segunda-feira, maio 30, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


2005/2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO)

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Faz hoje 574 anos (1431), era uma QA: em Rouen, França, Joana d'Arc é queimada na fogueira como herege. Em Portugal reinava D. João I (10º). Pontificava Eugénio IV (207).

Para os franceses Joana D’Arc simboliza o espírito de independência nacional. Terá nascido em 1412 e morrido em 1431, portanto, com 19 anos. A sua personalidade continua a ser um enigma. Rezam os anais, em geral, que a sua vida terá tanto de imaginário, de lendário como de histórico.

O momento histórico, para a França, era muito difícil: os ingleses ocupavam quase todo o seu território.

Joana dizia-se inspirada pelo divino, que ouvia “vozes” do “além” que a incitavam a salvar a sua pátria. Terá conseguido convencer o herdeiro da coroa, o futuro Carlos VII, a entregar-lhe o comando do exército. Assumida essa liderança, vence o inimigo (29ABR1429?) e liberta Orleães do cerco inglês, o que lhe permitiria conduzir o rei a Reims para ser sagrado.

Capturada e vendida aos ingleses por uma soma de dinheiro, eles libertam-se dela criando um tribunal que a julga e condena por feitiçaria. E é queimada na praça do Mercado Velho de Ruão, em 30MAI1431.

Conta-se que, na sagração de Carlos VII, em Reims, alguém lhe terá perguntado porque estava ali, na igreja, com o estandarte, ao que ela terá respondido: “estive na tormenta; justo era que estivesse no triunfo”.

O Vaticano conduziu-a aos altares. Inspirou nomes como Schiller, Gounod, Péguy, Claudel, Anouilh e Shaw.

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Foi há 333 anos (1672), era uma SG: nasceu Pedro, o Grande, czar da Rússia. Em Portugal decorria a Regência de D. Pedro (II). Pontificava, em Roma, Clemente X (239º).

Pedro I Alexeyevitch, cognominado «o Grande», imperador da Rússia de 1682 a 1725. Era filho do czar Alexei Mikhailovitch. Pedro foi o primeiro dos soberanos russos que compreenderam o valor e o significado da civilização ocidental. O processo de introduzir a civilização ocidental prosseguiu. Promoveram-se a imprensa e a instrução, o calendário foi parcialmente reformado, introduziram-se os métodos ocidentais de numeração e de cálculo.

A 02.03.1712 casou com a sua amante. Catarina (Catarina I), em S. Petersburgo, e dois meses depois transferia o governo central para a nova capital (Moscovo).

Em 1721 tomou Pedro o título de «imperador de todas as Rússias».

No Outono de 1724 foi atacado por doença grave, resultado da sua imprudência e habituais excessos; e, depois de prolongada agonia, veio a falecer a 28.01.1725. Pedro o Grande deixou forte marca na vida política da Rússia, e pode ser considerado como o criador da Rússia moderna, que trouxe para o sistema de Estado dos povos europeus.

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Completam-se hoje 259 anos (1746), era uma SG: nasceu, em Goa, Abade de Faria, cientista português. Reinava D. João V (24º). Pontificava Bento XIV (247º).

O seu nome era José Custódio de Faria.

Obrigado a emigrar de Portugal em 1788, foi professor em França, onde se tornou conhecido dos meios intelectuais parisienses. Dedicou-se ao estudo do chamado «magnetismo animal» e do «hipnotismo», procurando dar-lhes, pela primeira vez, carácter sistemático e científico numa obra de que foi publicado postumamente apenas um tomo (De la cause du sommeíl lucide). Foi imortalizado por Alexandre Dumas (pai) como personagem de O Conde de Monte Cristo.

Morreu em Paris em 1819.

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Completam-se hoje 227 anos (1778), era um SB: morreu Voltaire, escritor e filósofo francês. Em Portugal reinava D. Maria I (26º). Pontificava Pio VI (250º).

O verdadeiro nome de Voltaire era François-Marie Arouet. Voltaire era o seu nome literário.

Voltaire nasceu em Paris, aos 21.11.1694.

Foi um dos mais significativos nomes “do espírito, do humorismo e da espirituosa crítica tipicamente gaulesa e iluminista”.

“Cultivou a tragédia, a epopeia, o romance, o ensaio, a narrativa alegórica. O gosto do exótico, tão próprio do século XVIII, matiza a sua obra, mais como recurso crítico do que como tendência realista”.

Escreveu uma obra vastíssima e polícroma, sempre polémica e comprometida, diremos até que comprometedora: em 1717 é encarcerado em consequência da publicação da sátira J'ai vu, de autoria, aliás, incerta”. Esta foi a segunda vez que foi preso na Bastilha. E foi aí que mudou o seu nome de Arouet para Voltaire.

Foi exactamente na sequência desta prisão que, após a sua libertação da Bastilha, o escritor chega ao exílio, a Inglaterra – facto que hoje 24MAI1726 se comemora – donde regressaria, cerca de três anos depois, a França em 1729.

Esse exílio e a respectiva motivação estão na origem das suas Lettres anglaíses, que o Parlamento mandou queimar (1734).

