sexta-feira, abril 22, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


22 de Abril: Dia Mundial da Terra.

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Faz hoje 505 anos (1500), era uma QA: é oficialmente decretada a descoberta do Brasil pela armada portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral. Reinava D. Manuel I (14º). O trono pontifício era ocupado por Alexandre VI (214º).

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Faz hoje 476 anos (1529), era uma QI: Portugal e Espanha assinam o Tratado de Saragoça. Em Portugal reinava, então, D. João III (15º). Na cátedra de Pedro encontrava-se Clemente VII (219º).
O Tratado de Saragoça estabelece os interesses de ambos os países em relação a certas zonas do Pacífico, e Espanha abdica da sua exigência sobre as ilhas Molucas.

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Faz hoje 365 anos (1640), era um DM: nasceu Mariana Alcoforado, freira portuguesa. Reinava ainda Filipe III (20º). Pontificava Urbano VIII (235º).
Soror Mariana Alcoforado (1640-1723) é a religiosa, natural de Beja, a quem foram atribuídas as cartas de amor dirigidas ao marquês de Chamilly. As cartas foram publicadas em França com o título Lettres Portugaises Traduites en Français (1669).
Os estudiosos deste assunto terão concluído pela efectiva existência da freira, mas pela falsidade da sua autoria de tais cartas. Terão sido forjadas exactamente pelo que se intitulava seu tradutor. “No entanto, a figura de Soror Mariana, misto de lenda e de realidade, permaneceu como símbolo de uma paixão exacerbada e infeliz e constitui um tema retomado mais tarde por autores como Júlio Dantas (Soror Mariana), e Afonso Lopes Vieira, que lhe dedica uma poesia”.

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Faz hoje 281 anos (1724), era um SB: nasceu Immanuel Kant, filósofo alemão. Em Portugal reinava D. João V (24º). A Igreja encontrava-se num período de vacância pontifícia: em 07MAR: tinha morrido Inocêncio XIII (244º) e o seu sucessor, o 245º pontífice, Bento XIII, só seria eleito em 29MAI seguinte.
Em síntese: “Que posso saber, que devo fazer, que me é permitido esperar? Eis as três questões postas pela filosofia kantiana e às quais tenta responder em três obras fundamentais: Crítica da Razão Pura (1781), Crítica da Razão Prática (1788), A Religião dentro dos Limites da simples Razão (1793)”.
A Crítica da Razão Pura é uma análise sistemática na qual Kant define as três faculdades do espírito: a sensibilidade ou intuição do real, que fornece por meio das percepções a matéria da nossa reflexão; o entendimento, que unifica os dados difusos da intuição por meio de quadros universais, as categorias. Kant analisa ainda uma terceira vfaculdade: a razão. Esta realiza a unificação das duas anteriores e elabora as ideias sem o concurso da experiência. As ideias permitem-nos, por seu turno, afirmar qualquer coisa fora de toda a experiência em juízos sintéticos a priori. Estes juízos elaboram uma ciência que não se baseia em nenhum dado sensível: a metafísica.
Na Crítica da Razão Prática, demonstra que a razão não tem um uso meramente teórico, nem também uma função prática. “Além de fundar o saber fundamenta também a acção. A filosofia especulativa realiza-se, assim, concretamente, numa filosofia da acção: a moral”.
Segundo Religião dentro dos Limites da simples Razão, não podemos conhecer Deus em si. Ele é um “postulado da razão prática, embora fundando a nossa ideia de soberano bem, sem a qual a moral não teria sentido e a felicidade não seria possível”.
“Kant, com o seu criticismo que coloca o sujeito no centro de toda a actividade filosófica, operou uma revolução análoga à revolução coperniciana, nele se encontrando em gérmen todos os movimentos filosóficos posteriores”.
Escreveu ainda a Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785) e a Crítica da Faculdade do Juízo (1790).
Kant morreu, na Alemanha, em 1804.

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Faz hoje 239 anos (1766), era uma TR: nasceu, em Paris, Madame de Staël, escritora francesa. Em Portugal reinava D. José (25º). Pontificava Clemente XIII (248º).
De seu nome verdadeiro Anne Louise Germaine Necker, foi após o seu casamento, em 1876, com o barão de Staël, embaixador da Suécia em Paris, que adoptou aquele apelido com que a história a registaria. Seu pai foi ministro de Luís XVI.
“Iniciadora, com Chateaubriand, da renovação do lirismo, é considerada um dos maiores nomes da literatura francesa”. E também enveredou pela política, onde as suas tendência liberais lhe não pouparam perseguições e exílios. “As sua mais célebres obras são: Delphine (1803) e Corinne (1807), romances; De L’Allemagne (1810)livro de reacção ao materialismo, e Napoleão, considerado uma espáciede manifesto do romantismo”.

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Faz hoje 184 anos (1821), um DM: D. João VI, rei de Portugal, cede a regência do Brasil a seu filho, D. Pedro IV, e transfere o seu governo para Lisboa. Na cátedra de Pedro encontrava-se o papa Pio VII (251º).

