terça-feira, maio 10, 2005

SOLTAS DE HOJE

«Foi em Riga que, pela primeira vez, um Presidente americano [George W. Bush] assumiu como um erro a partilha da Europa no pós-guerra. “Os acordos de Yalta seguiram a tradição injusta de Munique e do Pacto Molotov-Ribbentrop. Mais uma vez, quando governos poderosos negociaram, a liberdade das pequenas nações não foi tida em consideração.”»
José Manuel Fernandes (Público, TR 10 MAI 05)

«É extremamente curioso. Diversos pensadores fundamentais do nosso tempo, como Foucault, Baudrillard, Lyotard e, acima de tudo, um autor que passou a fazer parte da história da filosofia, Jacques Derrida, são europeus.
Mas os principais comentadores, de tal forma que surgiu uma escola no pensamento, na arte, na arquitectura, são de origem americana.»

Eduardo Prado Coelho (id, id)

«Não é possível fazer justiça após os sinistros automóveis se os julgamentos ocorrem meses e meses depois ou anos e anos após. Se a investigação ocorresse, ainda que numa fase preliminar, nas 48 ou 72 horas subsequentes, não haveria tempo para a montagem de estratégias de diversão, não haveria amnésias testemunhais nem tácticas das seguradoras. Um procedimento célere, com ”via verde” burocrática, eficaz. Como se sabe, não raramente, o que está a jusante influencia os dias futuros do que ocorre a montante.»
Mário Melo Rocha (Diário económico, TR 10 MAI 05)

«O mundo de hoje já não é o do pós-guerra e do equilíbrio bipolar que se lhe seguiu, mas as ameaças tomaram novos rostos. Apesar de sermos a primeira geração de europeus para os quais a guerra deixou de ser uma opção válida para a resolução de conflitos é demasiado perigoso tomarmos a paz como algo de eternamente garantido.»
Nuno Sampaio (id, id)

«Os senhores da guerra comemoram, por estes dias, o final da II Guerra Mundial. Mas a verdade é que não houve um só ano sem guerra nestes 60 anos de paz.
Antes e depois da guerra-fria, o mundo esteve envolvido em constantes guerras quentes. Não escapou um único continente. Guerras de ocupação e guerras pela independência, disputas territoriais e conflitos étnicos, agora as guerras preventivas, ensanguentaram o mundo, espalharam a miséria, a desordem, o horror.»

João Paulo Guerra (id, id)

«“Junto aos rios da Babilónia nos sentámos a chorar”, reza um salmo da Bíblia. As lágrimas ainda não pararam de correr, apesar dos sorrisos postiços dos senhores da guerra em ‘sketches’ para consumo na televisão.»
Id (id, id)

«O país precisa, há muitos séculos, de mudar. Os ministros, normalmente, são os carteiros dessa necessidade. Mas, quase sempre, enganam-se na morada onde devem entregar as suas missivas. Cada ministro que chega ao poder vai a uma escola e a primeira palavra que aprende é: «mudar».»
Fernando Sobral (Jornal de Negócios on line, TR 10 MAI 05)

«A escolha não começa nas urnas, ao contrário do que possa parecer - aí apenas acaba. Grande parte das verdadeiras escolhas eleitorais não é do domínio público, mesmo se apenas se fazem em virtude do exercício futuro de um cargo público. Por isso, a transparência de um partido é tão ou mais importante que a transparência de um candidato.»
Miguel Romão (A Capital, TR 10 MAI 05)

«Putin, caldeado na política diplomática e de segurança do Politburo, sabe que a Rússia, como qualquer outro país, só pode voltar a ser respeitada se for suficientemente temida. Sabe também, regras de qualquer homem destacado do antigo KGB (e Putin era o agente mais temido na Alemanha de Leste por alturas da queda do muro de Berlim), que as coisas quando são ditas devem conter mensagens nas entrelinhas.»
Luís Osório (id, id)

«O presidente russo não é um comunista na verdadeira acepção do termo. Como não o era Gorbachov, Brejnev nem sequer Estaline. Isso não iliba o comunismo como prática política, sobretudo por ser uma carta de princípios contrária à lógica comportamental humana, isso quer simplesmente dizer que Putin é um russo que defende a lógica do grande Império, a mesma lógica de Pedro, o Grande, ou de Nicolau II.»
Id (id, id)

«Reconheça-se um ponto negro no esforço do New Labour para conciliar eficácia económica com justiça social. A divisão em classes da sociedade britânica não se atenuou, pelo contrário. E a situação dos mais pobres piorou. Blair governa para a classe média, ou seja, para a maioria. Tratar das minorias talvez seja tarefa para Gordon Brown, quando chegar a sua hora.»
Francisco Sarsfield Cabral (DN, TR 10 MAI 05)

«Há que considerar a possibilidade de participação dos cidadãos [nos media], das notícias alternativas, da confirmação, do desmentido. De conectar o mundo, tanto quanto de o localizar. Esta é a grande arma dos novos media, que encontram expressão muito particular nos blogues, escritos como um jornal, imediatos como a rádio.»
Joana Amaral Dias (id, id)

«Regra geral, [os biógrafos de Hitler] não se atrevem a dizer que ele foi, a seu modo e no seu tempo, um jovem culto, por mais defeituosa e bárbara que a sua cultura fosse, como de facto foi.»
Manuel de Lucena (id, id)

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