SOLTAS

«Portas não se tem de preocupar com o seu proposto "choque de valores". Já cá chegou, o - Deus Pátria e Família - em força e com a família em destaque.
Bagão Félix, e seus companheiros de partido, defendeu e defende (à exaustão) a vida e a Família tradicional, e como nós estamos vivos e pertencemos a uma família, sentimo-nos confortáveis e seguros. Temos um defensor público. O clima mudou, os ventos também. Ouvimos hoje um discurso repetitivo e quase hipnótico, fácil de aceitar, porque conhecido do passado.»
Madalena Barbosa (Público, 14 FEV 05)

«As declarações políticas parecem ter um pressuposto: a esquerda é o subsídio. Na escola, na auto-estrada, na velhice, em tudo. Esta tese é uma fantasia perigosa. A tese é falsa dos pontos de vista histórico, social, económico e político. Historicamente a esquerda está ligada à reivindicação da dignidade dos pobres e dos trabalhadores. A esquerda queria direitos sindicais e trabalho para todos. Não reivindicava o subsídio de desemprego que resultou das políticas keynesianas de gestão da procura.Confiar no subsídio ilimitado para resolver todos os problemas sociais é agravar todos os problemas sociais. A principal razão é esta: o subsídio é individualista e monetário. Ora os problemas sociais atingem mais de uma pessoa e têm dimensões não monetárias.»
Luís Salgado de Matos (id, id)

«Como sublinhou Vasco Pulido Valente, um partido em que predominam um Santana Lopes e um inqualificável Alberto João Jardim nada tem a ver com o partido de Sá Carneiro, Cavaco Silva, Durão Barroso. Alberto João Jardim não pode pretender expulsar quem quer que seja porque há muito que ele se auto-expulsou da social- democracia. Vê-lo invocar o sentido “ético” é algo que toca a obscenidade.»
Eduardo Prado Coelho (id, id)

«Em várias intervenções, como, por exemplo, no último programa Prós e Contras, Cadilhe aparecia muito mais como um senador da República do que como actor no jogo político partidário. É por isso que o seu apoio tácito a Santana Lopes - sob a forma de uma autorização para o presidente do PSD poder utilizar o seu nome -, é inesperada por revelar que será candidato à liderança dos sociais-democratas no rescaldo da noite das "facas longas".»
Luís Osório (A Capital, 14 FEV 05)

«(…)

- Mas é bom conhecer o espaço do território - insistiu o gigante Auxiliarzinho. - Para que nenhum metro quadrado escape às suas ordens.
Ora aí está. As cordas mais sensíveis do Chefe haviam sido tocadas por aquela última frase.
- Diga lá, diga lá...
- A vantagem em conhecer bem o país, em particular a sua geografia, é que assim pode enviar ordens para cada cantinho. Se souber de geografia as suas ordens podem ser exaustivas, ao metro quadrado. É quase como ter uma folha quadriculada e preencher todos os espaços com as suas directivas. Não deixar nem uma pequena elevação ou um miserável riacho fora do benfazejo alcance das suas medidas políticas.
- Não tinha pensado nisso...
- Mas pense, pense (propôs o brutal Auxiliarzinho).(…)»
Gonçalo M. Tavares (id, id)

«Face à evolução dos acontecimentos, Cavaco Silva está perante um dilema de alto risco: ou abandona o líder, mantendo a decisão de não participar na campanha eleitoral, ou então arrepia caminho, isto é, engole um sapo, e vai para o terreno com Santana Lopes, lado a lado, para tentar arrancar mais uma vitória eleitoral.»
Rui Costa Pinto (Visão Online, 14 FEV 05)

«Não tenho a veleidade de me comparar ao PS em Coimbra”, disse Luís Nobre Guedes ao DE, acrescentando que o objectivo do PP no distrito é, apenas, o de “eleger um deputado”. Do lado dos socialistas, Jorge Coelho disse ao DE que “o levantamento resultou ao contrário”, em “apoio ao PS”. E o próprio José Sócrates disse que nunca temeu os apelos ao levantamento pois “o PS sempre teve grande popularidade em Coimbra.»
João Paulo Guerra (Diário Económico, 14 FEV 05)

«A poucos dias do final da campanha eleitoral Portugal sente que está perdido no deserto: das ideias e dos temas que possam mobilizar os portugueses.»
Fernando Sobral (Jornal de Negócios On Line, 14 FEV 05)