barroco. Entre as suas obras principais contam-se Exercícios Espirituais e Meditações (1686), Luz e Calor (1696), Os Últimos Fins do Homem (1706-1728) e Sermões e Práticas (1711-1733).

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Completam-se hoje 265 anos (1740), foi numa QA: é eleito o papa Bento XIV (247º). Reinava, em Portugal, D. João V (24º)

Em 06FEV1740 morre Clemente XII, que concedeu privilégios à coroa portuguesa e ao patriarcado de Lisboa, “depois das muitas indulgências compradas por D. João V”. Sucede-lhe Bento XIV/Benedito XIV (recordo que, muitas vezes, os papas Bento eram igualmente conhecidos por Beneditto), Próspero Lambertini, que era bolonhês e foi um dos maiores pontífices que governaram a Igreja, o papa característico do século XVIII, afável, tolerante, inimigo das superstições, piedoso, sábio, amante da paz. Foi ele que concedeu a D. João V e seus sucessores o título de fidelíssimo (1748). O seu pontificado prolongou-se por quase 18 anos).

Antes houvera outro Bento XIV: após a eleição do antipapa Clemente VIII (GIL/Egidius/Egídio Muñoz) que "sucedeu" a Bento XIII (Pedro de Luna), "... restava ainda outro pretendente. Quando Muñoz foi eleito, um dos pseudo-cardeais, o francês Jean Carrière, com despeito de não ter sido ele o escolhido, elegeu com os seus aderentes outro papa, que se chamou Bento XIV e porfiou nos seus supostos direitos por mais alguns anos do que o protegido do rei de Aragão. Afinal desapareceu de todo sem deixar vestígios na história" (Gama Barros, Hist., t II, p 141).

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Foi há 219 anos (1786), era uma QI: morreu Frederico II, rei da Prússia. Em Portugal reinava D. Maria I (26º). Pontioficava Pio VI (250º).
Frederico II (o Grande) nasceu em 1711.

Rei da Prússia a partir de 1740, altura em que sucedeu a seu pai Frederico Guilherme I. Assim que subiu ao trono atacou a Áustria (Guerra da Sucessão austríaca). Durante o período de paz, em 1745, conquistou a Silésia. A luta voltou a reacender-se com a Guerra dos Sete anos (1756-1763). Apesar de ter recebido auxílio por parte da Grã-Bretanha, Frederico enfrentou bastantes dificuldades para conseguir conter os austríacos e os seus aliados russos. A forma astuciosa como o fez demonstra ter sido um dos melhores soldados de toda a história. Aquando da primeira divisão da Polónia (1772), conseguiu assenhorar-se do leste da Prússia, mantendo-o como o principal estado da Alemanha. Ao nível da política interna, foi um governante eficiente e justo, bem ao espírito do iluminismo, estimulou a indústria e a agricultura, reformou o sistema judicial, impulsionou a educação e estabeleceu a tolerância religiosa. Correspondia-se com o escritor francês Voltaire, sendo um músico talentoso e um patrono das artes. Em Agosto de 1991, e de acordo com o desejo que havia expresso em vida, os seus restos mortais foram enterrados numa simples campa rasa no seu local favorito, o palácio Sans Souci, em Potsdam.

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Aconteceu há 197 anos (1808), era uma QA: batalha de Roliça. Presidia à regência do reimo D. João (VI). Pontificava Pio VII (251º).

Batalha ocorrida durante Guerra Peninsular e em que as forças portuguesas e inglesas, sob o

comando de Wellesley, bateram as francesas, sob o comando do marechal Delaborde. Roliça é uma localidade do concelho de Bombarral.

Quatro dias depois dar-se-ia a batalha do Vimeiro.

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Completam-se hoje 155 anos (1850), era um SB: morreu, em Paris, Honoré de Balzac, escritor francês. Reinava, em Portugal, D. Maria II (30º). Pontificava, em Roma, Pio IX (255º).
Balzac nasceu em Tours em 1799. Foi um dos maiores romancistas do século XIX. O seu primeiro sucesso foi Les Chouans (1829), inspirado por Walter Scott. Este foi o primeiro de uma longa série de romances de La Comédie Humaine/A Comédia Humana, que inclui Eugénie Grandet (1833), Le Pére Goriot (1834) e Cousine Bette (1846). Escreveu ainda os rabelaisianos Contes Drolatiques (1833).

