segunda-feira, outubro 30, 2006

ATENÇÃO: O FOSSO É CADA VEZ MAIOR



FAO: 850 milhões de pessoas subalimentadas no mundo

Mais de 850 milhões de pessoas estavam subalimentadas entre 2001 e 2003, segundo o relatório anual sobre Segurança Alimentar da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), apresentado hoje em Roma. No documento, divulgado na 32º sessão do comité de segurança alimentar mundial da FAO, a decorrer em Roma até sábado, a organização sublinha que este número quase não sofreu qualquer redução desde 1990-92, enquanto que «o mundo é mais rico hoje do que há dez anos».

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Diário Digital / Lusa

30-10-2006 11:30:58

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Veja a notícia completa
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notas à margem

Churchill

Churchill era uma personalidade riquíssima (não necessariamente e apenas de ricas características). São proverbiais, por exemplo, a enorme sagacidade e repentismo do “bulldog”.

Veja-se este exemplo:

Lady Astor, a primeira mulher membro da Câmara dos Comuns, disse a Churchill, ao lado de quem estava sentada num importante jantar: "Se fosse casada consigo punha-lhe veneno no café!". Churchill não hesitou: "Minha senhora, se fosse casado consigo bebê-lo-ia".

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POIS...


DIGO EU...

O INSÓLITO - I

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ISLÂMICOS DEBATEM O USO DE ROUPA DURANTE O ACTO SEXUAL.

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O Egipto assistiu, recentemente, a um debate religioso no mínimo curioso. Ultrapassada a velha questão da luz acesa ou apagada, o problema que se coloca agora é se o casal deve ou não manter a roupa durante as relações sexuais. A controvérsia instalou-se quando um perito em lei islâmica alertou para o facto de a nudez completa do casal durante o acto sexual invalidar o casamento. Para contornar o problema surgiram propostas mais flexíveis: não haveria problema se o marido visse a esposa nua, ou vice-versa, desde que não desviasse o olhar para os genitais. Para evitar a tentação, o perito aconselha a que as relações sexuais ocorram debaixo de lençóis.

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Com luz ou às escuras… Claro que com a luz apagada é muito mais louco: às apalpadelas, aos encontrões e aos tropeções à cama e à mesa de cabeceira, à cómoda e ao psiché, numa tentativa desesperada de agarrar o outro pelo sítio certo.

Manter ou não roupa. Não percebo a dúvida: claro que sim, mantendo, antes, durante e depois. Sempre. É mais quentinho e mais higiénico.

Se for um casal rural, ele de ceroulas e samarra; ela de calçote, combinação e avental – é, além do mais, de muito mais respeitinho.

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Como era no tempo dos nossos reis

(quais praticantes de safada e jesuítica hipocrisia):

elas, as rainhas, e eles de camisão de noite,

com um buraco no mesmo, em lugar estratégico.

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(uma dúvida me tem perseguido sempre:

os reis, na sua intimidade com as (geralmente)

inúmeras “namoradas”, ditas barregãs,

usariam o mesmo “cerimonial”

ou tudo correria, já, “à la gardère”?

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Regressemos ao Islão.

Bom, invalidar o casamento é que nunca.

Cumpra-se o preceito: nada de nudez total.

Mas que diabo, nem é difícil: há sempre um anel ou uma pulseira, um fio ao pescoço, qualquer coisa para impedir a nudez absoluta. E, se for preciso, ela põe uma liga e ele o boné… Qual o problema?

Mas se porventura não houver nenhum desses adereços, olhar para as partes pudendas e deleitosas além de ser pecado, imoral, indecente e atrevido, pode tornar-se altamente perigoso: pode provocar excitações descontroladas com resultados pouco ortodoxos. Melhor, mesmo, é de olhos nos olhos, avançando, rodando, tateando, mexendo, apalpando, remexendo… E seja o que Alá quiser…

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Debaixo dos lençóis? muito mais íntimo. Mas a privacidade, essa, nunca pode estar garantida, sobretudo quando um, ou o outro, ou os dois – hélas! O desvario total – perderem o controlo e entrarem numa frenética aceleração… Os vizinhos especam, assustados, receosos que se trate de uma cena de pugilato…

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Claro que se eu estivesse presente, não me ligavam nenhuma. E muito menos ao meu conselho: amigos, em matérias tais, mandem as regras às urtigas. Sigam o instinto com que a mãe natureza os dotou… E siga a festa!

Isto é: qu’Alá esteja convosco, e qu’Abraão vos proteja!

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Assim seja!

