sexta-feira, julho 29, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA



2005/2015
- Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO)

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Foi há 906 anos (1099), era uma SX: morre Urbano II (159º). Já existia, desde 3 anos antes, o Condado Portucalense, que fora confiado por Afonso VI, de Castela, a sua filha D. Teresa e ao Conde D. Henrique, respectivamente avô e pais de D. Afonso Henriques, o nosso primeiro monarca.

Urbano II, que o século conheceu como Odo de Largery, era francês. Estudou em Reims, onde foi arcediago, e depois prior em Cluny. Gregório VII fê-lo cardeal. Eleito papa em Março de 1088, tomou o nome de Urbano II. Reconquistou Roma, cujas fortalezas haviam sido ocupadas pelo anti papa (de 1080-1100) Clemente III (Gilberto de Ravena). Em 1095 reuniu o concílio de Placência que excomungou aquele anti papa e seus apoiantes. Conseguiu expulsar de Itália o imperador Henrique IV. Aprovou a proclamação da 1ª cruzada no tão falado concílio de Clermont.

A Ordem cluniacense, cumulada de privilégios e bens, em breve assumiu a direcção religiosa de Península. Conquistada a cidade de Toledo (1085), Afonso VI fez eleger para seu prelado o monge cluniacense D. Bernardo, que em 1088 o papa Urbano II, também saído de Cluni, elevou à dignidade de primaz das Espanhas.

É durante o seu pontificado que, em 1096, “o Condado Portucalense surge como entidade política, englobando, pela primeira vez, duas unidades político-administrativas até aí independentes: o condado de Portucale e o de Coimbra. (José Mattoso, Identificação de um País, I, 63).

Beato Urbano II morreu pouco depois da tomada de Jerusalém por Godofredo de Bulhão. O seu pontificado durou cerca de 11 anos, e sucedeu-lhe Pascoal II (160º).

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Terá sido há 825 anos (1180), era uma TR: segundo a tradição, trava-se, no cabo Espichel, a primeira batalha entre a armada portuguesa, comandada por D. Fuas Roupinho, e os navios árabes, liderados por Bem Jami. Reinava o nosso 1º monarca, D. Afonso Henriques. Pontificava Alexandre III (170º).
D. Fuas Roupinho foi um cavaleiro apoiante de D. Afonso Henriques, durante o movimento da reconquista. Por volta do ano de 1179, quando era alcaide de Coimbra, venceu os mouros quando estes atacaram Porto de Mós. Além de ter defendido Lisboa daquela incursão dos mouros, defendeu também a costa do Algarve de ataques dos mesmos inimigos. Participou ainda em diversos ataques à cidade de Ceuta, num dos quais viria a morrer.

O seu nome encontra-se ligado à Nazaré, onde, segundo uma lenda, Nossa Senhora lhe teria aparecido em 1182, quando perseguia um veado que o atraiu ao bordo da falésia sobre a praia (no Sítio), salvando-o da queda.

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Comemora-se hoje o bicentenário de Alexis de Tocqueville, político, sociólogo e historiador francês, que nasceu na SG 29.07.1805 (1805). Em Portugal decorria a regência de D. João (VI), filho de D. Maria I, ainda viva, mas demente. Pontificava Pio VII (251º).
Foi autor do primeiro estudo analítico sobre as forças e fraquezas da sociedade norte-americana, De la Démocratie en Amérique (1835). Ocupou durante alguns anos cargos políticos relevantes, mas retirou-se da política depois do golpe de Napoleão III em 1851. Nenhum outro pensador liberal do século XIX viu os problemas da sociedade democrática contemporânea tão claramente quanto Tocqueville. Fez uma descrição pungente da França anterior à revolução em L'Ancien Régime et la Révolution (1856).

Morreu em 1859, aos 54 anos.

O PÚBLICO de hoje consagra duas páginas à efeméride.

