sexta-feira, março 11, 2005

OS MEUS DESTAQUES

«Faz hoje um ano. Madrid acordava em estado de choque e a Europa percebia que o terrorismo é já um problema global. Faz hoje um ano que entendemos algo de extremamente doloroso, percebemos que podemos ser as próximas vítimas de um qualquer ataque cobarde, que podemos ser os cordeiros escolhidos para um qualquer sacrifício.»
Luís Osório (A Capital, 11 MAR 05)

«Sem o 11 de Março [de 1975] e a derrota definitiva dos não democratas afectos ao marcelismo e, sobretudo, ao salazarismo, talvez não pudesse ter acontecido o 25 de Novembro - sem dúvida a data que simboliza o início da era democrática.»
Id (id, id)

«A herança
Num canto recatado das cerimónias fúnebres um homem decente folheava um maço de notas como quem procura a passagem bíblica apropriada ao momento.»
Gonçalo M Tavares, Aforismos e histórias do senhor L. (id, id)

«Faz hoje um ano, todos éramos espanhóis e estávamos de luto. O crime sem rosto caía sobre Madrid e espalhava a morte e a desolação numa estação concorrida de caminhos de ferro.»
Appio Sottomayor (id, id)

«A qualidade sexual melhora substancialmente com a idade. Como o bom vinho. Como aquele cartaz do Sean Connery. “Uns envelhecem, outros amadurecem”.»
Ana Kotowicz (id, id)

«O Prof. Adriano Moreira disse a frase da semana: “as pessoas razoáveis devem pedir aos governos que não ultrapassem a mentira razoável.” (…)Inquieto, socorri-me do dicionário. «Razoável» quer dizer «logicamente plausível, que é justo e compreensível por se basear em razões sólidas». E «mentira» é «afirmação contrária à verdade a fim de induzir em erro». Permaneci confuso. Uma sentença para induzir em erro pode ser justa e sólida? (…)Pensava que os cidadãos achavam os políticos pouco «credíveis», porque consideravam que eles mentiam, ou pelo menos não cumpriam. Estava enganado: tudo se resolve se os «razoáveis» pedirem para que mintam com parcimónia.»
Daniel Sampaio (id, id)

«No blogue www.causa-nossa.blogspot.com, Ana Gomes considerou ser «uma vergonha para Portugal e para o PS» que José Sócrates tenha escolhido apenas duas mulheres para cargos ministeriais, depois de se manifestar «chocada» por Sónia Fertuzinhos, presidente do departamento de mulheres socialistas, não ter sido colocada em lugar elegível nas últimas legislativas. (…) «Que governação PS iremos afinal ter? Novas fronteiras ou velhas amarras?», questionou ainda a eurodeputada socialista e antiga embaixadora de Portugal em Jacarta.»
Lido em A Capital (11 MAR 05)

«o mais importante era explicarem-nos o que se passa nas esquadras da PSP que leva a que, com tanta frequência, os detidos (às vezes, por simples arruaças nocturnas) se queiram suicidar. Não deveria ser uma esquadra de polícia o local por excelência onde vigora a lei e a segurança?»
Miguel Sousa Tavares (Público, 11 MAR 05)

«Quatro anos é muito e pouco tempo, do mesmo passo.
Será muito tempo, tempo perdido, se no final, as mulheres condenadas pela procriação não desejada ou desiludidas pela não assistida, os doentes de cancro tardiamente diagnosticados e mediocremente tratados, os doentes mortalmente infectados nos hospitais que os deveriam recuperar, os imigrantes que não entendem os labirintos da burocracia sanitária, os doentes terminais, os portadores de deficiência mal assistida, os que dormem nas arcadas ou nos vãos de escada, os velhos sós que mendigam conversa e se plantam, de madrugada, à porta do centro de saúde, os velhos doentes e os doentes crónicos, cada vez mais velhos e cada vez mais doentes, a cargo de famílias desesperadas, sem meios nem apoios, empurrados do hospital para um domicílio inexistente, um divã numa marquise suburbana, ausentes cuidados. Sim, será tempo perdido, se continuarem a ser apenas tema de discurso, em vez de actores.»

Correia de Campos (id, id)

«Parece que Portas, como Estaline, quer mudar a história e que sem aquele retrato pendurado no Caldas ninguém pode saber e ninguém acredita quem foi o santo fundador do CDS. Não há documentos, não há arquivos, não há imagens que substituam a radiosa face do professor na sua moldura.»
Vasco Pulido Valente (id, id)

«Eu seu que é mais fácil, e mais tentador, para quem está na oposição sobrevalorizar os defeitos e desvalorizar o mérito dos governos, mas creio que uma oposição inteligente deve saber ler os sinais, até para estruturar a partir da leitura correcta que deles faça o seu papel como oposição, e o que este primeiro sinal diz, olhando para figuras como António Costa, Correia de Campos, Santos Silva, Campos e Cunha, Manuel Pinho, Freitas do Amaral, Mariano Gago, é que o Governo, para lá da técnica, vai valorizar a política.»
Duarte Lima (DN, 11 MAR 05)

«Pedro Santana Lopes parece o protagonista de um mau filme de terror. Quando toda a gente pensa que ele está definitivamente morto e a um passo de ser enterrado, arranja sempre maneira de ressuscitar para mais uma série de sustos. Esfaqueado na cozinha? Ele reentra, de cutelo na mão, pela porta da garagem. Baleado no quarto? Ele volta, de caninos afiados, pela chaminé. Decapitado na casa de banho? Ele reaparece, de garras em riste, através da janela da sala. Santana Lopes é a maior melga política que já passou por este país. Não desgruda.»
João Miguel Tavares (id, id)


«Algum dos seus amigos deveria ter a amabilidade de lhe explicar que estava na altura de desaparecer por uns tempos, aceitar um convite para ir encher os bolsos para um grande grupo económico e manter pelo menos 100 metros de distância de qualquer câmara de televisão. Dizer-lhe "Pedro, tu sofreste a maior derrota eleitoral da história do PSD, compreende que neste momento três quartos do País te quer ver pelas costas." Seria um acto piedoso. Porque ele ainda não deve ter percebido esta cristalina evidência - ou não estaria a deixar arrastar o folhetim em torno do seu regresso à Câmara de Lisboa e a lançar pistas para a comunicação social perceber que irá quase de certeza substituir Carmona Rodrigues.»

Id (id, id)

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