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O INSÓLITO - II

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QUANDO CORTAR COM O CASAMENTO É CORTAR O DEDO

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A Áustria é um país onde o radicalismo se parece dar bem. Mas nem isso pode ser álibi para o que um vienense fez para cortar de vez com o casamento: o homem cortou o dedo onde usava a aliança e enviou-os - dedo e anel, claro - à ex-mulher, rematando um divórcio difícil, noticiou a Reuters. Que esclareceu que o sujeito não só não se arrependia de ter cortado o dedo, como não o queria de volta para coisa nenhuma. "Foi um acto de libertação", explicou ainda, acrescentando (a quente - digo eu, não a agência) que não fazia tenção de se voltar a casar (pensando melhor... nunca se sabe - digo eu de novo).

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Estou a imaginar certos rapazes da nossa praça adoptarem semelhante prática...

A muitos restariam já poucos dedos... Contando com os ameaços mais assumidos, grande parte deles nem teriam já dedo nenhum.

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Tivemos um presidente da Câmara de Lisboa, que por acaso também foi, de raspão, primeiro-ministro

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(isso não vale:

não insistam porque eu não digo quem foi...)

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que, por razões que tais, não tinha nenhum dedo (nem falta lhe faziam), e que, se a dada altura mandou fazer uma prótese de dois dedos, foi para poder segurar no copo, e beber sem a ajuda do seu indefectível LD...

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PUBLICIDADE E PUBLICIDADE

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publiciarte

Quando a publicidade é, sobretudo, um rico manancial

de criatividade, arte e efeitos surpreendentes.

Ou seja, quando a publicidade tout court

é, apenas, um acidente.

Ou então:

A publicidade de que todos gostam...

Mesmo os que não gostam de publicidade.

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Não tenho a certeza se já o passei aqui ou não...

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É um vídeo de uma criatividade e execução espectacular.

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(Convirá ter o som um pouco para o alto, pois há sons quase imperceptíveis)

Veja

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OS NÚMEROS DE DUAS LEITURAS

O barman, do BARTOON do Luís Afonso, é ainda um dos meus heróis favoritos... É um “lince”

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Aprecio a agudeza do seu espírito e a parcimónia das suas palavras...

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Com a devida vénia, do Público

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MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


The Last Emperor/O Último Imperador

Bernardo Bertolucci, 1987

(ver abaixo: 30.10.1911)
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Este é o espaço em que,

habitualmente,

faço algumas incursões pelo mundo da História.

Recordo factos, revejo acontecimentos,

visito ou revisito lugares,

encontro ou reencontro personalidades.

Datas que são de boa recordação, umas;

outras, de má memória.

Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.

Aqui,

as datas são o pretexto para este mergulho no passado.

Que, por vezes,

ajudam a melhor entender o presente

e a prevenir o futuro.

Respondendo a uma interrogação,

continuo a dar relevo ao papado.

Pela importância que sempre teve para o nosso mundo ocidental.

E não só, nos últimos séculos.

Os papas sempre foram,

para muitos, figuras de referência,

e para a generalidade, figuras de relevo;

por vezes, e em diversas épocas, de decisiva importância.

Alguns

(muitos)

não pelas melhores razões.

Mas foram.

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DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:

1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

Semana do Desarmamento/Semana Mundial da Paz.

A Batalha do Salado foi travada há 666 anos, na SG 30.10.1340 – estávamos em plena era de Reconquista -, entre Cristãos e Mouros, junto da ribeira do Salado, na província de Cádis (sul de Espanha). Nela intervieram o rei de Castela, Afonso XI, e seu sogro, D. Afonso IV, de Portugal.

A figura dominante do confronto foi o rei Afonso XI de Castela, pertence ao grupo dos, assim cognominados, 'reis implacáveis' de Espanha. O epíteto tem origem na ferocidade com que reprimia qualquer desordem, designadamente as dos nobres.

O monarca tinha laços de parentesco com a casa real portuguesa: era filho da infanta Constança de Portugal (e de Fernando IV de Castela), pelo que era neto materno da Rainha Santa Isabel e de D. Dinis.

Afonso XI casou-se duas vezes. A primeira, com Constança Manoel, infanta de Castela (que acabaria por casar, depois, com o seu primo direito, Pedro I de Portugal, filho de D. Afonso IV); da segunda vez com a sua prima direita, a infanta Maria de Portugal, filha de Afonso IV, rei de Portugal, seu tio materno e da infanta Beatriz de Castela, sua tia paterna, em 1328.

Mas a sua longa e duradoura paixão foi por Leonor de Gusmão, que lhe deu 10 filhos.