Balzac estudou direito e trabalhou como funcionário num notário em Paris antes de se dedicar à literatura. Entre as suas primeiras tentativas literárias incluíam-se tragédias como Cromwell(1819) e romances publicados sob pseudónimo, que não obtiveram grande sucesso. Um empreendimento na área da tipografia e da edição, entre 1825 e 1828, envolveu-o numa teia de dívidas que se prolongou por toda a vida. A obra de Balzac é influenciada pelo contexto histórico em que ele viveu: a queda do Antigo Regime e a Revolução Francesa (1789). A publicação do romance Scènes de la Vie Privée aumenta a sua reputação de escritor. Madame de Berny, a sua benfeitora, torna-se uma das personagens de Le Lys dans la Vallée/O Lírio no Vale (1836). Balzac pretendia que a sua mais importante obra La Comédie Humaine/A Comédia Humana fosse composta por 143 volumes (dos quais completou 80), descrevendo cada aspecto da vida da sociedade francesa no século XIX.

Os títulos e as personagens incluem Cousin Pons (1847); o médico de Le Médicin de la Campagne (1833); o grande homem de negócios de La Maison de Nucingen (1838), e o clérigo de Le Curé de Village (1839). O escritor era um excelente observador das características das várias camadas sociais e ansiava tornar-se numa figura de destaque da «cidade das luzes». Teve uma vida amorosa bastante conturbada que era, simultaneamente, uma forma de descontracção pelas muitas horas que dedicava diariamente ao trabalho. Vestido com uma larga toga branca e sempre acompanhado pelo café, um vício irresistível, passava entre 14 a 16 horas do seu dia a escrever com uma pena de ganso. Criou, assim, a sua «imagem de marca». Balzac manteve correspondência permanente com a condessa polaca Evelina Hanska depois de a conhecer em 1833, tendo-se ambos casado quatro meses antes de Balzac morrer em Paris, onde está sepultado no cemitério Pére Lachaise. (BU)

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Aconteceu há 129 anos (1876), foi numa QI: em Bayreuth, na Alemanha, primeira representação da ópera de Wagner O Crepúsculo dos Deuses. Em Portugal reinava D. Luís (32º). No Vaticano ainda pontificava Pio IX.
Richard Wagner nasceu em 22 de Maio de 1813 em Leipzig, na Saxônia, leste da Alemanha.

Desde pequeno interessou-se por teatro, música e literatura. Decidiu-se pelo estudo da música, mas o teatro e a literatura acompanharam-no em toda a sua obra.

Começou a estudar música aos 11 anos. Não chegou a ser um virtuose, mas tornou-se um grande compositor e maestro, escrevendo inclusive os libretos de suas óperas.

Era autodidata. Aos treze anos, em suas horas de ócio, traduziu os doze primeiros volumes da Odisséia. Lia Shakespeare em traduções alemãs e conhecia, de cor, a ópera de Weber, Der Freischütz. Estudou também a obra de Beethoven.

Interessou-se pela filosofia romântica. Era leitor assíduo de Schopenhauer.

A sua primeira ópera, As Fadas, só foi apresentada ao público após a sua morte.

Revolucionou a concepção de ópera no século XIX, tornando-a numa forma de arte completamente nova em que os elementos musicais, poéticos e cénicos se unificam pelo uso do leitmotif (em música, é um tema ou motivo recorrente usado para ilustrar uma personagem ou uma ideia). O leitmotiv, que ele tanto utilizou, foi usado pela primeira vez na ópera Lohengrin em 1848, seu primeiro drama musical.

Em 1848 começou a compor o ciclo O Anel dos Nibelungos e só concluiu em 1874, um projeto grandioso com 18 horas de música e composto por quatro óperas interligadas: O Ouro do Reno, As Valquírias, a obra mais forte de Wagner do ponto de vista dramático, Siegfried e Crepúsculo dos Deuses.

O enredo, em síntese, é o seguinte: há vários deuses, gnomos, e o anel cuja posse garante poder sobre todo o mundo. Feito do ouro que foi roubado do Rio Reno pelo anão Alberich, o nibelungo do título, quando as donzelas do Reno, suas guardiãs, se distraíram, este anel percorre o ciclo até a última ópera, O Crepúsculo dos Deuses.

