segunda-feira, junho 06, 2005

SOLTAS


«Nos anos 50, havia um governador do estado de São Paulo, Adhemar de Barros, que nas campanhas eleitorais afixava o seguinte cartaz: “roubo, mas faço.”»
Ferreira Fernandes (Correio da Manhã, DM 05JUN05)

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«Como era possível um servidor público gabar-se das suas malfeitorias, mesmo que elas servissem para sublinhar as benfeitorias? E quanto à piada que a frase tinha em si mesma, eu nem me permitia sorrir com receio de ser cúmplice com uma imoralidade.»
Id (id, id)

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«Os homens públicos são para ser julgados como um vulgar caderno de merceeiro. De um lado, o deve; do outro, o haver. O que conta é que este seja maior do que aquele!»
Id (id, id)

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«[Este] um Portugal inepto, incompetente, tíbio, enfim não fazedor.»
Id (id, id)

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«Alberto João Jardim, o presidente do governo regional da Madeira, e militante do PSD, é cada vez mais o “rosto” da degradação progressiva da classe política.»
Secção “Correio de hoje”, “abaixo” (id, id)

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Albert João Jardim não se inibiu (…) de chamar “bastardos” e “filhos da p…” aos jornalistas do “continente”.
R.A.C. (id, id)

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«Nós não temos apenas um problema de governo. Temos um problema maior: institucional e de sociedade, moral e cultural.»
Mário Pinto (Público, SG 06JUN05)

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«Numa emergência, e independentemente das responsabilidades, é contudo justo que sejam os que mais têm (ou podem) a contribuir para as necessidades comuns que são sofridas sobretudo pelos que menos têm (ou menos podem). É sobre este princípio moral que desde logo se justifica o princípio político da progressividade fiscal.»
Id (id, id)

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«Mas, para sermos consequentes, haveríamos de reconhecer que a progressividade fiscal é logicamente simétrica da regressividade distributiva (…). Quer dizer: de uma distribuição das prestações sociais segundo o princípio das discriminações positivas, isto é, dando mais aos que mais precisam e menos, ou até mesmo nada, aos que não precisam.»
Id (id, id)

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«Além de lógica, esta harmonização entre a progressividade fiscal e o princípio das discriminações positivas nas prestações sociais em favor dos que necessitam constituiria o modo que produziria a maior potenciação do princípio da solidariedade, consagrado na fórmula clássica: "dos que podem aos que precisam". E sempre com a maior economia de meios possível. Seria o ideal.»
Id (id, id)

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«Mas a verdade é que, se o pensamento politicamente correcto aceita com júbilo a progressividade fiscal, já não rejubila com o princípio das discriminações positivas para os sistemas de prestações sociais, como por exemplo na saúde e na educação.»
Id (id, id)

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«Concorda-se com que o governo mantenha o Estado Social. Mas para o manter, e até o melhorar, é preciso reformá-lo.»
Id (id, id)

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«O Governo do PS tinha agora a oportunidade de aproveitar a revisão constitucional em curso para reformar o nosso modelo estatista de Estado Social. Mas não o quer fazer.»
Id (id, id)

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«Apesar do meu grande apreço pessoal pela competência e pela idoneidade do ministro das Finanças, o perfil da estratégia governativa já esboçada não quer mudar o nosso paradigma social, político e constitucional.»
Id (id, id)

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«Se não mudarmos a nossa maneira de viver, moral, social e política, se não melhorarmos as nossas instituições, se não reformarmos o nosso Estado Social e a nossa Administração Pública, poderemos razoavelmente esperar que mudem as respectivas consequências? Claro que não.»
Id (id, id)

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«Se, mais uma vez, nos limitarmos a apertar o cinto, logo que o cinto folgue um bocadinho voltaremos aos mesmos excessos e ineficiências, porque as mesmas causas produzem os mesmos efeitos. Com a agravante de nos tornarmos crónicos. E as doenças crónicas não têm cura.»
Id (id, id)

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«Multiplicam-se os argumentos com que se pretende demolir aqueles que tiveram a coragem de fazer verdadeiras reformas.»
Eduardo Prado Coelho (id, id)

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«Vem-se então dizer que Sócrates prometeu uma coisa e fez outra. É verdade. Exactamente, e por idênticas razões, como tinha feito Durão Barroso. Só que os resultados da política titubeante de Durão Barroso não surtiram efeito - apesar dos esforços meritórios de Manuela Ferreira Leite.»
Id (id, id)

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«Há mesmo quem (Vasco Pulido Valente, por exemplo) diz que devíamos substituir estes portugueses que temos por outros melhores. A ideia é boa. Mas não terá alguns custos? Há os que pensam (estilo PCP) que quem devia pagar eram os ricos. De acordo. Mas será que isso resolvia os problemas da função pública? E há os catastrofistas: quem ler Medina Carreira fica a pensar que tudo o que as pessoas ganham devia ir para os impostos, porque só assim se satisfaria o vampirismo fiscal.»
Id (id, id)

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«Num "complot" que envolveu Vítor Constâncio (que passou a ser odiado por muitos portugueses, como se tivesse sido ele a criar o défice) e Jorge Sampaio (que terá dito um dia que há mais vida para além do défice e que hoje vem dizer que há mais défice para além da vida), Sócrates perversamente fez uma mortífera encenação para poder aumentar os impostos e fazer subir a idade da reforma.»
Id (id, id)

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«Mas resta o essencial: alguém pensa que se poderia passar sem este choque socio-económico? Alguém tem uma visão de conjunto de uma política alternativa? Alguém da oposição o tentou antes?»
Id (id, id)

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