terça-feira, julho 05, 2005

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


2005/2015 - Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
2005 - Ano Internacional do Microcrédito. Ano Internacional da Física (aprovado pela UNESCO)
Dia Nacional da Venezuela.
Dia Nacional de Cabo Verde.

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Completam-se hoje 562 anos (1443), que foi numa SX: morre o infante D. Fernando (Infante Santo). Reinava seu sobrinho D. Afonso V (12º) - filho de seu irmão, D. Duarte (11º) - que tomou o título de «rei de Portugal e dos Algarves de aquém e de além-mar em África». À frente dos destinos da Igreja estava Eugénio IV (207º).

Em 1387 D. João I tinha casado com a britânica D. Filipa de Lencastre. Tiveram D. João I e D. Filipa de Lencastre 8 filhos ("ínclita geração", "altos infantes" - nas expressões de Camões, nos Lusíadas).

"Os primeiros dois anos [após o casamento] foram estéreis; mas logo em 1390 a rainha começou, com uma pontualidade inglesa, a produzir o seu filho anual. (...) Em 1402, o pobre mártir de Tânger, o infante D. Fernando, Isaac efectivamente imolado por um Abraão terrível, (...). Foi o seu último filho. (...)". O oitavo (Oliveira Martins “Os Filhos de D. João I” – Guimarães Editores, Lisboa , pág. 15).

Acerca desse enlace e dos seus frutos escrevia, ainda, o mesmo autor na op. cit.: “Talvez (…) não seduzisse logo o temperamento expansivo e meridional de D. João I; mas por isso mesmo [a rainha] o dominou com o tempo, transmitindo aos filhos a sua gravidade e a sua virtude saxónicas, e produzindo a mais bela espécie de cruzamento." (9).

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Completam-se hoje 288 anos (1717), era uma SG: nasceu o infante D. Pedro, irmão de D. José, futuro D. Pedro III, por concessão de D. Maria I (26º), que com ele casou. D. José e D. Pedro eram filhos de D. João V e de D. Maria Ana de Áustria. Reinava D. João V (24º). A igreja romana era dirigida pelo papa Clemente XI (243º).

Curiosamente, pois, D. Pedro era irmão e genro do rei D. José. Como era filho e neto (por afinidade) de D. João V, por ter casado com a neta deste, D. Maria I.

Outra curiosidade: tivemos apenas duas rainhas reinantes, em toda a nossa monarquia: D. Maria I (26º), filha de D. José, e D. Maria II (30), filha de D. Pedro IV. E ambas concederam a seus maridos o título de reis consortes, autorizando-os a utilizarem, o primeiro, D. Pedro III (o terceiro dos Pedros, mas impropriamente, em bom rigor, já que não reinante) e o segundo, D. Fernando II (também um Fernando não reinante – já que só o primeiro o foi).

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Faz hoje (1721), foi num SB: foi recitado na Academia Real da História um elogio ao recém-eleito papa Inocêncio XIII(244º), feito por D. Francisco Xavier de Meneses, conde de Ericeira. Corria o reinado de D. João V (24º), o Magnânimo.

Inocêncio XIII, que o século conheceu como Miguel Ângelo de Conti, era romano, filho de Carlos II, duque de Poli. Foi papa durante menos de três anos, de 1721 a 1724. Foi feito bispo e cardeal por Clemente XI. Escolheu o seu nome de papa em memória de Inocêncio III, a cuja família pertencia. Quando ainda era arcebispo, foi núncio em Portugal, desde 1696. Elevado a cardeal em 1706, foi D. João V quem lhe impôs o barrete cardinalício (06.01.1707 - QI), continuando a desempenhar o seu cargo em Lisboa, até 24.10.1710 (SX), quando voltou a Roma. Aqui "foi Cardeal-Protector do Reino de Portugal, conservando este título mesmo depois de eleito papa. Pela ocasião da sua investidura pontifícia consagrou-o a Academia Real da História, num elogio feito pelo conde de Ericeira, D. Francisco Xavier de Meneses, e recitado no dia 05.07.1721", como acima se recorda.

