sábado, março 19, 2005

TRANSCRIÇÕES


«Existe na sociedade portuguesa o culto dos homens que nunca mudam. Em geral usamos o termo "coerência" para designar o mais absoluto imobilismo. A esta luz, Salazar e Cunhal são os expoentes nacionais da galeria da coerência. Acresce que a futebolização das mentes leva a que se olhe para quem muda como uma espécie de traidor ao seu clube. Na verdade como nada existe de racional nas razões que levam alguém a declarar-se do Porto ou do Benfica, do Salgueiros ou do Beira-Mar... qualquer mudança de clube só se explica do ponto de vista da traição. Outro caso absolutamente diverso é o das ideias. Jamais entenderei como se pode criticar alguém por mudar de ideologia. Quer dizer que, uma vez feitas as suas escolhas, todo o seu raciocínio deverá ser orientado para justificar o que se pensou anteriormente? O interdito da mudança é um bloqueio do pensamento.
Sendo certo que grande parte destas cogitações sobre a mudança me ocorreram a propósito de Freitas do Amaral nem sequer me parece que se lhe apliquem. Muito francamente, não me parece que Freitas do Amaral tenha mudado. (…)
As ausências são a forma de pressão nos regimes autoritários. Nas democracias há que fazer barulho. O que muda em Freitas do Amaral é a estratégia. O pensamento e a ambição mantêm-se. Infelizmente.»

Helena Matos (Público, 19 MAR05)

«Neste momento não passa de uma banal fugitiva à justiça. Nos próximos tempos se verá se não passa a criminosa condenada. É este o retrato em que Fátima Felgueiras merece ficar. Que autoridade tem, então, para questionar a credibilidade do processo judicial ou impor condições para o seu regresso a Portugal?»
Sobe e desce (desce) (id, id)

«Discute--se no PS quem deve avançar [para a CML]: se um homem de cultura que sabe fazer contas, se um homem de economia que aprecia a cultura e é culto. Ou seja, entre Manuel Maria Carrilho e Eduardo Ferro Rodrigues. Se, no primeiro, me seduz a cultura, no segundo, respeito a integridade. Lisboa ficará bem servida por qualquer um dos candidatos.»
Luís Osório (A Capital, 19 MAR 05)

«Acresce (…) que o próximo candidato socialista, e provável vencedor, além de uma câmara praticamente em falência técnica, vai ainda encontrar-se com os mais imprevistos e porventura mais surrealistas sete meses da presidência de uma criatura como Santana Lopes.
É certo que Lisboa vale bem uma missa. Mas também um ror de penitências e castigos, um quotidiano que não desejo a nenhum dos meus amigos.»

Id (id, id)


«FREITAS do Amaral vai ser expulso do Partido Popular Europeu. Segundo fontes daquela «família» europeia, a razão é o facto de Freitas ter aceite fazer parte de um Governo do Partido Socialista, que no Parlamento Europeu integra outro agrupamento político. E a ocasião para o efeito deverá ser a reunião do «bureau» do PPE marcada para 27 de Junho.»
Expresso, 19 MAR 05


«A influência da extrema-direita religiosa na sociedade norte- -americana tem sido sublinhada, em especial, relativamente à política da Administração Bush para o Afeganistão e o Iraque. (…)
A questão fulcral do posicionamento desta nova direita é a sua leitura literal da Bíblia, numa interpretação que deixa o próprio Vaticano em desespero. "Teóricos" como Tim LaHaye ou Jerry Jenkins, através das mais de 1600 estações de rádio ou 250 estações de televisão que possuem, expõem nomeadamente que o Dia do Juízo Final é não apenas uma inevitabilidade como se aproxima a passos largos segundo uma série de "indícios" (que podem ser consultados nos sites da Net com o título geral Rapture). Claro que, chegado o Dia, tudo sucederá como anuncia o livro sagrado os crentes serão salvos e os incréus aniquilados.»

Ruben de Carvalho (DN, 19 MAR 05)


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