UMA “CELEBRIDADE” VIRANDO DEPUTADO?

O diz-que-diz é um meio terrível de propagação do anedótico, do absurdo, do impossível. Por vezes (e porque, de facto, também acontece de quando em quando que, havendo fumo, há fogo) também da verdade.

Soou-me. Mas não acreditei (comigo, o boato definha. Morre).

Mas a insistência obrigou-me a atentar melhor: “Sabe? O Zé Castelo Branco vai candidatar-se a deputado”. “Quem? – procurei esclarecer-me, voltando a cabeça, franzindo a testa, piscando os olhos – o…”. “Nem mais. Ele todo!”

Claro que não é possível!

Não pode ser verdade: a mais ou menos travestida, mas sempre divertida (!?) “celebridade”?
José Castelo Branco, é verdade, não ilude ninguém: é completíssimo. Não lhe falta nada: está lá tudo.

Não é uma sugestão. É uma evidência!
Não parece um equívoco. Aponta para uma certeza.

Deputado da Nação?

Lembrei-me de imediato da húngara Ilona Staller que, imigrada na Itália, em 1976, se converteu em Cicciolina. E onze anos depois foi eleita deputada do parlamento italiano (1987), pelas listas do Partido Radical, onde discursou sobre o perigo nuclear e se bateu pela liberdade sexual.

As suas maminhas (e mais) eram o seu “melhor” argumento. E o mais convincente, segundo muitos

Mas essas loucuras acontecem só uma vez.
Dificilmente se repetem.

A menos que José Castelo Branco crie o seu próprio partido, não estou a ver que um rumor desses se possa concretizar.

Mas quis saber a fonte de tal notícia.

Não houve dificuldade em obter a resposta: explicaram-me que a notícia terá vindo à luz do dia numa dessas revistas-cor-de-rosa, em cuja passerelle (ou passadiço, se não simpatizarem com o galicismo) desfilam prestigiados valores da nossa sociedade, como Santana Lopes, Cinha Jardim (e até a filhota dela – explicaram-me – a Pimpinha, já considerada “a nossa nova sex-symbol”) e tantas outras crianças, “tias” e mediáticas criaturas do nosso meio.

Vamos esperar para confirmar que não é verdade nem possível!

(O Sr Felisberto diz que uma das “especialistas” nesses “enredos” é uma prima da irmã duma cunhada da tia Ambrósia, que é cliente dele lá na leitaria. Mais diz tratar-se de pessoa de alto gabarito intelectual: pessoa cujos elevados conhecimentos foram conseguidos “a pulso”, com denodado estudo e devorando milhares de páginas de tal literatura.
Tudo esclarecido.
Devo esclarecer que o Sr Felisberto disse tudo isto sem se rir, muito sério.
É impagável e único o Sr Felisberto)