quinta-feira, maio 12, 2005

SOLTAS (POR VEZES CONEXAS)


«O problema [tráfico de influências] está, porém, no ambiente geral de podridão que há muito marca as relações de uma parte da classe política com alguns sectores empresariais.»
Eduardo Dâmaso (Público, QI 12 MAI 05)

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«O problema está na contradição permanente entre os discursos liberais em matéria de economia e a preservação de um Estado tentacular pelos mesmos agentes politicos.»
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«São (…) os tempos de vírgulas cirúrgicas em decretos, leis à medida de interesses particulares, despachos secretos, negociação informal de contrapartidas, e outro tipo de esquemas que banalizaram o tráfico de influências e subverteram as regras da concorrência leal entre empresas.»
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« São (…) os pesados tempos de chumbo gerados pela corrupção que tem vindo a minar progressivamente o próprio regime democrático.»
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«A própria entrada do crime de tráfico de influências no ordenamento jurídico português é em si uma enorme caricatura da forma como temos sido governados nas últimas duas décadas e meia.»
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«Passados dez anos, este crime não tem expressão estatística em matéria de condenações.»
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«Fica a condenação mediática ou a impunidade. Convenhamos que nada disto é saudável, que nada disto é próprio de um Estado de direito democrático.»
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«A barragem de críticas [à Casa da Música] nos meios iluminados de Lisboa mostra que há dois pesos e duas medidas, situação a que não é alheia a concentração dos media na capital.»
Rui Moreira (id, id)

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«Desde que o projecto descarrilou com a saída extemporânea de Santos Silva por culpa de Carrilho, então ministro da Cultura, os pecados repartem-se entre governos e a autarquia. A trapalhada que se seguiu, fruto de vaidades, incompetências e teimosias, é uma história portuguesa, por acaso com sotaque portuense.»
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«Há, na capital, uma nomenklatura saudosista, que tenta, tardiamente, impor ao país e ao Porto a receita centralista que nunca conseguiu aplicar no seu império perdido e que beneficia da impotência de uma elite do Porto»
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«O problema é que, entre as duas cidades, são mais fracas as virtudes que as separam do que o mal que as une, perpetuado por uma cegueira que impede a descoberta da cura.»
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«(…) estou a falar de Isaltino Morais, de Valentim Loureiro, como poderia ainda falar de Fátima Felgueiras ou de Daniel Campelo. Mas o paradigma, o arquétipo, esse é sem dúvida Alberto João Jardim. (…) têm uma característica em comum: são populares e reivindicam regularmente essa popularidade como uma espécie de consagração da democracia absoluta.»
Eduardo Prado Coelho (id, id)

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«Mas a ligação ao partido de Isaltino ou a de Valentim Loureiro é tão forte que facilmente eles ameaçam passar a "candidatos independentes". Sempre com aquela reserva de que o partido está onde eles estiverem.»
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«Há também entre os mais famosos verdadeiros caciques à maneira dos políticos brasileiros: aqueles que são capazes de mudar no mesmo dia duas vezes de partido, desde que seja para ganhar.»
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«Os partidos não se renovam enquanto estiverem dependentes de dirigentes locais deste quilate. A limitação dos mandatos vai no sentido da renovação - e da renovação permanente.»
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«A corrupção, uma velha prática humana, também se pode dividir em vários níveis, e todos eles são condenáveis. Mas, não podendo matar a corrupção da alma humana, inquieta-me que tantos políticos de topo não sejam suficientemente livres para resistir ao pequeno negócio, muito mais próprio de um certo tipo de autarcas e dirigentes desportivos.
Julgando estar a partilhar do poder, estão apenas a ser escravos de quem os trata como marionetas.
O futuro dos políticos também passa por aqui. Não pela sua transformação em santos, mas pela forma como terão de lutar contra a sua subordinação em relação a quem vive só preocupado com o lucro.»

Luís Osório (A Capital, QI 12 MAI 05)

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«O estatuto social, económico e político dos envolvidos numa eventual irregularidade tem, por certo, um outro tratamento, judicial e mesmo jornalístico, menos adjectivado, mais cauteloso. Este caso pode ser paradigmático na sua cobertura mediática e no desenvolvimento da Justiça.»
Rogério Rodrigues (id, id)

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«A ser verdade o tráfico de influência pior parte do Estado Maior do CDS/PP, com ou sem conhecimento de Paulo Portas, transforma Santana Lopes, num líder errante, no idiota dostoievskiano, uma figura digna da nossa ternura, mas não do nosso consentimento.»
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«Outros escândalos ou outras anomalias (usemos o eufemismo) virão, gradualmente, a ser libertadas, num programado tempo político, em ataque e contra-ataque. E a Justiça começa a parecer um árbitro de futebol.»
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«Um eventual «não» francês é uma espécie de refeição indigesta no restaurante comunitário de Bruxelas. Por isso até ao dia 29 de Maio, a Comissão Europeia parece querer refugiar-se num congelador: para não ter de tomar uma única acção que possa pôr em causa a decisão dos franceses.»
Fernando Sobral (Jornal de Negócios on line, QI 12 MAI 05)

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«É certo que o melhor que a Europa comunitária vai conseguir dos franceses é um «sim, mas?». Poderá ser uma garrafa de oxigénio para um continente que olha para uma bússola e ainda não sabe onde é o seu norte.»
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«O Estado vive um momento de rara conflitualidade sem que o poder político saia da toca para se indignar. Não há um dirigente partidário que fale, um político que se atreva, um candidato que se atravesse. É preocupante e anómalo, sobretudo quando a virgindade do Bloco não se manifesta.»
Raul Vaz (DN, QI 12 MAI 05)

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«Manuel Alegre é cada vez mais provável como candidato à Presidência da República. Apesar da vantagem que Cavaco Silva claramente tem sobre qualquer candidato, engana-se quem o dá como simples candidato para marcar presença. Alegre não é apenas um grande tribuno. É um homem com pensamento político estruturado, uma referência do regime democrático, e alguém com espessura cultural bastante para ser levado muito a sério. Hoje, a esquerda não tem melhor.»
Editorial, n.a. (id, id)

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