segunda-feira, fevereiro 28, 2005

DESTAQUES


«Mas o melhor foi o Isaltino. Em alusão a Cavaco, disse "depois de tanta gente a falar na boa moeda, gostava de ver onde é que anda a boa moeda". Na Suíça, meu caro Isaltino, em nome de um sobrinho.»
Eduardo Prado Coelho (Público, 28 FEV 05)


«Santana Lopes anunciou, tarde e mal, que não se candidataria à presidência do PSD. Mas aposto que não percebeu o que se passou nem o que lhe aconteceu, e não acredito que duvide do seu futuro político. Nada fez jamais nem sabe fazer fora da política e fora do "sistema" a que apregoa não pertencer.»
M. Fátima Bonifácio (id, id)

«Em "Memória e Identidade", João Paulo II vai para lá do bem e do mal e, recorrendo a uma linguagem que raia a intolerância, manifesta dúvidas profundas sobre a natureza das democracias laicas e liberais.»
Manuel Carvalho (id, id)

«A ex-ministra das Finanças de Durão Barroso, Manuela Ferreira Leite, garante que o seu silêncio sobre a liderança do PSD «não é indicativo de nada».
Expresso Online (28 FEV 05)

«Pedro Santana Lopes já tem um tabu sobre o seu futuro político. O presidente do PSD sofreu uma pesada derrota nas legislativas de dia 20, afastando-se da liderança dos sociais-democratas, mas os seus apoiantes estão a aconselhá-lo a não fechar portas a nenhuma hipótese. Incluindo uma eventual candidatura à Presidência da República, uma velha ambição de Santana (…)»
Nuno Simas (Diário de Notícias, 28 FEV 05)

«Alguns académicos pensam que quando opinam têm regras diferentes dos empresários, mas enganam-se. Na indústria do comentário tudo se mede pela qualidade da opinião, que é obviamente reforçada pelas competências a montante e a jusante, mas não é por elas legitimada. O mesmo tipo de ilusões existe nos políticos e nos jornalistas, mas opinião mede-se contra opinião.»
José Pacheco Pereira (Abrupto, 28 FEV 05)


MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


Foi há 472 (1533), uma SX: nasceu o filósofo e escritor francês
Montaigne (Michel de Montaigne). De todos os pensadores do Renascimento, era o mais próximo da mentalidade moderna. Da sua obra destacam-se os Ensaios. O pensamento filosófico de Montaigne influenciou, de entre os mais destacados, Jean-Jacques Rousseau, Descartes, Pascal, Francis Bacon, Nietzsche e André Gide. Em Portugal decorria o reinado de D. João III (15º da sucessão) e em Roma pontificava Clemente VII (219º da sucessão).

Foi há 136 anos (1869), um DM: morreu, em Paris, o poeta francês Alphonse de Lamartine, nascido em 1790. Foi uma das maiores figuras do lirismo francês, referido por Vítor Hugo como um clássico entre os românticos. Verdadeira revolução literária, foi a forma como se referiu a publicação da sua antologia Méditations Poétiques (1820). Lança-se na política e torna-se membro do Governo provisório da República (1848). Na expressão de Vítor Hugo, converte-se no “homem luminoso de uma revolução sombria”. Apesar de ter sido um dos mais destacados oradores políticos do seu tempo, falha na política, que abandona. Para enfrentar desesperantes dificuldades financeiras escreve romances sociais a metro. Foi uma pensão de Napoleão III que lhe permitiu morrer numa pobreza honrada. Em Portugal reinava, nesse ano, D. Luís (32º). No Vaticano pontificava Pio IX (255º).

Foi há 64 anos (1941), uma SX: morreu Afonso XIII, rei de Espanha, nascido em 1886. Em 1931 assiste ao derrube da monarquia e abandona a Espanha. Designa seu sucessor um dos seus seis filhos, D. Juan de Bourbon, pai do actual rei de Espanha, D. Juan Carlos. Era PR, em Portugal, o general Carmona. Pontificava Pio XII (260º).

Foi há 29 anos (1976), num SB: morreu, em Porto Alegre, Brasil, o escritor Érico Veríssimo, escritor de sentido universalista, de cuja obra se destacam Clarissa, o seu primeiro romance (1933), Olhai os Lírios do Campo (1938) e a trilogia O Tempo e o Vento: O Continente (1949), O Retrato (1951) e O Arquipélago (1962). Em Portugal decorria o mandato presidencial do general Costa Gomes. Aos destinos da Igreja Católica presidia o papa Paulo VI (262º).

Foi há 19 anos (1986), uma SX: em Estocolmo, Olof Palme (Sven Olof Joachim Palme), primeiro-ministro sueco, é assassinado em pleno centro da capital sueca. Nascera em 30 JAN 1927 na cidade onde morreu. Era o líder carismático do Partido Operário Social-Democrata Sueco. Foi primeiro-ministro desde 14 OUT 1969. Foi um dos vice-presidentes da Internacional Socialista. Em Portugal decorria o mandato presidencial de Mário Soares (seu amigo pessoal). Em Roma pontificava João Paulo II (264º).

