domingo, março 19, 2006

MEMÓRIA DO TEMPO QUE PASSA


Este é o espaço em que,

habitualmente,

faço algumas incursões pelo mundo da História.

Recordo factos, revejo acontecimentos,

visito ou revisito lugares,

encontro ou reencontro personalidades.

Datas que são de boa recordação, umas;

outras, de má memória.

Mas é de todos estes eventos e personagens que a História é feita.

Aqui,

as datas são o pretexto para este mergulho no passado.

Que, por vezes,

ajudam a melhor entender o presente

e a prevenir o futuro.

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Respondendo a uma interrogação,

continuo a dar relevo ao papado.

Pela importância que sempre teve para o nosso mundo ocidental.

Sobretudo, mas não só, nos últimos séculos.

Os papas sempre foram,

para muitos, figuras de referência,

e para a generalidade, figuras de relevo;

por vezes, e em diversas épocas, de decisiva importância.

Alguns

(vários)

não pelas melhores razões.

Mas foram.

DE ACORDO COM O CALENDÁRIO DA ONU:

1997/2006 - Década Internacional para a Erradicação da Pobreza.

2001/2010 - Década para Redução Gradual da Malária nos Países em Desenvolvimento, especialmente na África.

2001/2010 - Segunda Década Internacional para a Erradicação do Colonialismo.

2001/2010 - Década Internacional para a Cultura da Paz e não Violência para com as Crianças do Mundo.

2003/2012 - Década da Alfabetização: Educação para Todos.

2005/2014 - Década das Nações Unidas para a Educação do Desenvolvimento Sustentável.

2005/2015 - Década Internacional "Água para a Vida".

2006 Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.

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Estão decorridos 2727 anos (foi em 721 a.C.): consta ser desta data o primeiro registo de um eclipse solar, observado na Babilónia.

Um óptimo pretexto para revisitarmos uma época já bem antiga da História.

Estávamos, já, em plena História. Mais exactamente na História da Antiguidade. Ou na Idade Antiga. Ou ainda na Antiguidade

Antiguidade

o período que se estendeu

desde a invenção da escrita (cerca de 4000 a 3500 a.C.)

até à

queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.)

e início da Idade Média (século V).

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Florescia, desde antes de 3100 a.C., o antigo Egipto, uma das Civilizações de Regadio (ou Civilizações Hidráulicas)

Civilizações de Regadio

todas aquelas que se desenvolveram às margens de grandes rios.

Destaque para o Egipto, "dádiva do Nilo"

e para os povos da Mesopotâmia,

que floresceram entre o Rio Tigre e o Rio Eufrates.

Os Chineses (Rio Amarelo e Rio Azul)

e os Indianos (Rio Ganges e Rio Indo)

também fazem parte deste grupo.

Das Civilizações Clássicas

Grécia,

numa das suas múltiplas fases, já florescia

e Roma,

que iria rumar da monarquia ao Império, passando pela República,

já fora fundada, por Rómulo e Remo – conforme a lenda – em 753 a.C.

Dos Persas (primeiros a constituir um grande império), ainda Ciro, o Grande, não tinha fundado o Império Persa (o que só aconteceria em 648 a.C.)

Quanto aos Hebreus, a sua civilização (primeira monoteísta), já existia, havia séculos. Veja-se:

“O que sabemos sobre o povo Hebreu deve-se sobretudo às informações da Bíblia, principalmente do Antigo testamento; mas pesquisas arqueológicas e obras de historiadores judeus muito têm esclarecido os estudos sobre os Hebreus.

Segundo o livro Génesis do Antigo testamento, Taré, juntamente com sua família, abandonou a cidade de Ur, na Mesopotâmia, e desceu em direcção ao sul, pelas margens do Eufrates. Taré era membro de uma tribo semita, grupo étnico descendente de Sem (filho do lendário Noé, do Dilúvio). Hoje, os semitas compreendem dois importantes povos: os Hebreus (judeus) e os árabes. Com a morte de Taré, a liderança dessa tribo nómada ficou com Abraão, que, segundo a tradição, recebeu inspirações divinas para ir com seu povo até Canaã (região da Palestina), a Terra prometida.

O povo Hebreu, também conhecido por judeus ou israelitas, é o povo da Antiguidade que possui o maior e mais fiel número de registros históricos, sendo a Bíblia Sagrada sua fonte de informações mais precisa, e auxiliadora no encontro de vários achados arqueológicos. O princípio deste povo esta em Sem, pai dos povos Semitas. Conforme a Bíblia, Sem (filho de Noé) teve por filhos: Elam, origem dos islamitas, Assur, origem dos assírios, Arfaxade, origem dos caldeus, Lude e Arã. Arfaxade gerou a Heber, origem da nomenclatura "hebreu" e também seu fundador, da descendência de Heber veio Tera, pai de Abraão, que nasceu na cidade de Ur dos caldeus.

