sexta-feira, junho 24, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

2005/2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO)
Dia Mundial do OVNI.
Dia Nacional de Macau.
Dia do Ardina.
Feriado Municipal de Alcácer do Sal.
Feriado Municipal de Almada.
Feriado Municipal de Braga.
Feriado Municipal da Figueira da Foz.
Feriado Municipal de Guimarães.
Feriado Municipal do Porto.
Feriado Municipal de Vila Nova de Gaia.

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Terá sido há 940 anos (1065), que ocorreu numa SX: morreu Fernando I, rei de Castela, Leão e Astúrias. A esse tempo ainda nem o Condado Portucalense existia, quanto mais Portugal. Pontificava Alexandre II (156º).

Desconhece-se a data do nascimento de Fernando, o Magno.

Sabe-se que morreu neste ano, e supõe-se que neste dia.
Fernando I, o Magno, foi o segundo filho de Sancho III, rei da Navarra, que erigiu em reino a Castela conquistada a Bermudo III, rei de Leão e Astúrias (1032).

Fernando Magno casou com D. Sancha, filha de Afonso V, rei de Leão. D. Sancha levou como dote, exactamente o reino de Leão. E aqui, deste casamento, a ligação à nossa História.

Ora Fernando I e D. Sancha foram os pais de Afonso VI, rei de Leão e Castela. Ora este Afonso VI não era mais que, como se sabe, o pai de D. Teresa (embora filha ilegítima, como estamos recordados), mãe de D. Afonso Henriques.

Logo, o nosso primeiro rei era neto de Afonso VI e bisneto de Fernando Magno e de D. Sancha.

Explicitando melhor, temos a seguinte sequência genealógica, mais próxima da nossa nacionalidade: Fernando Magno » Afonso VI, O Grande » D. Teresa » D. Afonso Henriques.

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Sabido que D. Teresa casou com o conde D. Henrique,

assim se compreende porque teve o nosso primeiro monarca o nome de Afonso Henriques:

segundo o costume da época, ao filho varão mais velho punha-se o nome do avô materno (Afonso)

seguido do patronímico do nome do pai (Henriques, filho de Henrique).

E recordo, já agora, que havia outra maneira de compor o patronímico:

era fazendo acrescentar, pura e simplesmente, ao nome do filho, o do pai

(por exemplo: D. Afonso Henriques teve, entre outros filhos bastardos, um

- referido por vários autores - que se chamava Pedro Afonso.

Que é como quem diz: Pedro, filho de Afonso.)

Sem que nos apercebamos disso, ainda hoje (mais no meu tempo, e antes) acontece o mesmo,

Ou algo de parecido.

Sem intenção declarada, na generalidade dos casos, de seguir a regra patronímica, claro.

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Fernando Magno, “aproveitando-se do desmembramento do califado de Córdova, fez aos mouros uma dura guerra, tornando-lhes Lamego, Viseu, Coimbra, Salamanca (1058) e submeteu os emires de Saragoça e Toledo.

Fernando I distinguiu-se, também pela sua piedade, e igualmente pela sua violência. (São inúmeros tais exemplos na História).

Foi no seu reinado que nasceu esse mítico e lendário herói que a história regista como Cid, el Campeador.

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Completam-se hoje 877 anos (1128), que caiu num DM: batalha de S. Mamede (perto de Guimarães) onde D. Afonso Henriques leva de vencida a mãe (D. Teresa) e os galegos, que conspiravam contra ele, iniciando-se, assim, o governo pessoal deste monarca como soberano independente - embora ainda não reconhecido como tal. Pontificava Honório II (163º).

A batalha de S. Mamede é, designadamente, uma afirmação da independência “portuguesa” (digamos assim) face à Galiza.

As forças leais a D. Teresa eram lideradas pelo conde Fernão Peres de Trava.