Lá, no alto da "Colina Verde", construiu o TEATRO BAYREUTH exclusivamente para apresentar suas obras. Seguiu o modelo do teatro grego, concebido para unificar gestos, luz, cenário, figurino e música. Em suas montagens, a orquestra permanecia invisível para o público, transformando a cena numa emanação da música e criando um clima mágico com fortes efeitos cênicos.

O "Templo da Arte Erudita" contou com a ajuda financeira de Ludwig II, do Kaiser Guilherme, de inúmeras "sociedades Wagner" e inclusive de D. Pedro II, que o admirava e era um mecenas da arte, um dos mais cultos e eruditos monarcas de seu tempo.

Certa vez Wagner mandou para D.Pedro II uma carta, um livro e algumas obras. Foi então por ele convidado para ir ao Brasil, mas a viagem não se concretizou.

O Teatro Bayreuth vem sendo administrado até hoje pelos descendentes de Wagner.

Morre em Veneza, no auge da fama, em 13 de Fevereiro de 1883. Foi sepultado em sua casa em Bayreuth, num túmulo por ele mesmo preparado.

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Completam-se hoje 110 anos (1895), foi num SB: nasceu António Joaquim Tavares Ferro, político e jornalista português. Reinava D. Carlos (33º). Pontificava Leão XIII (256º).
António Ferro foi editor da revista Orpheu (1915), ligada ao primeiro movimento modernista português, com o qual teve uma certa proximidade enveredando, a partir de 1919, pela carreira jornalística. Trabalhou em vários jornais (O Jornal, O Século, Diário de Notícias), dirigiu a Ilustração Portuguesa e fundou outra revista, Panorama.

A sua figura foi das mais importantes na vida cultural portuguesa da época. Nomeado, em 1933, director do Secretariado da Propaganda Nacional (Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo, a partir de 1944), esteve ligado às áreas do espectáculo, jornalismo, turismo e às actividades culturais em geral. Foi comissário-geral das exposições internacionais de Paris (1935) e de Nova Iorque (1938), fundador do Museu de Arte Popular, do Grupo de Bailado Verde Gaio e presidente da Emissora Nacional (1941). A partir de 1950, foi ministro de Portugal na Suíça e em Itália.

As entrevistas que fez a Salazar, publicadas em 1933, e que o catapultaram para o primeiro plano da vida política nacional, foram a sua obra de maior êxito, logo seguida do volume D. Manuel II, o Desventurado (1954).

Morreu em 1956.

É da sua autoria o

O Decálogo do Estado Novo

Estado Novo foi a designação utilizada pelos partidários do regime político saído do golpe militar de 28 de Maio de 1926, para denominar o próprio regime. Formalmente instituído com a aprovação da Constituição de 1933, este regime iria governar o país durante 48 longos anos, até 25 de Abril de 1974, inaugurando, entre nós e à semelhança de outros regimes autoritários europeus, uma bem organizada máquina de propaganda, essencial à consolidação doutrinária e divulgação das políticas governamentais.

Datado de 1934, este documento, da responsabilidade de António Ferro, sintetiza os princípios basilares do regime. António Ferro, jornalista e político, seria uma das personagens centrais da propaganda do novo regime, nomeadamente durante o período (1933-1950) em que assumiu a chefia do SNI - Secretariado Nacional de Informação.

Grafia, sublinhados e destacados de acordo com o documento original.

1. "O ESTADO NOVO representa o acôrdo e a síntese de tudo o que é permanente e de tudo o que é novo, das tradições vivas da Pátria e dos seus impulsos mais avançados. Representa, numa palavra, a VANGUARDA moral, social política.

2. O ESTADO NOVO é a garantia da independência e unidade da Nação, do equilíbrio de todos os seus valores orgânicos, da fecunda aliança de tôdas as suas energias criadoras.

3. O ESTADO NOVO não se subordina a nenhuma classe. Subordina, porém, tôdas as classes á suprema harmonia do interêsse Nacional.

4. O ESTADO NOVO repudia as velhas fórmulas: Autoridade sem liberdade, Liberdade sem Autoridade e substitui-as por esta: Autoridade e liberdades.

5. No ESTADO NOVO o indivíduo existe, socialmente, como fazendo parte dos grupos naturais (famílias), profissionais (corporações), territoriais (municípios ) e é nessa qualidade que lhe são reconhecidos todos os necessários direitos. Para o ESTADO NOVO, não há direitos abstractos do Homem, há direitos concretos dos homens.

