sexta-feira, julho 01, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA

2005/2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO)
Dia Mundial da Arquitectura.
Dia Nacional do Canadá.
Dia Nacional do Burundi.
Dia Nacional do Ruanda.
Dia Nacional da Somália.
Dia da Força Aérea.
Dia das Bibliotecas.
Dia do Selo.

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Foi há 254 anos (1751), era uma QI: o primeiro volume da Enciclopédia de Diderot é publicado, em Paris. Em Portugal reinava D. José (25º). Bento XIV (247º) era o papa então reinante.
Denis Diderot (1713-1784) foi um filósofo francês. Intimamente ligado ao iluminismo, movimento intelectual europeu defensor do progresso social e científico, foi um dos editores da famosa Encyclopédie (1751-80).

Constituindo uma versão aumentada e politizada da enciclopédia inglesa de 1738, de Ephraim Chambers (c.1680-1740), este trabalho exerceu uma enorme influência no pensamento social contemporâneo com o seu materialismo e o seu anticlericalismo. Os compiladores nele envolvidos ficaram conhecidos como enciclopedistas.

O materialismo de Diderot, expresso de uma forma muito articulada em Le Rêve de D'Alembert, publicado após a sua morte, vê o mundo natural apenas como matéria e movimento. O seu relato da origem e desenvolvimento da vida é puramente mecânico. (BU)

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Completam-se hoje 201 anos (1804), que foi num DM: nasceu George Sand, escritora francesa. Em Portugal, perante a incapacidade de D. Maria I (26º), era regente do reino seu filho D. João (futuro D. João VI). Pontificava o papa Pio VII (251º).
George Sand
era o pseudónimo de Amandine Aurore Lucie Dupin, que viria a morrer em 1876.

Recordo aqui nota de “memória…” anterior.

A sua obra era muitas vezes autobiográfica. Em 1831, a autora deixou o marido após nove anos de casamento e, enquanto vivia em Paris como escritora, teve relações amorosas com Alfred de Musset, Chopin, e outros. O seu primeiro romance, Indiana (1832), é um apelo pelo direito das mulheres à independência. A autora gostava de provocar escândalo pela sua forma de vestir tipicamente masculina.

Entre os outros romances da autora incluem-se La Mare au Diable (1846) e La Petite Fadette (1848). Em 1848 retirou-se para o castelo de Nohant, em França. (BU)

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Foi há 167 anos (1838), que caiu num DM: Charles Darwin apresenta a sua teoria da evolução das espécies à Linnaean Society, em Londres. Em Portugal reinava D. Maria II (30º). A Igreja era dirigida pelo papa Gregório XVI (254º).

O seu nome completo era Charles Robert Darwin (1809-1882), nasceu em Shrewsbury, Inglaterra e era neto de Erasmus Darwin, médico e escritor inglês (1731-1802), um dos precursores do transformismo (duma maneira geral pode entender-se como sinónimo de evolucionismo. Mas em rigor, transformistas e evolucionistas apontam-lhe diferenças importantes).

Naturalista inglês que desenvolveu a teoria da evolução, propondo, juntamente com Alfred Russel Wallace, como principal mecanismo de evolução, o princípio da selecção natural.

Em 1859, Darwin publicou On the Origin of Species by Means of Natural Selection or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life (1859), obra muito controversa, onde aplicava os seus princípios.

O neodarwinismo, a actual teoria da evolução, é uma síntese do trabalho de Darwin com as mais recentes descobertas de genética, esta iniciada com o trabalho de Gregor Mendel.

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Aconteceu há 138 anos (1867), que foi numa SG: abolida a pena de morte em Portugal. Foi no reinado de D. Luís (32º). Era soberano pontífice, em Roma, Pio IX (255º).

«Punição pela morte (pena capital ou pena de morte) continua a ser praticada em 78 países e territórios, entre os quais 38 estados dos EUA, a China e países islâmicos. Os métodos de execução incluem a electrocussão, a aplicação de gás letal, o enforcamento, o fuzilamento, a aplicação de injecção letal, o garroteamento e a decapitação.

Os números de 2003, divulgados pela Amnistia Internacional, referem que cerca de 1146 pessoas foram executadas em 28 países, e mais de 2750 foram condenadas à morte em 63 países.