O antetítulo é «A 29 de Julho de 1805, faz hoje 200 anos, nasceu em Paris Alexis de Tocqueville. De origem aristocrática, tornar-se-ia um dos mais brilhantes e influentes estudiosos e teorizadores da democracia. A sua obra, durante quase 150 anos glorificada no mundo anglo-saxónico mas virtualmente esquecida na Europa Ocidental, é vista desde Raymond Aron como central para o entendimento do fenómeno democrático
nas suas diferentes manifestações, pelo que o PÚBLICO convidou três admiradores portugueses a reflectirem sobre o seu legado»

E insere três artigos desses “três admiradores portugueses”: Guilherme d’Oliveira Martins, Presidente do Centro Nacional de Cultura; Carlos Gaspar, Investigador do IPRI/Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa; Lívia Franco, Docente na Universidade Católica.

De “Tocqueville e o lugar da liberdade”, de Oliveira Martins, transcrevo:

«A insubmissão é marca de liberdade e independência. O conformismo igualitarista, aliado à mediocridade, seriam perigos que levariam à tirania e à indiferença. Importaria, por isso, garantir que igualdade e liberdade se completassem. Daí a importância do associativismo livre, da liberdade de imprensa, da liberdade religiosa (e de um "cristianismo democrático e republicano", para o qual a verdade política foi deixada por Deus "às livres indagações dos homens"), bem como da vivência comum dos valores da cidadania, contra o egoísmo e a inveja. Por isso mesmo, Tocqueville profetiza que não será a igualdade a causar perturbações sociais, mas sim a desigualdade de condições, antecipando a importância dos grandes combates cívicos e políticos das sociedades contemporâneas.»

De “Lições de um pessimista moderado”, de Carlos Gaspar, reproduzo:

«Tocqueville, liberal e realista, é um pessimista moderado. A tendência para o despotismo democrático é a mais provável, porque a paixão da igualdade é mais forte do que o gosto pela liberdade: os povos democráticos "querem a igualdade na liberdade e, se não a puderem obter, ainda a querem na escravidão"».

De “Nas duas margens do Atlântico”, de Lívia Franco, trago a síntese com que a autora antecede o seu trabalho:

«A visão tocquevilleana do fenómeno democrático é eminentemente pluralista. Quando em 1835 elogia a América aos franceses não está a sugerir que copiem aquele país, antes que o observem e aprendam com as suas virtudes e os seus vícios. Nos dias de hoje, a obra de Tocqueville representa uma potencial via de comunicação e espaço de trocas, um "Atlântico conceptual", entre as duas margens do mundo ocidental, no qual a democracia liberal, resultado de uma experiência histórico-política concreta e não de um qualquer sistema teórico abstracto, deve ser discutida e partilhada.»

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Completam-se hoje 149 anos (1856), foi numa TR: morreu Robert Schumann, compositor alemão. Em Portugal reinava D. Pedro V (31º). Pontificava Pio IX (255º).

Robert Alexander Schumann, que nasceu aos 08.06.1810, além de compositor era crítico e pianista. Em 1821 foi para Leipzig estudar direito, mas preferiu optar pelo estudo da música e da literatura. Uma máquina que inventou para alongar os dedos provocou-lhe uma deficiência na mão que o impediu de seguir uma promissora carreira de pianista, virando-se então para a crítica musical e para a composição.

Em 1840 casou com Clara Wieck, também pianista e compositora que foi ela o seu amparo numa vida em que nos último anos Schumann cedeu à depressão, acabando por ser internado num hospício em 1854.

“As suas canções e pequenas peças para piano, das melhores alguma vez escritas, retratam estados de emoção com grande sentimento”. Entre as suas composições incluem-se quatro sinfonias, uma ópera, um concerto para violino, um concerto para piano, sonatas e ciclos de canções, como Dichterliebe (1840).

Foi amigo de Mendelssohn que dirigiu a estreia da sua sinfonia nº2, e protector de Brahms, que o acompanhou até à morte, 1856, contava ele 46 anos.

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Completam-se hoje 146 anos (1859), foi numa SX: nasceu Padre Cruz, sacerdote português. Reinava ainda D. Pedro V. Prosseguia o pontificado de Pio IX.
Francisco Rodrigues da Cruz foi ordenado em 1882, no Patriarcado de Lisboa. Professor de filosofia no seminário de Santarém, que nesse tempo pertencia ao patriarcado. Professou na Companhia de Jesus em 1940.

