sexta-feira, junho 30, 2006

O MUNDIAL E O PATRIOTISMO DE PACOTILHA


A situação é estranha e difícil de explicar.

Antes de mais, é um facto que, desde criança – quando “os cinco violinos” eram o conjunto de avançados mais temível e respeitado no nosso luso burgo – que me tornei sportinguista, quando esses ilustres guerreiros enchiam as medidas de qualquer adepto do futebol e eram a mais apetecida miragem de grande parte da garotada.

A alternativa, em termos de opção por um dos grandes, era o Benfica. Do Porto falava-se tanto quanto do Carcavelinhos ou do Olhanense.

Era ainda garoto, talvez da minha idade, ou mais velho que eu um ano, aquele que viria a ser a grande estrela do FC do Porto, Pinto da Costa. Não, porém, pelas melhores e mais nobres razões, dizem todos, que não só os “mouros”.

Nunca fui, no entanto, grande sofredor, com estas coisas da bola.

Sempre – desde que me lembro de ser gente e discutir essas matérias – analisei a marcha do Sporting com espírito crítico.

E confesso que me custou um bocado a longa travessia do deserto que o Sporting teve de fazer, a dada altura, durante 17 ou 18 anos.

Era com vontade e prazer que assistia, de quando em quando, a uma partida de bom futebol através da televisão.

De tal maneira era “desapaixonado”, ou melhor dito, pouco atreito a fanatismos, que os meus dois filhos se tornaram, por influência do avô materno, benfiquistas ferrenhos, tal era a minha atitude serena nessa matéria.

Nessa matéria, sempre fui, mesmo, desapaixonado. Mas que gostava de ver um bom desafio de futebol, lá isso gostava.

E tudo isto a propósito de quê?

Não, claro, para contar a minha desinteressante história desde o sarampo.

É o Mundial! É o Mundial que me obriga a este desabafo.

Desde o seu pontapé de saída – ou antes, claro - senti ao meu redor, desde dirigentes políticos, passando pelos deputados da nação, até aos responsáveis de outros níveis do nosso “jardim à beira mar plantado”, uma euforia desmedida, como se do resultado do Mundial – melhor dito, da posição que Portugal nele viesse a ocupar – dependesse o futuro, já muito comprometido, deste país.

Porque senti que, inclusive por parte dos responsáveis políticos deste triste país, a única preocupação que nos consumia durante um mês era a posição de Portugal na tabela do Mundial... Perdi as estribeiras e isso virou-me do avesso.

Passou a não haver janela, varanda, postigo ou chaminé que não tivesse uma bandeira nacional. Até nas carteiras de tiracolo de algumas senhoras (não uma nem duas, várias), vi bandeiras atadas como se fora um lenço.

Tudo conforme aconselhava o Prof Marcelo.

Um autêntico desatino de um nacionalismo doentio, sem sentido, exagerado. Bacoco, é o termo.

Os media não têm outro assunto – para regalo de quem nos governa.

O jornal que todos os dias me acompanha, que começa sempre por uma secção que é o “destaque” – matéria mais escaldante ou actual – que geralmente ocupa duas páginas, com o mundial tem ido a 14 e mais páginas (para além da normal secção de desporto diária). Quer dizer, nestes dias, em muitos deles, o jornal, para mim, só começa depois da página 15!

Tal como os dirigentes políticos da Roma clássica praticavam a política panem et circenses para entreter a turba multa dos romanos da decadência e distraí-la dos incómodos assuntos da coisa pública, assim hoje acontece... O pão vai faltando a cada vez mais bocas, mas o circo [neste caso leia-se futebol]... Ah! Esse não acaba assim...

Ainda ontem, na sua coluna semanal no Público, a Profª Carla Machado – que se “confessa maluquinha da bola” – demonstrava o mesmo desalento, perante este inusitado (!) espectáculo: um “discurso patrioteiro [que soa a mofo] e as bandeirinhas [que] têm um ar patético”.

E no meio de todo este alarido quem mais lucra com o assunto?

Entre outros, os bancos: os portugueses endividam-se cada vez mais, porque, não tendo rendimentos para isso, querem manter um estatuto que não é, não pode ser, o seu.

Já nem com o pão se preocupam muito, mas com a “aparência” de sucesso e com o circo!

Lucram os bancos entre outros, dizia.

Não espanta, pois, a imagem que circula por aí, dum edifício do BES, com uma frente bem larga e alçados laterais de muitos metros, também, logo com miríades de janelas, em cada uma das quais está uma bandeira portuguesa! São umas centenas!

Cortei relações com o desporto? Passei a detestar o futebol? Estou amuado? – Perguntar-se-á...

Não exactamente. Mas o excesso de “patrioteirismo” que se pôs neste mundial, levou-me ao desespero. Sem querer, sem nada fazer por isso... Não ligo ao que se passa. Esqueço-me (é mesmo verdade: esqueço-me) dos jogos. (Pode parecer estranho, ou pode soar a falso, mas acreditem: até do nome do seleccionador da turma das quinas me esqueci. Sabia e sei que é o Scolari, mas a dada altura não estava certo do nome do homem: seria Solari? Scolari?... Não atinava, assim de repente!)

Do Portugal-Holanda soube porque, vindo dos lados de Sintra para Lisboa, os carros faziam uma chinfrineira como se o campeonato tivesse acabado e nos tivéssemos sagrado campeões. Foi uma festa que a moçarada nova, com os carros dos pais ou próprios, mas tudo bons carros, fizeram, IC19 adiante, debruçados dos vidros ou dos tejadilhos, bandeiras ao vento, com buzinadelas repicadas ou aos gritos de vitória...

(Depois soube que foi um sufoco de jogo e um festival de cartões, das duas cores!)

Do exagero em que se transformou o futebol – como causa primeira e única das nossas preocupações - descambei, sem querer, para a situação inversa. Para a ignorância e o esquecimento do fenómeno.

E sem grande esforço... Tal a “raiva”!

Foi tão só isso!

Durante este mês perco todos os créditos de bom português que pudesse ter somado durante toda a minha vida...

Paciência!...

.

.

.

INTERMEZZO: PEQUENO VIDEO DE BRUNO BOZZETTO


Mais um, muito breve mas muito interessante, apontamento de Bruno Bozzetto, Este de 2003: um cientista, de antes de todos os tempos, e a concepção tecnológica (!) de um planeta imperfeito: a Terra.

Consequentemente: a vida

Claro que o cientista - este - desistiu!

.

.

.

FAZER SEXO… FAZER AMOR



Desde sempre, a maioria dos homens, normalmente, só fazia sexo.

Durante muito tempo, e até há umas décadas atrás, as mulheres, geralmente, só faziam amor.

Em matéria de afectividade, tudo mudou. E muito radicalmente.

Não há muito tempo, nos tempos que correm, para a grande maioria das pessoas, para manifestações de tal natureza.

Mesmo a amizade, cultiva-se pouco. A única preocupação é o sucesso e a concorrência.

O amor?... Há lá pachorra!...

Na vida buliçosa e na materialidade dos interesses que caracterizam hoje a vida, não sobra tempo para essas “lamechices”...

Viva o status! Viva o dinheiro!

“Hoje”, muito contrariamente ao que se passava “ontem”, rapazes e raparigas, homens e mulheres lançam-se mútua, agressiva e desesperadamente à “caça” um do outro.

Buscando, geralmente, apenas o puro e fugaz prazer.

Como em tudo, o ideal é o equilíbrio: nem o exagero, o estatuto de ontem, que colocava os actores nos antípodas um do outro… Nem os excessos de hoje.

Nem o macho latino (ou ibérico, ou lusitano) e a gata borralheira de antes, nem o “campeão” (com ou sem crista de gel) e a galdéria, de agora - desmiolados e sempre em pulvurosa, prontos a fazer sexo (em todas as suas mil e uma variantes) a todo o momento e com qualquer! Sem mais anseios nem horizontes.

Antigamente, as mulheres eram quase só olhadas, por muitos, como objectos.

Hoje, tanto uns como outros não passam, geralmente, exactamente disso: de meros objectos.

“Pessoas”, procuram-se.

.

.

.

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


Este é o espaço em que,

habitualmente,

faço algumas incursões pelo mundo da História.

Recordo factos, revejo acontecimentos,

visito ou revisito lugares,

encontro ou reencontro personalidades.

Datas que são de boa recordação, umas;

outras, de má memória.

Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.

Aqui,

as datas são o pretexto para este mergulho no passado.

Que, por vezes,

ajudam a melhor entender o presente

e a prevenir o futuro.

Respondendo a uma interrogação,

continuo a dar relevo ao papado.

Pela importância que sempre teve para o nosso mundo ocidental.

E não só, nos últimos séculos.

Os papas sempre foram,

para muitos, figuras de referência,

e para a generalidade, figuras de relevo;

por vezes, e em diversas épocas, de decisiva importância.

Alguns

(muitos)

não pelas melhores razões.

Mas foram.

.

.

DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:

1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.

Dia Nacional da República Democrática do Congo.

.

.

Foi há 933 anos (30.06.1073), era um DM: Gregório VII foi confirmado papa (157º). Portugal ainda não existia. Mesmo o Condado Portucalense só lá para finais desse século XI se constituiria.

À direita da nave central da Catedral de Salerno (do século XI) encontra-se a Capela dos Cruzados. Sob o respectivo altar de pedra está o túmulo de Gregório VII. E não se vêem mais, aí, cruzados em vigília de armas.