Com esta revolta, consolidou-se a autonomia do condado portucalense, que se expandiu para sul sob a égide de D. Afonso Henriques, que viria a ser, exactamente, o primeiro rei de Portugal. Na historiografia portuguesa, no entanto, esta batalha foi relegada para segundo plano, em favor da batalha de Ourique (a vila alentejana, segundo se crê, pois é uma dúvida persistente). Já no século XIX, foi Alexandre Herculano quem revalorizou a importância da batalha de São Mamede na formação de Portugal.

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Terá sido há 723 anos (1282), era uma QA: casam D. Dinis e D. Isabel. Reinava exactamente D. Dinis (6º). Pontificava Nicolau IV (191º).

D. Dinis (1261-1325), o Lavrador, era filho de D. Afonso III e de D. Beatriz de Castela.

D. Isabel de Aragão, que hoje todos referem como a Rainha Santa, que nasceu em 1269 ou 1270, e morreu no castelo de Estremoz em 1336, era filha de Pedro III, o Grande, de Aragão e de D. Constança de Navarra.

Li na GEPB que o casamento de D. Dinis e de D. Isabel se terá realizado neste dia, sim, mas do ano de 1288. E que as negociações (era o termo) com vista a esse enlace se terão iniciado em 1281.

Porém, quer a Biblioteca Universal (Porto-Editora) quer a Sinopse Cronológica da História Diplomática Portuguesa, do Embaixador Fernando de Castro Brandão (V/ site do Min. Dos Neg. Estr.) apontam para este dia 24.06.1282.

(Um pormenor, apenas, nos poderia fazer pender para uma ou outra data: em 1282 a princesa Isabel teria uns 13 anos. Em 1288, 19. Isto se nesse tempo não fosse frequente e comum o casamento com essa tenra idade).

Ora, parece reunir maior consenso o ano de 1282. E no dia em que nos encontramos.

Também reúne consenso o facto de primeiro ser ter realizado um casamento por procuração, em Barcelona, mas que a grande festa foi em Trancoso nesse dia de S. João de 1282.

De destacar a empenhada acção de D. Dinis em matéria de avanço económico e em prol da cultura do nosso país.

Ele próprio foi um insigne poeta.

“Poeta essencialmente amoroso, D. Dinis foi homem amorudo, a quem se apontam cinco ou seis favoritas, alguma das quais terão decerto inspirado poemas seus. Certo é que destes amores sortidos nasceram uns nove bastardos,

e entre eles dois poetas: D. Afonso Sanches, e D. Pedro, conde de Barcelos”.

De D. Isabel, D. Dinis teve dois filhos: D. Constança (1290-1313), que casou com Fernando IV de Castela, e D. Afonso (1291-1357), que lhe sucedeu (D. Afonso IV, o Bravo).

D. Dinis morreu em 1325, aos 64 anos, com 46 anos de reinado.

Uma vez viúva, aos 56 anos, a rainha fixou residência em Coimbra, junto do Convento de Santa Clara, nos Paços de Santa Ana, de que faria doação ao convento.

A Rainha Santa morreu onze anos mais tarde, aos 4 de Julho de 1336, no castelo de Estremoz, após uma viagem muito cansativa, desde Santiago de Compostela para tentar mais uma vez a pacificação entre o seu filho o Rei D. Afonso IV e o seu neto o Rei D. Afonso XI.

Já em vida do rei seu marido, D. Isabel repetidamente teve de intervir na pacificação de D. Dinis, quer com seu irmão D. Afonso (por inconsequentes exigências de D. Afonso em matéria de legitimidade na sucessão ao trono), quer com o seu filho herdeiro (D. Afonso IV) quer com o seu filho bastardo (D. Afonso Sanches).

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Foi há 645 anos (1360), era uma QA: nasceu, Cernache do Bonjardim, D. Nuno Álvares Pereira. Reinava D. Pedro I (8º). Pontificava Inocêncio VI (199º).