Os países que aboliram a pena de morte enquadram-se em três categorias: os que a aboliram para todos os crimes (79 países); os que a mantêm para crimes excepcionais tais como crimes de guerra (15 países); e aqueles que mantêm a pena de morte apenas para crimes de delito comum, mas em que não há execuções há vários anos (24 países e territórios).

O primeiro país da Europa a abolir a pena de morte foi Portugal, em 1867, embora subsistisse, até à República, para os crimes de foro militar (mas não mais foi aplicada), e de novo, entre 1916 e 1976, para os mesmos casos. Todos os países membros da União Europeia aboliram já na totalidade a pena de morte. Nos Estados Unidos da América, o Supremo Tribunal declarou a pena de morte inconstitucional em 1972, considerando-a uma pena cruel e inusitada. Porém, em 1976, considerou-a aplicável em circunstâncias excepcionais. Só no ano de 2004, foram executados 59 indivíduos nos EUA.

Há vários países que aplicam a pena capital para punir outros crimes que não o homicídio, tais como o consumo e tráfico de droga (Malásia e outros).

O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, de 1966, salvaguardou da pena de morte os menores de 18 anos. O pacto foi assinado em 1977 pelo presidente Jimmy Carter, em representação dos EUA, mas, em 1989, o Supremo Tribunal dos EUA decidiu que a pena capital poderia ser aplicada aos maiores de 16 anos condenados por homicídio e a deficientes mentais. No entanto, em 2002, o Supremo Tribunal voltou a pronunciar-se, desta vez para considerar que executar deficientes mentais era inconstitucional. Em 2005, mais de 3450 pessoas estavam nos corredores da morte das prisões norte-americanas.

Em Maio de 2001, o Chile decretou o fim da pena de morte no país para crimes de Direito comum. A pena máxima passa ser o maior castigo, podendo, contudo, o condenado beneficiar da liberdade provisória depois de quarenta anos de prisão. A pena de morte vigorava no país há 150 anos, período em que, com base nela, o Estado matou, por fuzilamento, 57 pessoas.

Actualmente, são 78 os países onde é praticada a pena capital. Alguns (15) mantêm a pena de morte, mas apenas para casos excepcionais. Já são 79 os países em todo o mundo que não praticam este tipo de pena. Quatro países (Arábia Saudita, China, EUA e Irão) somam 88 por cento das execuções mundiais, embora variem nos métodos, uns mais medievais do que outros. No mundo inteiro, são muitos os países que admitem a pena capital, ou a amputação de membros, a flagelação ou marcas corporais feitas com fogo. Muitas pessoas sucumbem com estas formas de tortura.» (Síntese bem elaborada, muito completa e bastante actualizada da BIBLIOTECA UNIVERSAL, da TEXTO EDITORES).

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Foi há 123 anos (1882), era um SB: inauguração da rede telefónica do Porto. Reinava, então, D. Luís (32º). O romano pontífice era Leão XIII (256º).

Claro que não é pela importância do facto que o trago para aqui. É pela curiosidade. Em finais do séc. XIX, em que o Porto já tinha umas boas dezenas de milhares de habitantes… 19 assinantes!...

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Foi há 99 anos (1906), era um DM: é fundado o Sporting Clube de Portugal por José Alvalade. Reinava D. Carlos (33º). Pontificava Pio X (257º).

O quase centenário SCP foi fundado por José Alvalade e pelo visconde de Alvalade.

«"Queremos que o Sporting seja um grande Clube, tão grande como os maiores da Europa». O voto foi formulado em 8 de Maio de 1906 por José Alvalade. Ao voto, juntou a cor verde da esperança.»

O 1º visconde de Alvalade (título atribuído por D. Carlos, por decreto de 1898), Alfredo Augusto das Neves Holtreman, foi o primeiro presidente do Clube, de 1906 a 1910. José Alvalade, aliás, José Holtreman Roquette, foi o seu 3º presidente de 1910 a 1916.

Foi este terceiro presidente que dotou o clube, primeiramente, de um campo de jogos situado na sua Quinta das Mouras [como tudo evoluiu!], junto da Alameda das linhas de Torres.

O Sporting disputou o seu primeiro jogo de futebol com o seu tradicional rival, o Benfica (fundado dois anos antes), em 1907.

Jogo ganho pelo Sporting. Claro.

O Sporting pratica diversas modalidades, com destaque para o futebol e para o atletismo. Mas tem secções de outras modalidades, como a ginástica e o hóquei em patins.