Foi há 14 anos (1991), uma QI: terminou a guerra do Golfo, após a libertação do Kuwait e da retirada das tropas iraquianas. Era presidente norte-americano, George Bush (pai). Em Portugal decorria o mandato presidencial de Mário Soares. Pontífice romano era o papa João Paulo II (264º).

Foi há 11 anos (1994), uma SG: a NATO participa, pela primeira vez, numa operação de guerra desde a sua fundação, a fim de abater quatro aviões sérvios que bombardeiam uma zona da Bósnia declarada zona de exclusão aérea pelas Nações Unidas. Em Portugal continuava a decorrer o mandato de Mário Soares. Em Roma prosseguia o pontificado de Paulo VI.

Foi há 7 anos (1998), um SB: Portugal é declarado um dos doze países fundadores do euro, a partir de 1 de Janeiro de 1999. A EU/União Europeia era constituída, então, e desde 1995, por 15 países (Alemanha, Áustria, Dinamarca, Bélgica, Espanha, Finelândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido e Suécia). Doze deles (todos, à excepção da Dinamarca, Reino Unido e Suécia) passaram a constituir a UEM/União Económica Monetária, a chamada Zona Euro. Decorria o mandato presidencial de Jorge Sampaio. E prosseguia o pontificado de Paulo VI.


NO CIRCO, SIM, MAS NÃO NOUTRO PAPEL

Em declarações, ontem, à lusa, dizia o “inefável” A. João Jardim:

“Agora estão outros no circo e não contem comigo para números de trapézio”.

Mas com certeza. Claro que tem toda a razão: porque não há-de continuar no circo com os seus habituais números de palhaço?

(Comentário dum cliente do Sr Felisberto, na leitaria “Flor de Vinhais”)


VÍTOR WENGOROVIUS, um exemplo que fica

Morreu Vítor Wengorovius.
Aos 67 anos, quando nós ainda muito dele podíamos esperar.

O local do seu velório é de um relevante simbolismo: na Capela do Rato, em Lisboa, de grande significado para os anti-fascistas da sua geração.

Foi dirigente da JUC; co-fundador do MES; apoiante do MDP/CDE; dirigente e activista nas lutas académicas dos anos 60.

Anti-fascista de fibra, democrata de todos os costados, acabou preso a uma cadeira de rodas devido a doença degenerativa.

Recordo-o, muito bem, na luta estudantil de 1962.

É um exemplo que permanece.


CARTA A PACHECO PEREIRA

Sei que a vingança se serve fria.
O Pacheco Pereira e outros pensadores como o Prof resolveram servi-la gelada.

Para mim torna-se difícil tal elaboração. Na minha construção intelectual e na minha actuação. É que não a sirvo nem fria, nem morna nem quente.
Não a sirvo, simplesmente.

Mas não me é difícil o seu entendimento.

De forma nenhuma.

Mas de mim ninguém espera uma análise e uma postura tão abrangente e tão terminante. Uma intervenção de tão decisiva importância.
Faço parte do vulgo.

Do Prof não se espera que seja vulgar. Nem se lhe perdoaria tal atitude.


De tanto ler e ouvir, entendi perfeitamente. E estou em crer que teve razão. Estou certo, melhor dito.

Afinal não foi o Pacheco Pereira, “se ipsum”, que se encontrou à beira do abismo e que, na minha leitura, não viu outra hipótese senão dar o passo em frente.

Não: viu o precipício – não o imaginou – e apenas se limitou a dar um pequeno toque na “meia laranja” apodrecida.

Entendi.
Mais vale tarde que nunca!


domingo, fevereiro 27, 2005

MAIS EXCERTOS…


… Do editorial de ontem, de José António Sraiva, no EXPRESSO:

“O PSD vai necessitar de um trabalho de reconstituição interna, de um trabalho de cerzideira, que só pode ser feito por alguém que conheça bem o partido e seja capaz de unir as pontas”

“Marques Mendes é o homem certo para este tempo. (…) Conhece o partido como poucos e tem uma apuradíssima intuição”

“Quanto ao BE, provou-se que as «causas» que defende (…), aliadas a uma certa ideia de que é a voz moderna dos desesperados, continuam a render votos em tempo de crise social e de valores, e entram como faca em manteiga em certas elites urbanas com pretensões intelectuais”.

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


Foi há 495 anos (1510):
Afonso de Albuquerque conquista Goa. Reinava D. Manuel I (14º da sucessão). Pontífice Romano era o papa Júlio II (216º da sucessão).

