domingo, março 19, 2006

MISSA DOMINICAL


O Domingo é dia de missa.

E vou à do Público.

Antes de mais, as leituras. Podiam ser excertos do Deuteronómio ou do Livro do Êxodo; uma carta de São Paulo aos Coríntios ou aos colossenses. Mas não: opto, antes, pelo Retrato da Semana, segundo António Barreto, pelos Palcos de Discórdia, de Mário Mesquita, e pel’ A Casa Encantada, de Bénard da Costa.

Depois o momento maior: a homilia de Frei Bento Domingues.

Quase sempre me surpreende pela profundidade do seu pensamento mas que ele exprime com tão impressionante e meridiana lhanesa.

Figura respeitada por crentes e não crentes, descodifica “a mensagem” e empresta-lhe o seu particular cunho de sentido de humanidade, com a lucidez de quem conhece o mundo e contacta a realidade.

Há tempos, a propósito de Pessoa que afirmou não haver ninguém melhor do que Jesus Cristo, o dominicano dispara:

O Espírito de Deus actua em todos os tempos e lugares, em todo os povos e culturas, no íntimo da consciência de todas as pessoas. Mas não se impõe. A sua regra é a liberdade. A gratuidade do amor pode ser recusada ou acolhida.

Não é homem que vire as costas à inteligência, antes a sabe usar com coragem (ousadia, dizem uns; parcimónia, lamentam-se outros).

Havemos de voltar a Frei Bento Domingues.

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