O papa inspirador de cruzadas, Gregório VII (o monge da, então, muito célebre abadia francesa de Cluny, Hildebrando, como o século o conhecera) nasceu de uma família plebeia toscana. “Trata-se de um dos mais célebres pontífices. Foi, por excelência, o representante das pretensões temporais do papado medieval”.

Encontra-se, frequentemente referido como um dos mais influentes papas da história da igreja católica.

Quando ainda bispo, já a sua acção era preponderante e a sua influência decisiva.

Foi ele que declarou, em 1075, que o pontífice máximo da igreja romana está acima de toda a autoridade terrena.

Também passou uns maus bocados com as questões dos pretendentes ao trono imperial germânico. Viu treze cardeais abandonarem-no, Roma capitular perante o imperador alemão, Henrique IV, um déspota que também se entregava ao tráfico de dignidades eclesiástica (simonia), após um cerco de três anos, Gilberto de Ravena entronizado [o anti papa Clemente III (1084)] e o mesmo Henrique coroado imperador pelo [anti] papa seu rival. Gregório refugiou-se no castelo de Sto Ângelo, e, quando estava prestes a cair nas mãos do inimigo, foi salvo por um nobre normando que entrara na cidade e libertara o papa, obrigando Henrique a retirar-se para a Alemanha. Pouco depois, Hildebrando, ou antes, Gregório VII, obrigado a exilar-se para o Monte Cassino e depois para Salerno, aqui morreu em 1085.

O imperador que ele excomungara, expulsou-o de Roma.

Gregório VII deu os primeiros passos para a codificação da legislação eclesiástica. E “foi por insistência sua que o celibato dos padres se tornou costume” (sublinho: se tornou COSTUME) na Igreja católica. Publicou, mesmo, uma encíclica, em 1074, em que dispensava a obediência aos bispos que permitissem o casamento dos padres.

Durou 12 anos o seu pontificado.

Gregório VII morreu em Salerno, por todos abandonado: romanos e apoiantes.

"Por notável coincidência, no mesmo dia em que Gregório VII agonizava em Salerno, o rei Afonso VI de Leão conquistava aos mouros a cidade de Toledo (25.05.1085)" (Padre Miguel de Oliveira, cit História Eclesiástica de Portugal, 2ª edição, 1948, pág 69). Afonso VI era rei de Leão e de Castela. Foi o pai de D. Teresa (mãe de D. Afonso Henriques), logo, avô do nosso primeiro rei.

A Gregório VII sucedeu Dídaco, italiano, que foi eleito em 1086 (em Maio; logo, só um ano depois do falecimento de Gregório VII) com o apoio da condessa Matilde de Canossa, e adoptou o nome de Vítor III (158º). Porém, pouco mais de um ano depois resigna e afasta-se para Monte Cassino, por se achar incompetente para o cargo, regressando à sua vida de monge beneditino.

.

.

.

Foi há 519 anos (30.06.1487), era um SB: foi impresso o primeiro livro em Portugal: O Pentateuco. Reinava D. João II (13º). Em Roma pontificava Inocêncio VIII (213º).

Da nossa cultura geral, antigamente, sabíamos que uma das maiores invenções da humanidade tinha sido a imprensa, e que quem a inventou fora o alemão Johannes Gutenberg, por meados do séc XV, e que o primeiro livro por ele impresso foi a Bíblia, tarefa que levou cinco anos a ser concluída. E que em Portugal o primeiro livro impresso também tinha sido a Bíblia.

Pois, em Portugal, não foi, exactamente, a Bíblia (como um todo), mas o Pentateuco.

O Pentateuco, palavra de origem grega (que, em hebraico, os judeus, designam por Torá) é composto pelos cinco primeiros livros da bíblia cristã: Génesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio. Correspondem a uma parte do Antigo Testamento dos cristãos, desde a tradicional descrição da criação até à morte de Moisés.

Foi no reinado de D. João II que a imprensa foi introduzida entre nós. E não foi em Lisboa ou em qualquer das principais cidades, mas em Faro.

É das oficinas tipográficas de Samuel Gacon, editor judeu, conhecido também por Samuel Porteiro. Mas esse primeiro livro impresso no nosso país não o foi em português, e sim em hebraico.

No ano seguinte foi impresso em Chaves o Sacramental de Clemente Sánchez de Vercial, considerado o primeiro livro impresso em língua portuguesa.

O primeiro livro impresso em Lisboa foi "Comentários sobre o Pentateuco", escrito em hebraico por Moisés ben Nahman e publicado em 1489. Só na década de noventa do século XV é que seriam impressos livros no Porto e em Braga.

Em consequência da expulsão dos judeus, por D. Manuel I, e por efeito da Inquisição, a vida cultural portuguesa sofreu, pouco depois, um grande revés, pois que os judeus (cuja grande maioria sabia ler) fugiram do país, ficando os portugueses, mais de 90% deles analfabetos.

(Fontes: várias, designadamente a Wikipédia)

.

.

.

Estão decorridos 486 anos (30.06.1520), que foi num SB: morreu Montezuma II, imperador asteca.

Asteca (que o Dicionário Priberam, online, da Texto Editores, também regista como azeteca) é o antigo povo ameríndio (indígena americano) que, no princípio do segundo milénio a.C., se instalou no vale do México, que o dominava política e culturalmente aquando da conquista espanhola no séc. XVI, e que ainda hoje subsiste.

Em 1325, os astecas fundaram a capital Tenochtitlán, sensivelmente no local onde hoje está implantada a Cidade do México.

Montezuma II sucedeu a um seu tio, por morte deste, em 1503. Sob o seu domínio, o reino asteca estendeu-se desde as costas do Atlântico até o Pacífico. A sede do seu governo era Tenochtitlan, capital da confederação asteca, que após a conquista dos espanhóis foi destruída e que, quase no mesmo local, viria a dar lugar à cidade do México.

Uma lenda, porém, o inquietava: um dia o seu reino acabaria, com a chegada do grande deus branco e barbudo.

Era a chegada do europeu que se profetizava.

O europeu, em concreto, foi Hernán Cortés.

Montezuma tentou dissuadir Cortés de conquistar seu reino, mas sem resultado. Foi preso como refém e mais tarde morreu (na data que hoje se comemora), com seu reino sob o domínio dos espanhóis.

A cidade de Tenochtitlán era realmente extraordinária como projecto arquitectónico. Possuía duas pirâmides, uma dedicada ao Deus Sol, com 63 m de altura e outra dedicada ao Deus Lua, com 43m. Embora com diferentes alturas, os respectivos cumes encontram-se ao mesmo nível, já que, implantadas num declive, uma foi construída uns metros (20) mais acima. Mas estão muito próximas uma da outra, correndo, à sua frente, a Avenida dos Mortos, com 4 km de comprimento, num local chamado Teotihuacán. Quando os astecas aqui chegaram, Teotihuacán já, há muito, tinha sido abandonada.

Hoje, Teotihuacán e a Cidade do México não se distanciam muito uma da outra.

Tenochtitlán “tinha um projecto arquitectónico e urbanístico detalhado. Os astecas eram bons engenheiros, astrónomos e agricultores. Apesar de todo esse desenvolvimento foram facilmente dominados e destruídos pelos espanhóis. Acontece que, a exemplo de todos os povos pré-colombianos, os Astecas desconheciam a roda como ferramenta para a construção de veículos de transportes. Desconheciam também os cavalos e se intimidavam diante deles e, principalmente, não possuíam as armas poderosas que os espanhóis trouxeram da Europa. Nada sabiam sobre a pólvora e todas as suas utilidades. Se os Astecas se haviam expandido grandemente sob o reinado de Montezuma I, O Velho, foi sob o reinado de Montezuma II, mais de 200 anos depois, que sucumbiram definitivamente diante do conquistador europeu. Durante a guerra e depois dela, os espanhóis empenharam-se em destruir toda a civilização Asteca. Uma barbaridade como tantas que o homem tem feito através dos tempos. A maior parte do que hoje conhecemos deve-se a escavações realizadas no século XIX”.

“O calendário Asteca, complexo e preciso, muito mais evoluído do que o calendário adoptado pelos romanos do tempo do império, é motivo de admiração. Há um modelo que pesa perto de 25 toneladas, construído antes da chegada dos invasores. A peça esculpida tem 3,60 m de diâmetro e actualmente encontra-se no Museu de Antropologia do México. O calendário Asteca é mais antigo do que o calendário gregoriano, criado em Roma pelo Papa Gregório XIII e usado até hoje na maior parte do mundo”.

Os Astecas tingiam tecidos feitos à base de algodão para o fabrico de roupas. A cerâmica também era carregada de cores fortes e muitas jóias eram preparadas usando ouro e prata, alem de pedras preciosas”.

No reinado de Montezuma II (início do séc. XVI), o seu império era constituído por cerca de 500 cidades.

E tudo começou a ser destruído com a invasão dos espanhóis.

Hoje, a cidade do México, se não for a mais populosa, é uma das mais populosas do Mundo, com os seus mais de 22 milhões de habitantes. E é, por certo, a situada a maior altitude, num planalto a mais de 2.200 metros.

.

.

.

Completam-se hoje 213 anos (30.06.1793), era um DM: inaugurado o Teatro Nacional de S. Carlos, em Lisboa, com a farsa Amore e Riconoscenza. Ainda vivia D. Maria I (26º), mas, porque incapaz, governava seu filho e sucessor, D. João (futuro D. João VI). O pontífice romano era o papa Pio VI (250º).

A rainha enlouquecera (para o que terão contribuído – pensa-se - os sucessivos desgostos, em curto espaço de tempo, da morte da mãe – D. Mariana Victória -, do marido – D. Pedro III -, e do filho mais velho – D. José, herdeiro do trono).