6. "Não há Estado Forte onde o Poder Executivo o não é". O Parlamentarismo subordinava o Govêrno à tirania da assembleia política, através da ditadura irresponsável e tumultuária dos partidos. O ESTADO NOVO garante a existência do Estado Forte, pela segurança, independência e continuidade da chefia do Estado e do Govêrno.

7. Dentro do ESTADO NOVO, a representação nacional não é de ficções ou de grupos efémeros. É dos elementos reais e permanentes da vida nacional: famílias, municípios, associações, corporações, etc.

8.Todos os portugueses, têm direito a uma vida livre e digna - mas deve ser atendida, antes de mais nada, em conjunto, o direito de Portugal à mesma vida livre e digna. O bem geral suplanta - e contém - o bem individual. Salazar disse: Temos obrigação de sacrificar tudo por todos: não devemos sacrificar-nos todos por alguns.

9. O ESTADO NOVO quere reintegrar Portugal na sua grandeza histórica, na plenitude da sua civilização universalista de vasto império. Quere voltar a fazer de Portugal uma das maiores potências espirituais do mundo..

10. Os inimigos do ESTADO NOVO são inimigos da Nação. Ao serviço da Nação - isto é: da ordem, do interêsse comum e da justiça para todos - pode e deve ser usada a fôrça, que realiza, neste caso, a legítima defesa da Pátria.".

Fonte: Extraído de Fac-Símile de cartaz publicado no livro "Portugal século XX - Crónica em imagens - 1930-1940", por Joaquim Vieira, Círculo de Leitores, Lisboa 1999

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Completam-se hoje 108 anos (1897), foi numa TR: nasceu em Concavada, Abrantes, o escritor António Tomás Botto. Prosseguia o reinado de D. Carlos. Continuava o pontificado de Leão XIII.
António Botto viveu em Alfama (Lisboa) e foi amigo de Fernando Pessoa.

Estreou-se com as colectâneas poéticas Trovas (1917), Cantigas de Saudade (1918) e Cantares (1919). Celebrizou-se a partir da publicação de Canções (1921), que Fernando Pessoa viria a traduzir para inglês (1930).

A sua poesia caracteriza-se por algum decadentismo, associado à tendência modernista de vivência do quotidiano, pelo sentido do ritmo e pelo requinte formal. Alguns dos seus melhores momentos poéticos estão nas descrições do quotidiano cinzento do bairro de Alfama ou na celebração da beleza masculina. Botto escreveu, igualmente, contos, género que dominava com bastante à vontade, sendo alguns deles destinados a crianças.

António Botto morreu em 1959. (BU)

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Completam-se hoje 99 anos (1906), o que ocorreu numa SX: nasce o professor universitário e estadista Marcelo Caetano. Ainda reinava D. Carlos. Já pontificava Pio X (257º).

Professor universitário e estadista português, era chefe de governo à data da revolução de 25 de Abril de 1974. Licenciado em Direito (1927) pela Universidade de Lisboa, foi o primeiro a doutorar-se nesta Universidade na especialidade de Ciências Político-económicas. Como jurista, desenvolveu a sua actividade na área do Direito Público, devendo-se-lhe a criação do código administrativo em vigor desde 1936. Impulsionou ainda a renovação dos estudos de ciência política e direito constitucional e da administração ultramarina da época. Professor de Direito Administrativo desde 1933, foi reitor da Universidade de Lisboa (1959-1962) e director do Instituto de Direito Comparado na Universidade de Gama Filho, no Rio de Janeiro (1974-1980).

Desempenhou altos cargos na orgânica do Estado Novo, tendo sido, designadamente, ministro de Salazar, por várias vezes.

Por fim foi chefe do governo (1968-1974). Foi precisamente neste último cargo que as suas acções suscitaram maior polémica. Substituindo Salazar por motivos de saúde deste, a sua política constituiu uma tentativa de abertura pacífica, que foi mal esclarecida, suscitando críticas e resistências em vários sectores. Em plena guerra colonial, Caetano promoveu a reforma constitucional (1971), alargando a autonomia administrativa das colónias. Os sucessivos avanços e recuos no processo de liberalização das instituições políticas reduziram a sua base de apoio político, o que, paralelamente ao impasse da guerra colonial e ao alastrar do descontentamento no seio da instituição militar, veio abrir caminho ao golpe de Estado de 25 de Abril de 1974. Com este golpe, o Movimento das Forças Armadas (MFA) derrubou o regime autoritário, destituindo Marcello Caetano (que se exilou no Brasil), e entregando o poder à Junta de Salvação Nacional, presidida pelo general António de Spínola.