Foi há 339 anos (1666), um SB: morreu D. Luísa de Gusmão, rainha de Portugal. Reinava D. Afonso VI (22º) e pontificava o papa Alexandre VII (237º). (*)

Foi há 251 anos (1754), uma QA: morreu o cardeal-patriarca D. Tomás de Almeida, 1º patriarca de Lisboa. Decorria o reinado de D. José (25º). Pontificava, então, o papa Bento XIV (247º).

Foi há 204 anos (1801), uma SX: a Espanha declara guerra a Portugal, na sequência de aliança estabelecida com Napoleão Bonaparte. Em Portugal decorria a regência de D. João (VI). Pontificava, então, o papa Pio VII (251º)

Foi há 112 anos (1893), uma SG: o governo regenerador de Hintz Ribeiro amnistia os dirigentes republicanos João Chagas, Alves da Veiga e Sampaio Bruno. Reinava D. Carlos (33º). Era Pontífice Romano o papa Leão XIII (256º)

Foi há 103 anos (1902), uma QI: nasceu John Steinbeck, escritor norte-americano. Em Portugal decorria o reinado de D. Carlos, e em Roma pontificava Leão XIII (256º).

Foi há 72 anos (1933), uma SG: nasceu o ensaísta e poeta Ruy Belo. O PR em Portugal era Carmona. O papa era Pio XI (259º).

Foi há 71 anos (1934), uma TR: nasceu o jornalista e escritor Baptista Bastos. Decorria o mandato presidencial do General Carmona e em Roma pontificava Pio XI (259º).

Foi há 69 anos (1936), uma QI: morreu Ivan Pavlov, fisiologista russo. Em Portugal era PR o general Carmona. Pontificava Pio XI (259º).

Foi há 55 anos (1950), uma SG: a União Indiana apresenta a Salazar a primeira proposta de negociação para a integração de Goa, Damão e Diu. Proposta recusada. Era PR o general Carmona. Decorria o pontificado de Pio XII (260º).

Foi há 44 anos (1961), uma SG : Humberto Delgado, exilado no Brasil, defende, pela primeira vez, a necessidade de Portugal abandonar a postura colonialista seguida até então. Era PR o almirante Américo Tomás. Decorria o pontificado do Bom Papa João: João XXIII (261º)

(*) D. João IV e D. Luísa de Gusmão tiveram, pelo menos, 4 filhos: D. Teodósio, D. Afonso, D. Pedro e D. Catarina. O primogénito (que seria o natural sucessor no trono) era D. Teodósio; como ele, entretanto, morreu, a D. João IV sucedeu o seu 2º filho, D. Afonso (VI). A este sucedeu o irmão, D. Pedro II. A infanta D. Catarina casou com Carlos II, rei de Inglaterra (como parte do dote deste casamento, a infanta recebeu, em 1665, Bombaim). D. Afonso VI, embora frágil e inábil, foi vítima de uma conspiração escandalosa comandada pelo próprio irmão, que lhe roubou o trono e a mulher...

Nas palavras de António Sérgio "Sucedeu-lhe (a D. João IV) D. Afonso VI, rapazinho doente, de minguados dotes intelectuais, sob a regência da rainha, mulher enérgica"


MEMÓRIAS: “NÓS POR CÁ TODOS BEM”

Debruçado sobre o papel. Olhar frio, por cima dos óculos. Voz de cana rachada:
“Portugueses (voz sibilante; de beirão)! Para Angola. Já e em força.”

Política desastrada e atrasada de décadas. Interesses outros – não do País. Guerra inconsequente e injusta. E que arrastaria para a guerra fratricida.

Minúsculo e retrógrado ditador com pretensões a imperador!
(Teria mesmo essa pretensão? Talvez não. Seria só (?!) um político desajustado do seu tempo e do futuro que se adivinhava como certo. Mas político perverso!)

Depois… Depois sangue. Depois Morte (mortes inocentes). Sacrifícios exigidos, mas não partilhados.
Causas estranhas e não abraçadas, de um lado. Causas justas e legítimas, do outro.

Depois ruína!

E…

“Um feliz Natal para a minha família e os meus amigos, lá no café da Rosalina, em Roçadas/Poiares. E um aperto de mão para a minha namorada, Rita.
Nós por cá todos bem, e adeus até ao meu regresso.”

Ou

“Um Natal feliz e um ano novo cheio de “propriedades” para toda a minha família e para a minha mulher, Ana, e para a minha filha, Carla Sofia. Saudades para todos.
Nós por cá todos bem. Adeus, até ao meu regresso.”

Era importante incutir nos rapazes que o “Chefe” estava certo. Que o País estava com ele. Que a guerra era legítima. Justa. Que tudo corria sobre esferas – a vitória era certa.

(A acção psicológica)

Daí o estribilho, por todos repetido: Nós, por cá, todos bem.

A confiança cega. A forçada entrega “pela Pátria”.


DERROTA? VITÓRIA?

Cuidado PS. Cuidado esquerda deste país.