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Foi há 177 anos (1828), era um SB: parte D. Maria (II), então com 9 anos feitos, do Brasil para Portugal, para vir casar com o tio, D. Miguel. Reinava, exactamente, o irrequieto e incorrigível antiliberal D. Miguel (29º). Em Roma pontificava Leão XII (252º).

D. Maria II nasceu, no Rio de Janeiro, a 04.04.1819. Acabou por não casar (como prometido estava) com o tio, Miguel – para sua felicidade. Aos 19.09.1834 é declarada a sua maioridade – tinha feito, em Abril 15, anos.

Entretanto, uns dias depois, a 24SET1834, morre D. Pedro IV, seu pai, com 36 anos (no Palácio de Queluz). Inicia-se, assim, o seu reinado.

Alguns meses volvidos, a 26JAN1835, perto de fazer os 16 anos, D. Maria II casa com o príncipe D. Augusto de Leuchtenberg, que morre passados poucos meses.

Viúva, aos 17 anos, casa, depois, com D. Fernando de Saxe Coburgo Gotha.

D. Maria enfrentou com serenidade as crises provocadas pelas facções políticas. Foi mãe de onze filhos, e “uma notável educadora”.

A soberana morre aos 15NOV1853, muito nova (com 34 anos) seguindo-se a regência de D. Fernando, durante a menoridade do filho, D. Pedro.

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Foi há (1833), era uma SX: almirante inglês Napier derrota a esquadra miguelista junto ao cabo de S. Vicente. Reinava D. Miguel (29º). Pontificava Gregório XVI (254º).

Mais uma batalha averbada na longa lista das lutas liberais do século XIX.

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Faz hoje 153 anos (1852), era uma SG: introdução do primeiro acto adicional à Carta Constitucional por setembristas e cartistas moderados contra a ditadura de Costa Cabral. Reinava D. Maria II (30º). Pontificava Pio IX (255º).

Carta Constitucional não é mais que uma Constituição outorgada por um rei, mas não votada pelas cortes ou pelo parlamento.

A Carta Constitucional de que ora falamos é a que foi outorgada em Portugal, aos 29 de Abril de 1826, por D. Pedro IV, que a redigira no Brasil para substituir a Constituição de 1822, ainda que nela inspirada.

A Carta deu azo a diferentes posições políticas que estiveram na origem dos conflitos da revolução de Setembro e na revolta dos marechais, opondo setembristas, em defesa da constituição de 1822, e cartistas, apoiantes da Carta Constitucional.

A Carta foi objecto de diversos actos adicionais — este, de 1852, o de 1885 e o 1898 — tendo-se mantido em vigor até 1910, data da proclamação da república.

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Completam-se hoje 116 anos (1889), que foi numa SX: nasceu Jean Cocteau, poeta, romancista, dramaturgo, artista e cineasta francês. Em Portugal decorria, ainda, o reinado de D. Luís (32º), que morreria em Setembro desse ano. Prosseguia o longo pontificado (de quase 25 anos) do papa Leão XIII (256º).
Tão multifacetada personagem, Jean Cocteau, foi
uma das principais figuras do modernismo europeu e trabalhou com Picasso, Diaghilev e Stravinsky.

Produziu muitos livros de poesia, espectáculos de ballet como Le Boeuf sur le Toit (1920), peças, por exemplo, Orphée/Orfeu (1926), e um maduro romance sobre a vida burguesa em França, Les Enfants Terribles (1929), que adaptou ao cinema em 1950.

Morreu em 1963. (BU).

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Completam-se nesta data 94 anos (1911), o que ocorreu numa QA: morreu D. Maria Pia de Sabóia, rainha de Portugal. Cumpria o seu mandato presidencial o nosso primeiro PR, Dr Manuel de Arriaga. O romano pontífice era o papa Pio X (257º).