Deixou obras publicadas de história do direito e de temática política, como Manual de Direito Administrativo (1937), História Breve das Constituições Portuguesas (1965), As Minhas Memórias de Salazar (1977) e História do Direito Português, 1140-1495 (1981).

Morreu no Rio de Janeiro em 27.10.1980 (Excertos da cit BU)

Diz-se acima, da transcrição feita da Enciclopédia Universal (BU) da Texto Editora, acerca de Marcelo Caetano, que «a sua política constituiu uma tentativa de abertura pacífica, que foi mal esclarecida».
E é a opinião de vários autores, críticos e comentadores.
Mas não é a de muitos outros, como não é a minha.
Na verdade, não parece que se trate de uma “tentativa mal esclarecida”. Porque nem tentativa terá havido.
Certo que os radicais e ortodoxos do regime, que ainda dominavam o aparelho, se tal tentativa se desenhasse, tratariam logo de a inviabilizar.
Mas a verdade é que Marcelo Caetano também não teria vontade política de desencadear qualquer abertura – o que resulta com grande clareza de várias obras que se debruçaram sobre o assunto, nomeadamente a sua, As Minhas Memórias de Salazar (1977).
A única atitude surpreendente de Marcelo Caetano, e isto em época um pouco mais recuada, foi aquando da crise académica de Fevereiro/Março de 1962, que iniciada em Lisboa, se repercutiu por todo o País e na sequência da qual resultou a prisão de cerca de 1 000 estudantes e a demissão voluntária ou imposta de vários professores. O próprio Reitor, Marcelo Caetano, se demitiu desse cargo.
(Era então ministro da Educação Nacional o Prof Inocêncio Galvão Teles).
De resto, e voltando ao período em apreço, Marcelo nunca teve vontade nem coragem de se opor à rigidez do regime, como se provou, por exemplo, quanto à presidenciais de 1972, em que, perante a firme resistência dos ortodoxos do regime, apoiados em Américo Tomás, aceita a reeleição deste nessas presidenciais.
Os massacres de populações civis cometidos pelas tropas portuguesas em Moçambique, na província de Tete, sobretudo o de Wiriamu em 1972, foram muito divulgados pela imprensa internacional que denunciou os horrores da guerra colonial e aumentou a pressão sobre o regime português. Mas Marcelo não se impressionou, nem modificou coisa nenhuma.
O certo é que o desagrado e os protestos contra a situação se multiplicavam cada vez mais.
Assim, em 31.12.1972, a polícia deteve 91 pessoas que haviam escolhido o altar de uma Igreja de Lisboa
( Capela do Rato) para fazer uma vigília e meditar sobre sentido a guerra de África: assunto que a ditadura proibia que fosse discutido. 24 horas depois deste acontecimento, mais de uma dezena e meia acabam na Prisão de Caxias.
Mais: logo no começo do seu consulado, Marcelo não extingue a PIDE, antes cria, em seu lugar, a DGS (Direcção Geral de Segurança).
Depois, e para terminar, quando o regime ruía a olhos vistos, e dele só a fachada se mantinha, há o ridículo episódio de 14MAR1974: face à contestação da política ultramarina do governo, um grupo de oficiais generais, dos três ramos das Forças Armadas, participou, em S. Bento, numa cerimónia de apoio a Marcelo Caetano (ficou conhecida pela “brigada do reumático”).Costa Gomes e Spínola, respectivamente chefe e vice-chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, foram os grandes ausentes desta cerimónia. E nessa mesma data são demitidos pelo chefe do governo.

Repito: não houve uma tentativa de abertura (“Primavera”) mal esclarecida… Não houve, simplesmente, nenhuma tentativa nesse sentido. Não se trata de algo mal esclarecido. Trata-se de algo inexistente.


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Completam-se hoje 64 anos, (1941), era um DM: morreu o escritor indiano Rabindranath Tagore, Nobel da Literatura em 1913. Em Portugal desde há muito que decorria o mandato presidencial vitalício de Carmona. Em Roma pontificava Pio XII (260º).

Rabindranath Tagore nasceu em Calcutá, em 1861.