Dedicado à acção religiosa junto dos que precisavam de conforto espiritual, em especial dos presos e dos doentes, era alvo de veneração por todo o país.

Conhecido, já em vida, como «o santo padre Cruz», o seu túmulo, no Cemitério de Benfica (Lisboa), é alvo de muitas romagens. Morreu em 1948, aos 89 anos.

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Completam-se hoje 122 anos (1883), era um DM: nascimento de Benito Mussolini (1883-1945), em Dovia, Itália. Governou Itália de 1922-1943. Em Portugal reinava D. Luís (32º). Em Roma pontificava Leão XIII (256º).

Mussolini começa por ser professor e por se aproximar dos socialistas. A sua intransigente defesa, em 1914, da intervenção da Itália na Guerra ao lado dos aliados, afasta-o definitivamente dos socialistas. Funda o jornal Il Popolo d’Italia, mais tarde órgão do seu partido fascista. Terminada a guerra e considerando, como tantos italianos, a Itália lesada pelo tratado de paz, e ainda levado pela miséria e anarquia reinantes no seu país, cria o célebre Partido Fascista, em 23.02.1919. Em 1922 organiza e lidera a célebre Marcha sobre Roma. O rei Vítor Manuel III designa-o para formar um novo governo. Depressa (1925) passa de primeiro-ministro a chefe absoluto (Il Duce). A sua política interna consolida a sua popularidade, mas a sua política externa não é tão bem sucedida: é com a indignação geral que conquista a Etiópia (1935-36). Aproxima-se da Alemanha de Hitler (Pacto de Aço, de 1939, que cria o Eixo). Entra na guerra (1940) ao lado da Alemanha. A Itália, agora mero instrumento de Hitler, faz decrescer rapidamente a popularidade do Duce. O rei ordena a sua destituição e prisão (1943). Ainda tenta, no norte da Itália fundar uma república corporativa e fascista, mas sem êxito. Tenta, também, a fuga para a Suiça, mas é interceptado por partidários comunistas que o executam sumariamente em 28.04.1945.

Mussolini inspirou-se, naturalmente, n’ O Príncipe de Niccoló Machiavelli.

Com a sua ascensão ao poder, foi Roberto Rossellini que foi recrutado para fazer filmes de propaganda política.

Celebrou com o então representante da Igreja Católica, papa Pio XI, os Acordos de Latrão: série de acordos que marcaram a reconciliação do estado italiano com o papado em 1929. Aplaudidos como uma vitória do regime fascista, estes tratados envolveram o reconhecimento da soberania da cidade-estado do Vaticano, o pagamento de uma indemnização pelas possessões papais perdidas durante a unificação em 1870, e o acordo sobre o papel da Igreja Católica dentro do estado italiano, em forma de concordata.

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Foi há 115 anos (1890), era uma TR: morreu Vincent van Gogh, pintor holandês. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). Leão XIII (256º) era o pontífice reinante.
Van Gogh nasceu em 1853, em Zundert. A sua obra enquadra-se no período do pós-impressionismo.

Começou a pintar cerca de 1880, aos 27 anos, consistindo os seus primeiros trabalhos em representações sombrias da vida dos camponeses, como a tela Os Comedores de Batatas (1885), hoje no Museu Van Gogh (Amesterdão).

Influenciado tanto por impressionistas como pelas estampas japonesas, então em circulação na Europa, desenvolveu um estilo muito particular, caracterizado pelo uso de cores intensas e contrastantes, com uma pincelada densa e expressiva, como se pode observar na série de Os Girassóis, de 1888.

Van Gogh trabalhou durante algum tempo como mestre-escola em Inglaterra, antes de se dedicar à pintura. Estudou com o mestre Antoine Mauve, em Haia e, mais brevemente, em Antuérpia, antes de se mudar em 1886 para Paris, onde o seu irmão Theo trabalhava como negociante de arte. Em Paris, Van Gogh conheceu Paul Gauguin, que iria juntar-se a ele mais tarde, em 1888, em Arles, na Provença, onde o pintor se havia fixado. Após uma violenta discussão com Gauguin, van Gogh cortou parte da orelha, entrando num asilo em 1889. Viria a suicidar-se no ano seguinte.