Inicialmente os hebreus viviam na Mesopotâmia. Abraão, porém, recebeu um chamado de Deus e partiu com sua esposa, Sara e seus servos, , sobrinho de Abraão incorporou-se a sua tribo.

Abraão chegou a região da Palestina, terra de ocupação Cananeia, por volta de 2000 a.C.”

(Fonte: site brasileirojrvedovato”)

os Fenícios (senhores do mar e do comércio), cujo reino (Fenícia) se situava na planície costeira mediterrânica oriental (hoje Líbano e Síria), continuavam, desde o séc. X a. C., a criar feitorias Mediterrâneo fora, chegando, mesmo às costas atlânticas da Península Ibérica e do Norte de África.

E também os Celtas,

um povo da família linguística indo-europeia

se haviam espalhado por toda a Europa entre 800 e 400 a.C..

Tal como os Etruscos,

um aglomerado de povos que viveram na Itália

na região a sul do rio Arno e a norte do Tibre,

então denominada Etrúria

e mais ou menos equivalente à actual Toscana,

com partes no Lácio e a Úmbria.

se haviam instalado aí, provavelmente entre os anos 1200 e 700 a.C..

Por fim, e entre outros, os Eslavos

o mais numeroso grupo étnico e linguístico que habita a Europa

já se haviam espalhado, principalmente pela Europa Oriental

Mas porque se fala de Babilónia, centremo-nos na Assíria.

Os assírios eram semitas que habitavam o Norte da Mesopotâmia (actual Iraque), tendo uma longa história na região. (Acerca dos semitas e da tribo semita, ver, acima, um sublinhado que respeita a esta matéria)

Por volta de 2000 a.C., os assírios estabeleceram-se na região do alto Tigre.

Durante o segundo milénio a.C., os assírios foram dominados por vários povos, designadamente pelos amorritas da Babilónia.

No século XIII a.C., os assírios libertaram-se da Babilónia.

Por volta de 1200 a.C., ocorreu um novo grande movimento migratório de indo-europeu, com repercussões no Egipto, na Grécia, na Ásia Menor, e na Mesopotâmia. Aqui desencadearam a agitação dos arameus, que terminaram por invadir a Babilónia e a Assíria por volta de 1047 a.C.. Relatos da época dizem-nos que os assírios refugiavam-se em “terras inimigas” escapando “da míngua, da fome e da miséria”. Os templos ficaram em ruínas, e a interminável guerrilha contra os nómadas alterou o carácter da Assíria. Transformou-a em uma nação de guerreiros cruéis e bem adestrados, com um poderoso exército, que, em pouco tempo, abalou todo o Oriente Médio.

Depois de, cerca de 830 a.C., os arameus terem sido subjugados, em 729 a.C., os assírios conquistaram a Babilónia.

E somos, assim, chegados ao tal ano de 721 a.C., que hoje se comemora a propósito do primeiro registo de um eclipse solar, observado na Babilónia: foi o ano em que o rei Sargão II (721 a.C. – 705 a.C.) subiu ao trono e iniciou a dinastia sargónica, que se manteria no poder por cerca de um século, ininterruptamente.

Israel foi conquistada no primeiro ano do reinado de Sargão II, que depois conquistou, ainda, a Síria.

Seu sucessor, Senaquerib (705 a.C. - 681 a.C.), transferiu a capital de Assur para Nínive.

Sargão II mandara construir em Corsabade, junto do Tigre, um palácio, que foi, de certo modo, a sua Versalhes. Mas a “grande cidade” era Nínive, um pouco abaixo, em frente a Mossul, do outro lado do Tigre.

Grandes conquistadores, os reis da Assíria fizeram dos seus enormes palácios o símbolo da esmagadora força do seu império.

(Fonte mais frequente: Wikipédia, a enciclopédia livre)

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Passou-se há 572 anos (19.03.1434), que caiu numa SX: D. Duarte (11º) concede uma tença anual a Fernão Lopes para redigir a Crónica Geral do reino. Pontificava Eugénio IV (207º).

Foi curto o reinado d’O Eloquente (1433-1438). Morreu em Tomar e jaz no Mosteiro da Batalha.

Foi um monarca culto e “filósofo”, pensador erudito com forte gosto pelas letras. As suas obras Leal Conselheiro e Livro da Ensinança do Bem Cavalgar Toda a Sela, revelam de um modo claro a sua formação e cultura.