D. Maria Pia de Sabóia nasceu em Turim, aos 16.10.1847, filha de Vítor Manuel, rei da Sicília e de Itália depois da unificação, e da arquiduquesa Maria Adelaide da Áustria. Casou com D. Luís (32º), o Popular, com 14 anos, em 27.09.1862.

A sua coragem e a sua forte personalidade estão bem patenteadas na frase que dirigiu ao marechal duque de Saldanha, aquando do golpe de 1870: “se eu fosse o rei, mandava-o fuzilar!”. Dizem que a cara do marechal se transformou num arco-íris.

D. Luís e D. Maria Pia tiveram 2 filhos: D. Carlos, que lhe sucederia, e D. Afonso, duque do Porto.

Depois do regicídio, que vitimou mortalmente seu filho, D. Carlos, e seu neto, o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe, enlouqueceu.

Morreu exilada no Piemonte, no castelo de Stupinigi, já deposto o seu neto, D. Manuel II, e implantada a República.

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Na mesma data nasceu, em Montboudif, o estadista francês Georges Pompidou.
Georges Jean Raymond Pompidou era o seu nome completo.

Político conservador, foi Conselheiro no gabinete do general De Gaulle (1944-46). Continuou em próxima colaboração com De Gaulle, ajudando-o a redigir a constituição da V República (1958-1959). Negociou acordos com os argelinos, em 1961, e, enquanto primeiro-ministro (1962-1968), com os estudantes na revolta de Maio de 1968. Foi responsável pela integração dos centristas no gaullismo, foi responsável pelo europeísmo francês que acabou com o veto à integração do Reino Unido na CEE, em Maio de 1971.

Foi eleito presidente após a demissão de De Gaule, ocupando o cargo entre 1969 e 1974. Um dos seus projectos enquanto Presidente foi o Centro Georges Pompidou, em Paris.

A partir de Março/Abril de 1969, a Europa entrou na era pós-gaullista, após a derrota do velho cabo-de-guerra no referendo sobre a regionalização e a reforma do Senado, ocorrido em Março desse ano.

Georges Pompidou, ao ter que enfrentar nas eleições presidenciais, em Junho seguinte, o democrata-cristão Alain Poher, antigo colaborador de Schuman, foi obrigado a várias cedências europeístas, para poder contar com o apoio de várias correntes pouco dadas ao sentido de risco do gaullismo.

Os atributos que De Gaulle dava à França, como que se elevaram à própria Europa que, para muitos, passou a ser entendida como a necessária terceira força, entre Moscovo e Washington. Surgiu assim um novo europeísmo, pós-atlantista, com grande vontade de tornar a Europa independente dos EUA e da URSS.

Ainda em 1969, Pompidou apontou a necessidade de uma cimeira, proposta que retomou na conferência de imprensa de Julho, onde desenvolveu os principais tópicos da nova política europeia da França: considerava como prioridade das respectivas preocupações não prolongar o período provisório do Mercado Comum, que expirava no final desse ano, e defendia o lançamento de novas políticas comuns, referindo os domínios técnicos e científicos, nomeadamente a energia, os transportes, o direito das sociedades e a política financeira e monetária. Não deixou de referir o alargamento, declarando que não tinha objecção de princípio à eventual adesão da Grã-Bretanha. (BU).

Morreu em 1974, com cerca de 63 anos.

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Completam-se hoje 73 anos (1932), era uma TR: Salazar toma posse do cargo de presidente do Conselho de Ministros. O general Carmona cumpria o seu 2º mandato presidencial. Pontificava Pio XI (259º).

Era a cereja sobre o bolo: a um partido único e um presidente vitalício vinha juntar-se um primeiro-ministro igualmente vitalício.

Às personagens, a essas, impôs-se o natural limite que a vida consente: a morte ou a manifesta incapacidade.

Carmona morreu em Abril de 1951 (estava no 4º mandato sucessivo, de sete anos cada).

Salazar, que gozava férias num forte em S. João do Estoril, caiu duma cadeira, cuja memória perdurará, queda de que resultaria a sua indisfarçável e cientificamente declarada incapacidade (física e intelectual) para a governação.

