quinta-feira, julho 21, 2005

«O MATÓIDE OLIGOFRÉNICO»


No cardápio oferecido por Baptista-Bastos, preferi este título.

A criatura é um caso absolutamente perdido. Nem o mais sábio, competente e esclarecido psiquiatra consegue travá-lo. Fazê-lo recuperar. Torná-lo normal.

Tem feito correr oceanos de tinta.

Também tenho gasto o meu pobre latim com o homenzinho. Na modéstia do meu verbo frágil. Mas, a verdade seja dita, também não pertenço ao grupo dos cúmplices pelo silêncio…

AJJ, porém, não tem nem conselheiros, nem amigos nem espelho que lhe mostrem a realidade.

Desta vez é Baptista-Bastos, dotado de um verbo demolidor, de uma palavra tão poderosa como corrosiva.

Mas Baptista-Bastos tem uma das oficinas da escrita mais bem montadas que conheço.

Artesão da palavra, como poucos, põe aos indivíduos e às coisas os nomes que lhes cabem. Sem contemplações.

E zurze no trambelho, no “humanóide”. Sem hesitações.

Transcrevo o seu artigo de 11 do corrente, no Jornal de Notícias – que me foi enviado por mail.

É de ler e reflectir.

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Um fascista grotesco

b.bastos@netcabo.pt

Alberto João Jardim não é inimputável, não é um jumento que zurra desabrido, não é um matóide inculpável, um oligofrénico, uma asneira em forma de humanóide, um erro hilariante da natureza.

Alberto João Jardim é um infame sem remissão, e o poder absoluto de que dispõe faz com que proceda como um canalha, a merecer adequado correctivo.

Em tempos, já assim alguém o fez. Recordemos. Nos finais da década de 70, invectivando contra o Conselho da Revolução, Jardim proclamou: «Os militares já não são o que eram. Os militares efeminaram-se». O comandante do Regimento de Infantaria da Madeira, coronel Lacerda, envergou a farda número um, e pediu audiência ao presidente da Região Autónoma da Madeira. Logo-assim, Lacerda aproximou-se dele e pespegou-lhe um par de estalos na cara. Lamuriou-se, o homenzinho, ao Conselho da Revolução. Vasco Lourenço mandou arrecadar a queixa com um seco: «Arquive-se na casa de banho».

A objurgatória contra chineses e indianos corresponde aos parâmetros ideológicos dos fascistas. E um fascista acondiciona o estofo de um canalha. Não há que sair das definições. Perante os factos, as tímidas rebatidas ao que ele disse pertencem aos domínios das amenidades. Jardim tem insultado Presidentes da República, primeiros-ministros, representantes da República na ilha, ministros e outros altos dignitários da nação. Ninguém lhe aplica o Código Penal e os processos decorrentes de, amiúde, ele tripudiar sobre a Constituição. Os barões do PSD babam-se, os do PS balbuciam frivolidades, os do CDS estremecem, o PCP não utiliza os meios legais, disponentes em assuntos deste jaez e estilo. Desculpam-no com a frioleira de que não está sóbrio. Nunca está sóbrio?

O espantoso de isto tudo é que muitos daqueles pelo Jardim periodicamente insultados, injuriados e caluniados apertam-lhe a mão, por exemplo, nas reuniões do Conselho de Estado. Temem-no, esta é a verdade. De contrário, o que ele tem dito, feito e cometido não ficaria sem a punição que a natureza sórdida dos factos exige. Velada ou declaradamente, costuma ameaçar com a secessão da ilha. Vicente Jorge Silva já o escreveu: que se faça um referendo, ver-se-á quem perde.

A vergonha que nos atinge não o envolve porque o homenzinho é o que é: um despudorado, um sem-vergonha da pior espécie. A cobardia do silêncio cúmplice atingiu níveis inimagináveis. Não pertenço a esse grupo.

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