sexta-feira, outubro 16, 2009

COLÓNIA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

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planta histórica de Colónia do Santíssimo Sacramento




Está um pouco esquecida, mas faz parte da gesta nacional a fundação da Colónia do Santíssimo Sacramento por Manuel Lobo, a mando superior, por razões de estratégia: a sua localização e papel defensivo, face a Buenos Aires, então nas mãos dos espanhóis e seu reduto.




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mapa político do Uruguai (depois de 1777)


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Colónia do Sacramento, no Sudoeste do Uruguai, é banhada e envolvida pelas águas serenas do Rio da Prata e embalada pelos acordes “picados” do bandoneón, trazidos pela brisa das bandas do Sul.


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Actualmente, Colónia do Sacramento é uma pequena cidade do Uruguai, capital do departamento de Colónia que, recordo, foi fundada pelo português Manuel Lobo, em 1680, com o nome de Colónia do Santíssimo Sacramento.
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Dista 177 Km de Montevideu e 45 de Buenos Aires, que lhe fica em frente, do outro lado do rio da Prata.
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Em 1995 foi declarada património histórico e cultural da humanidade pela UNESCO.






o remanso do porto de abrigo





como do colorido da cidade…


… e dos seus pitorescos cantos…

… e recantos




e ainda da amálgama de estilos e materiais de construção…


como esta janela…


e acolhedores recônditos como este … A cidade surpreende-nos a cada instante.


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O, hoje, departamento de Colónia do Sacramento passou do domínio espanhol ao português, sucessiva e alternadamente, durante perto de 100 anos. Donde a mescla, por exemplo, de tipos arquitectónicos de origem lusa ou espanhola.

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mais recantos…



ruas…



esquinas…



calçadas em suaves degraus…



ou a direito, com edifícios pintados…



ou em pedra


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Colónia do Sacramento é a capital do distrito de Colónia que tem uma área de pouco mais do que 6000 Km2 e uma população de pouco mais de 119 000 habitantes (uma área equivalente ao nosso distrito de Portalegre e, curiosamente, o mesmo número de habitantes).


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Faz parte “obrigatória” dum roteiro cultural ou meramente turístico da cidade, um passeio pelo "casco antiguo" (zona histórica), a cuja particularidade acresce a exuberância da sua flora, de cujo périplo se destacam a visita à Igreja Matriz, a mais antiga do Uruguai, hoje reconstruída e convertida em Basílica da Santíssima Trindade, em cujo interior se diz poder apreciar-se o que é descrito como um show de luz e som


vista do centro histórico desde o cimo do farol: entre frondosa e luxuriante vegetação e, ao fundo, ligeiramente sobre a direita…



... entre denso arvoredo, as duas torres da matriz…



… hoje Basílica do Santíssimo Sacramento



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e um passeio pelo ex-libris da cidade, a celebrada Calle de los Suspiros, uma rua tipicamente portuguesa (com um manifesto toque de ruralidade das habitações).

Há muitas lendas sobre o nome desta rua. Uma delas diz que havia ali um bordel famoso, cujas moças arrancavam suspiros dos homens que passavam. Outra diz que era para esta rua que os militares levavam os condenados a morte para que, quando a maré do Rio da Prata subisse, eles se afogassem.
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várias vistas da célebre Calle de los Suspiros, um dos postais mais vistos da cidade


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Fundada em 1680, a cidade foi «tomada de assalto pelo governador de Buenos Aires nesse mesmo ano e restituída pelos espanhóis em 1681. (…) Em 1705, durante a Guerra da Sucessão de Espanha, Sacramento foi abandonada, para ser devolvida mais tarde, em 1715, de acordo com o Tratado de Utreque. (…) Entregue à Espanha em 1750, nos termos do Tratado de Madrid. Em 1753, com a assinatura do Tratado de Paris, a colónia foi restituída à Coroa portuguesa, regressando à posse espanhola com a assinatura do Tratado de Santo Ildefonso em 1777» – cfr Colónia do Sacramento. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-08-10].
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o arco de S. Pedro e a ponte levadiça, entrada da antiga cidadela






o que resta da antiga muralha da cidadela




o farol (ainda em funcionamento e visitado) e as ruínas do convento de S. Francisco




o farol e as ruínas, vistas de outro ângulo


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As suas principais atracções são, para além do referido Bairro Histórico, a bela orla fluvio-marítima da cidade, o porto, o Real de San Carlos (antiga praça de touros), e ainda as suas ancestrais ruas e alegres moradores.


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a beleza da orla fluvio-marítima, com a ilha de S. Gabriel ao fundo


a mesma vista de outra perspectiva



mais um ângulo do enorme estuário



... e outro ainda



o porto, ao fundo



vista da fachada, reconstruída, da Praça de Touros (o Real de S. Carlos)...



... e das ruínas do seu interior (diz-se que só usado duas vezes)


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A Praça de Touros, hoje em ruínas, fazia parte de um projecto turístico do milionário argentino Nicolás Mihanovich que visava atrair turistas de Buenos Aires, que ficava na outra margem do Rio da Prata, durante os fins-de-semana.
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Inaugurada em 9 de Janeiro de 1910 diz-se que apenas funcionou duas vezes, até que em Fevereiro de 1912 as corridas de touros foram proibidas no Uruguai.