O clube de Alvalade ganhou a Taça de Portugal, pela primeira vez, em 1907, e o primeiro campeonato nacional em 1922.
A rica história do SCP está recheada de troféus e de nomes muito ilustres.

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Foi há 80 anos (1925), era uma QA: novo governo de António Maria da Silva. Era Manuel Teixeira Gomes o PR. Pontificava Pio XI (259º).

António Maria da Silva (1872-1950) foi chefe de governo da I República por seis vezes na década de 1920, três das quais consecutivas.

Era o presidente do ministério quando se deu o golpe militar de 28 de Maio de 1926. Republicano da primeira hora e alto dirigente da Carbonária, esteve directamente implicado no 5 de Outubro de 1910 e nos combates travados na Rotunda. A partir de 1911, e tendo o Partido Republicano Português conhecido dissidências várias, tornou-se deputado independente. Aderiu em 1914 ao Partido Democrático. António Maria da Silva substituiu Afonso Costa na chefia do Partido Democrático e como principal líder dos sucessivos governos. No entanto, a gravidade da crise política e social levou a dissidência ao seio do seu próprio partido, pelo que os governos conservadores de António Maria da Silva foram alvo de intensa oposição e de acusações de corrupção. Acabando por ser a imagem dos males do regime, o seu governo acelerou na oposição a busca de uma solução militar para a crise política.

E porque dela se fala, recordo: originariamente, a Carbonária era uma sociedade revolucionária secreta italiana da primeira metade do século XIX. Defendendo o governo constitucional, era anticlerical e instigava a luta armada. Na Suíça, Filipe Buonorroti deu uma certa unidade a este movimento, imprimindo-lhe um cunho internacional. Querendo alastrar o movimento revolucionário ao resto da Europa, a Carbonária estabeleceu-se em Portugal, em 1822. A sua acção só se fez sentir cerca de duas décadas mais tarde, designadamente no regicídio de 1908 que vitimou D. Carlos e o seu filho Luís Filipe e na Revolução de 5 de Outubro de 1910 que implantou a República. Com o novo regime, quase todos os membros da Carbonária foram colocados em lugares públicos e separados politicamente o que provocou o seu desaparecimento. (Fonte: BU)

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Completam-se hoje 71 anos (1934), foi num: nasceu o realizador Sydney Pollack. Em Portugal decorria o último ano do 1º mandato do PR “vitalício“ general Carmona (teve mais 3, sucessivos, de 7 anos cada, o último dos quais foi interrompido pela sua morte). Pontificava Pio XI (259º).

«Sydney Pollack pertence a uma geração esteticamente “perversa”: a dos cineastas que herdaram directamente o fascínio do classicismo de Hollywood, mas cuja formação já passou pela televisão. No caso de Pollack, o seu trabalho inicial como actor seria também decisivo, emprestando-lhe uma sensibilidade especial para as subtilezas da representação. Seria, aliás, com um actor emblemático, Robert Redford, que Pollack cumpriria um capítulo essencial da sua evolução: a reconversão crítica de alguns géneros clássicos, sobretudo o western e o thriller.»

Da sua filmografia fazem parte, entre tantos, «Os Três Dias do Condor» (1975), «O Cowboy Eléctrico» (1979), «África Minha» (1985), Tootsie e A Firma, de 1993.

«Fiel à tradicional sensibilidade liberal americana, Pollack é igualmente capaz de filmar subtis dramas de tribunal, como «A Calúnia» (1981), ou pungentes e belíssimos melodramas, como «Encontro Acidental» (1999). Daí que um filme como «A Intérprete» possa simbolizar o melhor da obra de Pollack (incluindo a sua dimensão de produtor): uma visão nostálgica da arte de contar histórias, mas sempre atenta às convulsões do mundo contemporâneo».

«Através de filmes como "África Minha" ou "Os Três Dias do Condor", Sidney Pollack tornou-se num dos mais reputados cineastas norte-americanos das últimas décadas, apresentando uma obra diversificada e geralmente meritória. No entanto, na década de 90 essa consistência não foi tão visível, uma vez que nem "Sabrina" nem "Encontro Acidental" estavam à altura dos seus melhores títulos e colocaram algumas reservas quanto à carreira do realizador».

Sidney Pollack é considerado um génio por muitos. Mas também encontra pela frente críticos bem exigentes.