Várias vozes afirmam ou sugerem que, há oito dias, não foi a vitória da esquerda e do PS o que aconteceu (ainda esta manhã Carlos Pinto Coelho, ao introduzir o tema da sua entrevista semanal na TSF, se interrogava – e questionava os convidados – sobre isso): foi antes a derrota da direita.

Note-se: são coisas algo diferentes!

Ou seja: atenção José Sócrates! Atenção, mesmo. Nada de erros. Nada de compadrios. Muita eficácia. Muita competência. Muita responsabilidade. A-TEN-ÇÃO!!!

E atenção Jerónimo de Sousa. E atenção Francisco Louçã, Fernando Rosas, Miguel Portas, Fazenda…

Atenção. Nada de manobras de diversão ou dilatórias.

Oposição séria. Responsável.

A- TEN-ÇÃO! Eles não dormem. E o povo não está distraído.


LIDO E/OU OUVIDO: A DENÚNCIA DE SANTANA LOPES

Noticiava, esta manhã, a TSF que Santana Lopes propôs ao Conselho Jurisdicional do partido que apreciasse a conduta dos militantes que tiveram uma actuação “negativa” (o termo não terá sido este, mas esta a ideia, por isso o sublinhado) durante a campanha eleitoral.

Miguel Veiga, histórico do partido – por certo um dos alvos, como Pacheco Pereira e tantos mais (mais ou menos históricos, também) – ouvido pela mesma estação, respondeu prontamente, seguro: ele, sim, deveria ser aí julgado!

Em comentário, que se seguiu, Santana Lopes esclareceu – sem esclarecer grande coisa – que não queria pessoalizar a sua proposta (claro!), mas que não teve à sua volta o partido (ele, na altura – confrangedoramente SÓ – queixou-se disso) como aconteceu, por exemplo, com o PS, que contou com todos os militantes, dirigentes e ex-dirigentes do seu partido!...

Espantoso, não é?

Cegueira irreversível?
Ou talvez não: olha mas não vê. NÃO QUER MESMO VER.

Assume, definitiva, decididamente, o seu incurável autismo, a sua total irresponsabilidade.

Nada a fazer.

Paz à sua alma!


sábado, fevereiro 26, 2005

NOTAS E REFLEXÕES

Também se podia dizer anotar para reflectir.

O principal papel deste blogue é o de carrear material de reflexão para estas páginas.

Propor temas, pensamentos e ideias, suscitar reflexão e discussão – é o seu objectivo primeiro.

DESTAQUES


«[José Sócrates] deixou as tribos do aparelho à beira de um ataque de nervos. Um partido formado na canelada dos pedidos e exigências sectoriais vê gizar um governo em circuito fechado. Já lhe chamam Cavaco da esquerda.»
Octávio Ribeiro (revista Sábado, 25 FEV 05)


«
Tal como em 1975 uma onda de direita se levantou contra o colectivismo, 30 anos depois uma onda de esquerda levantou-se contra o fim do Estado protector que suave, suavemente, foi estendendo o seu manto sobre nós nas últimas décadas.
(…) A maioria que elegeu Sócrates fê-lo com o mesmo ímpeto com que antigamente as famílias dos moribundos pediam aos médicos: "Não o desengane, senhor doutor!"

Helena Matos (Público, 26 FEV 05)

«Quanto à figura pícara ( neste momento, com maior precisão, tragicómica) de Santana Lopes, o seu futuro não é promissor. É apenas um cometa que tentou rasgar os céus, mas que não deixou rasto.»
Rogério Rodrigues (A Capital, 26 FEV 05)

«Foi um Santana Lopes diferente que ontem se despediu do Presidente da República - sem quaisquer críticas, quanto mais rancores, em relação a Jorge Sampaio e à sua decisão de antecipar eleições.
"O meu lema é sempre 'sem rancores' e não guardo rancores nenhuns porque acho que eles não são devidos." (…) Santana afirmou mesmo que o Chefe do Estado fez uma leitura correcta da situação política. E a prova está na votação de domingo, que deu a maioria absoluta ao PS.»

Graça Henriques (Diário de Notícias, 26 FEV 05)

“DUAS METADES DE LARANJAS DIFERENTES”

“O partido Social Democrata não é bem uma laranja: é a junção de duas metades de laranjas diferentes.

Na primeira incluem-se pessoas que têm sentido da responsabilidade, prezam a credibilidade, respeitam padrões éticos e encaram de forma séria o exercício de funções públicas.

Cavaco Silva, Balsemão, Durão Barroso, Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes, Leonor Beleza, António Borges ou Rui Rio fazem parte deste grupo.

Na segunda metade da laranja estão pessoas videirinhas, ávidas, ávidas de se servir do Estado, que necessitam do poder e se alimentam do que podem conseguir através dele.

Neste grupo integram-se muitos autarcas, assessores de gabinetes de ministros ou de vereadores municipais, jovens oriundos da juventude partidária que não aprenderam a fazer outra coisa senão política.

