«John Bolton é o candidato indicado pelo Presidente Bush, que, após ultrapassadas as resistências do Congresso à nomeação, será o próximo embaixador dos EUA na ONU. John Bolton é o homem que defendeu publicamente que as Nações Unidas não existiam e que qualquer reforma delas só poderia passar por transformar os EUA no único membro permanente do Conselho de Segurança. Para a presidência do Banco Mundial, cuja razão de existência é o financiamento dos países em vias de desenvolvimento, Bush "elegeu" e impôs à Europa o candidato único, Paul Wolfovitz, o grande ideólogo e estratega da missão "humanitária" no Iraque.
A escolha de dois unilateralistas, defensores da supremacia militar, política e moral dos Estados Unidos, para dois organismos por definição multilaterais, só pode indicar, à primeira vista, que Bush continua coerente com a sua visão do mundo, característica de um cowboy do Texas. Mas não: explicam-nos os neoliberais, tão em voga hoje, que a leitura é exactamente a inversa. Trata-se de um cavalo de Tróia ao contrário: escolhendo-se pessoas que têm as ideias e o perfil oposto ao aconselhável, isso só pode significar que elas vão mudar de ideias. O péu9iiissimo é aliado do bom - estratégia genial.»
Miguel Sousa Tavares (Público, 01 ABR 05)
«O que distinguiu Reagan e Thatcher, no seu tempo, foram as suas ideias de ruptura com o statu quo e terem-nas aplicado. Sem receio de, ao mesmo tempo, travarem um feroz combate ideológico. O que tem distinguido as diferentes direitas portuguesas é a sua incapacidade de fazerem o mesmo, isto é, de começarem a discutir ideias que vão contra a corrente. De divergirem. De perceberem que o centro não se ganha estando ao "centro", mas apresentando projectos mobilizadores.»
José Manuel Fernandes (id, id)
«Não vale a pena procurar noutro sítio a explicação do aperto em que estamos. Nem o futuro da direita, da esquerda ou do Governo. O círculo vicioso existe: somos pobres, porque somos pobres. Por outras palavras, somos pobres, porque nos portamos como pobres. Como sair disto? Ninguém sabe. De qualquer maneira, sem primeiro reconhecer a evidência, não saímos.»
Vasco Pulido Valente (id, id)
«Estamos tão concentrados no ruído, que já não conseguimos pensar no indizível.»
Luís Osório (
«Uma vez, já lá vão alguns anos, perguntaram a Martin Scorsese pelos seus objectivos enquanto cineasta, e ele, após longo silêncio, respondeu que a sua maior aspiração passava por conseguir filmar o movimento interior.»
Id (id, id)
«Há seguramente outras actividades, que não as estritamente económicas, das quais depende em maior medida o nosso futuro colectivo, como a educação, a qualificação profissional, a cultura. O problema em todas elas é que não é possível queimar etapas nem forçar os resultados instantâneos. O tempo necessário para avaliar as consequências de uma qualquer mudança de orientação mede-se em décadas.»
«Um plano credível, sustentável e que saiba atrair capitais nacionais e estrangeiros é o que falta para pôr a máquina da produção e do emprego a girar novamente no bom sentido.»
Id (id, id)
As eleições de 20 de Fevereiro lançaram a Direita em pungente desorientação. Perder assim o poder, ela, que se julga ungida de direito divino, é desesperante, convenhamos!
Baptista Bastos (Jornal de Negócios on line, 01 ABR 05)
«O que a Direita tem escrito sobre a Direita é um bocejo, uma tolice, uma inutilidade. Ou o absurdo e abstruso regresso da velha Direitona, mascarada de Direitinha.»
Id (id, id)
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