“A crítica moral empreendida na sua obra, a sátira social por vezes violenta e o ataque frequentemente certeiro aos costumes, leis e instituições não deixam de lhe acarretar a desconfiança e até a hostilidade dos seus contemporâneos. É esse, de resto, o tributo imposto a um espírito tão brilhante como combativo. A sua vida agitadíssima foi marcada pela paixão da marquesa de Châtellet (1706-1749), espírito cultivado que deixou algumas obras e exerceu sobre o escritor poderosa influência. Voltaire permaneceu alguns anos na Prússia e mais tarde retirou-se para o Castelo de Ferney, perto da Suíça, onde passou 23 anos da sua vida, talvez o período de mais intenso labor. Foi admitido como membro da Academia Francesa em 1746”

“De entre os numerosos títulos da sua obra citam-se os seguintes: as tragédias Oedipe (1718), Zaire (1732), Mérope (1743) e uma epopeia, La Henriade (1728). Mas é sobretudo no romance e no conto de essência filosófica, de forma alegórica e tom satírico, que se distingue. São deste tipo: Micromégas (1747), Zadig (1748) e Candide (1759). Além das Lettres anglaises, citemos ainda o seu Essai sur lês moeurs (1756) e o Dictionnaire philosophique (1764).” (Fontes: várias enciclopédias).

Ficou famosa a sua troca de correspondência com Catarina II, czarina da Rússia.

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Faz hoje 191 anos (1814), nasceu, em Torchok/Rússia, Michail A. Bakunine, revolucionário russo. Em Portugal estávamos na regência de D. João (VI). No Vaticano pontificava Pio VII (251º).

“De origem nobre, ingressa no exército, mas é obrigado a exilar-se por causa das suas ideias revolucionárias. Durante o exílio encontra-se em Paris com Marx e Proudhon. Regressando à Rússia, é preso e exilado na Sibéria. Evade-se em 1861 e vai para Inglaterra e depois para a Suíça. Adere à Revolução Polaca de 1863. Ligado à I Internacional (1867), funda a secção italiana e cria, no ano seguinte, a Aliance de la Démocratie Sociale, movimento de carácter revolucionário, mesmo anarquista, que preconiza a supressão dos Estados e de qualquer autoridade. Partidário do igualitarismo, deseja a comunização de todos os bens de produção. No congresso de Haia (1872) afasta-se completamente de Marx, cujo federalismo considera nefasto.

Na obra O Estado e a Anarquia (1873) tenta demonstrar o perigo do poder, mesmo revolucionário. Tal como os niilistas, pensa que todo e qualquer poder trai o povo”.

Morreu em Berna em 1876.

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Completam-se hoje 171 anos (1834), era uma SX: decreto de abolição das ordens religiosas (levado a assinar ao regente D. Pedro IV pelo ministro Joaquim António de Aguiar, por isso conhecido pelo "Mata-Frades"): o dec. de 30MAI extinguiu "todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e quaisquer casas de religiosos das ordens regulares", com a incorporação dos seus bens "nos próprios da Fazenda Nacional"; e um outro diploma legal de 30JUN declarou que aquele último compreendia também as ordens militares e lhes era aplicável em todas as suas disposições. Pontificava Gregório XVI (254º).

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Faz hoje 130 anos (1875), foi num DM: nasceu a actriz Palmira Bastos. Reinava D. Luís (32º). Pontificava Pio IX (255º).

Palmira Bastos, casada com o empresário António de Sousa Bastos, foi uma das actrizes portuguesas mais aplaudidas da primeira metade do século xx. “Representou vários géneros (opereta, vaudeville, revista) e muitos textos de autores portugueses, mas especializou-se no chamado teatro declamado”.

Morreu em Lisboa em 1967.

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Foi há 79 anos (1926), era um DM: entra em funções o primeiro governo da ditadura militar, presidido pelo Comandante Mendes Cabeçadas. Simultaneamente, a Assembleia da República e o Senado são encerrados.

Na mesma data, o presidente Bernardino Machado renuncia e entrega o poder a Mendes Cabeçadas. Pontificava Pio XI (259º).

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Foi há 57 anos (1948), era um DM: o Tratado de Cidadania Britânico confere o estatuto de cidadãos britânicos a todos os cidadãos da Commonwealth. Em Portugal decorria o 3º mandato presidencial sucessivo de Carmona. Pontificava Pio XII (260º).

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Foi há 47 anos (1958), era uma SX: após a desistência da candidatura do Dr. Arlindo Vicente às presidenciais, de 08JUN seguinte, a favor do general Humberto Delgado, este mantém-se como único opositor do contra-almirante Américo Tomás, proposto pelo regime, que tinha sido ministro da Marinha de Salazar. O PR era o general Craveiro Lopes. Pontificava Pio XII (260º).

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Completam-se hoje 45 anos (1960), era uma SG: morreu, Peredelkino, em Boris Pasternak, poeta e romancista russo. Em Portugal era PR o almirante Américo Tomás. Pontificava João XXIII (261º).

Boris Pasternak nasceu em Moscovo em 1890.

“Poeta ligado ao movimento futurista, obteve o maior sucesso com o seu primeiro livro O Gémeo no Céu, em 1914. Uma imaginação fecunda permite-lhe uma visão da realidade inesperada e rica. Celebrizou-se, no estrangeiro, com o romance Doutor Jivago (1957), publicado em Itália à revelia das autoridades soviéticas. Num estilo muito lírico, traça o destino altamente cristão de um médico russo durante a revolução e os conflitos a que o arrastam, tanto a sua dedicação à terra natal como uma concepção da existência que entra em conflito com a doutrina soviética. Em 1958 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel, que, porém, o escritor foi obrigado a recusar, por não ter sido autorizado a deslocar-se a Estocolmo”.

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