sexta-feira, março 04, 2005

“CULTURA” – por Gonçalo M. Tavares

Sobre a Cultura (indicações para o orçamento do Estado)
O economista encolhia os ombros frente a uma pintura. Como não tinha o preço, ele não a entendia.


Sobre a Cultura (indicações para o orçamento do Estado)
O economista encolhia os ombros frente à performance de um actor. Como não tinha o preço, ele não o entendia.


Sobre a Cultura (indicações para o orçamento do Estado)
O economista irritado frente a um poema. Nunca vira factura tão desorganizada!


Sobre a Cultura (indicações para o orçamento do Estado)
O economista nunca contemplava sem irritação o mar: não conseguia deixar de pensar no desperdício de água.


Sobre a Cultura (indicações para o orçamento do Estado) (1)
Como baralhava actos naturais com actos culturais, o economista comprometeu-se a financiar o pôr-do-sol durante os quatro anos seguintes.


Sobre a Cultura (indicações para o orçamento do Estado) (2)
Por indicação de um seu superior no dia seguinte corrigiu a proposta para três anos (dificuldades de orçamento).


Sobre a Cultura (indicações para o orçamento do Estado)
Tudo o que eu não perceber à primeira, à segunda não é financiado! - disse o chefe da contabilidade para os artistas presentes.
Estes à primeira não compreenderam.

(Transcrito de A CAPITAL, de 04 MAR 05)


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