Ora a metade da laranja que Santana Lopes liderou nas eleições de domingo foi a segunda. A primeira recusou-se a participar nesta campanha – ou participou nela de forma envergonhada, comprometida, para não poder ser acusada de deserção mas não conseguindo esconder o incómodo.

Balsemão, Marques Mendes mesmo Marcelo, apareceram mas evitaram mostrar-se, participaram em acontecimentos menores, não estiveram nos principais comícios.

Chegou a ser dolorosa a solidão do líder.

A derrota de domingo foi o corolário dessa campanha e constitui a prova clara, insofismável, definitiva, de que as duas metades da laranja não podem viver uma sem a outra: os notáveis não podem viver sem que os que se movem por interesses, como estes não podem aspirar a governar o país sem as figuras credíveis que dão ao exercício do poder uma dimensão séria e respeitável.”

Assim desferia, serena mas impiedosamente, o seu dardo venenoso, o director do Expresso, na sua coluna de hoje, acertando em cheio na “mouche”.

É, por certo, um dos mais contundentes e duros artigos que li contra esta azeda laranja. Escrito com um impávido sangue-frio.

E a propósito, questiono-me: tirando o megafone de Santana e o mais empedernido e radical defensor do PSD, quem mais terá defendido ou pactuado com semelhantes criaturas?

Sim, salvo Luís Delgado e Vasco Graça Moura, e talvez mais dois ou três dos seu incorrigíveis seguidores, quem mais terá condescendido com tão deplorável forma de fazer política?

O coro foi uníssono na condenação de tão baixa e reles governação.

A menos que a generalidade (quase totalidade) dos media tenha virado perigosamente comunista!...


SERÁ SÓ FUMO OU HAVERÁ FOGO?

“OITO elementos da Polícia Judiciária - dois da subdirectoria de Faro e seis da DCCB - estão indiciados num inquérito por tortura, suspeitos de terem agredido Leonor Cipriano, a mulher de Portimão que alegadamente terá morto a filha, Joana.” – consta em caixa na primeira página do primeiro caderno do EXPRESSO de hoje, que remete para a página 16.

Será possível?

Mas em que regime vivemos hoje?

Que escolas frequentam tais elementos da PJ?

Estaremos, mesmo, num Estado de Direito?

Viveremos, mesmo, numa democracia?

Só pode ser mentira. Será engano, por certo.

Mas o povo diz que não há fumo sem fogo!...


ANÁLISE

Do habitual espaço de análise do jornalista João Cândido da Silva, no PÚBLICO desta data, transcrevo, em síntese:

José Sócrates

A mensagem dos eleitores, ao darem a primeira maioria absoluta ao PS, parece ter sido clara. Exige-se renovação nas políticas, mas também nos protagonistas. O escasso entusiasmo que se verificou nos festejos da vitória socialista é uma manifestação inequívoca de que há muito para fazer e quase nada para celebrar.”

“PSD

O ainda primeiro-ministro não só acabou por ser o protagonista de uma derrota histórica nas eleições de 20 de Fevereiro, como não soube estar à altura da situação, recusando-se a assumir as suas responsabilidades, até às últimas consequências, na própria noite em que se confirmou o descalabro.
(…)
Mas a ascensão de Santana às chefias do Governo e do PSD foi feita sem oposição nem resistência por parte dos seus críticos. Apostaram na estratégia de "quanto pior melhor" e conseguiram os seus intentos.”

“Paulo Portas

O líder do PP apostou no distanciamento em relação aos aspectos mais negativos da governação de Santana Lopes, mas não conseguiu escapar à sua quota-parte da penalização imposta pelos eleitores. A pose de Estado e a imagem de serena responsabilidade pareceram demasiado estudadas e construídas, deixando justificadas dúvidas sobre qual é o verdadeiro Paulo Portas: se o que percorria as feiras do país assegurando a sobrevivência e o crescimento do PP, ou se a do ministro da Defesa, consciente de que a pasta que ocupou durante três anos no Governo exigia um semblante grave e uma pose circunspecta.”

“A CDU e o Bloco

Jerónimo de Sousa levou até junto dos seus eleitores tradicionais uma imagem de maior frescura e confiança. As ideias são as mesmas, mas o actual líder comunista colheu os benefícios de ter evitado a repetição daquilo que são os lugares-comuns na retórica do PCP. Nos tempos que correm, a simpatia genuína é mais valiosa, em campanha eleitoral, do que meia dúzia de chavões que prometam a ilusão dos amanhãs que nunca cantaram.

(…)

No Bloco de Esquerda, festejou-se a vitória. A forte subida do partido que sabe manusear meia dúzia de bandeiras politicamente correctas, mas de que se desconhece qualquer concepção global para a sociedade, fica a dever-se à atracção exercida pelo seu radicalismo.”