A sua prolífica produção (mais de 800 telas e 700 desenhos) inclui naturezas-mortas, retratos (e muitos auto-retratos) e paisagens. Nesta última categoria se inclui Noite Estrelada (1889), hoje no Museu de Arte Moderna de Nova York, e Campo de Trigo com Corvos (1890), hoje no Museu Van Gogh (Amesterdão). Das pinturas da fase de Arles salienta-se O Café de Noite na Place Lamartine (1888), hoje na Galeria de Arte da Universidade de Yale (New Haven). Sobre esta obra, van Gogh escreveu «Tentei expressar, com verde e vermelho, as terríveis paixões da natureza humana».

Um dos seus quadros, Íris (1889), foi vendido, em 11 de Novembro de 1987, num leilão da Sotheby's em Nova York, pelo preço de 53,9 milhões de dólares.

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Foi há 105 anos (1900), num DM: o rei Humberto I da Itália é assassinado por anarquistas; Victor Emmanuel III sobe ao trono. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). Pontificava Leão XIII (256º).
Em 1946, Victor Emanuel III, rei desde 1900, abdicou em favor do seu filho Humberto II. A monarquia foi abolida, após um referendo realizado em 1946, e implantada a república, com a adopção de uma nova constituição em 1948.

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Completam-se hoje 100 anos (1905), o que aconteceu num SB: nasceu o sueco Dag Hammarskjöld, que foi secretário-geral das Nações Unidas. Em Portugal reinava D. Carlos (33º). Pontificava Pio X (257º).
Dag Hammarskjöld foi economista, diplomata e ministro sueco, e, por fim, secretário-geral das Nações Unidas entre 1953 e 1961. Opôs-se à Grã-Bretanha durante a crise do Suez em 1956. As suas tentativas de resolução do problema do então Congo, actualmente República do Congo, onde pereceu num desastre aéreo, em 1961, foram criticadas pela URSS. Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1961.

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Faz hoje 80 anos (1925), foi numa QA: nasceu Mikis Theodorakis, compositor grego. Em Portugal era PR Manuel Teixeira Gomes. No Vaticano pontificava Pio XI (259º).
Mikis Theodorakis estudou no Conservatório de Paris mas a sua música nunca perdeu as raízes do folclore grego. Foi preso em 1967 por acções revolucionárias contra o regime ditatorial dos militares gregos. Após um coro de protestos a nível mundial, foi libertado em 1970. O seu trabalho inclui música sinfónica, oratórias, mas a fama veio com a banda sonora do filme Zorba, o grego.

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Foi há 71 anos (1934), era um DM: na sequência de uma tentativa de golpe de Estado, são presos e exilados Rolão Preto e Alberto Monsaraz, nacionais-sindicalistas. O governo proíbe, ainda, o Movimento Nacional-Sindicalista. Cumpria um dos seus sucessivos mandatos o vitalício presidente Carmona. Pontificava Pio XI (259º).

O cerco fecha-se cada vez mais: os direitos vão sendo cada vez mais cerceados, a liberdade cada vez mais inexistente até que absolutamente coarctada.

Não em termos irónicos ou anedóticos (só assim entendíveis), mas muito a sério, os arautos do Chefe e os cronistas do regime (os Luís Delgado de então) proclamavam que em Portugal até havia “liberdade de pensamento”!!!

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Completam-se hoje 66 anos (1939), foi num SB: morreu Ricardo Jorge, professor universitário, escritor e higienista português. Prosseguia o mandato presidencial vitalício do general Carmona. Pontificava Pio XII (260º).

Ricardo Jorge nasceu no Porto em 1858. Fez estudos na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, onde permaneceu, tendo sido nomeado lente da cadeira de Higiene e Medicina Legal em 1895. Posteriormente, foi-lhe apontado o cargo de inspector-geral de saúde pública e lente de Higiene na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa (1899), depois da consagração das suas qualidades científicas durante o período da doença epidémica chamada peste bubónica.