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O berbere muçulmano Tarik ibn-Ziyad (simplesmente Tarique, em português) foi um general Omíada (i. é, da primeira dinastia de califas do profeta Maomé) que comandou a conquista da Península Ibérica. Terá sido a 30.04.711 que o exército muslim de Tarique desembarcou no rochedo, hoje conhecido como Gibraltar, e que primeiro recebera o seu nome, para iniciar a conquista e domínio dos reinos visigóticos peninsulares, obtendo a sua primeira vitória a 19 de Julho de 711, na Batalha de Guadalete (em Jerez de la Frontera), onde foi morto o rei Rodrigo dos visigodos.

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As tropas berberes de Tarique entraram na Península com ânimo absolutamente destruidor: a ferro e fogo e pilhagem. O que igualmente aconteceu à Lisboa desse tempo. Reconstruíram-na, porém, preservando o respectivo topónimo: Lixbuna.

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Certo que o objectivo da força árabe era, uma vez ultrapassada a barreira pirenaica e dominados os francos, avançar no sentido da conquista de todos os territórios circundantes do Mediterrâneo.

Não lograram vencer os francos, mas instalaram-se na Ibéria que dominaram por vários séculos.

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A Reconquista não foi um movimento contínuo e, muito menos, planificado. “Foi uma guerra lenta, feita de avanços e recuos, com métodos e objectivos que mudaram ao longo do tempo”.

E também nem sempre cristãos e muçulmanos se opuseram como inimigos declarados: quantas vezes não houve alianças e colaboração episódica entre as duas religiões.

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Iniciou-se, a “reconquista”, quase de seguida à invasão de Tarique, com Pelágio – um nobre visigodo que foi eleito rei das Astúrias (mais tarde reino de Leão) -, em 718, aproveitando a desorganização dos sarracenos. Mas a primeira grande vitória dos Cristãos contra os mouros apenas ocorreria na Batalha de Covadonga, em 722.

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Entre o século XI e o XIV, porém, o movimento tornou-se mais definido e determinado. Nesse período, a “reconquista” tornou-se a chave que permite explicar o desenvolvimento e a configuração dos reinos de Portugal, Leão e Castela, e Aragão.

E foi então que se deu o recontro aqui recordado hoje.

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O movimento ficaria completo em 02.01.1492, quando os reis católicos de Espanha (Isabel e Fernando), “aproveitam a vantagem sobre os últimos governadores muçulmanos da Espanha”, retomando Granada (a antiga Iliberis romana), o derradeiro reduto árabe na península.

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Os reis católicos

Isabel, rainha de Castela, e Fernando, rei de Aragão,

foram os autores da unificação,

da fusão do mosaico de reinos ibéricos

na unidade (?) nacional espanhola.

Foram, assim, digamos,

os primeiros reis da entidade que hoje conhecemos como Espanha

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A Batalha do Salado, ora comemorada, foi uma das muitas que se travaram entre islamitas e cristãos, durante esses quase oito séculos (cerca de 781 anos).

[Síntese a partir, basicamente, das enciclopédias BU, da Texto Editores, e “Wikipédia, a enciclopédia livre”]

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Foi há 101 anos, na SG 30.10.1905: o czar Nicolau II lança o Manifesto de Outubro prometendo uma constituição representativa

Decorria, nos EU, o mandato do 26º presidente, Theodore Roosevelt (1858-1919). No Reino Unido reinava Eduardo VII, da Casa de Saxe-Coburg-Gotha (que um sentimento anti-alemão fez mudar para Casa de Windsor, em 1917), filho da rainha Vitória, bisavô de Isabel II, sendo chefe do governo Arthur Balfour, do Partido Conservador. Em França era presidente Émile Loubet. Na Alemanha reinava o imperador Guilherme II. Em Espanha reinava Afonso XIII, avô de Juan Carlos I de Borbón. Em Portugal reinava D. Carlos (33º), e o governo era chefiado, pela 3ª vez, por José Luciano de Castro Pereira Corte Real, do Partido Progressista. Na igreja católica pontificava o papa Pio X (257º).

«A Revolução Russa de 1905 foi um espasmo nacional de violência contra o governo. Ela foi um evento espontâneo e sem liderança, e não possuiu uma causa simples nem um objectivo concreto. Ela é geralmente vista como um sinal das mudanças sociais que estavam ocorrendo na Rússia, e que levaram à Revolução Russa de 1917.» [Wikipédia, a enciclopédia livre]

O império vivia uma grave crise política: a transição do feudalismo para o capitalismo. A situação dos servos, no entanto, não melhorou com a possibilidade que lhes foi oferecida (?) de adquirir as terras que trabalhavam. Os encargos com a aquisição da terra agravou-lhes a situação. A acrescer a esta situação, a rápida industrialização de várias regiões da Rússia (vg, Moscovo, São Petersburgo e Ucrânia), acompanhada pela construção da mega linha ferroviária transiberiana, conduziram ao inevitável crescimento e diversificação das classes média e operária. Ambas eram favoráveis, naturalmente, a profundas reformas de cariz democrático num sistema político autocrático dominado, ainda, por um czar absolutista e por uma nobreza feudal.

