quinta-feira, março 03, 2005

LIDO E ANOTADO

«Enquanto o choque tecnológico não chega, o País está confrontado, para o bem e para o mal, com um súbito choque de silêncio. São muitos e plurais estes silêncios de José Sócrates e António Vitorino a Cavaco Silva e Manuela Ferreira Leite. Não fosse o suave regresso de Marcelo Rebelo de Sousa às suas prédicas dominicais e dir-se-ia que o País político tinha encerrado para balanço.»
Editorial (Diário de Notícias, 03 MAR 05)

«Sucedem-se os cantos de sereia o PS deseja António Vitorino no próximo Governo, os cavaquistas desejam Manuela Ferreira Leite à frente do PSD e o PP deseja, no fundo, que Paulo Portas regresse à liderança "popular". Não serão desejos e desejados a mais? A verdade é que um complexo de orfandade sebastianista irmana o grande vencedor e os vencidos das últimas eleições legislativas.»
Vicente Jorge Silva (id, id)

«Vi a dirigente do Bloco a ser entrevistada por Pedro Rolo Duarte num programa da SIC-Mulher (…)Ana Drago não transmitiu arrogância moral. Fez a sua análise da situação política e económica no mundo e transmitiu a ideia de que é altura de a esquerda recuperar o espaço que foi perdendo nos últimos anos do século XX (circunstância por ela assumida).
Assim, sem paternalismos. Sem terrorismos verbais. Sem querer, em cada frase, passar a ideia de que somos todos uns grunhos reaccionários a querer manter os nossos interesses burgueses (portanto, sem afirmar a mais crua das verdades).»

NUNO COSTA SANTOS (A Capital, 03 MAR 05)

«Diria que, depois das últimas eleições, o descalabro, a quase bancarrota dos partidos à direita do PS, como que colocou, passe o aparente exagero, as suas lideranças na praça, em saldo. Menos responsabilidades e menos exigências. Trata-se de uma espécie de fim de estação de um ciclo político. A classe política nas suas lideranças foi fazendo várias experiências, com algumas armadilhas e alguns produtos com defeito.»
Rogério Rodrigues (id, id)

A estreia de Marcelo Rebelo de Sousa na RTP, apesar da excelente audiência, não correspondeu às expectativas. Não pela realização cuidada, não pelo cenário, que é bonito e adequado, mas pelo tom da conversa, que é desenquadrado por estar preocupado em excesso com o encontro de um contraditório (papel desempenhado pela moderadora).
«Na TVI, o professor Marcelo funcionava a solo. A função do moderador era muito mais a de instrumento do brilho da estrela do programa do que a de efectivo entrevistador. Se do ponto de vista do estatuto do jornalista a função desempenhada pelos pivôs era questionável, os trinta minutos de antena de Marcelo eram extraordinários momentos televisivos. Pelo poder de comunicação, inteligência e ironia quase perversa.»
Luís Osório (id, id)

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