quinta-feira, novembro 09, 2006

O ACELERADO SR MANUEL


O sr Manuel tem andado numa azáfama extraordinária. E a verdade é que os media lhe têm dado, diariamente, um “tempo de antena” que levanta naturais suspeitas.

Afinal qual é a dimensão ou a importância (no contexto nacional) do sr Manuel ou do seu pequeno clube?

O que fez de importante o sr Manuel, para o país?

Não me dei conta de nada. A menos que tenha sido importante e grata tarefa a de acabar com a única direita civilizada que ia restando neste nosso recanto do planeta: o CDS – onde ainda se iam ouvindo algumas sensatas vozes de algumas respeitáveis figuras de políticos sérios, como Adriano Moreira e Freitas do Amaral...

Pretendeu o sr Manuel substituir aquele partido por um pp (partido populista), ultra liberal, mais de acordo com os “neocons”. Mas veio um outro pp – pássaro (mais) pimpão que tomou conta do poleiro (até porque se diz ter um lobby poderosíssimo a apoiá-lo).

Com esta tropa, é isso: só uma questão de poleiro. Por mais efémero e insignificante que seja.

Vai daí, o sr Monteiro, sedento de “servir” o seu país, fundou, com meia dúzia de almas “sequiosas” como a sua, o PND. Que é a sigla virtual de várias e curiosas expressões (partido não democrata; partido da nova ditadura; partido dos novos desenrascados; potenciais novos ditadores; pequeno núcleo desprezível, etc...). Mas o sr Manuel, no seu bom humor (negro), pretende que signifique – imagime-se só – partido da nova democracia...

Claro que estão a ver o que é uma “nova democracia” para os “neocons”... Ora não estão?

Alguém, mais realista, dessa pequena “família” sugeriu que o clube (perdão: o partido) se dissolvesse. Ficámos, entretanto, a saber o que a grande maioria (todos?) nem suspeitava: “PND continua porque faz falta a Portugal”! Tal a ânsia do sr Monteiro em salvar “Portugal”!

O sr Monteiro fala dos “cerca de mil” militantes do seu pequeno grémio – referência de tal maneira vaga que deixa em suspenso a bem provável hipótese de não incluir mais que um reduzido número de famílias e alguns dos seus amigos. Incluindo Jorge Ferreira.

"Não existe direita em Portugal” diz no “seu” “congresso” (?) o sr Manuel. Para logo depois se desdizer, afirmando que o seu “é o único partido da direita em Portugal”. "A verdadeira e única direita portuguesa, patriótica e soberana", esclarece melhor (mais demagogicamente, quere-se dizer), até porque esse “congresso” (?) é o "momento da clarificação".

Só por nossa única e exclusiva culpa poderemos queixar-nos de pouca clareza, porque “eles” são bem claros e explícitos... (É a velha questão: a aparente falta de univocidade de certas expressões: democracia, patriotismo, soberania... Melhor dito: o seu mau emprego)

Ainda a propósito deste encontro de amigos num hotel: de quando em quando, há pessoas que têm um rasgo de inspiração momentânea que deixa um rasto de seriedade e de sensatez.

Mas às vezes isto é só aparência. Como desta vez: o sr Monteiro, que à viva força quer ser o único líder da direita pátria, ao afirmar que o seu clube “é o único partido da direita em Portugal”, fê-lo demarcando-se de “posturas racistas e xenófobas”. Ou seja, distanciando-se dos seus congéneres “puristas” europeus.

Por profunda e filosófica convicção?

Lá agora! (A “família” política europeia deserdava-o e renegava-o).

Por pura conveniência e estratégia: “Não nos podemos esquecer de que Portugal é um país de emigrantes. Não posso defender para os estrangeiros em Portugal uma coisa diferente do que defendo para os portugueses no estrangeiro” - explicou.

A política, na visão estratégica de alguns, não é uma linha recta, é antes uma linha bem ziguezagueante.

Política e político edificantes, as deste grupelho e seu “persistente” “líder”.

Houve tempo em que a política era uma coisa séria. Só para gente igualmente séria e madura...

Hoje é, para alguns, um puro jogo. De poder. De influências. De projecção pessoal.

De rendibilidade garantida e lucros “fáceis”.

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2 comentários:

Anónimo disse...

Tentemos imaginar um jogo de lucros fáceis:
O sr.Monteiro,associado ao PSL+fiel Delgado,ao sr.Menezes+tropa instalada na câmara de Gaia,ao AJJ em dia de Carnaval.
Desisto Não dá.O sr.Monteiro continuava fora de jogo.

Jorge P. Guedes disse...

Meu caro José Luís,
Gostei, como habitualmente acontece, deste e de outros artigos.

Quanto ao Sr.Manuel ou Sr.Monteiro, ou um quaquer desses polítiqueiros de aviário que por aí esvoaçam às vezes, só tenho a dizer-lhe que estou farto deles até à medula!
Que tal se experimentassem arranjar um emprego em que pudessem ser úteis à sociedade?

Com sua licença, amigo, vão para o raio que os parta, mas TODOS...TODOS ELES!
Um abraço

Jorge G

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