Impõe-se, de há bastante, uma explicação: os meus destaques são, muito frequentemente, mais transcrições do que meras citações. O caso de hoje, vg, é paradigmático.
Realmente a citação é, embora não necessariamente, mas em geral, uma frase curta, mas de longo alcance. Entendo.
E só por comodidade mantenho o título desta rubrica.
Muitas vezes, frases do mesmo autor, e no mesmo artigo, podem ganhar uma certa autonomia – e constituírem duas ou mais citações. Noutros casos, como hoje, relativamente a JPP e a EPC, vg, é mais inadequado fazer essa separação, porque toda a “citação” mantém uma certa unidade.
Está explicado. E entendido, espero.
«Eu já ando nisto há muito tempo para perceber os sinais. Mal ou bem, o meu blogue foi uma fonte de citações constantes contra Santana Lopes. Nada que eu não tivesse previsto e não desejasse, porque, em política, espera-se que aquilo que se diz tenha consequências e influência. Sabia igualmente que uma parte dessa atenção vinha do critério jornalístico que considera mais interessante o que diz uma voz vinda do mesmo lado do que a de um adversário que critica por obrigação. É um efeito comunicacional perverso, mas que não permite nenhuma inocência, nem de quem cita, mas, acima de tudo, de quem sabe que vai ser citado por esse efeito. (…)
Na verdade, a citação é um mecanismo de autoridade e ninguém é obrigado a citar se não acha interesse ou relevância. (…)
E eu, clarividente para ver os "sinais" do PSD, certamente vejo os do PS por zelo e obrigação partidária... Contra Santana Lopes era um "espírito livre"; contra o PS, sou um factótum partidário. (…)
Vamos pois aos "sinais", ténues como fumo, mas soprando todos na mesma direcção: colocação de feltro por todo o lado, para proteger a visibilidade pública dos erros que o PS venha a cometer e a "imagem", esta tenebrosa realidade da política de superfície, dos seus governantes. (…)
O problema é aquilo que nunca é enunciado e é sempre ocultado, e que, mais do que qualquer coisa, preocupa os novos detentores do poder: as audiências, a popularidade, a influência.»
José Pacheco Pereira (Público, 17 MAR 05)
«Deu agora um certo brado o documento com que um júri veio justificar as suas decisões. Foi no domínio do cinema. Presidente do júri:
O que é interessante é vermos o que o júri escreveu para dar os seus doutos pareceres: algo que levaria à reprovação severa de qualquer aluno numa escola de cinema. Tendo em conta o nível indigente do português utilizado, podemos concluir que se trata de pessoas duplamente analfabetas, primeiro em português, o que é gravíssimo, e segundo em cinema, o que é também grave, dadas as funções que aceitaram exercer. (…)
E há mais. Num ano em que tivemos filmes como os de Manoel de Oliveira, João Canijo e Margarida Cardoso, que leva estes analfabetos a escrever sobre "o impasse em que o cinema português se encontra"?»
Eduardo Prado Coelho (id, id)
«No fundo, os portugueses votaram contra o desmantelamento do Estado-providência. Não admira, porque há 750.000 funcionários públicos e, diz Medina Carreira, 45 por cento dos eleitores vivem directamente ou indirectamente do Estado.»
Rui Moreira (id, id)
«O ex-ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território, Luís Nobre Guedes, nomeou um adjunto de gabinete com efeitos a partir de dia 1 de Março, ou seja, dez dias depois das eleições legislativas.»
Helena Pereira (id, id)
«"A administração pública é um empecilho não apenas para os cidadãos, como paras as empresas", diz candidato» [Marques Mendes]
Idálio Revez
«Carrilho quer muito ser presidente da câmara e nunca desistirá sem luta dessa aspiração, Ferro nunca combaterá com Carrilho, ou com outro qualquer militante, por um lugar político.»
Luís Osório (
«
Rogério Rodrigues (id, id)»
«Números revelados pelos serviços oficiais de estatística da Alemanha revelam que a criminalidade entre os idosos aumentou substancialmente desde meados dos anos 90 e, só em dois anos, entraram nas cadeias mais de 400 pessoas com mais de 60 anos. O mesmo acontece no Japão.»
Appio Sottomayor (id, id)
«Aumentar os impostos sobre combustíveis e automóveis provoca a ira instantânea da classe média, dar o dito por não dito quanto às Scut põe em causa a palavra dada por José Socrates durante a campanha. Mas a importância da intervenção do governador do Banco de Portugal vai para além da resolução das questões enunciadas. O peso institucional que rodeia sempre as palavras do banqueiro central de um país tornou virtualmente certo que uma qualquer subida de impostos está aí ao virar da esquina.»
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