Fundou o Instituto de Saúde Pública e Higiene, que se transformou no actual Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Deixou publicada uma vasta obra na área científica, como Higiene Social Aplicada à Nação Portuguesa (1884) e Demografia e Higiene da Cidade do Porto (1899), e noutras áreas, como a arte e a literatura, domínios em que exercia a actividade de crítico.

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Aconteceu há 57 anos (1948), foi numa QI: abertura dos XIV Jogos Olímpicos em Londres, após uma interrupção de 12 anos, devido à II Guerra Mundial. Em Portugal ainda era presidente da República o general Carmona. Prosseguia o pontificado de Pio XII.
Jogos Olímpicos são uma prova desportiva que decorre de quatro em quatro anos em diferentes cidades do mundo e que consiste em 28 desportos olímpicos divididos por diversas modalidades.

Os Jogos Olímpicos têm as suas raízes na Grécia Antiga. Pelos registos que se conhecem, os primeiros Jogos Olímpicos da Antiguidade terão tido lugar em 776 a.C., e, a partir daí, constituíram o palco da celebração da nobre competição e do valor educativo do desporto até ao ano de 393, data em que o Imperador Teodósio decidiu aboli-los por serem "demasiado pagãos".

Só em 1896 é que os Jogos Olímpicos regressaram à história do desporto, devido ao esforço de Pierre de Coubertin, juntamente com outras personalidades da época. O ano de 1896 marca, assim, o início dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, e a sua primeira edição foi realizada no seu país de origem, a Grécia.

Os Jogos eram sempre realizados na altura mais quente do ano. Inicialmente, tinham a duração de apenas um dia. A partir de 684 a.C, passaram a ser realizados durante três dias e, no século V a.C., já duravam cinco dias.

No dia 6 de Abril de 1896, Atenas, a capital grega, acolheu uma tripla comemoração: a primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, o 75.º aniversário da Declaração da Independência Grega e a Páscoa, fazendo deste evento uma coincidência desportiva, nacional e religiosa, o que contribuiu ainda mais para o seu sucesso. Os Jogos realizaram-se num renovado Estádio Panathinaikon.

Na primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna participaram 241 atletas, provenientes de 14 países, que competiram em 9 modalidades diferentes: Atletismo, Natação, Ciclismo, Esgrima, Ginástica, Tiro, Ténis, Luta Livre e Halterofilismo. Foi neste ano que Spyros Louis, um grego sem treino especial, venceu a medalha de ouro na prova da Maratona, tornando-se assim uma figura lendária no mundo do desporto.

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Aconteceu há 47 anos (1958), era uma TR: foi criada a NASA. Em Portugal, Salazar conseguira fazer eleger (sabe Deus por que processos!) o seu fiel colaborador Américo Tomás, figura apagada, inábil e inexpressiva, para a suprema magistratura do país. Mas que só tomaria posse em Agosto seguinte. Pontificava, mas por pouco mais tempo o papa Pio XII (que viria a morrer em Outubro seguinte.
NASA, acrónimo de National Aeronautics and Space Administration, é uma agência governamental norte-americana, fundada em 1958, para voos espaciais e pesquisa aeronáutica. A sua sede é em Washington DC e as suas instalações principais estão situadas no Centro Espacial Kennedy na Florida. Os primeiros programas lunares e planetários da NASA, iniciados em 1958, incluíram a nave espacial Pioneer, cuja missão era percorrer o sistema solar, reunindo dados para as missões tripuladas posteriores. O mais famoso projecto da NASA foi o Apollo 11, que transportou os primeiros seres humanos que pisaram o solo da Lua, entre os dias 16 e 24 de Julho de 1969.

Em Março de 2001, o milionário californiano Dennis Tito tornou-se no primeiro turista espacial a embarcar a bordo da Estação Espacial Internacional. A NASA opôs-se veementemente a esta viagem, e as autoridades russas, acederam levá-lo a bordo da nave Soyuz, por 20 milhões de dólares. A preparação para esta viagem obrigou Dennis Tito a vários meses de treino na Rússia.

