quarta-feira, maio 04, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

2005-2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO)

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Faz hoje 174 anos (1831), era uma QA: os liberais ocupam a ilha de S. Jorge. Reinava D. Miguel (29º). Pontificava Gregório XVI (254º).
Decorria a guerra civil entre miguelistas (absolutistas ou realistas do general Povoas) e liberais ou constitucionalistas, afectos a D. Pedro.

A ilha de S. Jorge iria juntar-se à Terceira no apoio da causa de D. Maria da Glória, filha de D. Pedro. Este, entretanto abdicara novamente. Agora a coroa do Brasil, em seu filho D. Pedro de Alcântara (1831), a fim de ir retomar o trono para sua filha, D. Maria II.

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Faz hoje 101 anos (1904), uma QA: início dos trabalhos no Canal do Panamá. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). No Vaticano pontificava Pio X (257º).
O Canal do Panamá liga o Atlântico (cidade de Colón) ao Pacífico (cidade de Panamá).
Em bom rigor, foi em 1881 que Lesseps iniciou a construção do canal. Interrompidos os trabalhos, em 1888, foram depois retomados, nesta data que hoje se comemora, pelos EU. Concluído em 1914, foi alugado aos EU até 1999.

O canal atravessa o istmo do Panamá, tem pouco mais de 80 km de comprimento, pouco mais de 91 metros de largura e a profundidade ronda os 13 metros.

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Completam-se hoje 100 anos (1905) nasceu, em Mortágua, António Branquinho da Fonseca, escritor. Ainda reinava D. Carlos (33º). No Vaticano prosseguia o pontificado de Pio X (257º).

Jurista, por formação académica, cedo se lançou no ofício da escrita. Fundou a revista literária Tríptico e foi director da Presença até 1930. Nesse mesmo ano (tinha 25 anos) fundou, com Miguel Torga, a revista Sinal. Foi poeta e romancista, mas é “no conto que melhor se realiza”. A crítica dá grande relevo à sua novela O Barão (1942), que alguns consideram “uma obra sem paralelo na literatura portuguesa”. Colaborou em várias publicações literárias e dirigiu os serviços de bibliotecas da Fundação Calouste Gulbenkian. Tem um livro de Poemas (1925). Entre outros são seus os contos Rio Turvo (1945) e Bandeira Preta (1958), e o romance Mar Santo (1952).

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Completam-se hoje 76 anos (1929) nasceu, em Bruxelas, Audrey Hepburn, actriz americana.

Dado o “seu aspecto de rapariga sensível e selvagem” foi escolhida por Colette para interpretar Gigi, na Broadway. No cinema revelou-se em Roman Holiday (1953, de William Wyler). Interpretou depois numerosos filmes, sempre no “papel de jovem original e romântica, por vezes sofisticada”, como Sabrina (1954, de Billy Wilder), Love in the Afternoon (1957, do mesmo realizador) e Always (1989, de S. Spielberg).

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Faz hoje 60 anos (1945), foi uma SX: o governo (de Salazar) decreta luto oficial de três dias pela morte de Hitler, chefe do Partido Nacional Socialista e do III Reich Alemão. Em Portugal continuava o mandato do general Carmona. No Vaticano pontificava Pio XII (260º).
Hitler suicidara-se dias antes, a 30 ABR 1945, que foi uma SG.

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Faz hoje 32 anos (1973), era uma SX: fica completo o mais alto edifício do mundo de então, o Sears Tower, em Chicago. Em Portugal agonizava o regime do Estado Novo, com Américo Tomás na PR. Paulo VI (262º) era, na altura, o Sumo Pontífice.

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Faz hoje 31 anos (1974), era um SB: com aprovação da assembleia de docentes, António José Saraiva, Magalhães Godinho e Oliveira Marques são integrados no corpo docente da Faculdade de Letras de Lisboa. Era Spínola o PR. Pontificava Paulo VI.

Estes foram alguns dos prestigiados professores afastados do ensino pela ditadura – só porque a ela se opunham.

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Faz hoje 26 anos (1979), era uma SX: Margaret Thatcher toma posse como primeira-ministra de Inglaterra. Em Portugal tínhamos, então, o general Ramalho Eanes como PR. Pontificava, já, desde recentemente, João Paulo II (264º).

Margaret Hilda Roberts Thatcher liderou o governo britânico de 04MAI1979 a 22NOV1990, promovendo a “revolução conservadora” ou “neoliberal” que caracterizou o seu consulado.
«Margaret Thatcher deixou o poder há 15 anos, vai fazer 80 e, dizem amigos, está enfraquecida e alheada da política. Mas a sua sombra paira sobe a campanha. Multiplicam-se as comparações entre Thatcher e Blair. Gordon Brown elogia a Dama de Ferro para atacar os conservadores. Os neoliberais acusam Blair e Brown de dissiparem o seu legado» - artigo de Jorge Almeida Fernandes no Público de TR 04 MAI 2005.