“Abstenção

“A redução da abstenção foi unanimemente louvada como um sinal do interesse dos cidadãos pelo seu destino. Mas a prudência aconselha a que se façam outras leituras.
(…)
Só um autismo descarado permitirá que se tirem conclusões apressadas, porque os resultados oficiais apurados mostram claramente que a legião de descrentes no sistema se mantém a níveis alarmantes.”

MEMÓRIA DO TEMPO


Foi há 203 anos (1802), uma SX:
nasceu o romancista e dramaturgo francês Victor Hugo. Em Portugal decorria a regência de D. João (VI); e em Roma pontificava, então, o papa Pio VII (251º da sucessão).

Foi há 184 anos (1821), uma SG: motim em que D. João VI (27º da sucessão) teve de ceder a certas exigências (Constituição e mudança de ministério). Pontificava, então, o papa Pio VII.

Foi há 177 anos (1828), uma TR : D. Miguel (29º) jura a Carta. E constitui novo Governo: duque do Cadaval, conde de Basto, Rio de Mendonça (ministro da justiça), condes da Lousã e de Vila Real. Pontificava, então, o papa Leão XII (252º).

Foi há 121 anos (1884), uma TR: a Inglaterra reconhece os nossos direitos ao norte do Ambriz em troca de facilidades de navegação e comércio no Zaire e no Zambeze: tratado de reconhecimento da soberania portuguesa nas margens do Zaire até ao estado do Congo. Reinava D. Luís (32º). Pontificava o papa Leão XIII (256º).

Foi há 76 anos (1929), uma TR: morreu o poeta Augusto Gil. Era PR o general Carmona. O papa era Pio XI (259º).

Foi há 70 anos (1935), uma TR: nasceu António da Cunha Teles, cineasta português. PR era ainda Carmona. E o papa continuava a ser Pio XI.

Foi há 69 anos (1936), uma QA: Nasceu D. José da Cruz Policarpo, em Alvorninha, freguesia do concelho das Caldas da Rainha. Ordenado padre em 15 de Agosto de 1961. Ordenado bispo em 29 de Junho de 1978. Arcebispo Coadjutor do Patriarca de Lisboa (com direito de sucessão) a 27 de Março de 1997. Patriarca de Lisboa em 24 de Março de 1998. “Foi feito Cardeal-Presbítero da Santa Madre Igreja Romana, por João Paulo II, em 21 de Fevereiro de 2001, com o título de Santo António dos Portugueses no Campo de Marte”, tendo sido o 42º cardeal português e o 16º Cardeal Patriarca de Lisboa.
Em Portugal continuava a presidência de Carmona. No Vaticano continuava o pontificado de Pio XI.

Foi há 69 anos (1936), uma QA: Adolf Hitler lançou o Volkswagen — o carro do povo - com a intenção de competir com o modelo T da Ford e incentivar a economia alemã. Em Portugal continuava o mandato do general Carmona. Em Roma prosseguia o pontificado de Pio XI.

Foi há 30 anos (1975), uma QA: publicado o diploma que regulamentava a Lei de Imprensa. Era PR o general Costa Gomes. Decorria o pontificado de Paulo VI (262º).

Foi há 12 anos (1993), uma SX: Cavaco Silva (PM) aprova a construção da barragem do Alqueva, no Alentejo. Decorria o mandato presidencial de Mário Soares. E o pontificado de João Paulo II (264º).

Foi há 11 anos (1994), um SB: Abertura oficial de Lisboa 94 — Capital Europeia de Cultura. Continuava o mandato de Mário Soares e o pontificado de João Paulo II.


memória: VINICIUS


De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.



Poética
Nova York, 1950

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

DESTAQUES


«
A imagem mais marcante que retive da noite eleitoral foi a da ministra da Educação, Maria do Carmo Seabra, com o seu ar de tia incomodada, a declarar que não conseguia entender nem explicar as razões da monumental varrida que o país deu a Pedro Santana Lopes, suas santanetes e seus santanaboys.»
Miguel Sousa Tavares (Público, 25 FEV 05)

«Mas a "síndroma Seabra" atinge pessoas que eu achava que, por maior que fosse o seu comprometimento santanista, não tinham ainda e apesar de tudo perdido toda a capacidade de auto-análise crítica.»
Id (id, id)

«A mensagem daquele cartaz que dizia: "A este conhecem-no!" Pois conhecemos: por isso é que perdeu 120 mil votos no círculo eleitoral de Lisboa.»
Id (id, id)

«Borges escreveu algures (cito de memória) que a memória que de memória cito pode ser uma espécie de vício. Por isso, achava que não nos devemos inclinar muito sobre ela. É como quem pega num círculo e o acaricia suavemente. Arrisca-se a torná-lo num círculo vicioso.»
João Bénard da Costa (id, id)

«O chamado processo «Apito Dourado» mostrou de forma grotesca a ausência de credibilidade da indústria do futebol. Mesmo que seja uma análise injusta e redutora, a ideia de que não existem inocentes neste negócio é a que prevalece na opinião pública.»
Luís Osório (A Capital, 25 FEV 05)