Falando de A Intérprete (que tem planos e cenários da capital moçambicana, Maputo), alguém escreveu: “competente e sólido thriller político, que acaba por ficar um pouco aquém do seu potencial. A carga dramática e humana está sempre demasiado desconexada da trama, e nem os excelentes actores principais elevam este material para além da mera rotina. Mesmo assim, trata-se de entretenimento adulto e de qualidade.»

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Aconteceu há 65 anos (1940), era uma SG: é inaugurado o Congresso do Mundo Português, presidido por Júlio Dantas. Era PR o general Carmona. Pontificava Pio XII (260º).

Ontem, a propósito de facto relacionado com este - a comemoração dos nossos oito séculos de história - recordava eu: o regime do Estado Novo estava no seu apogeu.

As manifestações de pompa e circunstância, como esta, repetiam-se com frequência.

A máquina propagandística da ditadura estava bem oleada.

Entretanto, com a emigração, em massa, de cidadãos portugueses, para o resto do mundo, à procura de melhor sorte para a sobrevivência, uns, ou exilando-se, deliberada ou forçadamente, do pulso de ferro e da cegueira do regime, outros; e com o cada vez maior isolamento internacional a que o país era votado… O regime foi-se deteriorando. E caiu de podre em 1974.

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Foi há 53 anos (1952), era uma TR: é criada a Força Aérea Portuguesa. Decorria o único mandato presidencial do general Francisco Higino Craveiro Lopes. Pontificava Pio XII (260º).

A propósito de Craveiro Lopes: seu único mandato porque, “não sendo um presidente acomodado ao regime, este começou a pensar na forma de o afastar da presidência. Começou, por isso, a passar para o exterior a imagem de um presidente inflexível, rígido e inacessível”.

No fundo, e como já antes escrevi, o seu perfil (do general) não correspondia ao desejado pelo chefe do regime. Daí que o partido único, a União Nacional, que ao fim e ao cabo era só uma extensão de Salazar, não apoiasse a sua recandidatura, promovendo, antes, a do submisso, “a bem da Nação”, Américo Tomás.

A FAP teve como antecessoras a Escola de Aeronáutica Militar, que assegurava serviços de aviação, compreendendo uma secção militar e funcionando ainda como estação aérea, e a Escola de Aviação Naval. Seguiu-se, em 1937, uma reorganização da arma aeronáutica, passando a existir um comando-geral. É depois que surge a FAP.

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Completam-se hoje 44 anos (1961), foi num SB: nasceu Diana, princesa de Gales. Em Portugal decorria o primeiro mandato do almirante Américo Tomás (o 1º de 3, de 7 anos cada, o último “interrompido” pelo 25 de Abril. Pontífice romano era João XXIII (261º).

Filha do oitavo conde Spencer, casou-se com o príncipe Carlos, filho de Isabel II, na catedral de São Paulo, em Londres, em 1981, sendo a primeira noiva inglesa de um herdeiro real inglês desde 1659. Diana era descendente dos reis Carlos II e James II, únicos soberanos de quem o príncipe Carlos não descende. Teve dois filhos, William e Henry, antes da sua separação de Carlos, em 1992. A decisão de Carlos e Diana de se separarem foi anunciada pelo primeiro-ministro John Major em Dezembro de 1992. A Igreja de Inglaterra fez uma declaração dizendo que a separação não impediria Carlos de chefiar a Igreja. O divórcio aconteceu em 1996. A princesa de Gales dedicou-se então activamente a iniciativas de caridade e a causas sociais e humanitárias, como o combate às minas antipessoais, efectuando inúmeras viagens.

Em 1997, enquanto procuravam fugir a um grupo de paparazzi, Diana e o egípcio Dodi Al Fayed, com quem a princesa mantinha um caso, foram vítimas de um acidente de viação mortal num túnel de Paris.

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Completam-se hoje 24 anos (1981), foi numa QA: morreu o escritor Carlos de Oliveira. Era PR o general Ramalho Eanes (2º mandato). Pontificava em Roma João Paulo II (264º).
O escritor português
Carlos Alberto Serra de Oliveira nasceu em Belém do Pará (Brasil), em 1921. Formou-se em ciências histórico-filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Foi um dos grandes responsáveis pelo movimento neo-realista.