Poeta, contista, dramaturgo e crítico de arte hindu, traduziu para inglês a sua própria poesia Gitanjali («oferta de canções») (1912) e a peça em verso Chitra (1896).

Nacionalista ardente e defensor da reforma social, a sua filosofia abriu novos caminhos para a interpretação do misticismo, procurando actualizar as antigas doutrinas religiosas nacionais.

Grande parte de sua obra está escrita em Bengali. Gitanjali (1912).

A tradução e interpretação de uma obra poética em Bengali do original Gitanjali de 1910 valeu-lhe o Prémio Nobel de Literatura em 1913.

Colaborou em revistas americanas, tendo obras publicadas em francês, inglês e espanhol. Realizou conferências em diversos países e recebeu vários títulos e condecorações.

Foi o maior poeta moderno da Índia e o génio mais criativo da renascença indiana.

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Aconteceu há 62 anos (1943), : nasceu, em Nova Iorque, Robert De Niro. Em Portugal prosseguia o mandato do PR vitalício general Carmona. Continuava o pontificado de Pio XII.

Actor norte-americano de forte magnetismo e presença física. Robert De Niro Jr nasceu em 17 de Agosto de 1943 em Nova Iorque, no seio de uma família de artistas (a mãe era pintora e o pai era pintor, escultor e poeta). De Niro começou a representar em peças escolares, passando, posteriormente para companhias de teatro amador. Estudou no Stella Adler Conservatory e no American Workshop.

O seu primeiro papel a sério no cinema foi The Wedding Party (1969), do realizador Brian de Palma. Seguiram-se Greetings e Hi, Mom! (1970) também de De Palma. Contudo, só em 1973 Robert começou e destacar-se em Hollywood. O desempenho do papel de um jogador de basquetebol em Bang the Drum Slowly valeu-lhe um prémio para o melhor actor da New York Film Critcs. No mesmo ano, De Niro apareceu em Mean Streets, de Martin Scorcese.

A Academia de Hollywood reconheceu o seu talento em várias ocasiões. Ganhou o Óscar de Melhor Actor Secundário em The Godfather Part II/O Padrinho II (1974, Francis Ford Coppola) e de Melhor Actor em Raging Bull/O Touro Enraivecido (1980, Martin Scorcese), para o qual engordou deliberamente mais de 20 kg, a fim de que a sua representação do boxeur Jake LaMotta fosse mais autêntica. Apesar de apenas ter recebido dois Óscares, foi nomeado na categoria de Melhor Actor em três outros filmes: Taxi Driver (1976, Martin Scorsese), The Deer Hunter/O Caçador (1978, Michael Cimino) e Cape Fear/O Cabo do Medo (1991, Martin Scorsese).

A sua vasta filmografia inclui títulos como The Godfather, part II/O Padrinho II (1974), New York, New York/Nova Iorque, Nova Iorque (1977), The King of Comedy/O Rei da Comédia (1983), Once Upon a Time in America/Era Uma Vez na América (1984), Falling in Love/Encontro Com o Amor (1984), The Mission/A Missão (1986), The Untouchables/Os Intocáveis (1987), Goodfellas/Tudo Bons Rapazes (1990), This Boy's Life (1993), A Bronx Tale/Um Bairro de Nova Iorque (1993), Frankenstein (1994), Casino (1995), Men of Honor/Homens de Honra (2000), Meet the Parents/Um Sogro do Pior (2000), The Score (2001), Showtime (2002), City by the Sea/Cidade do Passado (2002), Analyze That/Outra Questão de Nervos (2002) e Godsend (2003).

De Niro fundou igualmente a sua própria companhia produtora, que já conta com alguns títulos, como A Bronx Tale/Um Bairro de Nova York (1993), interpretado e realizado por si.

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Na mesma data é assinado, em segredo, o acordo luso-britânico sobre a utilização da base aérea dos Açores.

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Completam-se hoje 61 anos (1944), era uma QI: morreu Eugénio de Castro, professor universitário e poeta português. Prosseguia (até à sua morte) o mandato presidencial do general Carmona. Ainda pontificava Pio XII.
Eugénio de Castro nasceu em Coimbra em 1869.

Formou-se em letras na Universidade de Coimbra. Iniciou a publicação de obras de poesia em 1884. Três anos mais tarde, era colaborador do jornal O Dia e, em 1899, co-fundador da revista internacional Arte, que reuniu textos de escritores portugueses e estrangeiros da época.