O teatro foi inaugurado na data que hoje se comemora, como Real Teatro de São Carlos, em homenagem à princesa D. Carlota Joaquina, mulher de D. João VI e futura rainha, construído com donativos da classe burguesa, o estímulo do intendente Pina Manique e sob o risco do Arqº José da Costa e Silva, inspirado no Scala de Milão.

Porém, só em 1796 é concluído o Salão das Oratórias, hoje Salão Nobre.

E em 1888 é nele integrado um edifício contíguo (hoje o n.º 9 da Rua Serpa Pinto) para camarins, salas de ensaio, costura e guarda-roupa, e outros apoios.

A fachada do Teatro é neoclássica, com decoração interior neoclássica e rococó, tendo sido objecto de algumas alterações através dos tempos.

O São Carlos, único teatro de ópera em Portugal, era, na época, um teatro de elite, frequentado pela alta burguesia e pela aristocracia.

Pormenor curioso dos seus primeiros tempos de funcionamento é a de só em 1799 ter sido levantada a interdição às mulheres de pisarem o palco!

Em matéria de propriedade e de tipo de gestão, passou por várias fases: em 1854 é comprado pelo Estado aos accionistas privados; em 1946 é integrado na Direcção-Geral do Ensino Superior e das Belas Artes do Ministério da Educação; em 1980 passa a Empresa Pública que é extinta em 1992; em 1993 é criada a Fundação de São Carlos, que é extinta em Maio de 1998, passando o Teatro Nacional de São Carlos a Instituto Público.

Na sua já longa história de 213 anos, o Teatro teve alguns acidentes de percurso: esteve encerrado entre 1828 e 1834, por mor da Guerra Civil (afinal, durante o breve reinado do irrequieto ultra-conservador e absolutista D. Miguel), e esteve quase sempre encerrado, também, entre 1912 e 1920, período em que não se realizaram espectáculos de ópera, mas alguns concertos e outros espectáculos, como ballet; como esteve encerrado entre 1935 e 1940, mas só retomando uma actividade regular em 1946, mas sob a tutela do governo.

No seu palco foram representadas peças de todo o estrelato da ópera, quer autores quer intérpretes: em 1815 estreia-se Rossini com a ópera Tancredi; em 1825, estreia-se Donizetti com a ópera Zoraida di Granata; em 1834 estreia-se Bellini com as óperas Il pirata e La sonnambula;

.

[decorria a TR 27.05.1834.

A notícia da rendição (na véspera, 26.05) e do exílio de D. Miguel (29º)

chega aos oficiais do Exército.

Consumara-se a Guerra Civil

com a vitória dos liberais de D. Pedro.

Entretanto D. Miguel faz a última proclamação às suas tropas

e na noite deste mesmo dia,

durante a representação de Il Pirata, de Belini, no Teatro de S Carlos,

por causa das provocações de desordeiros,

D. Pedro IV é apupado

e tem um ataque de hemoptises, devido à comoção]

.

em 1843 estreia-se Verdi com Nabucodonosor; em 1883 estreia-se Wagner com a ópera Lohengrin (primeira experiência com iluminação eléctrica); em 1894 estreia-se Puccini com a ópera Manon Lescaut; em 1908 estreia-se Richard Strauss com a ópera Salomé e ainda Der Ring des Nibelungen de Wagner (e no mesmo ano realizam-se obras de restauro no Teatro, dirigidas pelo arquitecto Ventura Terra); em 1918 realizaram-se espectáculos dos Ballets Russes de Diaghilev; em 1920 é apresentada a ópera Parsifal de Wagner; em 1925 estreia-se Debussy com a ópera Pelléas et Mélisande; em 1 de Dezembro de 1940 apresenta-se a ópera D. João IV de Rui Coelho; em 1943 decorrem aí festivais comemorativos do seu 150.º aniversário, com um programa totalmente nacional; em 1958, Maria Callas (Maria Kalogeropoulos (1923-1977), a famosa soprano lírica norte-americana, actuou em Portugal, no seu palco, dando duas récitas da ópera La Traviata, de Verdi (e ao seu lado, estreou-se nesta mesma ópera, o tenor espanhol Alfredo Kraus); em 1972 estreia-se Schönberg com a ópera Erwartung e Stravinski com a ópera The Rake's Progress (em francês); em 1993 decorrem as comemorações do bicentenário do Teatro Nacional de S. Carlos; em 1998 estreia-se Os Dias Levantados de António Pinho Vargas, simbolicamente no dia 25 de Abril; em 1999 estreia-se Le Grand macabre de György Ligeti, e no mesmo ano o Teatro Camões, do Parque das Nações, passa para a tutela do Teatro Nacional de São Carlos; em Julho de 2001 estreia-se Divara de Azio Corghi, com libreto de José Saramago e a primeira versão de Boris Godunov de Mussorgski; em 2002 estreia de Four Saints in Three Acts (Virgil Thomson) com encenação de Robert Wilson e a versão original de Serrana (Alfredo Keil); em 2003 estreia de Charodeika (Tchaikovski) em coprodução com o Teatro Mariinski; em Março de 2004 estreia das óperas O Cavaleiro Avarento (Rakhmaninov) e Eine florentinisches Tragodie (Zemlinsky) numa nova produção com a assinatura de Paul Curran e direcção musical de Jonathan Webb. Em Abril estreia Neither de Morton Feldman e, em Julho, a obra Gurrelieder (Schönberg) no âmbito da Temporada Sinfónica; na época de 2004/05 estreia de Medea (Cherubini), com Dimitra Theodossiou no papel titular, e Luís Miguel Cintra na assinatura da encenação e na época 2005/06 estreia da célebre encenação de Giorgio Strehler da ópera Die Entführung aus dem Serail.

“Em 1970, o musicólogo João de Freitas Branco foi nomeado seu director. O seu projecto de criação de uma companhia residente, de uma orquestra própria, de um departamento de dramaturgia e de desenvolvimento de uma ligação mais estreita ao Conservatório Nacional veio a ser concretizado após o 25 de Abril de 1974”.

.

.

.

Completam-se hoje 201 anos (30.06.1805), que foi num DM: morreu, em Lisboa, com 71 anos, Pina Manique, fundador da Casa Pia de Lisboa e intendente da polícia. Decorria a regência do príncipe herdeiro de D. Maria, D. João, futuro D. João VI (27º), falecido que era seu irmão mais velho, o príncipe D. José. No Vaticano pontificava Pio VII (251º).
Diogo Inácio de
Pina Manique nascera, em Lisboa, em 03.10.1733.

Ao serviço do marquês de Pombal, executou missões pouco escrupulosas, como, por exemplo, o incêndio da Trafaria (local onde estavam então concentrados indivíduos desertores). Criou os serviços aduaneiros que estiveram na origem da direcção-geral das alfândegas.

Demonstrando um interesse efectivo sobre as necessidades das classes populares em situação de miséria, concebeu planos de fomento industrial, no sentido de criar oportunidades de trabalho. Desenvolveu esforços para eliminar a mendicidade e convenceu a rainha D. Maria I a ordenar a instituição da Casa Pia de Lisboa (1780), destinada ao acolhimento de órfãos e mendigos, dando-lhes condições para aprenderem um ofício. Actualmente, esta organização é uma instituição oficial de assistência à segunda infância, que apoia os casos de orfandade ou de abandono no distrito de Lisboa.

E não é pelas melhores razões que esta instituição secular hoje (primeiros anos do séc. XXI) aparece com frequência na ribalta dos media!!!.

Pina Manique foi nomeado Intendente-Geral da Polícia da Corte e do Reino em 18.01.1780. Tal função era, nessa altura, a de magistrado superior da polícia, e tinha sido criada em 26.06.1760, pelo governo do Marquês de Pombal, durante o reinado de D. José.

Em 14.03.1803 foi nomeado Chanceler-Mor do Reino, isto é, o funcionário a quem competia examinar, antes de lhes apor o selo real [chancela], as cartas expedidas pelo soberano.

Foi importante o seu impulso para a instalação da iluminação pública, em Lisboa, ao tempo ainda com candeias de azeite, e para a construção do Real Teatro de S. Carlos.

Com uma rainha dada como incapaz (louca) e um regente frouxo, foi fácil a Pina Manique concentrar nas suas mãos um amplo poder. O Intendente instaurou um verdadeiro estado policial, atento a uma certa “ordem”, para o que proibiu os livros dos filósofos iluministas franceses – vg, Diderot, Rousseau e Voltaire – vigiava portos e fronteiras e criou “os moscas”, que vagueavam pelos cafés e lugares públicos identificando “os fautores da subversão” e os críticos da situação.

Mas é muito difícil calar a voz da inteligência. Como a voz da liberdade.

«No "Botequim das Parras", no "Café Nicola" e noutros lugares de encontro dos noctívagos lisboetas, Bocage foi rubricando críticas aceradas aos múltiplos problemas nacionais, ao despotismo de Pina Manique, ao ambiente de suspeição em que se vivia, à natureza do regime e à ausência dos direitos humanos mais elementares» - é tão só um exemplo.

.

.

.

Completam-se hoje 135 anos (30.06.1871), que foi numa SX: nasceu o industrial Alfredo da Silva. Reinava D. Luís (32º). Nos EU decorria o mandato do 18º presidente, o republicano Ulysses Simpson Grant. Em Inglaterra reinava a rainha Vitória, trisavó de Isabel II. Em França foi o ano em que se iniciou a Terceira República, com o seu primeiro presidente, Thiers (Louis Adolphe Thiers), que tinha sido primeiro-ministro no reinado de Luís Filipe. No Vaticano pontificava Pio IX (255º).

