“O Presidente apelou, de forma encapotada, ao voto numa das partes. A dos políticos credíveis, que não serão aqueles que ele retirou do poder. Precisamente a "má moeda" que Cavaco Silva queria ver retirada de circulação.”
Raul Vaz (DN, 17 FEV 05)
“As eleições vão ser críticas para a direita. De resto, elas apenas terminarão nas presidenciais, cuja importância dependerá da natureza (de maioria absoluta ou não) do próximo Parlamento.”
Luciano Amaral (id, id)
“As eleições ganham-se ou perdem-se ao longo de muitos meses, se não mesmo, de uma legislatura. As campanhas servem quase exclusivamente para os indecisos. Quem já tomou uma decisão raramente muda de opinião.”
Jorge Coelho (id, id)
“A maioria absoluta - que Sócrates ainda não explicou com clareza para que a quer face ao que foi apresentando durante a campanha - já esteve mais perto. Surge agora um pouco mais longe. São muitas as contas que vão ser feitas nas próximas horas.”
Filipe Rodrigues da Silva (Diário Digital – DD -, 17 FEV 05)
“Na situação portuguesa a eventual novidade de a principal motivação de muitos eleitores ser um "voto útil de rejeição" coloca maior pressão sobre quem quer que ganhe as próximas eleições desde que esse alguém não seja o partido do actual primeiro-ministro: é que pode iniciar o mandato em condições de fraca adesão popular, para não dizer de desconfiança antecipada. Em tempos de crise isso tornará ainda mais exigente e difícil o trabalho do futuro executivo.”
José Manuel Fernandes (Público, 17 FEV 05)
“Muita gente se colará como cola-tudo à direcção actual, pedindo-lhe desesperadamente para ficar e considerar que qualquer resultado, seja ele qual for, será sempre "razoável", quando não "honroso". Os pretextos choverão: ou porque o Presidente fez e aconteceu, ou porque a comunicação social fez e aconteceu ou porque houve uma conspiração universal dos "poderosos", ou
porque os esfaqueadores de dentro impediram o génio do líder de se revelar a todos.”
José Pacheco Pereira (id, id)
“É miserável ver o PSD nisto, no jogo da demagogia grau-zero em que vale tudo mas mesmo tudo. «Se não costuma votar, leia esta carta» – vai ver que não resiste a votar contra quem a escreveu.”
Jacinto Lucas Pires (
“Agora, que faltam três dias para votar, já não há tempo para mais cartadas. Já não havia, bem vistas as coisas, há um mês e meio. Dos últimos tempos resulta apenas que Pedro Santana Lopes é um personagem trágico.”
Francisco José Viegas (Jornal de Notícias, 17 FEV 05)
“Tivemos o paradigma político, marcado por oposições como a ordem e a desordem, a paz e a guerra, o poder e o Estado, e o rei e a nação, a república, o povo e a revolução.(…)
Tivemos depois o paradigma industrial, económico e social, onde predominam o capitalismo, as classes sociais e a riqueza, burguesia e proletariado, sindicatos e greves, estratificação e mobilidade social, desigualdades e redistribuição.(…)
Hoje estamos perante um paradigma cultural, com novos actores, novos conflitos, em que o modo como o eu se representa e as formas de identidade individual e colectiva estão em primeiro plano.(…) Ao mesmo tempo assistimos a uma ruptura dos vínculos sociais que faz desaparecer aquilo a que chamávamos "o espaço social".”
Eduardo Prado Coelho (Público, 17 FEV 05)
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