Em 26SET1968, consultado o Conselho de Estado, Américo Tomás, visivelmente impressionado e pesaroso, exonera o todo-poderoso Salazar de Presidente do Conselho e nomeia, como seu sucessor, Marcelo Caetano, que toma posse do cargo no dia imediato. Com o manifesto desagrado da direita mais radical.

Salazar, porém, foi sempre poupado à verdade da sua exoneração, por todos os que lhe estavam próximos. Ninguém ousava dizer-lhe a verdade, que ele também não suportaria. Morreu no dia 27.07.1970 certo de que ainda era o líder incontestado – e isso ainda era, para o regime – e seguro de ainda ter nas suas mãos as rédeas efectivas do poder – isso, já não, desde dois anos antes.

O regime, que se esforçou por perdurar para além da morte do chefe, foi-se corroendo e ruiu de podre.

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Completa hoje 50 anos (1955), aconteceu numa TR: nasceu na cidade da Beira, Moçambique, o jornalista e escritor moçambicano Mia Couto. Este era o tempo em que “Portugal ia do Minho a Timor”, passando, naturalmente por Moçambique. Chefiava esse Estado pluricontinental, então, mas por pouco tempo, o general Craveiro Lopes (que não seria tão manobrável quanto o regime e o seu chefe queriam – donde só ter cumprido esse mandato) e dominava esse império o ditador Salazar. Na igreja romana pontificava Pio XII (260º).

Mia Couto é o nome que António Emílio Leite Couto usa. Seu pai era o poeta portuense Fernando Couto.

Em 1972, Mia Couto fixou-se em Maputo (então, ainda Lourenço Marques) para seguir estudos de Medicina. Mas o movimento estudantil era demasiadamente forte, já havia facções de estudantes ligadas à Frelimo, pelo que Mia já se norteava pelas razões da causa. Viria a interromper o curso em 1974 e a dedicar-se a actividades jornalísticas. Em 1974 estava no jornal A Tribuna, tornando-se sucessivamente director de AIM (Agência Informativa de Moçambique), da revista Tempo e, até 1986, do Jornal de Notícias, que era o órgão oficioso. Em 1983, publicou um livro de poesia, Raiz de Orvalho. Reingressou na universidade em 1985, para concluir o curso de Biologia. Em 1986, publicou a sua segunda obra, um livro de contos intitulado Vozes Anoitecidas.

Entre 1987 e 1988, assinou semanalmente uma rubrica de crónicas no Jornal de Notícias, da qual resultou a publicação do livro Cronicando, que foi prémio anual da Crónica (1988). Na década de 1990, assinou um livro de «estórias», Cada Homem é uma Raça (1990), o seu primeiro romance, Terra Sonâmbula (1992), um livro de contos, Estórias Abensonhadas (1994), A Varanda de Frangipani (1996), obra que foi transposta para o teatro em 2000, Contos do Nascer da Terra (1997), Vinte e Cinco (1999), O Último Voo do Flamingo (2000) e Mar Me Quer, um livro «para entrar no céu», com ilustrações de João Nasi Pereira. Em 2001 saiu Na Berma de Nenhuma Estrada, e Outros Contos. Em 2002, o autor publicou Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra, dando conta do mosaico de culturas que é o seu país e das mudanças profundas que atravessam a sociedade moçambicana actual.

Foi membro da Frelimo e, actualmente, é apenas simpatizante da mesma.

“No seu trabalho literário dedica-se à descoberta e apropriação da lógica das novas estruturas mentais (muito para além dos vocábulos) de um contexto que tem a língua portuguesa como língua materna, adaptando-a às suas necessidades e, por conseguinte, revestindo-a de uma nova dinâmica. Deste seu esforço de apropriação de novas linguagens resultam diálogos inovadores, no sentido da representação simbólica coloquial. À intensidade com que dá conta dessa dinâmica linguística acresce uma rara sensibilidade de percepção de vivências da realidade moçambicana com o peso de todas as suas contrariedades”.

