quarta-feira, maio 25, 2005

ESCOLHA DE GUTERRES PARA ACNUR


Enche as páginas dos jornais, transborda dos telejornais e outros noticiários. Depois da vitória do Benfica é agora, juntamente com o défice, o tema obrigatório de todas as conversas: a escolha de Guterres para (ACNUR) Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

«Para o chefe da diplomacia portuguesa, a escolha de Guterres, entre oito candidatos, "todos eles excelentes", traduz uma vitória do país, que viu o seu prestígio "reconhecido pela comunidade internacional", do próprio candidato, que viu reconhecidas as suas qualidades "profissionais, políticas, pessoais e humanas", e finalmente da diplomacia portuguesa, a cujo esforço se deve também esta vitória», refere Teresa de Sousa, no Público de hoje.

Que adianta, quase a seguir: «Guterres foi escolhido entre uma lista inicial de oito candidatos, alguns dos quais apoiados por grandes países como a França ou a Itália e por países cujo contributo para o Alto-Comissariado para os Refugiados é muito superior ao português, como a Dinamarca ou a Austrália.»

E, adianta ainda aquela jornalista: «"Portugal não é nem uma grande potência, nem um grande contribuinte para o ACNUR [Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados], nem sequer tem uma grande experiência no domínio em questão", disse Freitas do Amaral. Para sublinhar que a vitória de Guterres se deve, em grande parte, ao seu perfil pessoal e político.
Foi precisamente no seu "perfil político" que a diplomacia portuguesa construiu o apoio à sua candidatura.»

«Desde 1999, que Guterres tinha confessado em privado que a sua ambição política ("um sonho") era um dia presidir ao ACNUR. Seis anos depois,
o destino bate à porta»
, escreve, no mesmo matutino, desta vez Ana Sá Lopes em artigo que intitula: «O HOMEM DO DIÁLOGO TINHA UM ‘SONHO’».

«’Diálogo’, esse traço distintivo da sua personalidade política, será o que mais vantagens lhe poderá trazer e ao ACNUR», refere-se, em destaque, nesse trabalho.

«Era este o cargo que estava reservado a António Guterres e não o do Presidente da República, como José Sócrates inicialmente desejava», comenta, ainda, Ana Sá Lopes. E, finalmente, fazendo a ponte entre tempos mais idos e os de agora, a jornalista conclui: «As guerras dentro do Conselho de Ministros sucedem-se e Guterres é atacado por aquilo que os seus adversários - e, em privado, alguns dos seus apoiantes - caracterizam por "paralisia decisória". Atacado por todos os lados, percebeu que estava no "pântano" e abdicou. Mas o "sonho" era outro, o que ontem, aos 56 anos, finalmente se concretizou.»

Mas «Guterres herdará uma agência das Nações Unidas minada por escândalos e a lutar com falta de fundos», recorda agora, ainda no mesmo periódico, Rita Siza, de Washington. Artigo em que se destaca que «Guterres terá que definir que o ACNUR é dos refugiados, não dos Estados».

E nas páginas do Público sobre o assunto, destacam-se, também, as «TRÊS PRIORIDADES ACTUAIS» do Alto-comissário:

«TSUNAMI
Em anteriores casos de desastres da natureza, nomeadamente terramotos, o ACNUR tinha disponibilizado provimentos, mas nunca tinha assumido um papel operacional na resposta a uma situação de emergência como sucedeu após o maremoto de 26 de Dezembro. Está em curso uma operação de assistência na Indonésia, Sri Lanka e Somália, cujo principal objectivo tem a ver com a reconstrução - foi garantido um orçamento de 75 milhões de dólares.


DARFUR
O ACNUR está envolvido desde 2003 naquela que já foi considerada a maior crise humanitária de sempre. Assiste cerca de 550 mil refugiados sudaneses instalados no Chade e cerca de 4 milhões de deslocados de guerra na região de Darfur, no Sudão. Enquanto durou o conflito entre o Governo do Sudão e as milícias revolucionárias, as equipas de assistência foram forçadas a realizar várias retiradas.


AFEGANISTÃO
O principal trabalho do ACNUR no Afeganistão é assegurar o regresso e reintegração dos mais de 3,5 milhões de refugiados que desde final de 2001 voltaram a procurar as fronteiras do país a partir do Irão e do Paquistão».

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