domingo, abril 17, 2005

LIDO E DESTACADO

«[Alguns cristãos]não suportam que na Carta aberta aos cardeais eleitores do próximo Papa, traduzida pela Visão, ele [Hans Küng] diga que o estado interno da Igreja é pior do que há trinta anos. O estilo de H. Küng talvez não supere algumas marcas de ressentimento. Mas tanto essas declarações como o documento do movimento Nós Somos Igreja, que circula na Internet, e outros textos de análise crítica da situação das mulheres na Igreja, da ética sexual, da atitude em relação aos contraceptivos e à situação actual dos ministérios eclesiais devem ser debatidos sem medo. O imperativo evangélico, "não temais", foi adoptado por João Paulo II como uma orientação de vida. Não vale a pena esperar alguns séculos para pedir perdão pelos silêncios e erros de hoje.»
Frei Bento Domingues, O.P. (Público, DM 17 ABR 05)

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«[A lei da limitação do exercício de cargos públicos eleitos:]lei inútil, demagógica, contraproducente e despótica! Esta é a lei de uma classe política que desconfia de si própria. Que não resiste à tentação. Que conhece a existência da corrupção, mas não é capaz de a combater. É a lei de consolidação da partidocracia.»
António Barreto (id, id)

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«A candidatura do escritor [Manuel Alegre] permitiria "fixar" o eleitorado socialista e morder noutros segmentos à sua esquerda. Manuel Alegre será um bom candidato, mas dificilmente se converterá em presidente efectivo. Fará uma campanha galvanizadora para o "povo de esquerda", ou o que dele resta, mas dificilmente conseguirá mobilizar o eleitorado do "centrão" de modo a derrotar Cavaco Silva. A direcção do PS usará a figura mais proeminente da "ala esquerda" para disfarçar aquilo que o PSD claramente assumiu ao apoiar a recandidatura de Mário Soares em 1991. Será, porventura, uma bela campanha, mas que significará, simultaneamente, a aceitação da derrota antecipada. Por algum tempo o rosa e o laranja tenderão a sobrepor-se numa dessa mistura de cores mal definidas próprias da estética dominante. Noutra linguagem, os dois ramos da Secção Portuguesa da Comunidade Europeia, PS e PSD, dividirão entre si, uma vez mais, os principais palácios do reino.»
Mário Mesquita (id, id)

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«Após um breve recuo no ruído, a partir de amanhã a sucessão do Papa volta a ser um dos assuntos mais mediáticos da Imprensa ocidental. E não é caso para menos. A génese da Europa tal como a conhecemos e a edificação da Igreja Católica como poder espiritual e temporal têm andado de par em par. Na sua maioria, as guerras imperiais e expansionistas, das Cruzadas aos Descobrimentos (portugueses e espanhóis), foram sempre homologadas e abençoadas pela Cruz de Cristo e S. Pedro do Vaticano. As grandes perturbações que, durante séculos, convulsionaram a Europa, as guerras e a cobiça, as perseguições sob o pretexto da heresia, tiveram sempre a Igreja a empurrar o braço secular. Nunca a Igreja aceitou pacificamente o futuro.»
Rogério Rodrigues (A Capital, DM 17 ABR 05)

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«As mulheres comuns, que trabalham em casa e fora dela, têm muito pouca, ou nenhuma, vida privada. Têm vida profissional, doméstica, familiar e conjugal mas não têm tempo para elas. Não têm tempo para ter vícios privados porque o mundo lhes exige virtudes públicas.»
Maria Ferreira (id, id)

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«O político que em Portugal mais vezes se tem rebelado contra "o sistema" e que se repete em apelos à ruptura com o regime, o mesmo que, igualmente de forma reincidente, tem anunciado "esta é a minha última candidatura" para depois se recandidatar, veio ontem bradar contra "aquela gente" que acusa de fazer uma lei anti-Jardim. Uma lei cujos propósitos genéricos geram amplo consenso e que tem evidentes efeitos regeneradores na classe política.
A proposta do PS é, obviamente, discutível, mas deve-o ser dentro de um quadro de razoabilidade, tendo em conta elementos de coerência interna, e nunca a partir de preconceitos como aqueles a que Jardim faz apelo. Diz que a lei lhe é dirigida, mas - pergunta-se - deveria o legislador recuar só porque Jardim se perpetua no poder?»

João Morgado Fernandes (DN, DM 17 ABR 05)

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«Transitámos [em Espanha] de um poder autoritário e centralista, que foi a regra do Estado-nação desde a sua criação, para um poder democrático e politicamente descentralizado que foi sempre a excepção. Agora, mais de um quarto de século depois, o resultado está à vista. A cidadania é um valor adquirido e ninguém põe em questão a liberdade das ideias e a igualdade perante a lei, que constituem os seus pilares básicos, como também não se nega a descentralização do poder que deu azo a uma distribuição de competências que o aproxima dos cidadãos e facilita o enquadramento dos diversos sentimentos de pertença. Para manter esta dinâmica, inclusive para a reforçar se o quisermos, há que ter em conta que o funcionamento da convivência em democracia é a cidadania.»
Felipe González (id id)

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«[No processo “Apito dourado”] vai lá estar tudo: corrupção, prostituição, o desprezo absoluto pela verdade desportiva. Estamos perante um processo contra o futebol tornado um meio de poder a qualquer preço e alimentado pelo dinheiro sujo que esse mesmo poder desportivo depois reciclava na relação promíscua com as Câmaras.»
João Marcelino (Correio da Manhã, DM 17 ABR 05)

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«Se tivesse tido frieza e inteligência táctica, Pinto da Costa teria deixado a presidência do FC Porto quando ainda estava em alta. Agora não terá essa oportunidade. Pode, até, acontecer um milagre e ele encontrar um novo Mourinho numa das saltadas que costuma fazer a Fátima com a mesma exacta assiduidade com que costumava encomendar vitórias às velhas milagreiras que enxameiam a crendice nacional. Mas na história do futebol apenas lhe estará destinado o lugar devido a homem capaz de fazer tudo, mas mesmo tudo, para que o seu clube ganhasse. E se isso é suficiente para lhe valer a admiração das claques drogadas pela paixão também será suficiente para lhe garantir o desprezo das pessoas de bem.»
Id (id, id)

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«A lama não se deve abater sobre os profissionais e sobre a sua qualidade técnica. Portugal é vice-campeão europeu de selecções. Os jogadores do FC Porto venceram a Taça UEFA em 2003, a Liga dos Campeões em 2004 e também o Sporting se encontra agora a caminho de brilhar em 2005. Os nossos melhores futebolistas são admirados no mundo e ainda há José Mourinho. Este edifício saudável deve ser preservado. É justo, e inteligente, que o seja.»
Id (id, id)

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«Basta ouvi-los, lê-los para se perceber que na cabeça de inúmeros dirigentes desportivos o conceito de desporto e regra vai pouco mais além da cultura de um bar de alterne.»
Francisco Moita Flores (id, id)

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«O jogo que colocou o Sporting nas meias-finais da Taça UEFA é um dos acontecimentos marcantes da semana. A goleada com que brindou os ingleses do Newcastle, depois de estar a perder, é um exemplo daquilo que vale em futebol: o esforço e o talento em campo. Sem truques nem prazeres da carne pelo meio. E quando é assim o futebol ganha a dimensão que merece, e que dele se espera, enquanto fenómeno desportivo.»
Id (id, id)

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“Vivemos num regime em que o povo é soberano e agora vêm uns senhores dizer que esse povo não pode escolher quem quer e quando quer” – Alberto J Jardim
Rui Arala Chaves (id, id)

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