segunda-feira, maio 16, 2005

soltas

«O responsável por este grande silêncio em que de repente se instalou o regime é Santana Lopes. Santana declarava, acrescentava, emendava, negava; e tornava a declarar, a acrescentar, a emendar e a negar. À volta dele zuniam intrigas, desmentidos, dramas. Foi uma festa para a televisão e para a imprensa, e foi o fim dele. Mas Santana deixou uma herança: hoje o primeiro objectivo de qualquer político é não ser Santana.»
Vasco Pulido Valente (Público, SB 14 MAI 05)

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«Lê-se no Expresso e não se acredita! Não é possível que, de olhinhos fechados, tenhamos caminhado nas nossas escolas públicas até aqui. Não é possível que a dita Associação para o Planeamento da Família se proponha, em conluio com o Estado, educar sexualmente as nossas criancinhas de 10 e 11 anos de acordo com os princípios espelhados nos manuais espanhóis reproduzidos (com aquelas inenarráveis ilustrações!) num desatinado culto do hedonismo mais absurdo, à mistura com uma total falta de bom senso e uma tontice arrepiante...»
Graça Franco (id, SG 16 MAI 05)

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«Ninguém quer ser como Santana Lopes. Este tornou-se o paradigma do que é necessário rejeitar em política.»
Eduardo Prado Coelho (id, id)

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«Aquele que mais depressa tem de se ver livre desta sombra comprometedora é Carmona Rodrigues. Homem competente, tem óbvias fragilidades. Foi de facto um executante obediente e silencioso da política de Santana Lopes. Deixou-se envolver em todas as suas complicações intermináveis. E, quando ganhou alguma autonomia, aproveitou apenas para pôr a cabeça fora de água.»
Id (id, id)

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«Convencermo-nos de que a corrupção aumenta é o factor singular que mais aumenta a corrupção. Não acreditar [que os corruptos sejam punidos] equivale a pensar: quanto mais corruptos forem condenados, mais corruptos haverá. Isto é: a justiça quer combater os corruptos, mas não está à altura dessa tarefa.»
n. a. (id, id)

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«Olhando para o horizonte de uma década, a história do "caso Portucale" revela a negligência e a impunidade com que se negoceia o património público, a falta de pudor com que se alteram procedimentos administrativos ou a facilidade com que se interpreta o espírito das leis para satisfazer os interesses (legítimos) dos privados.»
Manuel Carvalho (id, id)

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«Ficou tudo no limbo, como se nada tivesse acontecido, como se o abate de dois mil sobreiros no intervalo entre os despachos e a sua revogação não contasse, como se os gestores do património público não tivessem de prestar contas à comunidade.»
Id (id, id)

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«Foi este caldo de cultura que justificou o vaivém dos despachos. Foi este caldo de cultura que permitiu a Nobre Guedes e seus pares agir como agiram. Mesmo que não haja responsabilidades judiciais a atribuir, os ministros do despacho foram, voluntaria ou involuntariamente, responsáveis pela degradação da imagem do Estado perante os cidadãos. Desse julgamento não podem nem devem escapar.»
Id (id, id)

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«Decerto a maioria dos portistas ficaria muito contente [se o FCP fosse campeão], mas não deixaria de ser um contentamento perigoso. O facto absolveria Pinto da Costa e a sua ruinosa gestão, criaria a ideia de que os críticos são os culpados pelo estado das coisas, e o FC Porto adiaria o que de urgente tem para fazer.»
Luís Osório (A Capital, SG 16 MAI 05)

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«Durante demasiado tempo, os museus foram olhados como gigantescos e sonolentos armazéns de arte.»
Appio Sottomayor (id, id)

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«O problema das finanças públicas portuguesas e, em particular, o crescimento da despesa pública tem originado, nos últimos cinco anos, imensa prosa, muita opinião, monopolizou a dada altura o debate político, foi obsessão, tornou-se frustração e, finalmente, parece ser novamente preocupação.
Como tão bem tem explicado Medina Carreira, o problema não é de agora, tem, pelo menos, mais de 20 anos, período em que a despesa pública cresceu e rigidificou.»

António Nogueira Leite (DN, SG 16 MAI 05)

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«O processo judicial não pode revelar intermitências, amadorismos ou vulnerabilidade a qualquer tipo de pressão. Sob pena de legitimar as habituais teorias da cabala - expressão de autodefesa de qualquer sistema que se sente ameaçado.»
Miguel Coutinho (id, id)

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«Há uma semana que os diários, semanários, televisões, rádios, locais de trabalho, cafés e a rua têm por assunto o tráfico de influências e a corrupção. Hoje, como ontem, a indignação popular desgraçadamente descarrega-se em julgamentos na praça pública. Reacção fácil de compreender, à míngua de investigações conclusivas, quanto mais de julgamentos nos tribunais.»
João Cravinho (id, id)

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