Eugénio de Castro ficou conhecido, sobretudo, como introdutor do simbolismo em Portugal. Após uma estada em França, publicou algumas obras (Oaristos, 1890, Horas, 1891) que pretendiam revolucionar, do ponto de vista formal, a poesia portuguesa, introduzindo inovações ao nível das imagens, da rima e do trabalho do verso em geral, explorando a musicalidade da língua, num esteticismo que visava contrapor-se à tradição romântica portuguesa. Estas primeiras obras suscitaram viva polémica, o que ajudou à difusão do simbolismo decadentista em Portugal, corrente de que o jornal Os Insubmissos (1899), fundado pelo escritor, foi órgão. A sua poesia evoluiu depois num sentido neoclassicizante, de que é exemplo máximo Constança (1990).

Escreveu ainda, para além das já citadas, e entre outras, as obras Silva (1894), Saudades do Céu (1899), O Anel de Polícrates (1907) e Últimos Versos (1938). Foi, também, tradutor de obras de Goethe.

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Foi há 39 anos (1966), era uma QA: morreu António Pedro, escritor e artista plástico português. Era ainda PR o almirante Américo Tomás. Pontificava Paulo VI (262º).
António Pedro, artista plástico e escritor português, nasceu em 1909 na cidade da Praia, capital da actual República de Cabo Verde, situada na costa meridional da ilha de Santiago.

Durante a sua formação universitária, frequentou as faculdades de Direito e de Letras da Universidade de Lisboa, tendo ainda ingressado no Instituto de Arte e Arqueologia da Sorbonne, em Paris. Revelando desde cedo a multiplicidade dos seus interesses, que o iriam levar, ao longo da vida, a ligar-se a diversas actividades na esfera cultural, António Pedro dedicou-se à pintura nas décadas de 30 e 40.

Foi um dos introdutores do surrealismo em Portugal, onde militou activamente a partir de 1947, dando origem a obras de feitura colectiva (o cadavre exquis, prática estabelecida pelos pintores surrealistas franceses), como é o caso da obra realizada em 1948 por António Domingues, Fernando de Azevedo, Vespeira, Moniz Pereira e António Pedro, em tela de grandes dimensões.

António Pedro expôs, pela última vez, com o grupo surrealista em 1949, deixando na tela Rapto na Paisagem Povoada (1946) a síntese da força imagética e da poética da sua pintura, que era já uma manifestação declarada do abandono das artes plásticas para se dedicar ao teatro, uma das suas paixões. Nesse mesmo ano de 1949 passou a dirigir o teatro Apolo. No ano seguinte, iria retirar-se para Moledo do Minho, onde viveria até ao final da sua vida.

Começou então o seu envolvimento mais pleno na actividade teatral, como director, figurinista e encenador do Teatro Experimental do Porto (TEP), entre 1953 e 1961. Paralelamente, desenvolveu um trabalho teórico como ensaísta e crítico de arte. Tendo produzido regularmente crónicas para a BBC, em Londres, na década de 40 (actividade que o levaria a contactar com o grupo surrealista inglês), iria ainda fundar a revista Variante e colaborar com outras publicações periódicas, como Unicórnio, Mundo Literário e Aventura.

A sua produção literária repartiu-se por diversos géneros. Como poeta, publicou Ledo Encanto (1927), Distância (1928), Devagar (1929), Máquina de Vidro (1931) e Primeiro Volume (1936). A sua produção literária mais marcada pela prática surrealista inclui textos como «Apenas uma narrativa» (1942) e a «Protopoema da Serra d'Arga» (1948), tendo ainda participado em produções colectivas, na altura em circulação através de edições impressas como Contraponto e Antologia (1958), Afixação Proibida (1953) e Antologia Surrealista do Cadáver Esquisito (1961, organizada por Mário Cesariny). Como dramaturgo, António Pedro deixou publicadas Desimaginação (1937), Teatro (1947) e Andam Ladrões cá em Casa (1950), a que se juntaram algumas obras teóricas como Pequeno Tratado de Encenação (1962) e Teatro Completo (edição póstuma de 1981).

A sua obra de pintura, em grande parte desaparecida no incêndio que destruiu o seu atelier, encontra-se representada no Museu do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.