Para melhor imaginar a época e o ambiente em que o grande industrial nasceu, basta recordar que foi o ano em que se fez a primeira representação do drama de Camilo, O Condenado, no Teatro D. Maria; como foi o ano em que decorreram no Casino Lisbonense (edifício hoje ocupado com um centro comercial e um parqueamento subterrâneo – coisa absolutamente inimaginável na época – a escassos metros do Teatro da Trindade) as Conferências do Casino: ciclo de conferências, designadas por Conferências Democráticas, promovido pelo grupo cultural do Cenáculo, liderado por Antero de Quental. Realizaram-se em Lisboa de 22.05.1871 a 19.06.1871. Assinaram o respectivo manifesto de 16.05: Adolfo Coelho, Antero de Quental, Augusto Soromenho, Augusto Fuschini, Eça de Queirós, Germano Vieira Meireles, Guilherme de Azevedo, Jaime Batalha Reis, Oliveira Martins, Manuel Arriaga, Salomão Sáraga, Teófilo Braga. Realizaram-se as seguintes conferências: 1) Antero: O Espírito das Conferências (22.05); 2) Antero: Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos Últimos Três Séculos (27.05); 3) Augusto Soromenho: A Literatura Portuguesa (06.06); 4) Eça de Queirós: A Nova Literatura (O Realismo como Nova Expressão de Arte) (12.06); 5) Adolfo Coelho: A Questão do Ensino (mais tarde publicado pelo A.) (19.06). Entretanto (26.06) sai uma Portaria proibindo a continuação das conferências, por exporem "doutrinas e proposições que atacam a Religião e as instituições políticas do Estado".

Mas esse foi ainda o ano em que nasceu Marcel Proust; em que Ramalho Ortigão e Eça de Queirós iniciaram a publicação das Farpas (a colaboração de Eça cessou em OUT1872, por causa das suas funções diplomáticas em Cuba); em que morreu Júlio Dinis; em que é aclamado rei de Espanha o duque de Aosta (filho de Vítor Manuel de Itália), da Casa de Sabóia, com o nome de Amadeu I; e ainda o ano em que ocorreu a insurreição que ficou conhecida como a Comuna de Paris.

Alfredo da Silva, que muitos consideram o maior industrial português, foi o fundador de uma das maiores empresas de Portugal, a Companhia União Fabril (CUF) e morreu em Sintra a 22 de Agosto de 1942.

A origem do Grupo CUF remonta a 1865, data em que foi concedido alvará de licenciamento a uma fábrica para a produção de sabões, velas de estearina e óleos vegetais. Actualmente a CUF é uma holding pertencente ao Grupo José de Mello e detém participações em várias empresas do sector químico.

José Manuel de Mello é neto de Alfredo da Silva, de quem sua mãe era filha.

A expansão da CUF deu-se em 1898, a partir da fusão com a Aliança Fabril, sua concorrente, operada por Alfredo da Silva, que se tornou presidente do Conselho de Administração da CUF com apenas 19 anos.

«Por ser credor da Companhia Aliança Fabril, uma sociedade que actuava no campo da produção de óleos (em especial o de purgueira), sabões e velas, com fábrica na rua Vinte e Quatro de Julho em Alcântara, Lisboa, o Banco Lusitano em processo de falência foi a via de aproximação de Alfredo da Silva à indústria química, como accionista deste Banco (acabando por gerir a sua massa falida) e como administrador da dita companhia. Começou em 1893 como director substituto e em 1894 é administrador (gerente) da Companhia. Em 1898 o grave incêndio que assolou o edifício da fábrica da Companhia Aliança Fabril, a “Fábrica Sol”, em Alcântara, Lisboa, veio trazer dificuldades acrescidas às actividades de exploração baseadas na trilogia óleos-sabões-velas, fórmula com mais adeptos, e que caracterizava um mercado saturado. Entretanto a fusão, promovida por Alfredo da Silva ainda no mesmo ano do acidente, com outra companhia actuando no mesmo campo, a Companhia União Fabril (sita igualmente em Alcântara), permitiu o reforço de sinergias de duas concorrentes, e marcou uma fase que se revelará fundamental para o futuro desenvolvimento das sociedades fusionadas, agora sob a denominação comum de “Companhia União Fabril” – a fase de Alfredo da Silva, administrador-gerente da Companhia desde 14 de Abril de 1898.»

«Com a “Fábrica União” das Fontaínhas promovida a “Grande Fábrica de Adubos Químicos em Alcântara” Alfredo da Silva erigirá paulatinamente o adubo químico como produto principal da Companhia União Fabril, mas os estrangulamentos locais ao desenvolvimento da fábrica em questão obrigarão, a breve trecho, que se reequacione novamente a produção da Companhia, e se desloque o centro das suas operações fabris, das duas fábricas existentes em Alcântara para a outra margem do Tejo, na vila do Barreiro, abrindo um novo (e sem dúvida o mais importante pelas suas implicações sociais) capítulo da sua história.»

No seu movimento expansivo, estendeu a sua actividade, para além dos adubos, a diversos ramos: produtos químicos, pesticidas, metais não ferrosos, química orgânica, têxtil e metalomecânica, empregando um contingente de vários milhares de trabalhadores.

A CUF, a menina dos olhos de Alfredo da Silva, atingiu elevado índice económico devido à utilização de matérias-primas nacionais, libertando o país de importações a esse nível, e devido, também, ao volume de exportações para os EUA e a Europa.

A tradição industrial do Grupo CUF, que remonta ao final do séc. XIX, aponta desde essa altura para a promoção das competências tecnológicas dos seus próprios recursos humanos para conceptualizar, projectar e gerir unidades fabris inovadoras. A construção do complexo industrial do Barreiro/Lavradio, iniciada em 1898 por Alfredo da Silva é o símbolo mais evidente dessa estratégia.

O Grupo era auto-suficiente tanto para a concepção como para a projecção e gestão das suas unidades de produção ou de transformação.

O Grupo CUF era, no início da década de 70 do séc. passado, um dos maiores do país, com mais de 100 empresas, envolvendo quase todas as regiões do país e quase todos os ramos da economia.

Após o 25 de Abril de 1974, e já em 1975, a CUF foi nacionalizada.

A empresa pública Quimigal-Química de Portugal foi criada em 1977 por fusão das empresas Amoníaco Português, Nitratos de Portugal e CUF, que haviam sido nacionalizadas em 1975, tornando-se numa das maiores empresas portuguesas. Hoje extinta, depois de a partir dela se terem constituído diversos negócios autónomos.

É geral o convencimento de que Alfredo da Silva era um “self-made man”. Não apenas, no entanto, já que frequentou o Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, de 1887 a 1892, durante a designada “época áurea da Química em Portugal”, quando António Augusto de Aguiar, José Júlio Bettencourt Rodrigues e António Joaquim Ferreira da Silva foram alguns dos nomes “que fizeram a Química do final de oitocentos em Portugal”. Ora todos eles foram referenciais importantes no percurso escolar de Alfredo da Silva, mas os dois primeiros, seus professores, foram os que maior influência tiveram na formação académica do grande industrial, o que revela que já havia importantes aspectos da sua relação com a Química.

.

.

.

Foi há 172 anos (30.06.1834), era uma SG: um diploma legal declarou que o decreto de 30.05.834, pelo qual se extinguiram os conventos religiosos, compreendia também as ordens militares e lhes era aplicável em todas as suas disposições. Após a derrota e o exílio de D. Miguel, decorria a regência de seu irmão, D. Pedro IV, enquanto D. Maria II (30ª) não atingia a maioridade. Pontificava, no Vaticano, Gregório XVI (254º).

Recuando um pouco relativamente àquela data (quase três séculos), em 18.08.1570 é publicada a Bula Ad Regiae Majestatis, através da qual o Papa Pio V (225º), regulando certos assuntos relacionados com a Ordem de Cristo, assim como com as ordens de Santiago e de Avis, aboliu e revogou “todos e quaisquer privilégios, dispensas e isenções concedidos àquelas ordens, dando ao rei, como seu mestre, e a todos os seus sucessores, faculdade para relaxar, moderar e acrescentar tudo o que fosse a bem delas”.

Entretanto (respiguei da GEPB, 19, 571), "os privilégios das ordens começaram a ser notavelmente cerceados durante o séc. XVIII, obra que foi prosseguida pelos revolucionários de 1820 e contra a qual reagiu em vão a contra-revolução miguelista da vilafrancada (1823) - no fundo por inspiração, uma vez mais, e como sempre, da pérfida rainha Carlota Joaquina. Restabelecido o constitucionalismo, um diploma de 30.06.1834 [este, a que respeita esta “memória…”] declarou que o decreto de 30.05.834, pelo qual se extinguiram os conventos religiosos, compreendia também as ordens militares e lhes era aplicável em todas as suas disposições."

.

.

.

Completam-se hoje 92 anos (30.06.1914), era uma QA: nasceu, em Chaves, o marechal Francisco da Costa Gomes, que foi Presidente da República entre 1974 e 1976. Era PR Manuel de Arriaga. Pontificava Pio X (257º), que morreria em Agosto seguinte.

Frequentou o Colégio Militar de 1925 a 1931.

Licenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade do Porto, em 1944 com distinção.

Costa Gomes frequentou o Colégio Militar de 1925 a 1931 e licenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade do Porto, em 1944, com distinção.