O mesmo jornalista conclui: «Thatcher é o estilo. O seu (crítico) biógrafo Hugo Young sublinha o carisma, a determinação e a convicção absoluta nas próprias ideias, até à brutalidade e ao desprezo dos outros. Mas, sobretudo, o ódio ao consenso. Só há um consenso bom: "Quanto ao que eu quero fazer." Confundiu muitas vezes liderança com a satisfação da sua vontade. Foi o primeiro-ministro britânico que mais poderes concentrou fora de períodos de guerra.
Era uma máquina de ganhar eleições, mas "nunca foi indulgente com o povo", frisa Young. "Suspeito que nenhum outro líder do nosso tempo será capaz de manifestar tanta vontade de resistir ao desejo de agradar."»

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Completam-se hoje 25 anos (1980), foi num DM: morreu, em Liubliana, com cerca de 88 anos, Josip Broz Tito, militar e presidente jugoslavo. Em Portugal era PR o general Ramalho Eanes. Era Soberano Pontífice o papa João Paulo II.

O marechal Tito nasceu na Croácia em 1892. Adere ao comunismo e em 1937 era secretário do partido comunista jugoslavo. Quando, durante a II Grande Guerra, a Jugoslávia é ocupada pelos alemães, Tito assume a direcção de um movimento de resistentes, acabando por se proclamar marechal do exército popular e presidente do governo provisório, elimina o coronel Mihailovitch – que chefiava o movimento de resistência oficial à invasão alemã, representante do governo real – organiza a República Popular Federativa da Jugoslávia (1946) e é eleito presidente.
Impõe o comunismo ao país, mas numa linha de actuação pouco ortodoxa aos olhos da URSS e dela independente (socialismo autogestionário). Na sua original actuação, celebra com alguns países capitalistas convénios que lhe trazem auxílio económico.

Em 1963 publica uma nova Constituição que fixa novos e mais modernos rumos à sua política externa.

Com Neru e Nasser promoveu a criação do que hoje se chama o Terceiro Mundo, neutral em relação aos dois blocos então dominantes: o soviético e o norte-americano.

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Já lá vão 21 anos (1984), foi numa SX: tomada de posse da direcção da Associação Portuguesa de Escritores (APE), que tem como presidente o escritor David Mourão-Ferreira. Continuava Ramalho Eanes como PR. Prosseguia o pontificado de João Paulo II.

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Faz hoje 12 anos (1993), era uma TR: em Andorra é promulgada a 1ª Constituição do Principado. Em Portugal decorria o segundo mandato presidencial de Mário Soares. No Vaticano, na cadeira de Pedro, continuava João Paulo II.

Andorra é um pequeno principado, montanhoso, encravado nos Pirinéus Orientais. Com 468 km2 e uma população que rondará os 70 mil habitantes, a capital é Andorra-a-Velha, com pouco mais de 20 mil habitantes.

A língua oficial é o catalão e a principal fonte de receita é o turismo.

Independente, desde Carlos Magno, é desde 1607 um co-principado do chefe de Estado francês e do bispo de Urgel.

(Urgel é um antigo condado da Catalunha, de origem incerta mas que, como os outros, esteve sob o domínio dos reis francos. Hoje é uma “comarca” da província de Lérida, da região autónoma da Catalunha).

O principado é administrado pelo Conselho dos Vales, composto por 24 membros e por dois síndicos, exercendo o poder executivo.

Em 1982 o Conselho dos Vales elegeu, pela primeira vez, um chefe de governo, a quem compete executar as decisões do Conselho.

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Faz hoje 11 anos (1994), era uma QA: Israel e a OLP assinam um acordo que dá independência governativa aos palestinianos na Faixa de Gaza e Jericó. Em Portugal prosseguia o último mandato de Mário Soares. Continuava o pontificado de João Paulo II.

O nome da Palestina sofreu diversas modificações, desde há milénios: Terra de Canaã, no Génesis; país dos Filisteus, no êxodo; Terra Prometida, Terra Santa, reinos de Israel e de Judá; Palestinea-Syria para os gregos; Palestina para os romanos; Filastin para os Árabes e para Israel.

Aquele acordo mais não é que um protocolo de relações económicas, além de acordos quer sobre as modalidades da autonomia em Jericó e na Faixa de Gaza, quer acerca da transferência dos poderes civis para os palestinianos nos territórios ocupados.

Ratificado em 1995, o Acordo de Taba (Egipto) ou de Oslo II (*), que alarga a autoridade palestiniana a toda a Cisjordânia, prevê a retirada do exército israelita dessa parte do território e ainda a realização de eleições para o Conselho Interino da Autoridade Palestiniana e respectivo presidente.

(*) O Acordo de Oslo I, ou Acordo de Washington,
foi ratificado oficialmente nesta última cidade em 1993,
entrando imediatamente em vigor:
trata-se, afinal, da
“Declaração de Princípios sobre a Autonomia Palestiniana”,
que veio na sequência da proclamação de um “Estado” palestiniano,
reconhecida por 90 países.

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