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Foi há 18 anos (1987), : Cavaco Silva assume a liderança do XI Governo Constitucional. Era PR o Dr Mário Soares (seu 1º mandato). Pontificava João Paulo II (264º).

Em 19JUL1987, o primeiro governo de Cavaco Silva caíu em consequência de uma moção de confiança apresentada pelo PRD (formado por apoiantes de Ramalho Eanes). Assim, o presidente Mário Soares marca eleições antecipadas para esta data. O PPD/PSD, de Cavaco Silva, consegue a maioria absoluta nestas legislativas.

Este governo manteve-se até 31OUT1991, cumprindo a legislatura.

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Na mesma data morreu, no Rio de Janeiro, Carlos Drummond de Andrade, escritor brasileiro.

«Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, Minas Gerais, Brasil, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.
Ante a insistência familiar, formou-se em farmácia em 1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.
O modernismo não chega a ser dominante nem mesmo nos primeiros livros de Drummond, Alguma poesia (1930) e Brejo das almas (1934), em que o poema-piada e a descontração sintática pareceriam revelar o contrário. A dominante é a individualidade do autor, poeta da ordem e da consolidação, ainda que sempre, e fecundamente, contraditórias. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém num presente dilacerado por este e por aquele, testemunha lúcida de si mesmo e do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. Mas, enquanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho e requinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar.
Vem daí o rigor, que beira a obsessão. O poeta trabalha sobretudo com o tempo, em sua cintilação cotidiana e subjetiva, no que destila do corrosivo. Em Sentimento do mundo (1940), em José (1942) e sobretudo em A rosa do povo (1945), Drummond lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, participando, solidarizando-se social e politicamente, descobrindo na luta a explicitação de sua mais íntima apreensão para com a vida como um todo. A surpreendente sucessão de obras-primas, nesses livros, indica a plena maturidade do poeta, mantida sempre.
Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.
Em mão contrária traduziu os seguintes autores estrangeiros: Balzac (Les Paysans, 1845; Os camponeses), Choderlos de Laclos (Les Liaisons dangereuses, 1782; As relações perigosas), Marcel Proust (La Fugitive, 1925; A fugitiva), García Lorca (Doña Rosita, la soltera o el lenguaje de las flores, 1935; Dona Rosita, a solteira), François Mauriac (Thérèse Desqueyroux, 1927; Uma gota de veneno) e Molière (Les Fourberies de Scapin, 1677; Artimanhas de Scapino).
Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17 de agosto de 1987, doze dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade (1928-1987).

No 31 de Janeiro de 1987 escreve seu último poema, "Elegia a um tucano morto" que passa a integrar "Farewell", último livro organizado pelo poeta, mas uma das obras que ele deixou inéditas.


Carlos Drummond de Andrade


(...) Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
no queixo de tua filha.
De teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.

Ficou um pouco de tudo
no pires de porcelana,
dragão partido, flor branca,
ficou um pouco
de ruga na vossa testa,
retrato.

(...) E de tudo fica um pouco.
Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.

(Resíduo)»

(In Projeto Releituras: Arnaldo Nogueira Júnior)

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Foi há 17 anos (1988), era uma SG: morreu Mohammad Zia ul-Haq, general paquistanês. Em Portugal o Dr Mário Soares ainda cumpria o seu 1º mandato presidencial. Prosseguia o pontificado de João Paulo II.

Muhammad Zia ul-Haq nasceu no Punjab em 1924.

General do Paquistão e presidente em 1978, cargo que ocupou até à sua morte, provocada pela explosão do avião em que viajava, em 17.08.1988. Como chefe do estado maior desde 1976, Zia ul-Haq chefiou o golpe militar contra Zulfikar Ali Bhutto (pai de Benazir Bhutto, líder do Partido Popular e primeira-ministra do Paquistão de 1988 a 1990 e de 1993 a 1996), em 1977. Responsável pela introdução de um regime fundamentalista islâmico, em 1988 o presidente Zia, governando por decreto, determinou que a Shari'a, o código legal do Islão, passaria a ser de imediato a lei suprema do país.

Oriundo de uma família muçulmana da classe média do Punjab, Zia foi militar de carreira. Opositor da invasão soviética do Afeganistão, obteve, em 1979, o apoio dos Estados Unidos da América, mas a sua recusa pela comutação da pena de morte imposta a Zulfikar Ali Bhutto foi mundialmente condenada. Em 1985, suspendeu a lei marcial.

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