sexta-feira, fevereiro 18, 2005

DESTAQUES

“Quer queira quer não, Jorge Sampaio também vai a votos no domingo e só pode apostar num governo de legislatura. Até porque a única coisa que o Presidente tem certa é que, se não houver maioria, Santana Lopes fará dele o bombo da festa e o primeiro antagonista de todos os seus combates pós-eleitorais.”
Fernando Madrinha (Expresso, 18 FEV 05)

“Miguel Cadilhe, Aguiar Branco, Marcelo, Marques Mendes, Rui Rio, todos suficientemente inteligentes para perceberem que ninguém a sério toma a sério Santana Lopes, resolveram marcar posição junto das bases, a contar com o futuro. Alguns, como Rui Machete, não conseguiram. Outros retiraram-se de uma forma extremamente digna: Cavaco Silva, Miguel Veiga, Manuela Ferreira Leite, Pacheco Pereira. Outros emergiram e soçobraram, como Morais Sarmento ou José Luís Arnaut: para onde andam?”
Eduardo Prado Coelho (Público, 18 FEV 05)

“Mesmo que [as eleições] fossem "farsas eleitorais", como em boa verdade eram, desde 1945, quando, no rescaldo da "vitória das democracias", Salazar permitiu "listas da oposição" e "candidatos da oposição", alguma agitação vinha à tona da água e durante coisa de um mês o país vivia com uma pontinha de febre. Uns artigos mais atrevidos nuns quantos jornais (sobretudo no "Diário de Lisboa" e no "República" que aumentavam bastante as tiragens) e algumas zaragatas nas consciências e, às vezes, na rua.”
João Bénard da Costa (id, id)

“Nasce-se democrático como se nasce português e este registo de nascimento parece passado directamente no céu democrático. Não o é. Trata-se de uma conquista histórica de uma dada geração e das que a precederam em luta contra uma ideologia política, diga-se em seu abono ou desabono, assumidamente anti-democrática.”
Eduardo Lourenço (id, id)

“O homem que tem mais frases para dizer, se repete cem vezes a mesma frase é porque está a ser paciente: espera que o ouvinte perceba.
O homem que não tem mais frases para dizer, se repete cem vezes a mesma frase está ainda a ser paciente: espera que no seu cérebro apareça uma outra frase.
Neste último caso, exige-se também paciência aos ouvintes.”

Gonçalo M Tavares (A Capital, 18 FEV 05)

“Estas eleições representam muito para o país e provarão a maturidade e a inteligência democrática dos portugueses.”
Luís Osório (id, id)

“O PSD perdeu a sua identidade. Perdeu credibilidade. Perdeu os seus melhores quadros. Perdeu a respeitabilidade e o sentido de Estado. Perdeu a noção da realidade e deixou de contar com os seus aliados históricos.”
Id (id,id)

“O essencial da minha opinião não é diferente do que pensam Cavaco Silva, Pacheco Pereira, Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Miguel Cadilhe, Miguel Veiga ou Leonor Beleza. O essencial da minha opinião foi expressa no dia em que o Presidente da República viabilizou Santana Lopes como primeiro-ministro: o país naquele momento tinha sido entregue a um homem sem preparação, a um homem errático, a um homem que era o princípio de toda a instabilidade.”
Id (id, id)

“A maioria absoluta, a confirmar-se, pode ser uma armadilha perigosa.”
Id (id, id)

“O cidadão comum não tem a inconsciência incomum de Santana”
Rogério Rodrigues (id, id)

“O cidadão olha para as primeiras horas de domingo porventura como um tempo não de esperança, mas na esperança de um tempo melhor.”
Id (id, id)

“Que ganhe «o menos pior».”
Pedro Castro (id, id)

“Ao contrário do que as sondagens e os analistas políticos andam a difundir há semanas, é o centro-direita que vai vencer estas eleições. Sim, estou convicto de que existe muito boa gente que no momento do voto irá escolher o candidato de centro-direita. Ou seja: a maior parte dos eleitores vai votar em José Sócrates.”
Nuno Costa Santos (id, id)

“José Sócrates tem alguma coisa de José Mourinho. Estão ambos na casa dos quarenta, são ambos antipáticos e frios (ou seja: são bastante desumanos) e gostam ambos de frequentar lojas de marca. Resta, pois, saber se existe no primeiro algum do killer instinct do segundo. Se, caso se confirme esta arriscadíssima previsão, Sócrates irá descer aos balneários para fazer os portugueses suar. A partir de segunda de manhã.”
Id (id, id)

“Paulo Portas garante que o CDS-PP é um agasalho para os eleitores com dúvidas. Mas hoje, mais importante do que fazer piadas fáceis com o verbo agasalhar é falar, talvez pela última vez, de Pedro Santana Lopes. Que tanta falta vai fazer, porque não é fácil encontrar alguém com tanto jeito para ser mal-tratado, isto usando as palavras que o próprio fez questão de colocar nas caixas de correio dos portugueses. Por isso, para esquecer os maus tratos, nada como uma grande festa. Assim, seguindo o exemplo de outros grandes nomes do showbiz nacional, como Tony Carreira, Santana Lopes encheu ontem o Pavilhão Atlântico. Para o tão esperado concerto de despedida.”
Paulo Reis (id, id)

“Portas troca a famosa «pose de Estado» pelo carrossel dos jantares de campanha. Confiante no poder da maquilhagem mediática, aposta na memória curta do eleitorado para sacar votos ao PSD e dar mais um passo na sua ambição de ser rei da direita. É o triste espectáculo dos derrotados, em luta fratricida, lutando pelos despojos.”
Jacinto Lucas Pires (id, id)

“[O populismo] se, como disse Pacheco Pereira, tem em Santana Lopes apenas um «epifenómeno», em Paulo Portas pode ter (digo eu) um representante bem mais perigoso.”
Id (id, id)

“Quero dizer-lhe que vou ter saudades suas. Como Professor de Psiquiatria, a sua personalidade fascina-me. Como cronista, onde irei buscar uma tão produtiva fonte de inspiração?”
Daniel Sampaio em carta de despedida para Santana Lopes (id, id)

“O dr. Santana Lopes revelou-se um mau primeiro-ministro, dividiu o PSD como nunca aconteceu. A crise de representação é muito grande. Esta campanha do PSD foi péssima, o partido reduziu-se à apresentação de um homem e esse homem reduziu-se a apresentar a sua idiossincrasia. É preciso que as pessoas que possam ter um papel para mudar o PSD o façam mudar.”
Pacheco Pereira, Quadratura do Círculo (in DN, 18 FEV 05)

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