Aliás, o regime czarista era despótico, cruel e desumano!

A sociedade russa era um mundo de contradições que exigia profundas alterações. Alterações inevitáveis e urgentes que a via reformista e de negociação não estavam à altura de conseguir resolver com a brevidade exigida.

Os acontecimentos precipitaram-se com o desastre das forças russas na guerra russo-japonesa de 1904/1905.

Tudo se despoletou no DM 22.01.1905 (na Rússia, dado não estar ainda em vigor o novo calendário gregoriano – novo... de mais de 300 anos – era, então, ainda, o dia 09.01 do mesmo ano). Uma manifestação pacífica, liderada pelo padre ortodoxo

Gregori Gapone, dirigia-se, em marcha lenta, ao Palácio de Inverno do czar Nicolau II, em São Petersburgo, para aí entregar uma petição, assinada por cerca de 135 mil trabalhadores, reivindicando para o povo direitos como reforma agrária, tolerância religiosa, abolição da censura e representação no governo.

O grão-duque Sergei Alexandrovich, o despótico e corrupto tio do imperador, ordenou, então, que a guarda do czar não permitisse que a manifestação se acercasse do palácio e que a dispersasse. Perante a impassividade do povo, a guarda imperial atirou a matar, provocando centenas de mortos. Foi o Domingo Sangrento, que constituiu a gota de água para o desencadear o movimento revolucionário de 1905.

Pouco depois o próprio Sergei Alexandrovich foi assassinado, tendo o assassino confessado que o executara “porque ele era uma das armas da tirania. Vinguei-me em nome do povo” - esclareceu.

Seguiram-se distúrbios (violência, incêndios, pilhagem das grandes propriedades) “por todo o ano, atingindo picos de agitação no início do Verão e Outono, e culminando em Novembro”. Como romperam greves e outras acções revoltosas, por todo o país e rasgando fronteiras. Criaram-se, rapidamente, conselhos operários (sovietes), com vista a coordenar as múltiplas greves.

"Durante a greve geral, entretanto, o soviete voltou a funcionar, e passou a ser conhecido como o Soviete de Representantes Operários. A reunião constituinte aconteceu em 13 de Outubro no prédio do Instituto Tecnológico de São Petersburgo”. A multidão de trabalhadores aderiu em massa ao movimento. Até que os radicais tomaram conta da situação e simultaneamente deu-se a famosa revolta do couraçado Potemkin

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que viria a ser tema de um filme,

com o mesmo nome,

de Sergei Eisenstein, apresentado em 1925.

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E somos chegados à efeméride de hoje: "Em Outubro de 1905, para tentar remediar a situação, o Czar Nicolau II, relutantemente, lançou o famoso Manifesto de Outubro, que permitiu a criação de uma Duma (parlamento) nacional e a existência de partidos políticos (...)”. “Estas medidas surtiram escassos efeitos, visto que os partidos eram sistematicamente vigiados e a Duma era controlada pela aristocracia e pelo Czar, que a podia dissolver."

Mas é claro que as promessas do Manifesto rapidamente foram esquecidas, ao mesmo tempo que a repressão recrudesceu com maior violência, os líderes e activistas da oposição foram perseguidos, presos ou exilados, os sovietes ilegalizados e encerrados.

De momento, o czar viu o seu poder reabilitado e a revolução de 1905 fracassou.

Mas a verdade é que o Domingo Sangrento foi, a prazo, o fermento da Revolução de 1917.

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Veja uma imagem, da época, de manifestantes do Domingo Sangrento, marchando a caminho do Palácio de Inverno do Czar, obtida, com a devida vénia, através de link para a “Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Foi há 135 anos, em 30.10.1871, uma SG: nasceu o filósofo, escritor e poeta Paul Valéry

Em França, decorria a 3ª república e era presidente da república o estadista e historiador francês Louis Adolphe Thiers (1797-1877 ). Em Portugal reinava D. Luís (32º), sendo o governo chefiado por António Maria de Fontes Pereira de Melo, pela 1ª vez, do Partido Regenerador. Em Roma pontificava Pio IX (255º).