Em termos mais chãos, direi que do seu laboratório da palavra resultaram termos e expressões muito característicos da sua escrita, como (e apenas dois exemplos), as estórias “abensonhadas” e o barquinho que vai deslizando “devagarosamente”… Rico e inovador vocabulário de que já eram um prenúncio “vozes anoitecidas” e “cronicando”.

Tem várias obras traduzidas em espanhol, francês, inglês, italiano, alemão e sueco.

Foi o vencedor do Prémio Literário Vergílio Ferreira de 1999, atribuído pelo conjunto da sua obra. Em 2001, a obra O Último Voo do Flamingo foi distinguida com o Prémio Literário Mário António, instituído pela Fundação Gulbenkian.

As sua obras, em Portugal, até agora, têm sido publicadas pela Editora Caminho.

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Foi há 43 anos (1962), era uma QI: proclamação da independência da Argélia. Em Portugal cumpria o seu 1º de três mandatos sucessivos o submisso almirante Américo Tomás (não cumpriu todo o 3º mandato porque foi deposto em 25.04.1974). Aos destinos da Igreja presidia João XXIII (261º), a quem alguém chamou “o bom Papa João”.
A Argélia, todos sabemos, é um país do Sara Ocidental, localizado no norte de África, cuja capital é Argel. É um país marcadamente da zona de influência árabe e islâmica.

Não indo tão longe quanto a memória da Argélia pode abarcar, sempre recordarei que ela nasceu de uma dualidade entre duas forças políticas que existiram no passado, naquela região: Tunísia e Marrocos. E que, em mais recuados tempos, a partir do século IX a.C., a Argélia foi governada por Cartago.

Desembarcada em Argel, em 1830, uma armada francesa apoderou-se da cidade e em 1847 o norte passou a estar sob o controlo dos franceses. Vários departamentos argelinos tornaram-se parte integrante da França metropolitana em 1881.

No sul do país, apesar dos combates constantes das tribos nómadas, a presença francesa continuou até meados do século XX.

Depois de a Alemanha ter derrotado os franceses em 1940, durante a II Guerra Mundial, a Argélia passou para o controlo do governo de Vichy, pró-nazi, até ao desembarque dos Aliados, no norte de África, em 1942.

Pouco depois iniciou-se uma terrível luta pela independência em relação à França, entre 1954 e 1962, ano em que se realizou um referendo na Argélia e em França que levou ao reconhecimento da Argélia como uma república independente de partido único. Em 1962, o anti-colonialista Bem Bella foi escolhido para ocupar o cargo de primeiro-ministro e, no ano seguinte, tornou-se o primeiro presidente do país. Como reacção à eleição de Ben Bella, mais de meio milhão de franceses abandonaram a Argélia, ao mesmo tempo que cerca de outros tantos argelinos regressavam do exílio, encontrando um país fustigado pela guerra.

Bem Bella introduziu um plano de autogestão na agricultura e na indústria, mas o programa foi interrompido pelo coronel Houari Boumédienne, que depôs Ben Bella num golpe militar em 1965, suspendendo a Constituição e passando a governar através de um Conselho Revolucionário.

Boumedienne provocou uma expansão económica no sector do petróleo e do gás natural, como nunca antes a Argélia havia vivido. No sector agrícola, a situação foi diferente, e o país passou de exportador a importador de alimentos. Com a continuação da política anti-colonialista de Ben Bella, Argel tornou-se refúgio de centenas de revolucionários nacionalistas africanos.

Em 1976, a nova Constituição definiu a Argélia como um Estado islâmico, socialista e de partido único. Boumédienne morreu em 1978, tendo o poder sido transferido para Benjedid Chadli, secretário-geral da antiga FLN/Frente de Libertação Nacional. Durante a presidência de Chadli, as relações com a França e os EUA melhoraram, tendo havido algum progresso no sentido de uma maior cooperação com os estados vizinhos, como a Tunísia.

