terça-feira, março 08, 2005

OS MEUS DESTAQUES

«O Pacto de Estabilidade era acusado de ser cego - a sua reforma arrisca-se a torná-lo inútil e descartável.»
José Manuel Fernandes (Público, 08 MAR 05)



«O Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) está em vias de se tornar uma figura de retórica. As alterações ontem propostas visam, do ponto de vista formal, flexibilizar normas que, aplicadas cegamente, eram contraprodutivas, só que na prática podem representar desmantelamento do pacto.»
Id (id, id)



«Levar Internet de banda larga à casa de todos os portugueses é um bom investimento no nosso futuro colectivo, mas construir estádios de futebol e rotundas com repuxos só serve para iludir problemas estruturais de desemprego ou para ganhar eleições.»
Id (id, id)



«A capacidade de inventar contabilidades criativas é virtualmente infinita em países como Portugal, a Grécia ou a Itália, mas também a França ou a Espanha. É só dar-lhes oportunidade...»
Id (id, id)



«Segundo se pode ler no Expresso de sábado passado (suplemento de Economia), "os CTT tornaram-se uma empresa financeira rentável à custa do desprezo pelos utentes -, logo são cada vez menos os correios de Portugal. E prestam um serviço incompetente e próprio do Terceiro Mundo".
(…)Os serviços públicos fazem parte integrante do modelo social europeu e contribuem decisivamente para a coesão social e territorial dos países e da UE em geral. A garantia dos SIEG [um regime especial para os "serviços de interesse económico geral", previsto pelo Tratado de Roma] está proclamada nos tratados da UE, na Carta de direitos fundamentais e na Constituição europeia. Considerando essas garantias insuficientes, a questão dos serviços públicos tem sido um dos principais motivos de reserva ou oposição de algumas tendências de esquerda ao tratado constitucional, bem como à proposta de directiva sobre o mercado interno de serviços (directiva Bolkenstein). Por razões evidentes, um governo socialista tem de colocar os serviços públicos entre as suas prioridades. Tanto como pelo crescimento económico e pela diminuição do desemprego, é por ali que passa o sucesso ou insucesso do Governo de José Sócrates.

Vital Moreira (id, id)



«O teatro não é mentira, mas, como ele [Jorge Silva Melo] sublinha, "a encenação é só a procura da verdade". Como esta formulação faz ressaltar, a verdade tem tendência para nos aparecer como um lugar fixo e a encenação como um percurso. Eu utilizei apenas um lugar-comum, que facilitava a compreensão mas acabava por simplificar as coisas.»
Eduardo Prado Coelho (id, id)



«Numa excelente entrevista dada há dias à revista Pública, dizia Leonor Beleza: "Tenho dificuldade em perceber por que é que as direcções partidárias, ao nível máximo (...), não acham que, para além do princípio mais louvável que faria com que houvesse uma maior substituição por mulheres, lhes interessa justamente uma maior representatividade das mulheres para poderem assegurar a renovação pretendida." É verdade. Daí que apeteça perguntar: querem mesmo renovação? Ou será que lhes basta usá-la como instrumento retórico? Toda a renovação tentada foi, até agora, superficial e reversível.
A responsabilidade não é exclusivamente dos homens. É também das poucas mulheres que integraram a direcção do PSD nos últimos tempos e que não deram qualquer relevância a esta matéria.»

Teresa Morais (id, id)



«É frequente vermos na televisão um grupo de jornalistas perseguindo rua abaixo ou escada acima um político ou um advogado a quem submergem em perguntas disparadas à queima-roupa e gritadas aos microfones, a quem envolvem, apertam, espremem e empurram, enquanto o centro do assédio vai resmungando entre dentes que nada tem a dizer ou segue em frente de lábios cerrados e com olhar determinado, sem lançar um olhar aos microfones que se atravessam na sua cara.
Este jornalismo de emboscada era raro, mas sofreu um enorme incremento com o julgamento da Casa Pia e começou a tornar-se banal também noutros contextos.»

José Vítor Malheiros (id, id)



«Cruzámo-nos apenas uma ou duas vezes no início deste século. Mas, mesmo assim, escolho a segunda pessoa do singular para te escrever. Por três razões.
Primeiro, porque o nosso espaço público - não só o político - está cheio de salamaleques e de vénias que escondem o vazio e a inutilidade de muitos dos nossos actos públicos.
Depois, porque o tempo urge e tratar-te por "tu" liberta-nos da tralha de adereços e da falsa respeitabilidade com que o exercício do poder em Portugal se tem revestido, num ambiente envenenado pela subserviência e pela troca de favores.
(…)Finalmente, porque o "tu" reconduz-nos aos dois à condição que aqui realmente interessa: a de sermos cidadãos. Se quiseres, junto ainda uma quarta razão: escrever ao "Sr. Engenheiro", ou ao "Senhor primeiro-ministro", punha-me de fora da minha própria escrita e das questões que nesta quero abordar.
(…)Não te iludas: não há modos milagrosos de obter muito mais receitas fiscais ou outras - mesmo com a economia a crescer (ou com aumento de impostos), o incremento de recursos financeiros será sempre marginal.»

Jorge Wemans (id, id)



«Vitorino, com um estatuto de senador prematuro, pensa decerto que integrar um executivo liderado por alguém mais inexperiente e menos respeitado não lhe traz qualquer benefício; Sócrates, elevado às estrelas com uma vitória histórica, decerto pensa que incluir no seu executivo alguém com uma aura tão sebastiânica só lhe poderia trazer problemas no futuro.»
Luís Osório (A Capital, 08 MAR 05)



«Composição do governo
O bosque no fundo é feito de oxigénio e de cor verde, dizia um dos assessores, o que fora contratado para simplificar as questões.
No meio da algazarra feita pelas setenta pessoas contratadas para complicar, aquela voz, no entanto, quase passava despercebida.»

Gonçalo M Tavares, Aforismos (id, id)



«Qualidade do silêncio
Calava-se de tal modo, que as pessoas insistiam para ele não falar.»

Id, id (id, id)



«A esquerda mais rígida argumenta com o passado de direita do professor [Freitas do Amaral]. Precisa documentar-se: F. A. sempre foi um democrata-cristão com preocupações sociais. Na crise académica dos anos sessenta, o seu comportamento não foi o de um fiel seguidor de Salazar e Caetano, mas o de um estudante digno e participativo, chegando a dirigir a Assembleia da Ass. de Estudantes.»
Daniel Sampaio (id, id)



«Grandes defensores da vida na questão do aborto, como Bush, são ao mesmo tempo entusiastas da matança legal de pessoas.»
Francisco Sarsfield Cabral (Diário de Notícias, 08 MAR 05)


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