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«La voix des sources change, et me parle du soir;
Un grand calme m'écoute, ou j'écoute l'espoir.
J'entends l'herbe des nuits croître dans l'ombre sainte,
Et la lune perfide élève sons miroir
Jusque dans les secrets de la fontaine éteinte...
Jusque dans les secrets que je crains de savoir,

Jusque dans les replis de l'amour de soi-même,
Rien ne peut échapper au silence du soir ... »
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- Fragments du Narcisse, (Charmes, 1922) Paul Valéry

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Ambroise-Paul-Toussaint-Jules Valéry nasceu em Sète, na costa mediterrânica, no departamento do Pirinéus Orientais, próximo de Perpignan, de Nîmes e da Catalunha.

Como poeta foi conquistado pela estética simbolista, dominante na época. Sofreu particular influência de Mallarmé (Stéphane Mallarmé), que também influenciou Jean-Paul Sartre.

Mas os seus interesses não se quedavam pela escrita e pela poesia, pois iam, além da filosofia, à matemática e à música. Além de ter sido um importante ensaísta crítico.

Das muitas expressões que lhe são atribuídas, reveladoras da sua apurada acutilância, destaco quatro, neste momento:

- “Peça desculpa quando agir bem; nada fere tanto.”

- "Elegância é a arte de não se fazer notar, aliada ao cuidado subtil de se deixar distinguir".

- "Um homem competente é um homem que se engana segundo as regras."

- “Os livros têm os mesmos inimigos que o homem: o fogo, a humidade, os bichos, o tempo - e o seu próprio conteúdo.”

Tornou-se membro da Academia Francesa em 1925.

Vejam-se alguns títulos da sua extensa obra: Introduction à la méthode de Léonard de Vinci (1895) ; La soirée avec monsieur Teste (1896); Charmes (1922); Dialogue de l'arbre (1923); Discours en l'honneur de Goethe (1932); Pièces sur l'art (1936); Mon Faust (1946); Vues (1948, póstumo); Œuvres I (1957, póstumo).

Em português existe, também, da sua autoria, Discurso sobre a Estética/Poesia e Pensamento Abstracto, editado em 1995 pela Editora Veja.

De Charmes (1922), faz parte Le Cimetière Marin, considerado por muitos como um dos principais poemas da literatura francesa do século XX.

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Porém, o autor colocava entre as suas obras que considerava mais marcantes, os muitos volumes de diários que escreveu.

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Paul Valéry morreu na SX 20 de Julho de 1945, em Paris.

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Aconteceu há anos, na SG 30.10.1911: Pu-Yi, imperador da China com 5 anos de idade, jura uma nova Constituição, terminando oficialmente três séculos de domínio Manchu na China.

Nos EU decorria o mandato do 27º presidente William Howard Taft, do Partido Republicano. No trono do Reino Unido encontrava-se o avô da rainha Isabel II, Jorge V; e ao governo de SM presidia H. H. Asquith, do Partido Liberal. Na Rússia reinava o czar Nicolau II. Na Prússia reinava Guilherme II. Em França decorria a Terceira República, com Armand Fallières na chefia do Estado e Joseph Caillaux na liderança do governo. Em Portugal fora implantada a República, uma ano antes, e era presidente Manuel de Arriaga – aliás, Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue (1840-1917) – do Partido Republicano (depois Partido Democrático), que foi o primeiro presidente da República Portuguesa constitucionalmente eleito, sendo o governo liderado por Pinheiro Chagas, do Partido Republicano, que foi o primeiro primeiro-ministro (designava-se então por presidente do Ministério) dum governo constitucional, da primeira República. À igreja romana presidia Pio X (257º).

Puyi ou Pu-Yi - Aising-Gioro Pu Yi - (Pequim, 1906 - Pequim, 1967), nascido na dinastia Qing, foi imperador da China de 1908 a 1911, quando foi forçado a abdicar. Isto é, dos 2 aos 5 anos.

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O rigor dos protocolos... A inflexibilidade de certas tradições...
Uma criança de 5 anos a jurar uma nova constituição!....

E é o gesto estudado (imposto), mecânico, inconsciente da criancinha

que acaba, assim, com séculos doutro domínio?

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Tantas as crianças

– sobretudo de outros estratos sociais, onde, aí, sim, um verdadeiro drama –

que nunca tiveram “tempo” de ser crianças!

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Neste caso: os poderosos e os seus títeres... Mas uma criança, senhores!...