Ingressado no corpo do Estado-Maior do Exército, foi designado para missões em diversos organismos da NATO. Desempenhou funções de subsecretário de Estado do Exército entre 1958 e 1961 e ascendeu a general em 1968.

Esteve envolvido na intentona militar de Abril de 1961, liderada pelo general Botelho Moniz, então ministro da Defesa.

Teve uma acção de relevância na “África portuguesa”, onde exerceu cargos de segundo-comandante e comandante militar de Moçambique (1965-1969) e comandante-chefe das forças armadas em Angola (1970-1972).

Foi nomeado chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, em 12.09.1972, em substituição do general Venâncio Deslandes, vindo a ser exonerado, em Março de 1974, assim como Spínola, por motivos políticos associados à recusa de participação na manifestação de desagravo, de lealdade e de apoio de oficiais das Forças Armadas, que ficou conhecida por manifestação da “brigada do reumático.

Aliás, são ambos recebidos pelo Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, na véspera do evento, informando-o de que nela não participariam e por que razões. São, na altura, informados por Marcelo de que, em tal circunstância, seriam demitidos dos seus cargos.

Ainda antes destes acontecimentos é publicado o livro de António de Spínola, Vice-Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, Portugal e o Futuro, em 23.02.1974, que criticava a política ultramarina do governo, para cuja publicação teve o beneplácito do seu superior hierárquico, Costa Gomes, e de cuja edição deu pessoalmente conhecimento ao chefe do governo, Marcelo Caetano, a quem, consta, terá oferecido um exemplar, com dedicatória e tudo, creio ter lido algures.

Costa Gomes ao dar um parecer positivo em relação à publicação do livro inibiu a censura de o proibir, o que permitiu a sua ampla divulgação em todo o país.

Foi um dos sete militares que compuseram a Junta de Salvação Nacional, que governou o país logo após a revolução de 25.04.1974. Primeira escolha para presidente da República do novo regime, devido à sua posição na hierarquia militar, recusou o cargo em favor de Spínola, que considerava reunir melhores condições para o seu exercício.

Voltou, então, a exercer as funções de Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, entre Abril e Setembro de 1974. Nessa altura, foi obrigado a assumir o cargo de presidente da República, após a renúncia de Spínola, em 30.09.1974, num período conturbado da vida política portuguesa.

É hoje reconhecido o seu papel fundamental no equilíbrio entre forças político-militares opostas, que pelo seu radicalismo quase levaram o país à guerra civil. Em 27.07.1976, abandonou o cargo, após as primeiras eleições presidenciais do pós-25 de Abril que colocaram o general Ramalho Eanes na presidência. Em 1981, foi distinguido com o título de marechal. Personalidade controversa foi sendo acusado por políticos de cores opostas, das mais diversas intenções.

Esteve ligado ao “Conselho Mundial da Paz”, de cujo Comité Português foi vice-presidente e presidente, como foi membro activo da organização “Generais pela Paz”.

Alguém afirmou que “todas as suas atitudes, apesar de estarem dentro do campo militar ou relacionadas com ele, foram sempre políticas”.

Morreu em Lisboa a 31.07.2001.

(Fontes: várias inclusive enciclopédias, entre elas a Wikipédia e BU, da Texto Editores)

.

.

.

Foi há 72 anos (30.06.1934), era um SB: Noite das Facas Longas: Kurt von Schleicher, Ernst Roehm e outros líderes do partido nazi são sumariamente executados na Alemanha, acusados de conspiração contra Hitler. Em Portugal era PR o general Carmona (1º de 4 mandatos sucessivos de 7 anos. Só porque, entretanto, sobreveio a morte). Em Roma pontificava Pio XI (259º).
Em 1934, Hitler decide pôr termo à facção extremista (!) do seu partido, os SA. O chefe do grupo, Ernst Röhm (ou Roehm), e seus principais colaboradores são executados.
.

(muito gostava de conseguir entender

o que será uma facção extremista dum partido nazi!...

Talvez uma facção que entendesse que

a “solução final”

não passava, apenas, por matar judeus, ciganos e outras minorias,

mas até mesmo a maioria:

todos os que não fossem alemães...

Será? Não creio.

É que, na verdade,

facção extremista num partido nazi!...

Não parece coisa que se vislumbre!)

.

Antes de mais esclareçamos: quem eram os SA?

É simples.

De entre as forças paramilitares do partido nacional-socialista alemão, distinguiam-se:

- as SA: secções de assalto, uma força militarizada do início do partido nazi, braço armado do, então, crescente movimento, cujos elementos vestiam uma farda com camisa castanha (eram os camisas castanhas). Dedicavam-se a atacar os comunistas, sindicalistas, judeus, etc. Eram a tropa de choque nazi.

Constituíam a milícia privada do partido. Chegou a ter mais de 4,5 milhões de elementos, recrutados entre ex-soldados e marginais (quando o exército alemão contava com, apenas, 100 000 homens);

- as SS: polícia militarizada nazi;
-
as Waffen-SS - corpo de elite das SS.

Ora Ernst Röhm, líder das SA, era um dos homens de confiança de Hitler que o ajudou a ascender ao poder (há até quem afirme ter sido ele que instigou a lançar-se nessa aventura...). Mas foi assassinado na data que hoje se comemora. O mesmo acontecendo com outros líderes, como Edmund Heines.

Hitler protegeu, inicialmente, Röhm de outros elementos do Partido Nazi que consideravam a homossexualidade de Röhm como uma violação grave da política fortemente homofóbica do partido. Hitler, mais tarde, ao considerar que este podia ser, de facto, uma ameaça à consolidação do partido no poder, autorizou a sua execução na chamada Noite das facas longas. Durante o holocausto, a perseguição continuou, tendo muitos homossexuais sido enviados para campos de concentração. As estimativas sobre o número de homossexuais mortos nos campos varia muito, de 15 000 a 600 000, consoante os autores. De qualquer modo um número razoavelmente expressivo.

Na «noite das facas longas» - de 29 para 30 de Junho de 1934 - Hitler ordena, além do assassinato de Röhm e dos seus mais próximos colaboradores, também o de outros adversários. Gregor Strasser também é abatido.

Cerca das 4:00 da manhã desse dia 30 de Junho de 1934, Hitler dirigiu-se pessoalmente, acompanhado de guardas SS, ao quarto de hotel onde Röhm estava hospedado, prendendo-o. Dois dias depois, é oferecida a Röhm a possibilidade de se suicidar. Mas ele recusa a arma, e foi abatido por dois guardas SS. Além dele, cerca de outros 70 oficiais das SA terão sido executados naquele fim-de-semana.

Hitler extinguiu, mesmo, as SA, integrando alguns dos seu elementos no exército.

Entretanto, para dirigir a polícia política e secreta do Estado – Gestapo -, criada em 26.04 do ano anterior, Hitler designa, então, Himmler (Heinrich Himmler). Aliás, Himmler era o comandante de todo o complexo repressivo nazi.

Nessa altura Hitler era “apenas” um membro da chancelaria (ministro) da Alemanha, nomeado pelo presidente, marechal Hindenburg, por indicação do chanceler von Papen. Mas já o chefe incontestado de uma organização que crescia avassaladoramente.

Com a morte de Paul von Hindenburg, em 02.08.1934, Hitler chega à presidência e torna-se no senhor absoluto da Alemanha (Reichführer), depois de ter consolidado o seu poder, eliminado adversários e colaboradores inconvenientes.

Dominados os "inimigos internos", tinha chegado o momento de mostrar ao mundo a unidade, a disciplina e o poder do Partido Nazi. Era essa a missão de Leni Riefenstahl.

Berta Helene Amalie "Leni" Riefenstahl

(22 de Agosto de 1902 - 8 de Setembro de 2003)

foi uma cineasta alemã, de apurada estética,

mas cujas principais e mais famosas obras foram os

filmes de propaganda que ela realizou para o partido nazi alemão.

.

.

.

Foi há 66 anos (30.06.1940), era um DM: um cortejo histórico que recorda oito séculos da história portuguesa desfila pela Avenida da Índia e Praça do Império. Na cúpula do edifício estatal continuavam os “eternos” e “vitalícios” presidentes: da República, Carmona; do governo, Salazar.
O regime do Estado Novo estava no seu apogeu.

As manifestações de pompa e circunstância, como esta, repetiam-se com frequência.

A máquina propagandística da ditadura estava bem oleada.

Com estas retrospectivas e revivescências passadistas o governo da ditadura do Estado Novo pretendia inculcar aos portugueses que ele e os que o seguissem e apoiassem é que eram os legítimos sucessores daqueles cuja gesta se recorda em tais manifestações.

Entretanto, com a emigração, em massa, de cidadãos portugueses, para o resto do mundo, à procura de melhor sorte para a sobrevivência, uns, ou exilando-se, deliberada ou forçadamente, do pulso de ferro e da cegueira do regime, outros; e com o cada vez maior isolamento internacional a que o país era votado… O regime foi-se deteriorando.

E caiu de podre em 1974. A 25 de Abril.

.

.

.

Decorreram 56 anos (30.06.1950), numa SX: Guerra da Coreia: o presidente Truman ordena a intervenção das forças terrestres norte-americanas. Em Inglaterra reinava ainda (por mais uns dois anos) o pai de Isabel II, Jorge VI. Em França, com a adopção da Constituição de 1946 iniciou-se a Quarta República, cujo 1º presidente foi o socialista Vincent Auriol. Em Portugal perpetuava-se a liderança dos corifeus do regime: Salazar (no ministério) e Carmona (na presidência. Só na aparência, na cúpula do regime, porque aí estava e estaria por quase mais vinte anos, Salazar). O general Carmona, que já ia nos 81 anos de idade, só por mais uns 10 meses, pois que morreria aos 18.04.1951. No Vaticano pontificava Pio XII (260º).

