SOLTAS

«Parece que Jorge Coelho ficou em estado de choque quando teve conhecimento do montante do défice público apurado pelo Banco de Portugal. A ser assim, cai por terra a convicção de que apenas Cavaco Silva, entre os mais proeminentes representantes da classe política, não perdia tempo a ler jornais, a ouvir rádio, ou a ver televisão. Pelos vistos, Jorge Coelho também não.»
Luís Costa (Público, QI 02 JUN 05)

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«Parece que o pai do "monstro" foi Cavaco Silva, em finais dos anos 80, quando proporcionou o aumento exponencial dos salários na função pública. A ser assim, de acordo com acusações formuladas pelo seu ex-ministro das Finanças, Miguel Cadilhe (e é caso para dizer: "Até tu, meu filho Brutus!"), cai por terra a ideia de que os homens providenciais nunca se enganam e raramente têm dúvidas.»
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«"A minha pátria é a língua portuguesa", diz Fernando Pessoa, pela pena de Bernardo Soares, numa frase famosa, mas bem menos patriótica do que se supõe. "Da minha língua vê-se o mar", afirmou Vergílio Ferreira num momento de genialidade. E frases como esta definem uma cadência de afectos nos quais se constrói uma identidade nacional.»
Eduardo Prado Coelho (id, id)

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«Insisto em chamar uma especial atenção para a necessidade de sabermos distinguir o essencial, que afecta estruturalmente o nosso destino colectivo, do acessório e meramente conjuntural que frequentemente nos distrai e nos afasta da solução dos problemas reais.»
Jorge Sampaio, Do Prefácio ao livro Portugueses, volume VIII, em publicação
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«Com efeito, estes dois mandatos reforçaram em mim a convicção de que um dos maiores males de que enferma a nossa vida política é essa atracção aparentemente natural pelo episódico e conjuntural em detrimento do interesse por aquilo que verdadeiramente nos afecta enquanto povo. Nesse mesmo sentido, raramente antecipamos problemas e dificuldades e nos preparamos para elas. Habituámo-nos, ao invés, a limitar a intervenção política à redução de danos e à resolução da última dificuldade surgida, o que priva a acção política de alcance estratégico, esgotando-a e consumindo-a em reacções pontualizadas de conjuntura.»
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«[O secretário geral do PSD, Miguel Macedo] considerou que "a corrida desenfreada aos lugares" e as nomeações já publicadas no Diário da República são um exercício de "hipocrisia e despudorado clientelismo".»
Fernanda Ribeiro (id, id)

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«As previsões do Governo, apresentadas ontem pelo ministro das Finanças [na Assembleia da República] em relação ao emprego e à inflação, são mais pessimistas do que as das organizações internacionais e do anterior Executivo, e anunciam que a crise está para ficar.»
Mariana Adam (A Capital, id)

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«Temos oscilado entre períodos mais ou menos longos de euforia e fases de crise que, na história recente, foram breves, mas na história do país se traduziram por longos períodos de estiolamento.»
Teodora Cardoso (Diário Eonómico, id)

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«José Sócrates tem, entre mãos, um motim silencioso. Vindo da sua bancada. Ou seja, de quem o abençoou quando concorreu a líder do PS. Que é como quem diz, o aparelho. Ou melhor, o “sistema”».
Fernando Sobral (Jornal de Negócios on line, id)

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«Há quem considere que a questão da reforma vitalícia dos membros de cargos políticos deve ser tratada com pinças. Augusto Santos Silva já disse que vai haver um período de transição. Que, em português que todos entendemos, quer dizer: “de reforma em reforma até ao esquecimento total”».
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«Sócrates atirou com a granada das reformas, capazes de afectar os que têm mais benefícios. Arrisca-se a pisar uma mina colocada pelos membros do próprio PS.»
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«É chegada a altura de se iniciar um debate sério sobre esta matéria [ordenados e reformas dos político] e evitar os tristes comportamentos daqueles que se afligem perante a eventualidade de perder as suas mordomias, assim se revelando o desapego ao poder e se diferenciando os bons dos maus políticos, pois que as medidas que vão decretar não têm efeitos para os outros - quando é sempre muito fácil - mas têm efeitos sobre si próprios.»
Jorge Bacelar Gouveia (Diário de Notícias, id)

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