«Da forma como está, o futebol é um negócio sujo e controlado por homens suspeitos de responsabilidade criminosa e pelos seus capatazes.»
Id (id, id)

«Relação entre povo e políticos:
Depois de qualquer eleição a sensação dos políticos – quer tenham perdido quer tenham ganho – é a de que o povo mais profundo acaba de entrar todo num comboio, dirigindo-se, compactamente, para uma terra distante. Esse povo voltará apenas, no mesmo comboio, nas semanas que antecedem a eleição seguinte.
Esse intervalo temporal é indispensável para que o político tenha tempo para transformar, delicadamente, o ódio ou a indiferença em nova paixão genuína.»

Gonçalo M. Tavares (id, id)

«Enquanto Portas teve um partido que, mesmo após a derrota, o queria de volta, Santana foi obrigado a reconhecer que tinha um partido que o queria de partida.»
Rogério Rodrigues (id, id)

«Paulo Portas fez um partido à sua imagem e semelhança e quando chegou ao Poder, ainda que como muleta, a sua imagem e semelhança transformaram-se em essência.»
Id (id, id)

«[Paulo Portas] criou uma espécie de terra queimada à sua volta, frequente em lideranças solitárias e uninominais.»
Id (id, id)

«[Luís Filipe Menezes] ironizou sobre a posição assumida pelo seu adversário [pôr termo aos acordos com o CDS-PP] (…) ao dizer que a posição de Marques Mendes sobre o PP “é como alguém denunciar um casamento depois de estar viúvo”»
João Maltez (id, id)

«O BE está condenado, nas legislativas de 2009, a um destino semelhante ao que teve o famigerado epifenómeno inspirado pelo general Eanes, o Partido Renovador Democrático?»
Mário Bettencourt Resendes (Diário de Notícias, 25 FEV 05)

EMÍDIO GUERREIRO

O jovem Prof Emídio Guerreiro (105 anos! 106 em 6 de Setembro próximo), responde desta forma a duas das perguntas de inquérito, publicado hoje pel’A Capital, a alguns dos novos deputados acabados de eleger para a AR:

1. O que vai fazer no Parlamento?

Antes de mais, vou procurar defender o interesse da comunidade que me elegeu. Sou de Guimarães, tenho uma empresa têxtil e estou preocupado com o futuro do sector no país. Sendo a minha primeira participação no Parlamento, vou aprender. É um mundo novo que se abre.

(…)

4. Vai exercer o mandato até ao fim?

Sim, até ao fim.

(Diria o Sr Felisberto: “É obra! Este homem é d’aço!)

MEMÓRIA DO TEMPO


Foi há 447 anos (
1558), uma SX: morreu D. Leonor, rainha de Portugal de 1518 a 1521. Em Portugal decorria a Regência da rainha viúva, D. Catarina, avó do novel rei (então com apenas três anos de idade); e pontificava, então, o papa Paulo IV (223º da sucessão) (*)

Foi há 435 anos (1570), um SB: O papa Pio V excomunga a rainha de Inglaterra, Isabel I. Em Portugal reinava D. Sebastião (16º da sucessão).

Foi há 164 anos (1841), uma QI: nasceu o pintor impressionista francês Pierre-Auguste Renoir. Em Portugal reinava D. Maria II (30ª); e pontificava, então, o papa Gregório XVI (254º).



Foi há 150 anos (1855), um DM: nasceu o poeta Cesário Verde. Em Portugal decorria a regência de D. Fernando, pai de D. Pedro (V), ainda menor; e pontificava, então, o papa Pio IX (255º).



Foi há 139 anos (1866), um DM: nasceu Benedetto Croce, historiador, crítico e filósofo italiano. Em Portugal reinava D. Luís (32º); e pontificava, então, o papa Pio IX (255º).



Foi há 132 anos (1873), uma TR: nasceu o cantor lírico italiano Enrico Caruso. Em Portugal reinava D. Luís (32º); e pontificava, então, o papa Pio IX (255º).



Foi há 106 anos (1899), um SB: morreu Paul Julius von Reuter, fundador da agência internacional de notícias Reuters. Em Portugal reinava D. Carlos (33º); e pontificava, então, o papa Leão XIII (256º).



Foi há 102 anos (1903), uma QA: nasceu João Gaspar Simões. Em Portugal reinava D. Carlos; e pontificava, então, o papa Leão XIII.



Foi há 62 anos (1943), uma QI: nasceu George Harrison, músico inglês, membro dos Beatles, um dos compositores dos "fab four" de Liverpool, como ficaram conhecidos.

Foi há 52 anos (1953), uma QA: nasceu o político espanhol José Maria Aznar. Em Portugal era PR o general Craveiro Lopes; e pontificava, então, o papa Pio XII (260º).