Conquistada pelo Japão em 1910, a Coreia (a península da Coreia, como uma unidade territorial) manteve-se sob seu domínio até 1945, ou seja, até à rendição japonesa na II Guerra Mundial. A partir de então, os Estados Unidos e a União Soviética ocuparam a região comprometendo-se, no entanto, a respeitar a soberania coreana. Promessa impossível de ser cumprida por qualquer dos colossos, ex-aliados.

Pretende-se a unificação, mas as respectivas negociações fracassam e assim temos, em 1948, dois Estados distintos: Coreia do Norte, ligada ao bloco soviético, e Coreia do Sul, pró-americana, divididas pelo paralelo 38, como estabelecido na Conferência de Potsdam.

Divisão que ainda hoje perdura.

A situação não obstava, contudo, a que cada um dos governos reivindicasse jurisdição sobre a totalidade da península coreana.

A rivalidade entre os coreanos, dum e doutro lado, torna-se cada vez mais intensa. E a guerra começou com uma tentativa da Coreia do Norte de unificar o país sob o seu regime, num ataque surpresa e invasão do Sul, em 25 de Junho de 1950, com a tomada de Seul, respectiva capital.

No dia imediato o presidente norte-americano Harry Truman ordenou a intervenção das suas forças terrestres.

Entretanto, as Nações Unidas condenam o ataque e também enviam forças, comandadas pelo general americano Douglas MacArthur, para ajudar a Coreia do Sul a expulsar os invasores.

O renhido conflito, nesta primeira fase foi resolvido: os setenta mil soldados norte-coreanos são vencidos pelos cento e quarenta mil soldados das Nações Unidas, e Seul é libertada.

Pouco depois, dá-se a operação inversa, com os sul-coreanos e as forças internacionais a desrespeitarem e violarem a fronteira do paralelo 38, avançando para a Coreia do Norte, a invadirem a respectiva capital Pyongyang e a aproximaram-se da fronteira com a China. Sentindo-se ameaçada, a China destaca e envia para a Coreia do Norte trezentos mil homens, para ajudar a repelir as forças combinadas do Sul com as internacionais. E estas foram rechaçadas.

Em 23.06.1951 começam as negociações de paz que se prolongaram por mais de dois anos. E o melhor que se conseguiu foi um acordo de cessar-fogo. Apenas.

Três anos de guerra e três milhões de vítimas não resolveram, porém, o problema da unificação das Coreias que se mantém até aos nossos dias. O acordo de paz nunca foi assinado.

.

.

.

Completam-se hoje 48 anos (30.06.1958), : inauguração do Palácio da Alvorada, em Brasília. Em Portugal passara-se um fenómeno interessante: Humberto Delgado terá ganho a maioria dos votos do eleitorado, nas presidenciais disputadas a 8 desse mês, mas quem ganhou as eleições foi Américo Tomás – é o que muitos garantem. Por outras palavras: devido à habitual particular habilidade da ditadura no manuseamento de cadernos eleitorais e de urnas, Humberto Delgado NÃO PODIA ganhar a presidência... E não ganhou.

Ganhou-a o fiel e humilde servidor do regime e do seu líder, o vivo, simpático e insigne tribuno Américo Tomás.

O Palácio da Alvorada – primeiro edifício inaugurado em Brasília - localiza-se nas margens do lago Paranoá.

Projectada por Oscar Niemeyer, a residência oficial do Presidente tornou-se símbolo do movimento moderno da arquitectura brasileira.

E Brasília, como nasceu a nova capital?

A primeira defesa da necessidade de mudança da capital do vice-reino é defendida pelo marquês de Pombal dois anos antes da mudança da capital da cidade de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763.

José Bonifácio, em 9 de Outubro de 1821, redige instruções aos deputados da província de São Paulo às cortes de Lisboa, sugerindo a criação de uma “... cidade central no interior do Brasil, para assento da Corte de Regência, que poderá ser na latitude pouco mais ou menos de 15° ...

Com a proclamação da Independência, cresce a presença e o peso político de José Bonifácio e a ideia de uma nova capital no centro do país torna-se dominante e ganha adeptos.

Assim, a ideia de criar uma nova cidade para onde se transferisse a capital era velhinha de mais de um século: em 1823 José Bonifácio, o “Patriarca da Independência”, apresenta projecto para mudança da capital e sugere o nome "Brasília" para a nova cidade.

Paulista, natural de Santos, onde nasceu em 13.06.1763, José Bonifácio, "Pai da Pátria" e "Timoneiro da Independência", como também lhe chamaram, aos 21 anos partiu para Coimbra onde se formou e especializou em mineralogia.

Aos 56 anos abraça a carreira política e é então que, pela primeira vez, se fala e se projecta Brasília no planalto central.

Mais de outro século decorrido, a Comissão de Localização da Nova Capital Federal foi criada em 1953 pelo Presidente Getúlio Vargas, e desde 1954 era presidida pelo Marechal José Pessoa.

Mas o maior e decisivo impulso viria depois: em 04.04.1955, num comício da campanha para as presidenciais, o candidato Juscelino Kubitschek de Oliveira prometeu que, se fosse eleito, iria transferir a capital para o Planalto Central.

Dias depois, em 15.04.1955, a Comissão de Localização da Nova Capital Federal (que havia sido criada em 1953) escolhe o local definitivo onde será construída Brasília.

Em 18.04.1956 Juscelino dirige ao Congresso uma mensagem propondo, nomeadamente, a criação da Companhia Urbanizadora da Nova Capital com a confirmação do nome de Brasília.

O Congresso aprova por unanimidade o projecto, em 19.09.1956, que se converte em lei, lançando o edital do Concurso do Plano Piloto.

Cerca de um mês depois, 22.10.1956, iniciam-se as obras de construção da residência presidencial provisória, o futuro Catetinho, que será concluído em 31/10/56.

.

Primeira residência oficial do presidente Juscelino Kubitschek,

o Catetinho foi construído em apenas 10 dias,

antes mesmo de Brasília ser inaugurada.
É um prédio simples, feito de madeira,

e conhecido como “Palácio de Tábuas”.

Foi planeado sem conforto ou honras oficiais,

para que o Presidente não se distanciasse dos trabalhadores.

Como toda obra de Niemeyer, o Catetinho nasceu de um rabisco.

O nome Catetinho foi sugerido por Dilermando Reis,

em alusão ao Palácio do Catete,

que foi a sede do poder executivo no Brasil desde 1897

(nos primeiros anos da República)

até 1960, quando a Presidência da República se transferiu para Brasília.

A partir da década de 1970,

o palácio passou a abrigar o Museu da República, entre outras instituições.

.

.

O projecto de Lúcio Costa foi o vencedor. Observe-se que, nesta data, em 15.03.1957, construções como a do primeiro aeroporto e a do Palácio do Alvorada já decorriam. Ou seja, a construção de Brasília inicia-se em 1956; a construção do Plano Piloto, já seguindo o projecto de Lúcio Costa, é que se inicia em 1957.

Brasília foi inaugurada aos 21.04.1960, quase dois anos depois da inauguração do Palácio da Alvorada.

.

.

.

Decorreram 46 anos (30.06.1960), numa QI: é declarada a independência do Congo Belga. Na Bélgica reinava Leopoldo III. Em Portugal na PR estava, “a bem da Nação”, Américo Tomás, fiel servidor do líder, Salazar, que continuava na chefia do governo e do regime. No Vaticano pontificava João XXIII (261º).

O Estado Livre do Congo foi um reino privado, património de Leopoldo II da Bélgica entre 1877 e 1908 aproximadamente. Incluía toda a área hoje conhecida como República Democrática do Congo e foi cenário de brutalidade, ganância e genocídio europeus sobre os nativos numa escala colossal. Em 1908, depois de as actividades de Leopoldo terem por fim sido expostas na imprensa ocidental, transformou-se, pelo menos em teoria, numa colónia normal da Bélgica, e passou a chamar-se Congo Belga” – cfr Wikipédia

O país africano Congo Belga declara a sua independência no dia 30 de Junho de 1960. O nome do país é modificado em 1971 para Zaire, e em 1997 para República Democrática do Congo.

Uma das zonas em que a independência do Congo foi mais fértil em violência e banhos de sangue foi na fronteira com a Angola.
O ex-Congo Belga, actual República Democrática do Congo, é o segundo maior país africano em extensão territorial (o maior é o Sudão).

.

Papá Simon Kimbangu,

um opositor do colonialismo,

fundou a religião kimbanguista

enquanto cumpria uma pena de 30 anos de cadeia

no então Congo Belga,

nas primeiras décadas do século 20.

Espécie de Gandhi e Martin Luther King africano,

Kimbangu pregou o evangelho e a desobediência civil pacífica

contra a minoria branca dominante.

.

.

.

Aconteceu há 45 anos (30.06.1961): guerra colonial portuguesa: é emitido o primeiro comunicado oficial das Forças Armadas, anunciando a morte de 50 militares desde o início da guerra, em Angola, a 04.02 desse ano. Na PR estava agora Américo Tomás - o símbolo da fidelidade e da subserviência ao líder, Salazar, que continuava na liderança do Ministério e do regime. Em Roma pontificava João XXIII (261º).

Só a quatro dias de se completarem 5 meses de guerra sai este comunicado!