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Veja-se uma sinopse de sinopses do filme biográfico co-escrito e dirigido por Bertolucci

“Pequim 1908 - Um menino de três anos torna-se o Imperador do China. Seu nome é Pu Yi. Apenas três anos depois, a China passa a ser uma República. A dinastia Qing é forçada a abdicar e mais de três mil anos de domínio imperial chegam ao fim. A única pessoa que parece não compreender é o imperador do três anos de idade. À medida que cresce, Pu Yi é tratado como um deus. Mas aos dezoito anos é expulso da Cidade Proibida por um guerreiro republicano. Ajudado por seu amigo e preceptor, [Flemming Johnson] (Peter O`Toole) ele foge e se abriga na legação japonesa. Depois de viver um bom período de boa vida, ele é convidado pelos japoneses a ser o Imperador da Manchúria. Pu Yi [John Lone] permanece no trono até ser capturado pelos russos, sendo então extraditado e entregue com prisioneiro à República Popular da China, permanecendo encarcerado por 10 anos. A história do último imperador da China é um conto de intriga, traição, guerra e desastre nacional. É também a história pessoal de um dos mais extraordinários antigos heróis dos tempos modernos.”

No filme, o papel de Wang Jung, sua primeira mulher, é desempenhado por Joan Chen.

Tendo como pano de fundo as transformações políticas e sociais que atingiram a China entre o final do século XIX e a instituição do governo socialista de Mao Tse Tung em 1949, O Último Imperador foi o primeiro filme que recebeu autorização do governo chinês para filmar na Cidade Proibida. Ganhou os Óscares de todas as categorias às quais foi indicado, nove. Pertence à terceira ordem de filmes mais premiados com as célebres estatuetas douradas da Academia (houve três filmes com 11 óscares, dois com 10 e três com 9).

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Em 30.10.1925, numa SX de há 81 anos, o inventor escocês John Baird faz a primeira demonstração televisiva de um objecto em movimento.

Nos EU corria o mandato do 30º presidente, John Calvin Coolidge Jr., do Partido Republicano. No Reino Unido era ainda Jorge V, avô de Isabel II, quem reinava, estando na chefia do governo, pela segunda vez, Stanley Baldwin, do Partido Conservador. Em França ainda vigorava a Terceira República e o presidente era Gaston Doumergue. Na Alemanha o presidente era Paul von Hindenburg. Em Portugal o chefe de Estado em exercício era o presidente-escritor, Manuel Teixeira Gomes, do Partido Democrático, que viria a resignar pouco depois, em 11.12.1925; o presidente do Ministério era Domingos Leite Pereira, do Partido Democrático. No Vaticano pontificava Pio XI (259º).

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O engenheiro electrotécnico escocês John Logie Baird (1888–1946) foi um dos pioneiros da televisão. Em Fevereiro de 1924 transmitiu imagens estáticas através de um sistema mecânico de televisão analógica. Em 30 de Outubro de 1925 transmitiu as primeiras imagens em movimento. Em 1927 fundou a Baird Television Development Company, a qual em 1928 fez a primeira transmissão transatlântica de televisão, entre Londres e Nova York e também o primeiro programa de televisão para a BBC. Em 1931 realizou a primeira transmissão ao vivo.

E foi também em 1928 que fez a primeira emissão de televisão a cores.

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“Ao fazer, no início de 1926, em Londres, a primeira demonstração pública dum sistema capaz de reproduzir, após transmissão, uma cena do mundo real, John Baird devia estar bem longe de imaginar que dava início a uma das maiores sagas tecnológicas de sempre. De facto, os sistemas de televisão, dos quais Baird foi um dos pioneiros, constituem, sem dúvida, o maior paradigma das comunicações audiovisuais do século XX.” [A Revolução Multimédia: O Papel da Normalização, Fernando Pereira, Instituto Superior Técnico - Instituto de Telecomunicações]
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“Na Inglaterra, John Baird promove a sua primeira demonstração de televisão «verdadeira» em Londres. Estava-se nos inícios de 1926. Os anos seguintes foram fundamentais para o trabalho de Baird, e a sua máquina mecânica permitiu desenvolver hipóteses que os sistemas electrónicos demorariam muitos anos a alcançar. Na realidade, Baird demonstrou as possibilidades da televisão a cores, da televisão estereoscópica e da televisão por raios infravermelhos ainda antes de 1930. A BBC começa a emitir televisão experimentalmente em 1929, usando o sistema de Baird com 30 linhas. No ano seguinte aparece o primeiro programa com emissão simultânea de som e imagem. O sistema de Baird continua até 11 de Setembro de 1935, quando é substituído por um sistema electrónico.” [OS NOVOS MEDIA E O ESPAÇO PÚBLICO, Rogério Santos, Gradiva].

