«[A propósito do congresso do PSD] embora a referência a Portugal esteja sempre presente, existe uma espécie de nacionalismo partidário que não deixa de impressionar. Acima de tudo, existe o partido. A força do partido é algo que tem uma importância absoluta. Não é Portugal que está primeiro, é o partido que está ao serviço de Portugal. Se, em determinadas circunstâncias, se põe em causa o partido, é porque devemos pensar na realidade complexa do partido, porque é este que conta.»
Eduardo Prado Coelho (Público, SG 11 ABR 05)
«O povo que pela televisão, pela rádio e pela imprensa globais vimos unido em pensamento e coração com o passamento de João Paulo II, excedeu o que se podia imaginar. Na homenagem que livre e espontaneamente tantos e tão diversos homens e mulheres, poderosos e anónimos, velhos e jovens, crentes de tantas religiões e não crentes, lhe quiseram prestar, em Roma e por toda a parte, reuniu-se, como nunca dantes, o mundo todo!
Perante isto, não é possível passar honestamente adiante sem nos sentirmos fortemente interpelados pelo essencial do fenómeno.»
Mário Pinto (id, id)
«Compreendo mais facilmente porque este Papa foi humilde e forte; caloroso e sem respeitos humanos contra o erro; foi corajoso e fez a confissão inteira e pública dos pecados da Igreja, perante o mundo e as outras religiões; foi um homem de oração e de acção; sem receio de mostrar o seu discernimento místico na fé. (…)
Foi conservador porque conservou o que é bom e deve ser conservado, pense o mundo o que quiser. Mas não reteve nada que tivesse que ver com o conservadorismo dos orgulhos ou poderes do passado, os velhos privilégios de poder ou de influência, com a submissão à hegemonia dos países mais fortes. A sua última grande encíclica social, Centesimus annus, contém uma intrépida recapitulação sobre a doutrina do destino universal dos bens, e, como nunca se escreveu antes, a mais extensa, dura e directa crítica ao capitalismo materialista da era pós-comunista»
Id (id, id)
«Todos os partidos têm um lado tribal. E o PSD mais do que todos os outros. Os congressos social-democratas são, de resto, exercícios únicos onde se misturam rituais tribais de amor ao partido - mesmo quando se diz que o maior amor é Portugal... - com aquilo que é próprio dos terrenos onde se confrontam as diferentes famílias que integram as tribos. Com uma particularidade: no PSD muda-se de família muitas vezes, ao sabor das conveniências e sem coerência perceptível.»
José Manuel Fernandes (id, id)
«A herança da mais desastrada e trágica de todas as suas lideranças, a de Santana Lopes, é pesada. O partido revelou-se mais tribalizado do que nunca, com grupos e grupinhos a federarem-se para conseguirem migalhas de poder interno. (…)A prova disso é a permanência da pulsão populista, indisfarçável quando um candidato como Luís Filipe Menezes recebe quase 44 por cento dos votos dos delegados.»
Id (id, id)
«Marques Mendes venceu o Congresso do PSD,
Rogério Rodrigues (
«O PSD tem uma característica muito própria não gosta de dizer mal dos seus líderes partidários, mesmo que estes tenham conduzido o partido a uma catástrofe eleitoral. Fiel à tradição, o Congresso de Pombal não só não discutiu a deriva populista recente, como deu quase metade dos votos ao candidato à liderança que só se perfilou por, nas suas palavras, Santana Lopes não querer continuar à frente do partido. Como se tudo isto não bastasse, conhecida a votação, verificou-se que boa parte dos 56 por cento que deram a vitória a Marques Mendes apoiou a moção de
«Como todas as leis, esta [limitação dos mandatos políticos] também não terá efeitos retroactivos, pelo que os dinossauros do poder – central, regional e local – vão chegar até ao final dos respectivos mandatos, mesmo que tenham manifestamente dado provas de ter ultrapassado os prazos de validade. O que não quer dizer que não vão estrebuchar numa derradeira tentativa de sobrevivência.
Os verdadeiros dinossauros também teriam resistido se os astros lhes tivessem dado tal oportunidade.
Mas a lei, do que já se conhece, não vai constituir um cataclismo semelhante ao que varreu da face do planeta os portentosos sáurios. Portugal é um país civilizado, de brandos costumes e hábitos contemporizadores. (…)
A lei valerá daqui para o futuro mas o passado fica a zeros. O que daria, por exemplo, para que Alberto João Jardim ou Carlos César não pudessem habilitar-se a mais de três novos mandatos, não entrando nas contas os que já cumpriram. No caso do governador da Madeira, isto significaria que Alberto João Jardim se poderia, na prática, abalançar a disputar o recorde de permanência no poder ainda detido pelo Dr. Salazar.»
João Paulo Guerra (Diário Económico, SG 11 ABR 05)
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