Estava eu concentrado no remate do meu post anterior (aqui, agora, posterior), alheio a tudo que se passava à minha volta (não tenho televisão no “canto” onde trabalho), e eis que o anúncio foi feito, e o mistério desvendado. Com as costumadas forma e ritual: "temos Papa"
Joseph Ratzinger, de 78 anos, alemão de nascimento, era o novo Papa, tomando o nome de Bento XVI.
Não haverá grandes diferenças entre os, geograficamente, vizinhos: o polaco Karol Wojtyla e o alemão Joseph Ratzinger.
Como não se encontrarão grandes diferenças entre João Paulo II e Bento XVI (o 265º papa a contar de Pedro).
E afinal, e contrariamente às expectativas – de que não valeria a pena ter expectativas, porque a eleição raramente lhes corresponde – o nome escolhido foi mesmo um dos mais falados para o cargo. Liderava (não sei se com ou sem aspas) uma das “facções” concorrentes ao pontificado.
O, até agora prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, é tido por ultra-conservador e um dos responsáveis pela estagnação dos estudos de investigação teológica.
Se, por muitos, João Paulo II era considerado “politicamente avançado e moralmente conservador”, não sei se Bento XVI não será, em qualquer das vertentes, ainda mais conservador (ultra, dizem muitos).
Ou seja, não será de esperar grandes reformas como o mundo (é nele que estamos… Não vale a pena iludir a questão, “Santíssimo Padre “!) as espera. Se é que não vai mesmo verificar-se, no discurso e na vida da Igreja, alguma regressão!.
É que hoje a Igreja não é só tema de discussão “intra muros”. Não, todo o cidadão do mundo a conhece. Não é, de todo, uma instituição ignorável. Menos ainda de opinião desprezível.
Porque terá Ratzinger escolhido o nome de Bento XVI?
Só ele saberá. Sabemos – se alguma relação existe – que Bento XV (o 258 da sucessão) – que o século conheceu como Jaime della Chiesa – foi papa de 03NOV1914 a 22JAN1922, que terá feito algumas reformas importantes, como a promulgação do Código do Direito Canónico, em 1917 (que não me parece obra assim tão “avançada”) e que exerceu uma “notável acção” durante a primeira Grande Guerra, o que lhe terá “merecido o cognome de Pontífice da Paz”.
Mas, e depois?
Julgo que os cardeais – atendendo à já referida fragilidade de saúde, e à idade de Bento XVI – terão optado por um pontífice de transição…
Mas transição não implicará personalidade com outro perfil?
Aguardemos a evolução dos acontecimentos. A acção do actual romano pontífice.
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