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Em 1926, o engenheiro apresenta, no Instituto Real de Londres, a sua invenção: a televisão, máquina capaz de transmitir imagens em movimento sem utilizar fios.

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“Transmitida com sucesso a sua primeira imagem em movimento, a cabeça dum manequim, visita o jornal Daily Express, para negociar a promoção da sua invenção: o editor ficou aterrado.”

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A máquina televisiva, mecânica, de John Baird, hoje uma peça de museu, obviamente.

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Há 68 anos, em 30.10.1938, que foi num DM, o actor e realizador norte-americano Orson Welles produz e apresenta o programa de rádio A Guerra dos Mundos, baseado na obra homónima de H. G. Wells, causando o pânico nos EUA.

Corria o mandato do 32º presidente dos EU, Franklin Delano Roosevelt, do Partido Democrata. Em Inglaterra reinava Jorge VI, pai e antecessor de Isabel II; e era chefe do executivo Neville Chamberlain, do Partido Conservador. Em França decorria o mandato de Albert Lebrun, o último presidente da Terceira República. Na Alemanha já estava no poder Adolfo Hitler, Führer e Reichskanzler. Em Portugal, estava já instalada, de pedra e cal, e por muitos anos, a dupla da Ditadura do, dito, Estado Novo, Salazar e general Carmona. Aos destinos da igreja de Roma presidia Pio XI (259º).

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Recentemente este assunto foi abordado numa “memória...”, a propósito da obra A Guerra dos Mundos do escritor inglês H. G. Wells.

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O Halloween, nome original na língua inglesa, é um evento de cariz tradicional, que ocorre nos países anglo-saxónicos, com especial relevância nos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido, tendo como base e origem, as celebrações pagãs dos antigos povos celtas.

O Halloween – que em português é traduzido livremente por “dia das bruxas” – é celebrado no último dia de Outubro de cada ano, nos países anglo-saxónicos. Porém, o evento que hoje se recorda passou-se, exactamente, na véspera dessa data, no dia 30.

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O acontecimento (cacha extraordinária na época) foi muito comentado e ficou profusamente documentado nos principais periódicos de então. Preferível é, pois, acompanhar um desses relatos contemporâneos, trazido até nós por Gisela Swetlana Ortriwano, jornalista, doutora em Comunicação e Professora da Universidade de São Paulo, um dos especialistas que se debruçaram e analisaram “o programa que mais marcou a história dos media no séc. XX”.

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Apenas adaptei o texto ao português europeu.

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«Guerra falsa no rádio espalha terror pelos Estados Unidos
Manchete do jornal Daily News de 01.11.38

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No especial do Raditeatro Mercury da véspera do Dia das Bruxas de 1938 - denominado Mercury's Halloween Show -, usando somente sons e silêncios, foi representada uma invasão de marcianos sob a forma de uma cobertura jornalística. Todas as características do radiojornalismo usadas na época – às quais os ouvintes estavam habituados e nas quais acreditavam – se faziam presentes: reportagens externas, entrevistas com testemunhas que estariam vivenciando o acontecimento, opiniões de especialistas e autoridades, efeitos sonoros, sons ambientes, gritos, a emotividade dos envolvidos, inclusive dos pretensos repórteres e comentaristas, davam a impressão de um fato, que estava indo ao ar em edição extraordinária, interrompendo outro programa, o radioteatro previsto. Na realidade, tratava-se do 17º programa da série semanal de adaptações radiofónicas realizadas por Orson Welles e o Radioteatro Mercury (ou Teatro Mercury no Ar) que explorava as técnicas jornalísticas com a ambientação sonora requerida pela linguagem específica do rádio.
A CBS calculou na época que o programa foi ouvido por cerca de seis milhões de pessoas, das quais metade passaram a sintonizá-lo quando já havia começado, perdendo a introdução que informava tratar-se do radioteatro semanal. Pelo menos 1,2 milhão tomaram a dramatização como facto, acreditando que estavam mesmo acompanhando uma reportagem extraordinária. E, desses, meio milhão tiveram certeza de que o perigo era iminente, entrando em pânico e agindo de forma a confirmar os factos que estavam sendo narrados: sobrecarga de linhas telefónicas interrompendo realmente as comunicações, aglomerações nas ruas, congestionamentos de trânsito provocados por ouvintes apavorados tentando fugir do perigo que lhes parecia real, etc. O medo paralisou três cidades. Pânico ocorreu principalmente em localidades próximas a Nova Jersey, de onde a CBS emitia e Welles situou sua história. Houve fuga em massa e reacções desesperadas de moradores de Newark e Nova York (além de Nova Jersey), que sofreram a invasão virtual dos marcianos da história.
O conceito de rotatividade de audiência, que hoje faz com que as notícias sejam repetidas à exaustão uma vez que as pessoas estão sempre começando a ouvir o rádio naquele exacto momento, ainda não existia na teoria. Só na prática. A recepção era colectiva, dando margem à existência de uma comunidade de ouvintes que, diversamente da recepção intimista, cúmplice e individualizada que caracteriza o rádio actual, facilitava – e até incentivava - os comentários interpessoais, a troca de informações, experiências e emoções. Ainda hoje, a grande maioria dos acontecimentos importantes chegam primeiro pelo rádio, seja directa ou indirectamente: quem avisou, ficou sabendo pelo rádio.»

