domingo, março 19, 2006

O DISCURSO PRESIDENCIAL


Acerca do discurso presidencial de Cavaco escrevia, há dias, Vital Moreira (VM): “programa claramente "centrista", incluindo algumas preocupações alinhadas com valores tradicionais da esquerda, como a "melhoria da justiça social, o combate à exclusão, o apoio aos mais desfavorecidos da nossa sociedade", isto para não mencionar a declaração de que a culpa da baixa produtividade da economia nacional "não cabe aos trabalhadores", como quer o preconceito conservador tradicional”.

Ou seja: VM “teve de” (as circunstâncias obrigaram) martelar nas «preocupações alinhadas com valores tradicionais da esquerda» ("melhoria da justiça social, o combate à exclusão, o apoio aos mais desfavorecidos da nossa sociedade") – realidade sempre claramente vista mas nunca assumida (lá agora…) pela direita empáfia, arrogante e autoritária.

Mas mais: o Prof

(Cavaco,

é necessário neste caso especificar,

porque falar-se de Prof, só, tout court – ou por antonomásia: o Prof –

é falar-se de – a nível rasteirinho – Marcelo;

a nível mais etéreo e com muito maior abrangência, em Nuno Rogeiro).

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(não há dúvida que as conversas são como as cerejas…

Curiosamente, com algumas pessoas passa-se uma coisa

de extraordinária raridade:

tantos Marcelo (bastantes), tantos Nuno (mais), tantos Luís (muitíssimo mais) que há…

No entanto,

se dissermos, só, Marcelo, logo atinamos com Marcelo Rebelo de Sousa.

Se referirmos, apenas, Nuno, logo nos ocorre Nuno Rogeiro;

se falarmos, desprevenida e simplesmente, em Luís,

de imediato todos se vergam ao imponderável e subtil peso de um Luís Delgado. É obra!)

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Voltando ao sério: Cavaco – sublinha VM – teve a ousadia de afirmar que a culpa da baixa produtividade da economia nacional "não cabe aos trabalhadores".

(Todos pusemos a mão à frente da boca, aberta de pasmo,

olhando para um e outro lado, incrédulos.

Eu acho que VM leu ou ouviu mal.

Resta essa esperança.

O Prof Cavaco, quando muito,

e então por manifesto lapsus linguae,

terá insinuado, apenas,

uma coisa dessas, tão inadmissível…

E coisa que,

num mais profundo contexto,

tem de ser erradicada,

tem de ser completamente esclarecida e corrigida para o inverso.

Só pode ser).

Depois VM prossegue, designadamente quanto ao problema da completa confusão que atrapalha o nosso Presidente, quanto às funções presidenciais.

Mas isso é questão para ver com o colunista-constitucionalista, no seu artigo de Terça, 14MAR06, no Público.

Matéria de que já aqui se falou, e que ficará para próximas núpcias.

(Só há uma coisa que me deixa meio angustiado: quem irá puxar as orelhas ao nosso Presidente por tal guinada à esquerda?

Talvez lhe perdoem. Afinal todos têm direito a enganar-se…)

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