sábado, fevereiro 12, 2005

UM RETRATO

Tenho algumas colunas de consulta diária obrigatória n’ A CAPITAL.

Venho constatando – e li algo de Luís Osório, há algum tempo, sobre o assunto – tratar-se de um jornal onde se injectou muito sangue novo. Jornalistas muito novos e já reveladores, vários deles, de muito talento.

De entre essas colunas imperdíveis destaco, agora, apenas duas: a de Gonçalo M. Tavares (as deliciosas “ficções do Senhor Kraus”, na pág 2, que ele escreve muito sisudo, mas cheio de humor) e a coluna de Jacinto Lucas Pires (na última pág), sobre temas diversos.


Deste último jovem, mas maduro, jornalista destaco, do jornal de ontem, este retrato impiedoso e bem focado:

«(…) Não deixa de ser espantoso que Portas possa ainda surgir aos olhos de alguém como alternativa séria do lado da direita.
Ele, que consegue ser eurocéptico e eurocalmo, pelo liberalismo mais selvagem e por todos os pensionistas e espoliados, pela estabilidade e seriedade e por uma lógica de «manobras» herdada directamente do tempo em que era director de O Independente, pela «pose de Estado» e pela campanha em formato de feira. Ele, que mostra, afinal, não ser mais do que a soma de uma ambição desmesurada com o jogo da circunstância».


O retrato podia ser retocado, para lhe realçar a clareza do traço. Mas, por ora, não é preciso acrescentar mais.

Vão continuar a surgir fotógrafos de qualidade.

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