Em Abril de 2002, o sul-africano Mark Shuttleworth tornou-se no segundo turista espacial a partir para a Estação Espacial Internacional. Ao contrário de Tito, Shuttleworth poderá deslocar-se livremente pelo interior da estação.

A NASA tem lançado sondas e satélites para o espaço com vários objectivos científicos.

Conhecer melhor os cometas poderá dar resposta a questões fundamentais sobre a forma como nasceu e se desenvolveu a vida e o próprio planeta. A Contour — Comets Nucleus Tour — tinha como objectivo encontrar-se com dois cometas para captar imagens detalhadas desses pequenos corpos celestes.

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Foi há 37 anos (1968), numa SG: o papa Paulo VI reafirma a posição tradicional da Igreja, condenando os métodos de contracepção. Em Portugal decorria o 2º mandato do almirante Américo Tomás.

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Faz hoje 31 anos (1974), era uma SG: o PR António de Spínola reconheceu o direito à independência de Angola, Moçambique e Guiné. Pontificava, ainda, Pio XII (260º).

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Completam-se hoje 26 anos (1979), foi num DM: morreu Herbert Marcuse, com 81 anos, psicólogo e filósofo alemão. Em Portugal decorria o 1º mandato presidencial de Ramalho Eanes. Pontificava, em Roma, o papa João Paulo II (264º) desde o ano anterior.

Marcuse nasceu em 19.07.1898, na Alemanha, mas fixou residência nos Estados Unidos em 1934, fugindo do regime nazi. Em 1965 tornou-se professor na Universidade da Califórnia, em San Diego.

As suas teorias, uma combinação do marxismo com o freudianismo, exerceram grande influência no pensamento radical da década de sessenta. De entre os livros que publicou, destaca-se One-Dimensional Man (1964).

Marcuse defendeu o derrube da ordem social vigente. Propunha utilizar a própria tolerância do sistema em relação aos seus adversários para assegurar a derrota do mesmo. Porém, não era um adepto das revoluções violentas.

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Foi há 24 anos (1981), era uma QA: Carlos, o príncipe de Gales, casa com Lady Diana Spencer na catedral de São Paulo, em Londres; a cerimónia televisiva é vista por mais de 700 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal decorria o mandato presidencial do general Ramalho Eanes. No Vaticano prosseguia o longo pontificado de João Paulo II.
O príncipe Carlos, Charles Philip Arthur George, nasceu em 1948. Príncipe do Reino Unido, herdeiro do trono britânico e príncipe de Gales desde 1988 (investido em 1969). É o filho mais velho da rainha Isabel II e do duque de Edimburgo. Estudou no Trinity College, Universidade de Cambridge, de 1967 a 1970, antes de se alistar na força aérea real e na marinha real.

Foi o primeiro herdeiro real desde 1659 a casar-se com uma inglesa, Lady Diana Spencer, filha do oitavo conde Spencer. Têm dois filhos herdeiros, William (1982-) e Henry (1984-). No meio de grande publicidade, Carlos e Diana separaram-se em 1992, tendo o divórcio sido consumado em Julho de 1996.

Diana nasceu a 01.07.1961. Casou-se com o príncipe Carlos, filho de Isabel II, na catedral de São Paulo, em Londres, em 1981, sendo a primeira noiva inglesa de um herdeiro real inglês desde 1659. Diana era descendente dos reis Carlos II e James II, únicos soberanos de quem o príncipe Carlos não descende. Teve dois filhos, William e Henry, antes da sua separação de Carlos, em 1992. A decisão de Carlos e Diana de se separarem foi anunciada pelo primeiro-ministro John Major em Dezembro de 1992. A Igreja de Inglaterra fez uma declaração dizendo que a separação não impediria Carlos de chefiar a Igreja. O divórcio aconteceu em 1996. Em 1997, enquanto procuravam fugir a um grupo de paparazzi, Diana e o egípcio Dodi Al Fayed, com quem a princesa mantinha um caso, foram vítimas de um acidente de viação mortal num túnel de Paris.

