sexta-feira, junho 03, 2005

SOLTAS


«Quase todos conhecem uma obra que formou sucessivos estudantes: a História da Literatura Portuguesa, escrita [por Óscar Lopes] em colaboração com António José Saraiva. Tem sido um caso extremo de longevidade editorial e pedagógica, completado por colaboradores mais recentes. (…) Partiram ambos do mesmo território ideológico, que era aquilo que na época não podia ser dito: o marxismo. E foram-se afastando, sem quebra de amizade.»
Eduardo Prado Coelho (Público, SX 03 JUN 05)

.

«Que outro futuro vamos ser capazes de encontrar e construir?
Sobre esta última questão não se devem fazer perguntas aos políticos, mas a todos os cidadãos e em especial aos empresários. Se o Estado conseguir diminuir o seu peso, como promete o PEC [Programa de Estabilidade e Crescimento], a responsabilidade por encontrar as actividades produtivas que criem a riqueza de que necessitamos para manter o nosso modo de vida é de todos.»

José Manuel Fernandes (id, id)

.

«Vários "pensos rápidos" (os "fast-thinkers" de Bourdieu, expressão já traduzida desta forma por articulista cujo nome não recordo) adoptaram rapidamente as dores políticas e vá de zurzir nos juízes, uns de boa-fé, outros nem tanto. Em comum, o alinhavar de textos politicamente correctos, o estar na moda contra os juízes, os "culpados".
Infelizmente, como lhes é próprio, rápidos na escrita e no alinhavar de parágrafos, espalharam sem pudor a superficialidade e, bastas vezes, o desconhecimento. Recolha de informação adequada é coisa que lhes desagrada.»

João Henrique Gomes de Sousa, Juiz do Círculo Judicial de Évora (id, id)

.

«Em alguns artigos de opinião, vários "opinantes" equipararam a judicatura aos mais imobilistas sectores da sociedade portuguesa, ficando a imagem de uma magistratura judicial avessa à mudança e defensora de privilégios próprios. Mas eu sei que isso não é verdade para a grande maioria dos juízes que, de há muitos anos, anseiam por um D. Sebastião na justiça. O nevoeiro, no entanto, só se vislumbra nas medidas legislativas e governativas: sem norte e sem veia.»
Id, id (id, id)

.

«As medidas que José Sócrates encontrou para emagrecer o défice foram essencialmente duas, e pouco originais subir impostos e cortar nos privilégios da função pública. Mas depois, para fingir que os ricos e os políticos também vão ter de se sacrificar para salvar o pardieiro, apresentou mais um par de propostas tímidas: aumentar em 2% o escalão mais alto do IRS e cortar nas subvenções dos deputados. A coisa é um pozinho de arroz na cara feia do défice - mas ainda assim há quem se desgoste com a maquilhagem.»
João Miguel Tavares (Diário de Noptícias, id)

.

«Se obrigar os ricos a pagar mais 2% e acabar com subvenções após 12 anos a pisar os mosaicos do Parlamento vale pouco dinheiro, estas medidas têm uma dimensão simbólica muitíssimo importante.»
Id (id, id)

.

«Se todos têm de apertar o cinto, quem deve dar o exemplo não pode continuar com folga nas calças.»
Id (id, id)

.

«Nos 30 anos da Constituinte, a Constituição vai pela sétima vez para revisão.
Ou seja, a Lei das Leis tem sido alterada, em média, de quatro em quatro anos, a duração normal de uma legislatura. Curiosamente, a mesma classe política que mexe na Constituição da República Portuguesa por dá cá aquela palha defende a aprovação de uma Constituição supranacional para a Europa dos 25.»

João Paulo Guerra (Diário Económico, id)

.

«O Presidente da República tem apelado à participação activa, à responsabilidade e ao debate sobre a “construção da Europa”. Mas a realização do referendo atrelado às autárquicas não vai permitir debate algum. Ou será que em Lisboa e no Porto o debate sobre a Europa consegue coabitar com a discussão sobre túneis?»
Id (id, id)

.

«Jorge Sampaio apela ao patriotismo. É uma invocação que não cabe, porque a “Europa das pátrias” deixou de ter sentido, nesta, actual, real, Europa das regiões, com gélidos mandantes em Bruxelas. E, também, não vejo como vão ser severamente (“patrioticamente”) reduzidos os fabulosos lucros das grandes empresas, da banca, dos seguros; assim como os ordenados obscenos auferidos por “gestores” e “administradores”».
Baptista Bastos (Jornal de Negócios on line, id)

.

«Quem vai pagar? O “povo meudo”, a “arraia meuda”: tu, eu - nem todos eles. O escândalo começa aí. A inquietação social nasce dessa contradição e do compromisso não respeitado.»
Id (id, id)

.

Sem comentários:

free web counters
New Jersey Dialup