quarta-feira, abril 06, 2005

JOÃO PAULO, O GRANDE


I. Foi o Cardeal Ângelo Sodano que assim se referiu a João Paulo II, na primeira missa de sufrágio, no passado Domingo.
O mesmo Secretário de Estado do Vaticano já dera o mote, em declarações à televisão, no dia 16 de Outubro de 1994, a propósito da ocorrência, nessa data, do 16º aniversário da eleição de Karol Wojtyla como papa.

A pegar o cognome, este seria o 4º romano pontífice a ficar assim conhecido na História. O primeiro foi Leão I (no séc. V), o segundo foi Gregário I (fins do séc. VI, princípios do VII), finalmente Nicolau I (séc. IX).

Para os atentos a pequenos pormenores, este papa tem contra si (comparando com os antecessores, cognominados de Grandes) o não ter sido o primeiro do nome adoptado como sumo pontífice, ao contrário do que aconteceu com os anteriores.

II. Acerca da eleição do sucessor de João Paulo II, recorda o Cardeal Patriarca de Lisboa que os 117 - aliás, 116, porque um adoeceu - (não 121, como eu antes referira por lapso) cardeais eleitores fazem pela primeira vez a eleição de um papa. Apontamento curioso que decorre, designadamente, do longo pontificado que agora terminou.

III. Nem só encómios e expressões de reconhecimento teve o agora falecido papa a emoldurar o seu nome.
Não falando, já, do exagero de certos radicais (como o da cantora irlandesa Sinéad O’Connor, no programa Saturday Night Live, em 1992, onde se referiu ao Papa como "o verdadeiro inimigo" que era necessário combater – enquanto rasgava uma sua fotografia perante as câmaras da televisão) outras perspectivas existem de desilusão e descontentamento acerca do polémico papa cujo passamento se acompanha agora.

É o caso do suíço Hans Kung, um dos principais teólogos católicos que, em suma, considera o seu pontificado uma “desilusão” e um “desastre”. Vale, pois, a pena ver, no Público de hoje, as “nove contradições” de João Paulo II, apontadas pelo crítico e rebelde teólogo suíço.


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