sexta-feira, abril 08, 2005

TRANSCRIÇÕES

«Todos os portugueses querem "reformas". Todos, sem excepção. Não há um só que recuse as célebres "reformas", das quais esperamos o milagre de nos tornarmos um país próspero e justo, onde o Estado gasta só o que tem e bem gasto, onde todos cumprem os seus deveres para com a comunidade, onde cessaram os privilégios, as situações de favor e as arbitrariedades. Onde o ensino é factor de desenvolvimento, a saúde competente e a justiça eficaz. Todos querem isto. Mas ninguém quer que as ditas reformas comecem por si, pela sua actividade, pelo seu sector. Para serem aceitáveis, as reformas têm sempre de começar pelo vizinho e por aí se quedarem.»
Miguel Sousa Tavares (Público, SX 08 ABR 05)

«Apesar dos milhões que o choram [a João Paulo II], deixa uma Igreja profundamente dividida e frágil. Há primeiro a tendência "progressista", que teve o seu grande momento no Vaticano II e que não esquece, nem desculpa, a restauração monárquica de Wojtyla ou o sistemático esmagamento do ethos conciliar, que ainda prevalecia em 1978. Como não esquece, nem desculpa o rigorismo teológico, disciplinar e moral do pontificado, imposto sem diálogo, por um poder absoluto.»
Vasco Pulido Valente (id, id)

«Este Marcelo Rebelo de Sousa, agora na madureza aprazível que só a idade confere, oferece-me labor de preparação nos assuntos que trata, perspicácia servida com elegância, a clareza e a simplicidade da gente culta e um poder de comunicação que tem tanto de dom como de métier.»
Carlos Pinto Coelho (A Capital, SX 08 ABR 05)

«Hoje, o aparelho do PSD, espalhado por todo o País, como o ovo da serpente, acabou por ser incubado na JSD, num carreirismo e clientelismo sem limites, que criou autênticos funcionários e tornou o aparelho numa espécie de corte pretoriana dos vários líderes. Sem ideologia, vão-se alimentando de alguns poderes e sinecuras. É, na minha perspectiva, o problema maior, neste momento, do PSD. O problema do aparelho. Claro, o problema do Poder e de como se exerce e quem o exerce.»
Rogério Rodrigues (id, id)

«O pontificado de João Paulo II mudou a face do planeta, e a impressionante despedida que milhões de pessoas, de todos os credos e raças, de todos os cantos do planeta, lhe testemunham é disso a prova mais eloquente. O mundo inteiro desagua em Roma, tornada de novo por estes dias no centro de um império, não das legiões romanas da Antiguidade, mas de um império de amor e fraternidade entre todos os homens, o signo do apostolado deste Papa imortal.»
Editorial (DN, SX 08 ABR 05)

«Os sinais que são perceptíveis apontam não para uma refundação da direita, mas antes para um simples reposicionamento dos dois partidos. Há um projecto de direita em Portugal? Este projecto passa já por entendimentos em eleições autárquicas e presidenciais?»
Jorge Coelho (id, id)

«O futuro ocupante do trono de Pedro dará, por certo, continuidade ao legado que recebe em matéria de ecumenismo, de defesa da paz e dos direitos do Homem, em particular dos mais pobres e desprotegidos, e não poderá, obviamente, ignorar, os mecanismos de comunicação da sociedade contemporânea, a nível das tecnologias e do contacto pessoal.
A verdadeira incógnita, que estará esclarecida antes do final do mês, está em saber se teremos um conservador, um reformador ou uma "solução de compromisso" relativamente às grandes questões que alimentam os debates no seio da família católica.»

Mário Bettencourt Resendes (id, id)

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