Em 1999, Abdelaziz Bouteflika, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Houari Boumedienne, foi eleito como sétimo presidente da Argélia.

A par da violência que tem marcado toda a história do país, a Argélia tenta organizar a sua economia, aumentando os investimentos no sector energético, nomeadamente na exploração do gás natural.

Em Abril de 2004, as eleições presidenciais voltaram a dar a vitória a Bouteflika, que teve como principal adversário o ex-primeiro-ministro Benflis.

Apesar de a situação económica no país continuar a ser preocupante, Bouteflika conseguiu ganhar a confiança do eleitorado, em parte graças ao seu programa de reconciliação conhecido como "concórdia civi" (Concorde Nationale), que já amnistiou vários antigos radicais islâmicos. (Excertos da BU).

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Foi há 40 anos (1965), era uma SG: Maria Callas, com 41 anos de idade, dá o seu último espectáculo, cantando a Tosca no Covent Garden, em Londres. Em Portugal prossegue o mandato presidencial do sorumbático e “fiel” Américo Tomás. Paulo VI (262º) era o pontífice reinante.
Maria Callas foi o n
ome adoptado por Maria Kalogeropoulos (1923-1977), Soprano lírica norte-americana, natural de Nova Iorque, filha de pais gregos. Nome mítico da história da música, muitas vezes referida como «La Diva», tinha uma voz de timbre firme e a sua dotação para a arte dramática permitiram-lhe atingir a excelência na interpretação de óperas como Norma (1954) e La Sonnambula, de Bellini (1957), La Bohème, Madame Butterfly (1955) e Tosca (1953) , de Puccini, La Traviata e Aída, de Verdi, Médée, de Charpentier e Lucia di Lamermoor (1959).

Actuou em Portugal em 1958, no Teatro Nacional de São Carlos, dando duas récitas da ópera La Traviata, de Verdi. Ao seu lado, estreou-se no Teatro Nacional de São Carlos, cantando nesta mesma ópera, o tenor espanhol Alfredo Kraus. (BU)

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Foi há 38 anos (1967), era uma QA: Israel anexa a Faixa de Gaza. Em Portugal ainda era PR esse paladino da liberdade, de palavra fácil e discurso empolgante, Américo Tomás.

Pontificava em Roma o papa Paulo VI (262º).

Território na costa litoral do mar Mediterrâneo, com 8 m de largura, até à fronteira com o Egipto, no Médio Oriente.

Actualmente está sob administração da Autoridade Palestiniana. A faixa de Gaza cobre 363 km2 de superfície, com cerca de 1 324 991 habitantes (2004). A sua capital é Gaza. Até à criação do estado de Israel, a faixa de Gaza pertenceu ao domínio britânico da Palestina, em 1948 a sua administração foi transferida para o Egipto. Em 1956, foi invadida por Israel. Os conflitos entre os israelitas e os árabes palestinianos desencadearam a revolta de 1988, conhecida como a Intifada.

Intifada é o nome que se dá à insurreição palestiniana. Representa também o nome atribuído ao Exército de Libertação da Palestina, um grupo organizado de palestinianos, adultos e adolescentes, activo entre 1987-1993, que levou a cabo ataques a tropas israelitas nos territórios ocupados da Palestina.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas emitiu uma declaração de condenação de Israel, em Abril de 1992, acusando agravamento da situação na Faixa de Gaza. Em 1993 foi assinado um acordo preliminar com Israel, que definia os princípios de autonomia provisória da palestiniana na Faixa de Gaza, que entrou em vigor dois anos mais tarde.

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Aconteceu há 36 anos (1969), foi num SB: os Rolling Stones dão um concerto com entrada livre no Hyde Park, em Londres, dois dias após a morte do seu guitarrista Brian Jones, ao qual assistiram cerca de 250 000 pessoas. Em Portugal era ainda Américo Tomás o PR. Salazar já fora dado como incapaz e substituído por Marcelo Caetano, no ano anterior. Vivia-se a dita “primavera marcelista”. Primavera de características bem outonais, se não mesmo invernosas. Em Roma prosseguia o pontificado de Paulo VI.

