Aspecto de vagabundo, meia idade, andrajoso, as calças, pouco mais que um farrapo, torcidas até à cintura, seguras por um tosco baraço, boné daqueles de pala arqueada, de publicidade, barba por fazer. E insistia com a criança, sentada no carrinho, lá de longe: “vá, diz lá um adeus aqui ao rapaz. Vá… Diz…!”
E levanta-se, e vai até ao carrinho. E insiste com a criança, agarrando-lhe a mão: “vá, dá um passou bem. Dá”. E volta a garrar a débil mãozita, na sua insistência do cumprimento. E uma outra vez, ainda.
A jovem avó, visivelmente preocupada, tenta disfarçar. E contém-se.
O homem afasta-se. Senta-se, de novo na mesa, resfastelando-se, todo inclinado para trás, agora com ar impante, fumando com gestos largos.
A avó, fora da mira do indivíduo, limpa, agastada, a mão do miúdo, enquanto comenta para o dono do café: “pois… Não sabem que os bebés estão sempre a meter as mãos na boca!...”
E tinha razão. Relativamente a todos os que têm manifestações do género.
E ele, o pobre, talvez já alguma vez o tivesse sabido… Mas esqueceu-se, provavelmente.
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