Os comunicados oficiais acerca da guerra colonial nem eram frequentes nem fiáveis.

Matéria tabu, a guerra não era abordada pelos media porque a censura nada deixava passar acerca da matéria.

Só através dos media estrangeiros se conseguia saber o que na verdade se passava nas nossas colónias em guerra pela sua libertação.

.

.

.

Foi há 35 anos (30.06.1971), era uma QA: morte dos três astronautas soviéticos da missão tripulada da Soyuz 11, segundo se crê ao entrar na atmosfera terrestre. Era presidente da URSS Nikolai Podgorni. Nos EU governava o 37º presidente, Richard Milhous Nixon. Em Portugal na PR continuava Américo Tomás, mas na chefia do governo já estava Marcelo Caetano. Salazar morrera no ano anterior, a 27.07, aos 81 anos. Pontificava Paulo VI (262º).

A despressurização da nave Soyuz matou os cosmonautas Georgy Dobrovolsky, Vladislav Volkov e Viktor Patsayev, que haviam cumprido uma missão de 24 dias em órbita.

A Soyuz 11 foi a segunda tentativa, embora a primeira visita bem sucedida, à primeira estação espacial do mundo, a Salyut 1.

A nave Soyuz foi lançada em 6 de Junho de 1971, do Cosmódromo de Baikonur no centro de Kazakh, com a referida tripulação a bordo.

Aterraram na Salyut 1 com sucesso, logo no dia seguinte, e mantiveram-se a bordo por 22 dias, marcando recordes de permanência no espaço que se manteriam até a missão americana Skylab 2 em Maio-Junho de 1973.

Em 30 de Junho de 1971, após uma reentrada na atmosfera e uma aterragem normal da nave, a equipa de resgate abriu a cápsula e encontrou a tripulação morta.

A morte terá sido provocada por falta de ar: uma válvula, com menos de 1 mm de diâmetro, cuja abertura se deve ir fazendo gradualmente enquanto, na descida, o módulo de aterragem se separa do de serviço, e cuja função é a de tornar equilibrada a pressão dentro da nave nos momentos que antecedem a aterragem, essa válvula avariou e deixou que o ar da nave se escapasse para o exterior, quando a nave sobrevoava a França. Daí, da despressurização, a morte dos três tripulantes da nave.

Soyuz é uma nave espacial soviética com capacidade para três cosmonautas, usada no programa espacial de mesmo nome e em outros programas, e que é usada até hoje pela Rússia, mas, desde o referido acidente, só para dois tripulantes.

A nave Soyuz tem sua origem no programa com o mesmo nome, desenvolvido pela extinta URSS, durante a corrida espacial pela conquista da Lua. A nave passou a servir o programa espacial da Rússia e acabou por ser usada em parceria com o ex-rival, os EUA, nas operações com a Estação Espacial Internacional (ISS). A nave espacial é usada em viagens prolongadas. As suas dimensões e capacidades são semelhantes à da nave Apollo que foi usada pelos EUA no Projecto Apollo.

A Soyuz prosseguiu, durante os anos 1970 e 1980, um consistente conjunto de missões com objectivo de testar a capacidade humana em permanecer no espaço por longos períodos.

(Fonte: Wikipédia)

.

.

.

Foi há 17 anos (30.06.1988), era uma QI: aprovação, na Assembleia da República Portuguesa, da Lei de Bases da Reforma Agrária, proposta pelo governo. Mário Soares cumpre o seu 1º mandato presidencial. O executivo em exercício era o XI Governo Constitucional, liderado por Cavaco Silva. Pontifica João Paulo II (264º).

A reforma agrária era matéria recorrente em todos os governos que se sucederam ao 25 de Abril. As primeiras experiências foram, creio, a de Lopes Cardoso, ministro da Agricultura no VI Governo Provisório, e outra a do I Governo Constitucional, com António Barreto – a chamada Lei Barreto, de 1977.

“A Reforma Agrária foi, sem dúvida, a tentativa de transformação das estruturas produtivas que mais marcou as rupturas revolucionárias que atravessaram a construção da democracia portuguesa após a recuperação da liberdade em 25 de Abril de 1974.”

.

.

.

Na mesma data (30.06.1988), o Vaticano, através de João Paulo II, excomunga o bispo francês Marcel Lefebvre.

Monsenhor Lefebvre (1905-1991), como era mais vulgarmente conhecido, foi um bispo católico que se opôs às reformas liberalizantes (!) do Concílio Vaticano II, iniciado pelo João XXIII (261º) em 11.10.1962 e encerrado pelo papa Paulo VI (262º), aos 08.12.1965.

Feito padre em 1929, Lefebvre foi missionário e arcebispo na África ocidental até 1962.

Funda uma instituição “dissidente” chamada “Fraternidade Sacerdotal (ou Eclesiástica) S. Pio X”.

Nem terá sido tanto o facto de ter ordenado, sem autorização, quatro bispos, que ele foi marginalizado pela hierarquia e, primeiramente, suspenso pelo papa Paulo VI, em 1976, para posteriormente ser mesmo excomungado por João Paulo II em 1988. Terá sido mais grave a sua atitude quando instituiu tribunais para julgar questões matrimoniais, assumindo poderes exclusivos da Rota Romana, isto é, do um Tribunal Papal. Aí, sim, segundo alguns experts na matéria, terá havido cisma.

Foi o primeiro cisma que abanou a Igreja Católica desde 1870.

Na verdade, em 21 de Novembro de 1974, Lefebvre declarou:

"Nós aderimos com todo nosso coração, com toda nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias à manutenção desta mesma fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade. Por outro lado, nós recusamos, e temos sempre recusado, a Roma de tendência neo-modernista e neo-protestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II e, depois do Concílio, em todas as reformas que saíram dele".

Ao fim e ao cabo, Lefebvre e os seus seguidores (Fraternidade Sacerdotal S. Pio X), mais conservadores que a conservadora hierarquia, mais retrógrados que tantos os que o foram em último grau, pretendiam manter a tradição da missa tridentina (do concílio de Trento), isto é rezada em Latim e de costas para os fiéis, no altar-mor. Aquela a que os entendidos chamam Missa de São Pio V, de 1570, em contraposição a Missa de Paulo VI, de 1969, (dita nas línguas nacionais, e de frente para a assistência).

«Decreto de excomunhão de Monsenhor Marcel Lefebvre, de Dom António de Castro Mayer e dos quatro bispos por eles sagrados:
”Sagrada Congregação para os Bispos
Monsenhor Marcel Lefebvre, Arcebispo-Bispo emérito de Tulle, tendo - apesar da advertência canónica formal de 17 de Junho último e das repetidas interpelações pedindo-lhe que renunciasse ao seu propósito - realizado um acto de natureza cismática ao proceder à consagração episcopal de quatro bispos sem mandato pontifício, e contra a vontade do Sumo Pontífice, incorreu na pena prevista pelo cânone 1364, par. 1, e pelo cânone 1382 do Código de Direito Canónico.
Declaro que os efeitos jurídicos são os seguintes: o sobredito Monsenhor Marcel Lefebvre, Bernard Fellay, Bernard Tissier de Mallerais, Richard Williamson e Alfonso de Galarreta incorreram ipso facto na excomunhão latae sentenciae reservada à Sé Apostólica.
Declaro ainda que Mons. António de Castro Mayer, Bispo emérito de Campos [Campos: diocese do nordeste brasileiro], tendo participado directamente na celebração litúrgica como co-consagrante e tendo publicamente aderido ao acto cismático, incorreu na excomunhão latae sentenciae, prevista pelo cânone 1364, par. 1.
Exortamos os padres e os fiéis a não aderirem ao cisma de Monsenhor Lefebvre, pois incorreriam ipso facto na mesma pena de excomunhão.
Da Congregação para os Bispos, dia 1 de Julho do ano de 1988.
Bernadin Cardeal Gantin Congregação para os Bispos, Prefeito”»

«A revista 30 Giorni de Outubro passado - revista sempre muito bem informada - publicou uma entrevista com Monsenhor Fellay, Superior Geral da Fraternidade São Pio X, na qual se dá a entender que foi já alcançado um acordo para que os tradicionalistas lefebvrianos sejam reintegrados na Igreja: o Papa permitiria que qualquer padre, se quisesse, poderia rezar a Missa Tridentina, de São Pio V. Em troca, os lefebvristas se reintegrariam à Igreja sem exigir que o Papa condenasse o Vaticano II e a Missa Nova.

Parece que estão prestes a se dar acontecimentos eclesiásticos muito importantes. Há quem fale em uma mudança de rumo, por parte do Vaticano».

E a verdade é que, em 29.08.05, o Papa Bento XVI reuniu-se com o líder da Fraternidade de S. Pio X, monsenhor Bernard Fellay, sucessor do bispo Marcel Lefebvre, um dos 4 por ele ordenados e com ele excomungado por João Paulo II em 1988.

Como diria um blogger (de quem não recordo o nome), os negócios da fé, metem latim e a renúncia ao concílio Vaticano II”.

Que é como quem diz, renúncia ao mínimo dos mínimos de um “aggiornamento”.

.

.

.

Foi há 16 anos (30.06.1990), num SB: os estados alemães unificam-se em matéria económica, monetária e social, desaparecendo as fronteiras entre ambos. Richard von Weizsäcker era o presidente da Alemanha Federal. Presidente do Parlamento e chefe de Estado da República Democrática Alemã (RDA), num breve mandato de 05.04.1990 a 03.10.1990, era a democrata-cristã Sabine Bergmann-Pohl. Nos EU decorria o mandato de Bush (pai), o republicano George Herbert Walker Bush, 41º presidente. Em Inglaterra reinava, já há muito, Isabel II. Em Portugal, Mário Soares está a terminar o seu primeiro mandato presidencial, com Cavaco Silva na liderança do XI Governo Constitucional. Na suprema direcção da Igreja Católica continuava, desde 1978, o papa João Paulo II (264º).

