terça-feira, abril 26, 2005

SOLTAS

«Pela primeira vez, havia eleições [para a Constituinte, 1975] por genuíno sufrágio universal, sem distinções de rendimento ou de riqueza, de instrução ou de sexo. Doutores e analfabetos, ricos e pobres, homens e mulheres puderam pela primeira vez participar numas eleições, sem as limitações que mesmo nos períodos do constitucionalismo liberal e republicano tinham restringido fortemente o sufrágio eleitoral e a representação democrática.»
Vital Moreira (Público, TR 26 ABR 05)

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«Após quatro décadas de regime autoritário e de eleições fictícias e manipuladas, eram estas as primeiras eleições [id] genuinamente livres, pluripartidárias, no quando da liberdade de opinião e de propagandas política e eleitoral. Pela primeira vez na sua história os portugueses, como um todo, tinham a oportunidade de exprimir livremente a sua vontade política.»
Id (id, id)

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«A maciça participação eleitoral [id] testemunhou esse momento singular da história política nacional. E os seus resultados influenciaram decisivamente não somente o conteúdo da Constituição mas também o futuro político da III República cujas instituições ela enformou.»
Id (id, id)

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«Durante muito tempo tínhamos vários elementos que levavam a pensar que a religião iria recuar. (…)Porquê este declínio anunciado? Há uma razão que vem do século XIX e que tem a ver com os progressos da ciência. O espaço consagrado a Deus ia-se restringindo. Mas podemos fazer a leitura inversa: o espaço divino, agora depurado, ganhava força e intensidade. É o contraponto ao positivismo reinante.»
Eduardo Prado Coelho (id, id)

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«O que se viu com a morte do Papa não foi apenas manipulação mediática, mas uma mediatização que já estava inscrita na própria realidade. O fenómeno de uma comunhão das massas era óbvio. Havia por um lado a multidão daqueles que queriam estar juntos. Havia por outro lado um pólo mítico (o Papa) que parecia conter todas as capacidades de salvação.»
Id (id, id)

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«A vitória de José Ribeiro e Castro aconteceu pelo desastroso comportamento de Telmo Correia e pelo grito de revolta das bases contra a morte anunciada do seu velho CDS - consequência directa de um possível triunfo dos protagonistas que Paulo Portas promoveu nos últimos anos.»
Luís Osório (A Capital, TR 26 ABR 05)

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«O Congresso tinha decidido que, sem Paulo Portas, não fazia sentido a continuação do PP. Tinham decidido que o criador, ao abandonar a sua criatura, abrira a porta ao renascimento do CDS, velho esqueleto que Portas escondera num armário fundo e longe das vistas e do coração.»
Id (id, id)

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«Nos subterrâneos do Largo do Caldas, como os cristãos depois da morte de Cristo, havia gente que sonhava secretamente com este momento. Gente que sonhava ver o partido limpo do populismo e de um certo novo-riquismo que nada tinha que ver com o passado do CDS.»
Id (id, id)

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«Ribeiro e Castro não é um líder forte, o partido fica dividido e em conflito, a democracia-cristã distingue-se cada vez menos da social--democracia, nas próximas autárquicas a derrota será certamente penosa, e um regresso de Portas do seu nevoeiro matará em definitivo o esqueleto que deseja regressar à luz.»
Id (id, id)

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«Não antevi a pobreza da prestação de Telmo. Logo à entrada, parecia um actor substituto, aquele que só sobe ao palco quando a estrela falta. E como Portas se encarregou de derrotar o seu próprio projecto (num passa-culpa denunciador da sua personalidade), o reserva ficou à deriva: em política a falta de autenticidade é sempre mortífera e a vitória prevista depressa se transformou em derrota anunciada.»
Daniel Sampaio (id, id)

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«Passado por passado, prefere o menos recente, resgatando parte da sua história, a mesma que Portas quis aniquilar. O CDS prefere ter identidade, moderar-se e apaziguar-se.»
Joana Amaral Dias (DN, TR 26 ABR 05)

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«O Conselho [Europeu] optou por manter tudo quanto nele é essencial, recordou que o noivo ideal para a D. Consolidação é o Crescimento e confirmou o PEC como padrinho deste casamento.»
Mário Patinha Antão (id, id)

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«Veja-se o congresso do CDS. A verdade é que o partido regressou a 1974, quando os militares ordenaram a Freitas do Amaral que fundasse um partido moderado, centrista e católico. A direita liberal e moderna foi derrotada e tem pouco futuro num partido velho, piedoso e confessional. A consequência deveria passar pela organização urgente de um espaço político que continua órfão de pai e mãe.»
António Ribeiro Ferreira (id, id)

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