Distinguiu-se como colaborador das revistas Altitude, Seara Nova e Vértice, tendo sido director desta última. Atingiu reconhecimento público na área da poesia e da ficção, tendo-se estreado com Turismo (1942), uma colectânea de poemas, e com o romance Casa na Duna (1943). Posteriormente, publicou Mãe Pobre (1945), Colheita Perdida (1948), Descida aos Infernos (1949), Micropaisagem (1969), entre outras obras da sua produção poética, que viria a ser compilada em Trabalho Poético (1977-1978). No romance, destacam-se Alcateia (1944), Pequenos Burgueses (1948), Uma Abelha na Chuva (1953, adaptado ao cinema por Fernando Lopes, no filme com o mesmo título) e Finisterra (1978). Publicou também um livro de crónicas intitulado O Aprendiz de Feiticeiro (1971). (BU)

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Foi há 22 anos (1983), era uma SX: extinção do Conservatório Nacional, sendo criadas, em sua substituição, a Escola de Música e a Escola de Dança, em Lisboa, e a Escola Superior de Música, no Porto. Era, nessa altura, PR o general Ramalho Eanes. Prosseguia o pontificado de João Paulo II.
Primeiro fundou-se o
Conservatório de Música de Lisboa, entidade que ministrava o ensino da música em todas as suas vertentes. Foi fundado em 1835 com carácter oficial e instalado na Casa Pia, sob a direcção de João Domingos Bontempo. Em 1836 foi-lhe agregada, por Almeida Garrett, a designação de Conservatório Geral de Arte Dramática, da qual Garrett ficou superintendente, mantendo-se Bontempo à frente da parte musical. O ensino ficou tripartido entre a música, o bailado e o teatro. Esta alteração levou à mudança do Conservatório de Música de Lisboa para o convento dos Caetanos, onde ainda se encontra. Sofreu reformas em 1841, quando o seu nome foi alterado para Conservatório Real de Lisboa.

Depois passou a existir a Escola de Música do Conservatório Nacional.

Esta escola é membro da European League of Institutes of the Arts (ELIA), o que tem favorecido a prática de intercâmbios e o estabelecimento de protocolos de cooperação com outras instituições pedagógicas no país e no estrangeiro.

Por fim a alteração que hoje se comemora.

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Foi há 14 anos (1991), era uma SG: o Pacto de Varsóvia, o último vestígio da guerra-fria, é formalmente dissolvido. Em Portugal era então PR o Dr Mário Soares, no seu segundo mandato. Pontificava João Paulo II.
O Pacto de Varsóvia ou Pacto de Assistência Mútua da Europa de Leste era uma aliança militar existente entre 1955 e 1991 entre a URSS e os países comunistas da Europa de Leste. Foi estabelecida, a 14 de Maio de 1955, como resposta à entrada da Alemanha Ocidental na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). Originalmente, esta tinha como Estados-membros a URSS, a Albânia, a Bulgária, a Checoslováquia, a República Democrática da Alemanha, a Hungria, a Polónia e a Roménia. Os seus princípios eram idênticos aos da NATO, uma vez que ambos os tratados correspondiam a um fenómeno político semelhante, reproduzindo o Pacto de Varsóvia quase textualmente as disposições do Pacto do Atlântico.

Apesar das suas estruturas e acordos militares terem sido desmantelados no início de 1991, esta continuou a existir como organização política até a aliança ter sido oficialmente dissolvida a 1 de Julho, numa reunião dos Estados-membros realizada em Praga. Os esforços subsequentes envidados pela ex-URSS no sentido de convencer os países que tinham saído da sua esfera de influência a assinarem

acordos, renunciando a alianças e bases militares, foram rejeitadas pela Bulgária, Checoslováquia, Hungria e Polónia, embora esse «acordo modelo» tivesse sido assinado pela Roménia em Abril de 1991.

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Foi há 11 anos (1994), era uma SX: Yasser Arafat regressa à Palestina, após 27 anos de exílio. Em Portugal era PR o Dr Mário Soares (2º mandato). João Paulo II (264º).