Recordo “memória…” anterior: cedo começou a servir como escudeiro na corte de D. Fernando e foi armado cavaleiro por D. Leonor Teles. Desempenhou importante acção nas cortes de Coimbra, em 1385, onde o Mestre de Avis foi aclamado rei, com o nome de D. João I. Ficou memorável, pela sua táctica e estratégia, a vitória conseguida sobre os castelhanos, em número muito superior às nossas forças militares, em Aljubarrota, em 14.08.1385, castelhanos que voltou a destroçar, no mesmo ano, em Valverde.

Por volta de 1411 iniciou a construção do convento do Carmo, em Lisboa. Em 1415 integrou a armada que partiu à conquista de Ceuta. Em 1423 recolheu-se, finalmente, na Ordem dos Carmelitas, onde viria a morrer cerca de oito anos depois.

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Aconteceu há 486 anos (1519), era uma SX: morreu Lucrécia Bórgia, duquesa de Ferrara.
Nascida em 1480, e duquesa de Ferrara a partir de 1501, era filha ilegítima do papa Alexandre VI e irmã de César Bórgia. Casou-se aos 12 anos e, de novo, aos 13, para satisfazer as ambições de seu pai, que acabou por anular ambos os casamentos. Aos 18 anos casou-se novamente, mas o seu marido seria assassinado em 1500 por ordem do seu irmão, com quem aliás se dizia ter cometido incesto (a mesma suspeita existia também em relação ao pai). O seu último casamento foi com o duque de Este, o filho e herdeiro do duque de Ferrara. Lucrécia fez da corte um centro cultural e foi mecenas tanto de escritores como de artistas plásticos, entre os quais Ariosto e Ticiano. (Cfr Biblioteca Universal).

A perversidade dos Bórgia (pai e filhos) é matéria evocada em todos os textos que se lhes referem.

Ludovico Ariosto (1474-1533) foi poeta (escreveu poemas em latim), dramaturgo e diplomata.

Tiziano Vecelli (Ticiano, 1487-1576) é considerado um dos maiores pintores do renascimento.

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Foi há 172 anos (1833), era uma SG: o conde de Vila Flor desembarca no Algarve (24JUN), ocupa Tavira e consegue sucessivas vitórias. Decorria o breve reinado de D. Miguel (29º). Pontificava Gregório XVI (254º).

Estávamos em fase de plena luta entre absolutistas e liberais.

António José de Sousa Manuel e Meneses Severim de Noronha (1792-1860) foi militar e político português, figura de proa da vida pública durante toda a primeira metade do século XIX, a que não terá escapado nenhum dos grandes acontecimentos do período. Aristocrata e grande proprietário, herdou o título de conde de Vila Flor, recebendo mais tarde o título de marquês da Terceira e, por fim, o de duque, como recompensa dos seus serviços em prol da causa liberal.

Depois de um breve apoio a D. Miguel, afastou-se dos partidários do absolutismo, tornando-se um apoiante firme de D. Pedro e do liberalismo consagrado na Carta Constitucional de 1826. (Cfr Biblioteca Universal).

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Terá sido há 158 anos (1847), era uma QI: convenção de Gramido (fim da guerra civil). Reinava D. Maria II (30º). Pontificava Pio IX (255º).

Ao fim e ao cabo a revolta da Maria da Fonte (15ABR) foi o início uma guerra civil (guerra da patuleia) que duraria mais de um ano, até à Convenção de Gramido, uma aldeola perto do Porto em Junho de 1847.

Saem vencedores os cartistas, derrotados os cabralistas.

É uma data pouco pacífica entre os vários autores: quanto ao ano e quanto ao mês, todos concordam ter sido em Junho de 1847. Já quanto ao dia, uns dizem ter sido realizada em 24, outros sustentam ter sido a 30 (estas as datas que reúnem mais apoiantes) e alguns, menos, sustentam ter sido concluída a 29. É assim que, na dúvida, alguns autores, vários, entre eles o Prof Oliveira Marques, se referem apenas a que a convenção foi assinada em Junho de 1847.