Foi há 38 anos (1967), um SB: nasceu o financeiro Nick Leeson. (“Financeiro e burlão”. “O crime acabou por compensar para Nick Leeson, que levou à falência o mais antigo banco inglês, o Barings. Depois de sair da prisão escreveu um livro sobre as suas ‘proezas’ e, mais tarde, chegou o filme.

Foi há 22 anos (1983), uma SX: morreu Tennessee Williams, dramaturgo norte-americano. Em Portugal, Ramalho Eanes era o PR, na altura, e João Paulo II (264º) o pontífice romano.



Foi há 19 anos (1986), uma TR: nasce o primeiro bebé proveta português. Era PR Mário Soares; e pontificava, então, o papa João Paulo II (264º).


Foi há 16 anos (1989), um SB: morreu o barítono português Hugo Casais. Era PR, então, Mário Soares; e pontificava o papa João Paulo II.


Foi há 12 anos (1993), uma QI: morreu o actor Rogério Paulo. Era PR, então, Mário Soares; e pontificava, o papa João Paulo II.

(*) D. Leonor foi a 3ª mulher de D. Manuel. Era, portanto, madrasta de D. João III – e irmã da rainha D. Catarina (D. Catarina d’Áustria), mulher de D. João III (avô do seu sucessor: D. Sebastião). Ambas eram filhas de Filipe o Belo (que, pelo seu casamento com Joana a Louca, filha dos reis católicos, Fernando V e Isabel, se tornou rei de Espanha - aí, Filipe I ) e irmãs do imperador da Alemanha, Carlos V, que se tornou, por morte de Fernando V, rei de Espanha (Carlos I, neste país). Filipe I (ou Filipe o Belo) era filho do imperador Maximiliano.
D. Manuel teve, de D. Leonor, dois filhos: D. Carlos (que morreu bebé) e D. Maria, senhora de grande cultura.

JOÃO PAULO II “APAGA-SE COMO UMA VELA”

Noticiava a TSF, esta manhã: «não vale a pena iludir: o papa está a morrer». Apesar de ter corrido bem a intervenção cirúrgica que lhe fizeram - uma traqueotomia - o papa apaga-se como uma vela.

«Conservador e revolucionário, ortodoxo e ecuménico» - ainda que controverso, fica como um dos mais marcantes pontífices da Igreja dos últimos séculos.

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

EUTANÁSIA

Acerca do – pelos vistos, imperdível – filme de Alejandro Amenábar, Mar Adentro, que hoje se estreia entre nós, como acerca da – para muitos – magna questão que é a eutanásia, vem hoje a imprensa diária com vários artigos.

O problema parece-me estar longe de não ser polémico.
Mas põe-se com cada vez maior acuidade.

À partida, há sempre os que – pela sua maneira aberta de estar perante o mundo e as grandes questões sociais – logo o compreendem e defendem essa solução; e os que – por mais conservadora perspectiva de tais matérias – logo o combatem, com intransigente veemência.

A verdade é que, para se tomar consciente posição, em tal debate, se torna imprescindível pesar bem o assunto, ouvir os intervenientes, atentar na maior ou menor fragilidade dos argumentos aduzidos de parte a parte, ou na sua poderosa valia.

Mas sobre a eutanásia, parece-me muito transparente e muito esclarecedora esta frase duma sua defensora:

“A questão é muito simples: se a eutanásia for legalizada, isso só serve para quem precisa, com preceitos muito estritos. Não se vai impor a ninguém. E as pessoas que são contra a eutanásia querem impor as suas ideias aos outros! Se elas acham que Deus deu a vida e tem de ser Ele a tirá-la, óptimo para elas. Mas querem que eu seja obrigada a pensar da mesma forma? Ramon pedia para ele, não para os demais. Não impunha nada a ninguém”, disse Ramona Maneiro.

Na verdade, e antes de mais, tudo estará em ninguém impor nada a ninguém.
Realmente, eu posso
compreender a eutanásia e não a aceitar para mim.

É, de facto, claro.

Vejamos, então, e só na imprensa d’hoje, os seguintes artigos, uns pró, outros contra:

- Direito de morrer
Eurico de Barros
em Londres

- Entrevista
do realizador
Alejandro Amenábar
por E. B.

- Contra
Muito sentimento pouca racionalidade
Pedro Mexia

- ENTREVISTA
de Ramona Maneiro
por Fernanda Câncio

- Perfil
Um corpo como um Universo
Ângela Marques


- “Deixar morrer” é ou não o mesmo que eutanásia?
Parecer do Conselho de Ética instaura polémica entre
médicos portugueses

Fernanda Câncio

- Espanha aprovou 'testamento vital'

- A favor
Nem 'agit-prop' nem melodrama
E. B.

- "A eutanásia é uma necessidade social que os políticos estão
a ignorar"

Entrevista
Com Cármen Vasquez
Por Alexandra Prado Coelho

- Sem poder morrer sem poder voltar a viver
Ivete Carneiro

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