Entretanto, o príncipe Carlos casa-se com Camilla Parker Bowles no SB 09.04.05, numa cerimónia civil simples e rápida no registo civil de Windsor, a primeira na história da monarquia britânica. O casamento ocorreu pouco depois das 12:30 horas e não contou com a presença da rainha Isabel II nem do duque de Edimburgo.

À saída do edifício marido e mulher foram acompanhados pelos respectivos filhos.

Depois de mais de 30 anos de amor secreto, o príncipe Carlos e Camilla, ambos divorciados, contraíram matrimónio. Camila terá agora a designação de duquesa da Cornualha.

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Aconteceu há 23 anos (1982), foi numa QI: a língua portuguesa é pela primeira vez utilizada oficialmente num plenário da UNESCO, nomeadamente durante a Cimeira de Políticas Culturais a decorrer no México e na qual participam Portugal e Moçambique. Ramalho Eanes cumpria o seu 2º mandato presidencial. Continuava o pontificado de João Paulo II.

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Completam-se hoje 22 anos (1983), foi numa SX: morreu Luis Buñuel, cineasta espanhol. Em Portugal ainda decorria o 2º mandato do general Ramalho Eanes. Pontificava João Paulo II.
Luis Buñuel nasceu em Calanda, em 1900. Licenciou-se Filosofia pela Universidade de Madrid onde conheceu Salvador Dali e Federico Garcia Lorca. Em 1925, partiu para Paris onde viria a aproximar-se do Surrealismo, onde em colaboração com Salvador Dali, realizou Un Chien Andalou/Um Cão Andaluz (1928), que se tornou num clássico surrealista, e L'Age d'Or (1930). A sua obra é conhecida pelo humor negro e pelo imaginário erótico. Nos Estados Unidos foi responsável pela cinemateca do Museu de Arte Moderna.

Entre outros filmes, realizou Los Olvidados (1950), Susana Demónio e Carne (1951), Subida ao Céu (1959), La Vía Lactea (1969), Belle de Jour/A Bela de Dia (1966), Le Charme Discret de la Bourgeoisie/O Charme Discreto da Burguesia (1972), O Fantasma da Liberdade (1974), Cet Obscur Objet du Désir/Esse Obscuro Objecto do Desejo (1977).

Os seus trabalhos, marcadamente anticlericais, inserem-se na corrente surrealista.

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Foi há 21 anos (1984), era um DM: em Lisboa, inauguração de uma retrospectiva de Almada Negreiros, com mais de 400 obras. Decorria, ainda, o 2º mandato presidencial de Ramalho Eanes. Como continuava, ainda, o pontificado de João Paulo II.
José de Almada Negreiros nasceu na ilha de S. Tomé, aos 06.04.1893.

Artista plástico e escritor foi um dos iniciadores do movimento modernista, em Portugal, quer nas artes plásticas quer na literatura. Foi uma sua exposição de caricaturas, em 1913, que provocaria a sua amizade com Fernando Pessoa: juntos participam na criação do Orpheu (1915); juntos se encontram no Portugal Futurista (1917). É também de 1915 o seu tão célebre Manifesto Anti-Dantas. Em 1938 executou trabalhos para a nova igreja, em construção, de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, projecto de Pardal Monteiro (Porfírio Pardal Monteiro): mosaicos, pinturas e sobretudo vitrais de que se destaca a Pietà da casa mortuária. O ponto mais alto das suas pinturas murais estão patentes nas gares marítimas de Alcântara e da Rocha de Conde de Óbidos (ambas também projectos de Pardal Monteiro). No domínio das belas artes desenvolve inúmeros trabalhos: desenho, pintura (a óleo e frescos), mosaico, vitral, gravura e tapeçaria. Também no domínio das letras desenvolveu Almada Negreiros uma extensa e valiosa obra: foi poeta, romancista, dramaturgo e investigador. A sua obra foi “das mais originais da nossa literatura e das mais significativas e perturbantes da cultura contemporânea”. “A camaradagem com Fernando Pessoa viria a ser extremamente fecunda para o surgimento do futurismo em Portugal e para os destinos do modernismo português”.