Alguns autores (nomeadamente este último referido) aventam a hipótese de patuleia ter a ver com “pata ao léu”, o que sublinharia o carácter genuinamente popular desta guerra e da revolta com que se iniciou (Maria da Fonte).

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Foi há 79 anos (1926), era uma QI: os jornais portugueses passam a ser submetidos à Comissão de Censura. Mendes Cabeçadas acumula, então, a chefia do Estado com a do governo. Pontifica Pio XI (259º).
A ditadura vai, aos poucos, definindo os caboucos do seu enorme edifício, que só ruiria em 25ABR1974.

A censura, nessa altura, só se dirigia aos jornais porque só eles existiam como media. Logo que outros apareceram… Eles não se esqueceram.

Não se distraíam.

Desde 3 desse mesmo mês de Junho, Salazar é o ministro das finanças. E transformar-se-á no líder incontestado da ditadura.

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Completam-se hoje 57 anos (1948), que foi numa QI: as autoridades soviéticas decretam o bloqueio de Berlim. Em Portugal estava na PR o general Carmona (decorria o último ano do seu 3º mandato, de 4 sucessivos, de 7 anos cada – o último interrompido pela sua morte).

O bloqueio consistiu no fecho da entrada dos sectores ocidentais da cidade de Berlim, numa tentativa para impedir os restantes aliados (EUA, França e Reino Unido) de unificarem a parte ocidental da Alemanha.

Mas o intento foi malogrado pela “ponte aérea” estabelecida pelos americanos para ligar Berlim à Alemanha Ocidental.

Daí que tenha sido levantado em Maio de 1949.

A barricada marcou a divisão formal da cidade em dois sectores: o oriental e o ocidental.

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Foi há 14 anos (1991), numa SG: o presidente da República, Mário Soares, inaugura a nova ponte ferroviária de S. João, projecto do Engº Edgar Cardoso, uma das que, no Porto, liga as duas margens do Douro. João Paulo II (264º).

O engº civil Edgar António de Mesquita Cardoso (1913-2000) ministrou, enquanto professor catedrático, a disciplina de pontes e estruturas especiais no Instituto Superior Técnico até 1974, altura em que foi expulso, regressando apenas seis anos mais tarde. Dirigiu ainda, em 1965, um curso de cálculo expedito de estruturas na Universidade de São Paulo (Brasil). Teve acção importante no desenvolvimento da investigação experimental e laboratorial de estruturas complexas.

Autor de centenas de projectos de pontes e de outras estruturas de grandes dimensões e de diversos tipos especiais de estruturas resistentes, entre as suas obras construídas em Portugal salientam-se a ponte da Arrábida e a nova ponte ferroviária de São João, ambas no Porto. Fora do país deixou obra em Macau, Ponte da Taipa, em Angola, a do Cuanza, e em Moçambique, a do Zambeze.

O engenheiro faleceu no dia 5 de Julho de 2000, aos 87 anos.

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Completam-se hoje 9 anos (1996), era uma SG: morreu Andreas Papandreou, político grego. Em Portugal começara nesse ano o primeiro mandato presidencial do Dr Jorge Sampaio. Pontificava João Paulo II.

Papandreou nasceu em 1919.

Político socialista grego, fundador do Movimento Pan-Helénico Socialista da Grécia (PASOK); primeiro-ministro de 1981 a 1989, e de novo, a partir de 1993. Perdeu as eleições de 1989 depois de ter sido implicado no escândalo de um alegado desfalque envolvendo o desvio de fundos do Banco de Creta para o governo grego, chefiado por Giorgios Koskotas. Em Janeiro de 1992, um julgamento ilibou Papandreu de todas as acusações de corrupção.

O PASOK venceu as eleições gerais de Outubro de 1993, e ele tornou-se de novo chefe do governo. Abdicou da chefia do governo em Março de 1996 por motivo de doença, acabando por morrer em Junho do mesmo ano. Foi o símbolo da resistência grega à ditadura militar e o elemento de consolidação das instituições democráticas no seu país. (Excertos da Biblioteca Universal)

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