Uma das consequências da derrota da Alemanha na II Guerra Mundial foi a sua divisão em dois Estados. Nessa altura a Alemanha tornou-se num palpável marco que dividia dois “blocos” ou dois sistemas político-económicos absolutamente antagónicos, liderados pelos EU e pela União Soviética.

A capitulação da Alemanha ocorreu a 8-9 de Maio de 1945. Em consequência foram presos os membros do governo do Reich, liderado pelo Almirante von Dönitz que, com outros líderes da ditadura nazi, respondeu por crimes de guerra e contra a humanidade perante o Tribunal de Nurembergue, instaurado pelos Aliados. (Hitler tinha-se suicidado, dias antes, a 30 de Abril, no seu Quartel-General, em Berlim, com as tropas soviéticas à vista, na garantida eminência da derrota.)

As quatro potências vencedoras – Estados Unidos, Inglaterra, França e União Soviética - dividiram o território em quatro zonas de ocupação. E mesmo Berlim também foi dividida em quatro sectores.

Mas era evidente a impossibilidade de os aliados definirem uma política comum para a Alemanha vencida.

E na conferência que deveria definir as bases da nova ordem europeia do pós-guerra - Conferência de Potsdam, perto de Berlim, de 17 de Julho a 2 de Agosto de 1945 - só houve consenso quanto a quatro pontos: desnazificação, desmilitarização, descentralização da economia e reeducação democrá­tica.

Mas as abissais diferenças entre as três potências ocidentais e a União Soviética logo traçaram outros destinos e fizeram configurar outros planos.

No dia 23 de Maio de 1949, os aliados ocidentais criaram a República Federal da Alemanha (RFA), com Bona por capital.

Em resposta, a União Soviética, que integrara a zona leste do país à sua estrutura de poder, anunciou, em Outubro de 1949, a fundação da República Democrática Alemã (RDA), com Berlim Oriental como capital.

A divisão alemã manteve-se até 1990.

A República Federal da Alemanha não reconhecia a RDA, considerando-se a única representante dos alemães (Doutrina de Hallstein). Por outro lado, dá-se a crise de Berlim, de 1958, quando Khrushchev exigiu que os aliados ocidentais desocupassem Berlim Ocidental em seis meses.

Segue-se a construção do muro de Berlim (começado a 13 de Agosto de 1961, derrubado a 9 de Novembro de 1989) – símbolo máximo da divisão do mundo capitalista e do socialista assim como do clima de guerra-fria entretanto instalado.

A Reunificação da Alemanha - da República Federal da Alemanha (antiga Alemanha Ocidental) e da República Democrática da Alemanha (antiga Alemanha de Leste) - é comemorada com feriado nacional no dia 3 de Outubro.

Alguns meses de manifestações populares, em 1989, conseguiram o que quarenta anos de intermináveis negociações internacionais não tinha alcançado: a reunificação da Alemanha.

Com a união monetária e económica entre as duas Alemanhas e a entrada da antiga RDA (porque formando uma com a RFA) na NATO, «a União Soviética cedeu aos apelos da Alemanha Ocidental aceitando retirar suas tropas da antiga Alemanha Oriental, após 45 anos de ocupação. Ficou acertado que as forças militares soviéticas se retirariam dali até 1994. Os custos dessa retirada seriam suportados pela Alemanha Ocidental.

Em Setembro de 1990, em Moscovo, a Alemanha Ocidental assinou com os Estados Unidos, a União Soviética, o Reino Unido e a França um tratado que punha fim à tutela dessa potências sobre a Alemanha, a qual voltava a ser plenamente soberana.

A reunificação entrou em vigor a 3 de Outubro de 1990.

«Emancipada, a Alemanha, antes uma gigante económica e anão político, passou a afirmar-se não apenas como a terceira potência económica mundial, mas também como a mais rica e populosa nação da nova União Europeia, formada a partir do Tratado de Maastricht, que entrou em vigor em Novembro de 1993» (cfr Wikipédia)

(Fontes: várias)

.

.

.

Completam-se hoje 10 anos (30.06.1995), foi numa SX: morreu, aos 55 anos, Jorge Peixinho, compositor e pianista. Estava quase no seu termo o 2º mandato presidencial do Dr Mário Soares. Decorria o longo pontificado de João Paulo II (264º).

JORGE Manuel PEIXINHO Rosado nasceu no Montijo, a 20 de Janeiro de 1940.

Personagem multifacetada na sua área de conhecimento e de grande gabarito cultural e profissional foi compositor, pianista, crítico, maestro, professor, conferencista, membro da direcção de várias organizações, organizador de concertos. Mais: foi individualidade importante na divulgação da música contemporânea em Portugal e da música portuguesa no estrangeiro.

Formou-se em composição e piano no Conservatório Nacional de Lisboa. Esteve, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, na Itália, onde, em Roma, estudou com Boris Porena e com Goffredo Petrassi na Academia de S. Cecíllia e em Veneza com Luigi Nono; na Suíça, onde trabalhou com Pierre Boulez e Karlheinz Stockhausen nos Meisterkurse da Academia de Basileia; e ainda nos Países Baixos e Alemanha. Leccionou composição e análise no Conservatório e na Escola de Música do Porto. Participou em numerosos festivais e concursos de música contemporânea, nomeadamente, Gaudeamus (Holanda, 1963), Madrid (1964), Veneza (1964), e por diversas vezes, nos Festivais de Royan (França) e Maracaíbo (Venezuela, 1977), tendo alcançado grande projecção internacional como compositor.

“Considerado um dos músicos portugueses fundamentais da segunda metade do século XX, é talvez o único compositor nacional que fielmente representa a corrente modernista da música europeia, cultivando na sua obra um vanguardismo mais ou menos pronunciado”. Entre outras obras destacam-se Diafonia (1963-65), Morfocronia (1963-68), Música em Água e Mármore (1977), Canto para Anna Livia (1981), Concerto de Outono (1983), Ouçam a Soma dos Sons que Soam (1986), Canto Germinal (1989), Passage Intérieur (1989) e Nocturno no Cabo do Mundo (1993).

Jorge Peixinho foi membro de júris de vários concursos internacionais de composição (Festival Guanabara – Rio de Janeiro, 1970), Prémios Martin Codax - Vigo e Fernando Pessoa – Lisboa, Concurso Viotti (Vercelli – Itália). E participou ainda em vários Cursos Internacionais de Darmstadt entre 1960 e 1970, colaborando nos projectos de composição colectiva promovidos e dirigidos por Stockhausen em 1967 e 1968.

Em 1970 fundou, juntamente com alguns músicos portugueses, o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, que tem realizado uma importante acção de divulgação de música do nosso tempo (em particular da nova música portuguesa) e colaborou regularmente nos Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea.

Em 1977 foi eleito membro do Conselho Presidencial da Sociedade Internacional de Música Contemporânea.

Recebeu encomendas de várias instituições portuguesas, entre as quais: SEC, Fundação Gulbenkian, Comissão dos Descobrimentos, Conselho Português da Música, Oficina Musical, Câmara Municipal de Matosinhos, Festival Internacional de Alicante, GMEB de Bourges (França), New Music Concerts (Toronto Canadá), festival de Acqui Terme (Itália), assim como de artistas e agrupamentos nacionais e estrangeiros.

(Fontes: várias)

.

.

.


Foi há
9 anos (30.06.1997), era uma SG: a Grã-Bretanha devolve Hong Kong à China. Decorria na Grã-Bretanha o já longo reinado de Isabel II, liderando o governo, desde o mês anterior, Tony Blair. Em Portugal tinha começado, no ano anterior, o primeiro mandato presidencial do Dr Jorge Sampaio. João Paulo II (264º).

Efectivamente, a cerimónia do dia seguinte, 01.07, é que culminaria esse processo do regresso (contratual) de Hong Kong à China.

Durante a primeira das guerras do ópio, em 1841, a ilha de Hong Kong foi ocupada pelos britânicos. Em 1842, a China assinou o tratado de Nanquim, no qual cedia a posse da ilha de Hong Kong à Inglaterra.

As guerras do ópio opuseram duas vezes a Grã-Bretanha à China. Em causa esteve a abertura dos portos chineses ao comércio do ópio. A primeira guerra eclodiu entre 1839 e 1842 e a segunda entre 1856 e 1860. O ópio proveniente da Índia britânica pagava os produtos importados da China, tais como a porcelana, a seda, e sobretudo o chá.

A Convenção de Pequim de 1860 conferiu-lhe a posse de Kowloon. Os Novos Territórios foram cedidos por contrato à Inglaterra e a sua posse foi-lhe conferida entre 1898 e 1997.

A colónia foi um importante centro de comércio sino-britânico, entre o século XIX e o século XX. Entre 1941 e 1945 foi ocupada pelo Japão. Um ano mais tarde, os britânicos recuperam o seu domínio. A revolução comunista chinesa de 1949 provocou o acolhimento em Hong Kong de 1 milhão de refugiados chineses (predominantemente cantoneses).

Hong Kong registou um enorme desenvolvimento e é considerado um dos mais prósperos centros financeiros, comerciais e industriais da Ásia.

.

.

.


free web counters




free web counters
New Jersey Dialup