Almada Negreiros morreu em 1970.

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É de há 14 anos (1991), que foi numa SG, o relatório-denúncia da ONU sobre a exploração infantil no mundo que inclui Portugal (com cerca de 200 mil crianças). Era Mário Soares o PR. Prosseguia o pontificado de João Paulo II.

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Foi há 12 anos (1993), era uma QI: em Londres, o escritor português José Saramago recebe o Prémio de Ficção Estrangeira do jornal The Independent, pelo seu livro O Ano da Morte de Ricardo Reis. Era ainda Mário Soares o PR. Pontificava ainda João Paulo II.
O Ano da Morte de Ricardo Reis, de 1984, além do referido prémio recebeu ainda, também, mais os seguintes:
Prémio do Pen Clube Português, Prémio da Crítica, Prémio D. Dinis e Prémio Grinzane-Cavour.

Mas muitas outras obras do autor foram igualmente premiadas.

Além disso, Saramago recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1998.

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Faz hoje 10 anos (1995), foi num SB: morreu Fernando Curado Ribeiro, profissional de rádio e actor português. Mário Soares estava a um ano de terminar o seu 2º mandato presidencial. João Paulo II prosseguia no seu longo pontificado.
Curado Ribeiro nasceu a 25.05.1919. Abandonou o curso de Engenharia de Máquinas e Electrotecnia, para se dedicar exclusivamente à carreira artística. Em 1939, ingressou na Emissora Nacional, como cançonetista do conjunto «Excêntricos do Ritmo», sendo considerado o primeiro dos cantores românticos portugueses. Em 1940, passou a locutor e mais tarde a realizador e produtor publicitário. Trabalhou em várias estações de rádio em Portugal, em Angola, na Bélgica e na BBC.

Actor de cinema, estreou-se em 1943, no filme O Costa do Castelo, de Arthur Duarte, onde contracenou com António Silva, Maria Matos e Milú. Considerado o galã dos anos 40, participou em mais de 20 filmes, dos quais se destacam: A Menina da Rádio (1944), Os Vizinhos do Rés-do-Chão (1947), O Leão da Estrela (1947) e O Noivo das Caldas (1956). No teatro, estreou-se em 1947, no Teatro Avenida, numa revista de Aníbal de Nazaré, ao lado de Laura Alves. Mas a sua primeira interpretação no teatro declamado ocorreu em 1954, no Teatro Monumental, com a peça É Proibido Suicidar-se na Primavera. Integrou algumas das mais importantes companhias de teatro nacionais.

Desenvolveu também trabalhos na televisão, distinguindo-se no teatro televisivo, nos programas de variedades e mais recentemente nas telenovelas. Fez parte da Direcção do Sindicato dos Trabalhadores do Espectáculo e do Conselho Directivo da Sociedade Portuguesa de Autores. Foi casado com a actriz Maria José, de quem teve uma filha a actriz Rita Ribeiro. Foi também tradutor de peças de teatro (Beckett). Deixou publicados Diário duma Voz (1948) e Produção, Realização e Estética (1964).

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Foi há 6 anos (1999), era uma QI: inauguração da ligação ferroviária na Ponte 25 de Abril. O Dr Jorge Sampaio cumpria o seu 1º mandato presidencial. Na cadeira de Pedro, em Roma, continuava João Paulo II.

A Ponte 25 de Abril, sobre o Tejo, em Lisboa, foi inaugurada a 6 de Agosto de 1966 (com o nome de Ponte Salazar). Foi projectada por quatro engenheiros americanos, adjudicada à United States Steel Export Company e executada, em grande parte, por mão-de-obra nacional.

Desde então que ficou estruturalmente preparada para uma futura utilização ferroviária. Porém, só em 1996, foram iniciadas as obras de reforço e instalação da via-férrea na Ponte 25 de Abril (o serviço ferroviário, que permite atravessar o rio Tejo em 17 minutos).

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