domingo, março 06, 2005

A ÚLTIMA CAMPANHA VISTA POR UM TORREJANO


Ocupava-me eu a procurar dados na net acerca da localização no tempo desse fenómeno que foi a Cicciolina (para preparar um meu post anterior – neste caso, um pouco mais abaixo), e tropeço num site do “Jornal Torrejano Online”, de 10 FEV 05.
Em artigo intitulado «Campanha Eleitoral», o autor detinha-se, numa análise muito viva e mordaz, a comentar o acontecimento.

É uma delícia de leitura. (Claro que não para todos os gostos…).

Por vezes é hilariante, como quando recorda um debate semanal que, há anos, passou na RTP, entre A. João Jardim e Almeida Santos, e em que, acerca de Jardim, conclui: “por incrível que pareça, existia um cidadão que pensava. Já o político é o que a gente sabe: existe, mas não pensa”.

Ou quando, recordando a experiência parlamentar de Cicciolina, afirma: “o seu estrondoso sucesso em Itália deveu-se a duas patrióticas causas. Em vez de falar, limitava-se a mostrar as maminhas, gesto que vale bem mais que todo um programa de governo. E a oferta para dormir com Saddam Hussein pela paz no mundo, coisa que, essa é que é essa, Kofi Annan ou Freitas do Amaral seriam incapazes de fazer”.

O seu acinte, a sua corrosividade – mas não agressiva - atinge (quase) todos os quadrantes. Mas o principal visado era quem, na altura, mais se destacava pela negativa.
Daí o desfiar do rosário, considerando: “se atendermos ao nível da actual campanha eleitoral do PSD, dá para ver que já não se anda muito longe de uma cicciolinização da política nacional. O próprio Santana já esteve bem mais longe de se tornar um Cicciolino ibérico.

Santana vê em cada mulher portuguesa um colo que o protege das injustiças, perseguições e cabalas que o mundo lhe prega. O seu grande sonho seria mesmo o de retribuir e fazer de cada portuguesa a mulher mais feliz deste mundo, fazer de cada portuguesa uma Cinha Jardim, cheia de alegria de viver.
Para atingir os seus objectivos, Santana seria mesmo capaz de fazer um striptease ao som hot, hot, hot dos concertos para violino de Chopin, num ladies night especial durante um tempo de antena do PSD.
Tudo isto é muito engraçado. Mas ficamos assim: nós mandamos Santana para a Hungria, os húngaros mandam Cicciolina para Portugal. É a chamada livre circulação de pessoas, bens e capitais.”

Tenho ou não tenho razão?

Há ou não, neste texto, verve, mordacidade, frases secas e curtas repassadas de humor?

Leia. Delicie-se com o artigo de José Ricardo Costa.


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