Rolling Stones, banda britânica formada em 1962; os seus elementos eram considerados como os «mauzões» do rock. A banda inicial era formada por Mick Jagger (1943-), Keith Richards (1943-), Brian Jones (1942-1969), Bill Wyman (1936-), Charlie Watts (1941-) e pelo pianista Ian Stewart (1938-1985). Uma verdadeira instituição do rock-and-roll, os Rolling Stones chegaram aos anos 90 em plena actividade.

Com os Rolling Stones, Mick Jagger tornou-se uma megastar e um mito vivo. No início de 1962, os Rolling Stones apenas reproduziam os padrões do blues. Contudo, a partir de 1965, Mick e Keith compuseram Satisfaction, que se tornou um clássico de êxito mundial.

Com Satisfaction e Get Off My Cloud, os Rolling Stones subiram nas tabelas de vendas e os fãs idolatravam-nos. Brian Jones, excêntrico, multi-instrumentista era a personalidade guia do grupo. Mas, Mick Jagger aperfeiçoou as suas encenações em palco e escrevia as canções, tornando-se, então o líder do grupo. Seguiram-se outros êxitos: Paint It Black e, sobretudo, grandes textos escritos por Mick: Street Fighting Man e Sympathy For The Devil. (BU)

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Completam-se hoje 30 anos (1975), era um SB: a Assembleia Constituinte de Cabo Verde declara a independência do arquipélago. O general Costa Gomes - mandatado pela JSN (Junta de Salvação Nacional), órgão máximo da estrutura intercalar do poder entre o 25 de Abril e a legalização do regime, na sequência da renúncia a tal cargo pelo general Spínola, dois dias depois do fracasso que foi uma manifestação da direita radical, (“maioria silenciosa”), com a qual se conluiara – era o PR. No Vaticano ainda pontificava Paulo VI.

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Foi há 26 anos (1979), era uma QI: o PSD, o CDS e o PPM criam a Aliança Democrática (AD). O general Ramalho Eanes cumpria o seu primeiro mandato presidencial. Na cadeira de Pedro, em Roma, estava, desde o ano anterior, João Paulo II (264º).

A AD era a coligação que constituiria o VI Governo Constitucional, empossado a 03.01.1980, presidido por Francisco Sá Carneiro (líder do PSD). Este executivo resulta da vitória da AD nas legislativas intercalares de 02.12.79. A AD volta a ganhar as legislativas de OUT 80, agora por maioria absoluta. Durante a campanha das presidenciais, que se realizaram a 07.12.80, a AD sofre um duro revés: a 04.12, dias antes das eleições, Sá Carneiro e Amaro da Costa, dois dos seus destacados elementos, morrem num acidente aéreo, logo ao descolar do aeroporto da Portela, caindo a pequena aeronave em que seguiam com destino ao Porto, em campanha, em Camarate. Aos 07.12 desse ano de 1980, não obstante o aproveitamento que foi feito do trágico acidente, o general Ramalho Eanes é reeleito, vencendo o seu opositor proposto pela AD, o general Soares Carneiro.

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Foi há 22 anos (1983), era uma TR: violento incêndio destrói uma das torres da sé catedral de Angra de Heroísmo, na Ilha Terceira, Açores. Prosseguia o segundo mandato presidencial de Ramalho Eanes. Continuava o pontificado de João Paulo II.
Além da torre ruiu igualmente todo o frontispício; o templo data do século XV.

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Foi há 10 anos (1995), era uma QA: relatório anual da Amnistia Internacional inclui casos de violência policial em Portugal. Mário Soares entrara no último ano do seu segundo mandato presidencial. Prosseguia o longo pontificado de João Paulo II.

O restabelecimento da democracia já ocorrera há vinte e um anos. Mas os sinais preocupantes de uma democracia algo frágil ainda se iam verificando.

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1 comentário:

Anónimo disse...

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