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as ancestrais ruas: um convite ao convívio, à diversão e ao enamoramento


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E são ainda de visita obrigatória os museus português e espanhol.


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fachada do museu português



fachada do museu espanhol


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Outra das características de Colónia do Sacramento (e de todo o Uruguai) é a presença de carros antigos, verdadeiras relíquias, ainda rodando.








rodam ainda por toda a cidade (e todo o país) estas raridades…





... e quando não rodam, posam para a posteridade transformadas em floreiras


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O rio da Prata proporciona paisagens e praias belíssimas que se situam nas suas margens.
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Esclareça-se que as águas do Rio da Prata, numa enorme extensão, até às proximidades do Atlântico, são doces, serenas, tépidas e de um colorido castanho avermelhado em razão dos sedimentos que aí chegam trazidos pelos rios Paraná e Uruguai.







um mar imenso, o Rio da Prata



e as suas características águas castanhas



o Sol poente sobre o Rio da Prata é uma imagem de rara beleza
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O Rio da Prata é o estuário criado pelo encontro do Rio Paraná e do Rio Uruguai. Corre de noroeste a sudeste e mede 2 km de largura no ponto que se toma como origem (local onde desaguam aqueles dois rios). No ponto onde as águas se misturam com as do mar, deixando de ser doces para se converterem no Oceano Atlântico, a sua largura é de 219 km. Por sua vez, a extensão do Rio da Prata, correndo entre o Uruguai e a Argentina, é de cerca de 270 Km.

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Complementarmente, veja-se um pequeno vídeo de uma reportagem incluída num programa recentemente (já no decurso deste ano) realizado pela RTP2 acerca de AS MARAVILHAS DE PORTUGAL NO MUNDO, neste caso, sobre Colónia do Santíssimo Sacramento, no Uruguai:


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segunda-feira, outubro 12, 2009

«NOBEL DA PAZ PARA OBAMA?»

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Apoiantes de Obama em frente à Casa Branca na ressaca do anúncio do prémio

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Fernando Sousa Marques, há anos radicado nos EUA, enviou-nos por mail, a uns tantos amigos, o seguinte texto, autorizando-nos a divulgá-lo, se assim entendêssemos. Texto, aliás, que é a transcrição de uma sua postagem no blogue de que é autor, desde recentemente, e que se intitula O MUNDO AQUI TÃO PERTO
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As reflexões acerca da atribuição do Nobel - do nosso enviado especial às presidenciais dos EEUU (como por graça eu dizia, então) aqui, nas páginas deste blogue - são as que seguem:
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Acabo de ouvir a curta e significativa intervenção que Obama fez a propósito do prémio Nobel da Paz. Para quem tinha dúvidas, basta reflectir sobre este curto e importantíssimo discurso. É impressionante ouvir falar no "meu período de vida"..., dito por quem tem a vida em risco. Que o mundo bom proteja Obama!
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Quando Guantanamo for encerrada e a invasão do Iraque terminar, ainda faltará resolver a embrulhada do Paquistão/Afeganistão... Entretanto o complexo industrial/militar/político quer mais guerras: Irão e o que mais "estiver a dar"... Obama, que tem, permanentemente, a vida em risco, neste país onde é tão fácil matar, merece o Nobel... que mais poderá fazer o mundo para o apoiar?...
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3
As pessoas que põem em causa esta decisão e acham que é cedo porque Obama nada fez ainda não perceberam a importância de ter eleito Obama para Presidente dos EUA. Orgulho-me de ter participado na campanha, de ter andado na rua a inscrever cidadãos, que nunca tinham votado, nos cadernos eleitorais. A paz faz-se de muitas pequenas/grandes acções...

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Associo-me aos que se regozijaram com a atribuição do Nobel da Paz a Obama. Considerando, igualmente, que é mais um prémio do volte face extraordinário verificado nos EUA, da tenaz vontade do novo presidente em se comprometer com novas medidas tendentes à paz efectiva e às cada vez mais instantes preocupações sociais (a pobreza cada vez mais crescente) e ambientais.
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Certo que alguns, mais friamente não estarão tão entusiasmados assim com este Nobel porque ele se pode transformar num muito embaraçoso problema para o aliado cada vez mais importante do Ocidente: o cariz de bondade do contemplado que lhe está na origem, pode comprometer a eficácia e a persuasão da sua política.
Mas nós os menos dotados de espírito belicista e menos dados a tão frios raciocínios… Qual de nós é que se lembra que Obama é, antes de tudo, o Presidente da maior potência do mundo?
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Porém, e por outro lado, não me sai da cabeça a justificação (conhecida ontem) do Presidente do Comité do Nobel dessa atribuição:
“Num comentário à reacção do polaco Lech Walesa, Nobel da Paz em 1983, que considerou ser demasiado cedo para a distinção ser atribuída a Obama, Jagland, que dirige o comité desde Fevereiro, disse que o Presidente dos EUA poderia recebê-lo "demasiado tarde". "Acompanhamos o espírito do tempo, a necessidade da época", justificou.”
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No fundo é muito isso que a mensagem do Fernando S Marques nos quer transmitir. Atitude que partilho igualmente. Com enorme esperança.



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