quarta-feira, junho 22, 2005

CERTEZAS


O filósofo francês, de origem romena, E. M. Cioran (1915-1995), sentenciou um dia: “Só tem convicções aquele que não aprofundou nada”.

Eu não diria o mesmo. Quanto às convicções penso que se conseguem sem excessivos aprofundamentos e análises.

São, quantas vezes, algo de mutável com os saberes acumulados, com as experiências vividas, com os conhecimentos adquiridos.

Vão-se enraizando, é certo, e orientando as nossas opções.

Quando muito eu diria que “só tem convicções definitivas aquele que não aprofundou o suficiente”.

.

Mas quanto a certeza, aí, sim, poderia concordar com o filósofo.

Assim, eu diria, antes: “Só tem certezas aquele que não aprofundou nada”.

Já outro pensador dizia: “quanto mais sei, mais sei que nada sei”.

Absolutamente.

Quanto mais aprofundamos – e exactamente porque aprofundamos – mais dúvidas temos. Menos são as nossas certezas.

Toda a vida (por maior longevidade que se atinja) se aprende.

Toda a vida, por muito que se pense e se aprenda, temos dúvidas.

A idade das certezas é a dos vinte, trinta anos. Por óbvias razões: uma suficiência imaginária não deixa ver uma insuficiência preocupante.

A partir daí, a palavra quase desaparece do nosso vocabulário.

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