Yasser Arafat, aliás, Abdel-Raham Abdel-Raouf Arafat al-Qudwa al-Husseini (1929-2004) foi um político nacionalista palestiniano nascido no Cairo. Na adolescência, nos anos 40, Arafat envolveu-se na causa palestiniana. Antes da derrota dos árabes às mãos de Israel em 1948, Arafat era um dos líderes do grupo que tentava fazer entrar armamento ilegal em Israel. Formou-se em Engenharia Civil, pela Universidade do Cairo, em 1956. Enquanto estudava, aderiu à Irmandade Muçulmana e foi presidente da União do Estudantes Palestinianos. Mudou-se, depois, para o Kuwait, onde trabalhou como engenheiro.

Arafat foi co-fundador da Al-Fatah em 1957 e presidente da OLP, Organização de Libertação da Palestina, desde 1969 até à sua morte, em 2004. A OLP foi criada em 1964, apoiada por Estados árabes como a Síria, o Líbano, o Egipto e a Jordânia, com o objectivo de representar os cerca de 4,5 milhões de palestinianos, isto é, os árabes que viviam naquela que era a Palestina antes da criação, em 1948, do Estado de Israel naquele território.

Em 1967, Israel venceu os Estados árabes na Guerra dos Seis Dias, ficando a controlar as maiores regiões históricas da Palestina: a Faixa de Gaza e a Margem Ocidental. Os primeiros anos de Arafat como presidente da OLP foram marcados por violência. Em 1970, o rei Hussein da Jordânia, desentendido com a OLP, ordenou que o seu exército atacasse os campos da guerrilha palestiniana ao longo da fronteira entre a Jordânia e Israel, matando muitos palestinianos. Este conflito foi denominado «Setembro Negro».

Arafat começou a dirigir a OLP no sentido diplomático e político em vez de terrorista e militar. Depois da Guerra de Yom Kippur, em Outubro de 1973, durante a qual o Egipto e a Síria tentaram conquistar território a Israel, os EUA intervieram, iniciando conversações. Em Novembro de 1974, apoiado pelos Estados árabes, Arafat tornou-se o primeiro representante de uma organização não governamental a falar na sessão plenária da Assembleia Geral da ONU.

Em 1978, o primeiro-ministro israelita, Menachem Begin, o Presidente dos EUA, Jimmy Carter, e Arafat assinaram os acordos de Camp David. O documento apelava para a autonomia palestiniana na Margem Ocidental e Gaza, o que nunca chegou a acontecer. Arafat e a OLP estavam contra o documento, pois acreditavam que a «autonomia» transformar-se-ia em controlo israelita contínuo e o que Arafat pretendia realmente era um Estado palestiniano independente.

Na década de setenta, as actividades de Arafat no sentido de conseguir obter uma pátria independente para os palestinianos fizeram dele uma figura proeminente da política mundial, mas, nos anos oitenta, o crescimento de facções no interior da OLP reduziu efectivamente o seu poder. Foi obrigado a sair do Líbano em 1983, mas continuou como líder da OLP, e, em 1990, persuadiu esta organização a reconhecer formalmente o Estado de Israel.

Nos anos oitenta, o poder de Arafat enfraqueceu, pois surgiram diferentes facções a dividirem a OLP.

Em 1989, Arafat foi eleito presidente de um hipotético Estado palestiniano pelo Conselho Nacional Palestiniano. O seu apoio a Saddam Hussein após a invasão do Kuwait pelo Iraque em 1990 enfraqueceu o seu prestígio internacional. No entanto, desempenhou posteriormente um papel importante nas negociações para a paz no Médio Oriente. Em Setembro de 1993, assinou com Israel, em Oslo, um histórico acordo de paz e de reconhecimento mútuo, nos termos do qual a Faixa de Gaza e Jericó passavam a estar sob o controlo da OLP. Em Julho de 1994, regressou aos ex-territórios ocupados como chefe de um Estado palestiniano embrionário. Nesse ano, foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Paz , juntamente com o presidente e o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, respectivamente, Yitzhak Rabin e Shimon Peres.

Em Janeiro de 1996, Arafat foi eleito presidente, com 88,1% dos votos, nas primeiras eleições dos territórios autónomos, ficando a governar a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Em Janeiro de 1997, Arafat e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, assinaram um acordo de paz, que previa a retirada das tropas de Israel da cidade de Hebron, na Margem Ocidental. Este acordo nunca foi aplicado, devido a um clima de desconfiança mútua. Em 1998, Arafat aceitou um plano apadrinhado pelos EUA no sentido de integrar cerca de 13% da Margem Ocidental no território palestiniano, mas, foi recusado por Benjamin Netanyahu. Nesse ano, as Nações Unidas votaram um reconhecimento mais alargado da delegação palestiniana na organização e a comunidade internacional apoiou, mais consistentemente, a luta de Arafat para declarar um Estado palestiniano independente em 1999.