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Faz hoje 137 anos (1868), era uma QA: nasceu, na ilha de S. Tomé, José Viana da Mota, compositor e pianista português. Reinava D. Luís (32º). Pontificava Pio IX (255º).
Fez o curso de piano no Conservatório de Lisboa, após o qual foi para Berlim, onde frequentou o conservatório local e onde viveu durante mais de 30 anos. Foi aí que conseguiu maturidade e brilho. Em Weimar (1885) foi aluno de Franz Liszt, de quem recebeu profunda influência. Regressado a Portugal, foi director do Conservatório Nacional, de 1918 a 1938. Como compositor teve um importante papel no ressurgimento da música nacional.
Da sua vasta obra destaco, por exemplo, Barcarola, Capricho e Fantasia Dramática; compôs cinco Rapsódias Portuguesas; e compôs a sinfonia Pátria.
Foi também ensaísta e articulista em matéria musical.

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Faz hoje 101 anos (1904), era uma SX: nasceu Robert Oppenheimer, físico norte-americano que inventou a bomba atómica. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). Em Roma pontificava Pio X (257º).

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Faz hoje 81 anos (1924), era uma TR: nasceu Cármen Dolores, actriz portuguesa. Manuel Teixeira Gomes era então o PR. Pontificava Pio XI (259º).
Cármen Dolores – uma Senhora do teatro – foi co-fundadora do Teatro Moderno de Lisboa. Apresentou-se em várias companhias e palcos (inclusive rádio e televisão), onde foi sempre um êxito. No cinema iniciou-se em 1943, no filme Amor de Perdição, de António Lopes Ribeiro.

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Faz hoje 68 anos (1937), era uma QI: nasceu Jack Nicholson, actor e realizador norte-americano. Em Portugal já decorria o mandato presidencial de Carmona. No Vaticano prosseguia o pontificado de Pio XI.
Recordo a sua espectacular interpretação em Voando sobre um Ninho de Cucos, realizado por Milos Forman em 1975, e que lhe valeu um Óscar. Mas da sua vasta filmografia, como actor pode ainda referir-se, a título de exemplo, A Honra dos Padrinhos, de 1985, sob a direcção de John Huston. Como realizador refira-se, por exemplo, Chinatown, The Two Jakes, de 1991.

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Faz hoje 35 anos (1970), era uma QA: o fim da censura prévia está incluído no projecto de lei de Imprensa apresentado na Assembleia Nacional pelos deputados, da chamada “ala liberal”, Francisco Sá Carneiro e Francisco Pinto Balsemão. Era PR o almirante Américo Tomás. Pontificava Paulo VI (262º).

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Faz hoje 31 anos (1974), era uma SG: Otelo Saraiva de Carvalho comunica que o Plano Geral das Operações já se encontra pronto e todas as Unidades do Movimento de Capitães entram em alerta para o desencadear da revolução. Américo Tomás estava prestes a ser afastado. O regime salazarista, continuado por Marcelo Caetano, estava próximo do fim. Pontificava Paulo VI.

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Faz hoje 28 anos (1977), era uma SX: é constituída a Comissão do Livro Negro sobre o Fascismo. Ramalho Eanes era o PR. Paulo VI era o papa reinante.

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Faz hoje 11 anos (1994), era uma SX: morreu Richard Nixon (1913-1994), presidente dos EUA. Em Portugal estava na chefia do Estado o Dr Mário Soares. Sumo pontífice era João Paulo II (264º).
Nixon foi deputado e senador. Foi, ainda, vice-presidente dos EU durante os dois mandatos do general Eisenhower. Derrotado por John Kennedy nas presidenciais de 1960, vence as de 1968. Reeleito em 1972, consegue aproximações com a China e com a União Soviética. Entretanto, graves dificuldades internas (como o caso Watergate, determinante nesse processo) levaram à demissão do seu vice-presidente, Spiro Agnew, e à sua própria demissão, em Agosto de 1974.

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Faz hoje 7 anos (1998), era uma QA: morreu, aos 91 anos, Constantin G Caramanlis, ex-presidente da Grécia. Em Portugal decorria o mandato do Dr Jorge Sampaio. João Paulo II prosseguia o seu pontificado.
O advogado e político Caramanlis nasceu em 1907. Cedo adere ao partido União Radical Nacional, em prejuízo da sua carreira profissional, partido de que vem a ser dirigente e deputado. A partir de 1955 cumpre três mandatos como primeiro-ministro. Em 1974, com o derrube do “regime dos coronéis”, que se haviam instalado em 1967, é de novo chamado às altas responsabilidades do governo da Grécia. Entretanto fundara o Partido da Democracia Nova, de cariz conservador, que nas eleições de 1974 obtém 54 % dos votos. Em cima da mesa continuavam graves problemas gregos à espera de solução: como os relativos às questões cipriotas e do mar Egeu e ainda o das relações com a NATO, de que a Grécia se desligara em 1974. Nas eleições gerais antecipadas de 1977 o seu partido sai novamente vencedor e ele volta às funções de primeiro-ministro. Em Maio de 1980, sem apoios da esuerda (nem do PS nem do PC), antes só com o dos independentes, foi eleito presidente da República.

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