quarta-feira, abril 27, 2005

SOLTAS


«É preciso que a riqueza seja mais bem distribuída , que a democracia
seja corrente por todo o lado e que a protecção ambiental seja tratada com a importância que merece. E estas três coisas, de tão simples e evidentes que são, não são património ideológico de ninguém.»

José Diogo Madeira (Jornal de Negócios on line, QA 27 ABR 05)

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«Hoje em dia vemos diplomatas, analistas políticos, jornalistas, opinarem sobre o que é a Europa, e as infinitas compensações estratégicas (nunca claramente enunciadas, em bom rigor) de termos a Turquia, Marrocos, Israel, um dia o Kasaquistão, na União Europeia. São esses os cultores actuais da engenharia histórica. Querem converter, querem um novo começo. Herdeiros serôdios e mal digeridos de um cristianismo e de um paganismo que nunca assimilaram plenamente, querem reduzi-lo a meras expressões técnicas. Curiosamente são em geral pessoas que ou vivem ou viveram nos Estados Unidos. O arquiduque Otão de Habsburgo percebeu que era europeu quando se teve de refugiar na América. Estes burgueses, indo para lá, ainda não se aperceberam que não o eram em suficiência.»
Alexandre Brandão da Veiga (id, id)

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«O passado em Portugal surge sempre como glória. Nunca como lição. Este país criou uma cultura de adolescência. Queremos ser, mas nunca somos. Passamos directamente da idade da inocência para a da reforma.»
Fernando Sobral (id, id)

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«O CDS-PP é um partido em busca de um destino. E nem mesmo a astrologia é capaz de o decifrar.»
Fernado Sobral (id, TR 26 ABR 05)

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«O fervor anti-aborto de Portas afastava os liberais, a recente conversão à Europa afastava os nacionalistas económicos, e a luta contra o rendimento mínimo e a favor da guerra do Iraque desalinhava-o do Vaticano e dos democratas-cristãos. Ao tentar crescer com sucessivas piruetas ideológicas, o CDS-PP espatifou-se nas urnas. Consciente disso, Portas partiu, e o seu baralhado exército de “conservadores-liberais” foi batido facilmente por Ribeiro e Castro.»
Domingos Amaral (Diário Económico, QA 27 ABR 05)

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«Ao contrário do que pensam aqueles que por norma se opõem a qualquer mudança, é exactamente por termos exemplos nefastos de profunda personalização e "clientelização" da acção política, sobretudo na esfera local e regional, que as regras se mudam. Por outras palavras, é natural que o "efeito Alberto João", que nos lembra todos os dias que a América Latina fica perto, provoque legislação limitando o número de mandatos, induzindo alguma renovação dos dirigentes políticos locais.»
António Costa Pinto (DN, QA 27 ABR 05)

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«A imagem, ou o cliché, do novo Papa é de um conservador intolerante. Duvido que Bento XVI confirme tal ideia, mas esta levou muitos a falarem em divergência crescente entre a Igreja católica e o mundo moderno. Não é novidade divergências grandes existiram até ao Concílio Vaticano II, sobretudo em torno de questões filosóficas. E a Igreja teve aí algumas responsabilidades. Hoje, a referida incompatibilidade diz mais respeito a questões como o celibato dos padres, regras de moral sexual, posição perante a vida, etc. São temas importantes, mas nem todos do cerne da fé - embora alguns campeões do "religiosamente correcto" e da "estrita observância" transmitam a falsa sugestão de a fé ser um moralismo.»
Francisco Sarsfield Cabral (id, id)

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«Ele [Joseph Ratzinger] é o Papa que a hierarquia da Igreja Católica quis - o que diz alguma coisa sobre a hierarquia da Igreja Católica. Melhor: de uma maioria. E uma maioria não é toda a hierarquia. E a hierarquia também não é toda a Igreja...»
Joaquim Fidalgo (Público, QA 27 ABR 05)

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«Que um autarca [pres. da Câm. de Coimbra] e barão do PSD [Carlos Encarnação] venha materializar a manobra revivalista de direita e de extrema-direita dando-lhe pública expressão onomástica e iconográfica não surpreende, mas é um sinal de alarme.»
Fernando Rosas (id, id)

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«Assistimos hoje ao cruzamento de tendências diversas. Que vê o fundamentalismo islâmico na evolução ocidental? Conhecemos a lista de agravos, repetida até à exaustão, do Papa a João Carlos Espada. Com particular relevo para João César das Neves: temos a devassidão sexual, a decomposição das famílias, o consumismo, o materialismo, o relativismo.


Qual é o diagnóstico que a Igreja reiteradamente assume? Exactamente o mesmo: devassidão, materialismo, relativismo. Por conseguinte, os males são idênticos e o combate do fundamentalismo islâmico é o mesmo combate que o do fundamentalismo da religião europeia e americana. O eixo do mal é em todo o lado o eixo do mal.


Segundo o novo Papa, cardeal Ratzinger (…), a crise em que vivemos não é um conjunto de circunstâncias que abala a religião. É uma situação de conjunto que afecta a técnica, a política, a cultura e a religião - isto é, a sociedade no seu todo.»

Eduardo Prado Coelho (id, id)

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«Ribeiro e Castro, que conquistou as bases por lhes ter prometido umas migalhas de atenção e poder, era o homem certo para resgatar em congresso o partido ao "exército" que Portas formou, mas é o menos certo dos homens para, fora da cobertura mediática garantida pela reunião partidária, esvaziar o poder de todos os que, à primeira oportunidade, o tentarão diminuir.»
Luís Osório (A Capital, QA 27 ABR 05)

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«O novo líder deveria, e não o vai fazer, criar condições para, no próximo congresso, ser votada a extinção do Partido Popular. Seria um importante sinal para fora do partido e coerente com o sentido da sua vitória sobre os comissários de Portas.»
Id (id, id)

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