Durante o ano de 1998, Arafat enfrentou os protestos da linha dura palestiniana, que o acusaram de «fraqueza política» na condução das negociações com Benjamin Netanyahu. Este, por sua vez, acusou Arafat de ser incapaz de controlar as organizações terroristas árabes. Em Julho, Arafat e o primeiro ministro israelita encontraram-se em Washington, numa cimeira que indiciou avanços importantes no processo de paz. Benjamin Netanyahu aceitou um acordo de princípio, no sentido de entregar os 13% do território da Margem Ocidental à Autoridade Palestiniana reivindicados por Arafat.

O ano de 2000 ficou marcado por várias reuniões entre Arafat e Barak, primeiro-ministro de Israel, em que as propostas feitas por este foram recusadas, nomeadamente aquela que oferecia ao líder palestiniano 90 por cento dos territórios da Cisjordânia que estão na posse de Israel, caso Arafat renunciasse a Jerusalém.

Em Agosto, Arafat fez um périplo por vários países árabes e europeus no sentido de obter apoios para a sua causa e estava decidido a proclamar a independência do Estado palestiniano a 13 de Setembro, porém, tal não chegou a concretizar-se. Em finais de Setembro, rebentou novo conflito armado e mais uma vez Arafat viu o seu sonho adiar-se.

Em 2001, o assassínio do ministro israelita do Turismo, Rehavam Zeevi — acto de vingança da FPLP, segunda maior facção da OLP, pela morte do seu líder, Ali Abu Mustafa, ordenada por Ariel Sharon — levou o exército israelita a colocar Arafat numa espécie de detenção domiciliária. Em Dezembro, depois de três atentados suicidas, Israel destruiu os três helicópteros de Arafat na cidade de Gaza, impossibilitando-o de viajar e confinando-o a Ramallah. Arafat aprovou as sentenças contra quatro homens acusados da morte do ministro do Turismo israelita. A política de isolamento de Arafat chegou ao fim, em Maio de 2002, quando Israel o libertou, após cinco meses de cerco.

Em Outubro de 2004, Yasser Arafat foi internado num hospital militar em Paris devido a uma infecção sanguínea. A morte de Yasser Arafat foi anunciada no dia 11 de Novembro de 2004. Depois de lhe ser prestada uma última homenagem na cidade do Cairo, a sua cidade-natal, o líder palestiniano foi enterrado na Muqata, o quartel-general em Ramallah onde Arafat passara os últimos três anos da sua vida por imposição israelita. (BU)

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Completam-se hoje 10 anos (1995), foi num SB: morreu, a dias de completar os 73 anos, o actor, autor e encenador Henrique Santana. Estava prestes a terminar o 2º mandato presidencial do Dr Mário Soares. Pontificava João Paulo II.

Henrique Santana, filho dum nome grande do teatro dos anos 30, 40, Vasco Santana, nasceu a 7 de Julho de 1922, em Lisboa. Era casado com a actriz e encenadora Maria Helena Matos (filha de outro nome grande do nosso teatro, a actriz Maria Matos). Estreou-se como autor aos 18 anos, tendo escrito numerosos originais de grande sucesso no teatro de comédia, como O Gato e Três em Lua de Mel. Traduziu igualmente muitas peças e adaptou ao cinema duas, da sua autoria, Aqui Há Fantasmas e O Costa de África. Em 1942, estreou-se como actor, na comédia O Rei do Lixo. Criou e dirigiu com Vasco Morgado a célebre companhia de Teatro Alegre, que durante 14 anos se apresentou em todo o país e no estrangeiro, divulgando nomes bem conhecidos do teatro e da televisão em Portugal. Foi um dos principais dinamizadores do teatro de revista, que ajudou a recuperar como tradição, encenando e dirigindo vários espectáculos no Teatro Maria Vitória, onde trabalhou mais de 20 anos. Henrique Santana foi um dos mais populares comediantes portugueses.

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Aconteceu há 8 anos (1997), foi numa TR: transferência da soberania do território de Hong Kong do Reino Unido para a China. Corria o 1º mandato presidencial do Dr Jorge Sampaio. João Paulo II era o romano pontífice.