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Recordo que a super-realista transmissão até suicídios provocou, a acrescer ao louco pandemónio a que deu origem...

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quinta-feira, outubro 19, 2006

PUBLICIDADE E PUBLICIDADE

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publiciarte

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Quando a publicidade é, sobretudo, um rico manancial

de criatividade, arte e efeitos surpreendentes.

Ou seja, quando a publicidade tout court

é, apenas, um acidente.

Ou então:

A publicidade de que todos gostam...

Mesmo os que não gostam de publicidade.

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Vamos então ao vídeo de hoje:

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APRESENTAÇÕES. CUMPRIMENTOS

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Ora adeus: apertos de mão! Que procaria! Os germes que se espalham!... BRRRrrrrr!!!!

Diferente é com os beijinhos! Não dois (nada disso: não por razões de estirpe!), um só, mas... à maneira... calmamente... sem pressas...

Ah! Mas não é só no nosso dia a dia. Qual História!

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(A Ciência está atenta para além desses breves e costumados episódios...)

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Nã, nã! No escritório! No congresso! No/a médico/a! No/a advogado/a! Na reunião de vendedores/as! Na reunião de... Na assembleia de...

Sempre!....!

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A ciência explica. E aconselha.

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Veja, recorde ou aprenda...

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(Viram?

Percebido, n’é assim?)

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DIGO EU...


1. A manifestação “POR TUDO”, da QI 12.10, foi um caso sério que deu que pensar a “todo o mundo”. (Parecia...)

(Sócrates, esse... Nem confirmou nem desmentiu. Nem se terá impressionado! Mas engoliu?)

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Quanto ao número de manifestantes – cujo cálculo não diferiu muito (ao contrário do que é habitual) entre o das entidades oficiosas e o de outras menos facciosas – até o subintendente Neto Gouveia ficou pasmado!...

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Manifestações, deste tipo, em Portugal, foi chão que já deu uvas... Até elas têm sido vitimizadas pela tremenda crise!...

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Mas esta!...

Cuidado!...

(Pareceu!)

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2. Perante certas questões mais escaldantes (fracturantes, é muito mais “in”) e roubando um recente mote do jovem Rui Tavares, direi que, acerca delas, se Vasco Graça Moura diz mata, Luís Delgado também diz, Vasco Pulido Valente diz esfola, Constança Cunha e Sá diz esmaga, Helena Matos diz que já se devia ter esfolado e esmagado, Alberto João Jardim diz f***-**, Maria Filomena Mónica desmancha no “seu” instituto, Miguel Sousa Tavares incinera, João César das Neves benze, António Barreto espalha as cinzas, Paulo Portas, Manuel e Maria José Nogueira Pinto e Manuel Monteiro recolhem-nas na esperança de refundar uma nova direita...

E recomeça o ciclo.

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3. Ontem falava-se no Público (LOCAL) em Carmona como “cada vez mais um homem só”...

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Que diabo! Já nem há espírito de solidariedade!

(Claro que em certas áreas pode ser difícil... Talvez, até, pouco recomendável ou cauteloso...)

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Mas “cadê” o ex nº 1 do Carmona?

Ele que tem um naipe tão grande e bem (?) recheado... Não poderá dispensar ou “arrumar” um “colo” para o pobre do dito solitário?

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É o tal problema: cultura de valores...

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4. Perguntar não ofende.

Claro que não (salvo para certos melindrosos que perante a mera pergunta logo coram e desatam a gaguejar... Sabe-se lá porquê!...)

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E então, alguém me perguntava: “o quê? Tolerância e respeito pela opinião do outro...” (dizia, a modos que a pensar alto. E logo perguntou)... Mesmo que o outro seja um bestunto com’um AJJ?”

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(Há respostas difíceis. Esta não)

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Bom - avancei -, não esquecer que além da regra há as excepções...

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Creio que o sosseguei.

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