É a concretização oficial, em cerimónia aparatosa, dessa transferência. (V/ “memória…” de ontem).

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Faz hoje um ano (2004), foi numa QI: morre o artista de cinema norte-americano Marlon Brando, em Los Angeles, aos 80 anos. Em Portugal decorre o 2º mandato presidencial do Dr Jorge Sampaio. Prosseguia o pontificado de João Paulo II.

Marlon Brando nasceu em 1924.

Actor norte-americano nascido em Omaha, no Nebraska. Filho de uma actriz amadora, cedo começou a desenvolver o gosto pela representação. O pai, descontente com o seu mau comportamento, colocou-o na Academia Militar do Minnesota, mas Brando foi expulso pouco tempo depois. Decidiu ir para Nova Iorque, onde se juntou às suas duas irmãs mais velhas, que estudavam representação e arte. Matriculou-se no Actor's Studio, onde o seu jeito natural para a representação fez com que uma das suas mentoras, Stella Adler, previsse que demoraria apenas um ano até Brando se tornar o "melhor jovem actor do teatro americano". Em 1944, fez a sua estreia na Broadway, numa discreta mas já aclamada aparição em I Remember Mama. Mas foi em 1947 que Brando despontou como um dos maiores actores da sua geração. Elia Kazan escolheu-o para interpretar a personagem de Stanley Kowalski na peça de Tennessee Williams, A Streetcar Named Desire/Um Eléctrico Chamado Desejo, papel que voltaria a desempenhar no filme com o mesmo nome e o mesmo realizador em 1951.

Depois do teatro, lançou-se no cinema. Com uma presença física poderosa, um discurso murmurado e uma aplicação rigorosa do Método nas suas interpretações, conquistou um lugar invejável no panorama cinematográfico, sendo reconhecido como um dos mais talentosos actores da sua geração. A década de 1950 foi uma época dourada para Marlon Brando, que protagonizou filmes como Desesperado, de Fred Zinnemann (1951), Viva Zapata, de Elia Kazan (1952), Julius Caesar/Júlio César, de Joseph Mankiewicz (1953), The Wild One/O Selvagem, de Laszlo Benedek (1954), On the Waterfront/Há Lodo no Cais, de Elia Kazan (1954), e Guys and Dolls/Eles e Elas, de Joseph Mankiewicz (1955), e recebeu o primeiro Óscar da sua carreira, pela sua interpretação em Há Lodo no Cais.

Da década de 60, recorda-se principalmente a sua participação em Mutiny on the Bounty/Revolta na Bounty, de Lewis Milestone (1962), embora alguns críticos da época já augurassem um fim próximo para a carreira de Brando.

O ano de 1972 voltou a levá-lo para a ribalta, com a sua impressionante interpretação de Don Corleone no filme de Francis Ford Coppola The Godfather/O Padrinho. A Academia de Hollywood voltou a reconhecer o seu talento e a agraciá-lo com mais um Óscar, mas Brando, com um conhecido desprezo pela indústria cinematográfica, enviou à cerimónia uma actriz índia para ser sua porta-voz. No mesmo ano, Bernardo Bertolucci escalou Brando para Last Tango in Paris/O Último Tango em Paris, um filme a rebentar de sensualidade em que Marlon Brando voltou a conhecer a liberdade da representação. O culminar dos momentos áureos de Marlon Brando no grande ecrã chegaria em 1979, novamente pela mão de Francis Ford Coppola, com o clássico de guerra Apocalypse Now. A figura de Brando careca, de corpo já desfigurado pelo excesso de peso, mas com a expressão singular que marcou toda a sua carreira, não mais saiu da memória de todos os que amam o cinema.

Marlon Brando ainda viria a participar em alguns filmes de relativo sucesso, como Don Juan DeMarco (1995) ou The Island of Dr. Moreau/A Ilha do Dr. Moreau (1996), mas a sua decadência física era já evidente. A década de 90 ficou também marcada pela tragédia familiar. Em 1990, o seu filho Christian matou o namorado da irmã, que acabou por se suicidar cinco anos depois. Brando passou anos da sua vida a despender fortunas para a defesa do filho.

Morreu numa época em que a gordura já tinha desfigurado totalmente a imagem que lhe dera fama nos anos 50. (BU)

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