D. Duarte foi um dos “afortunados” da “ínclita geração”. Sucedeu a seu pai, D. João I, porque o seu irmão mais velho, D. Afonso, já havia morrido (aos 10 anos de idade).

D. Duarte teve 5 filhos: três raparigas (D. Leonor, que casou com o imperador Frederico III da Alemanha; D. Catarina e D. Joana, que casou com o Henrique IV de Castela) e dois rapazes. Estes foram: D. Afonso V (que lhe sucedeu, com apenas seis anos, em 1438), pai de D. João II, e D. Fernando (2º duque de Viseu), pai de D. Manuel.

Mas D. Duarte (o circunspecto rei – quem havia de dizer) teve também um filho fora do casamento: de D. Joana Manoel de Vilhena, uma nobre descendente do nosso primeiro monarca, teve D. João Manoel, que viria a ser bispo da Guarda.

Neste ano de 1434, foi quando Gil Eanes dobrou o cabo Bojador.

Mas, e Fernão Lopes quem foi?

Fernão Lopes foi funcionário do paço e notário, nomeado cronista pelo rei D. Duarte, e redigiu uma história de Portugal desde as origens, até, provavelmente, à época em que viveu. Do ponto de vista da forma, o seu estilo representa uma literatura de expressão oral e de raiz popular. Ele próprio diz que nas suas páginas não se encontra a formosura das palavras, mas a nudez da verdade. Era um autodidacta. Foi um dos últimos representantes do saber popular, pois já no seu tempo um novo tipo de saber começava a surgir: alatinado, imitador de clássicos” – cfr Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Segundo alguns, passam hoje 402 anos (1604), uma SX (na opinião de outros a efeméride ocorreu no dia anterior, nessa QI 18MAR1604) : nasceu, em Vila Viçosa, D. João IV, 21º rei de Portugal, entre 1640 e 1656. Reinava Filipe II (19º). Pontificava Clemente VIII (231º).

D. João era filho de D. Teodósio II, 7º duque de Bragança, e de D. Ana de Velasco y Giron.

Tornou-se no oitavo titular da mesma casa em 1630. Casou em 1633 com a filha do duque de Medina-Sidónia, D. Luísa de Gusmão.

O real casal teve sete filhos, a saber:

- Teodósio III de Bragança, príncipe herdeiro, mas que morreria antes da sucessão (1634-1653)

- Ana de Bragança (n. e f. 1635)

- Joana de Bragança (1636-1653)

- Catarina de Bragança (1638-1705), que casou com o rei Carlos II de Inglaterra

- Manuel de Bragança (n. e f. 1640)

- Afonso VI, seu sucessor, que casou com D. Maria Francisca Isabel de Sabóia, de quem não teve filhos (1643-1675)

- Pedro II, sucessor do irmão no trono e na real alcova (1646-1709), que casou, primeiro, com a cunhada e depois com D. Maria Sofia de Neuborgo.

Para além destes sete filhos, D. João IV teve ainda, de uma senhora cujo nome não chegou até nós, uma filha, D. Maria de Bragança (1644-1693), que foi religiosa no Convento de Carnide onde morreria.

Em 1640, quando a classe média e aristocracia, descontentes com o domínio espanhol e com a dinastia filipinas, quiseram restaurar a independência, foi ele, o trineto de D. Manuel, o escolhido para encabeçar a causa.

Inicialmente, D. João nem estaria muito interessado na sucessão à coroa, mas D. Catarina fê-lo mudar de opinião, e aí o temos na última fase da lusa revolta contra o domínio castelhano. Domínio esse que, se no seu começo foi quase imperceptível ou inexistente, com Filipe I – na verdade o neto de D. Manuel e genro de D. João III foi, afinal, um escrupuloso e sério admirador da cultura, leis e costumes e instituições nacionais – depois, com os seus sucessores tornou-se num pesadelo, que não apenas numa insuportável ameaça.

Foi assim, pois, que ele pôs termo ao reinado português de Filipe III (Felipe IV de Espanha).

Ausente ainda, foi aclamado rei pelas massas no SB 01DEZ1640, sendo coroado, no Terreiro do Paço, duas semanas depois, a 15 do mesmo mês.

Mas o reconhecimento do novo Portugal, recuperada a independência, pelos mais países, não foi tarefa fácil.

A começar pela Santa Sé, que no concerto internacional gozava ainda dum prestígio e dum peso extraordinários.

Aliás, a pressão relativamente à nova situação neste extremo sudoeste da Europa, operava-se em dois sentidos opostos: dum lado tínhamos a diplomacia portuguesa e a sua poderosa argumentação, actuando nos areópagos dessa Europa, designadamente no Vaticano, em prol do reconhecimento do novo status e da nova dinastia. Por outro, a Espanha e seus aliados invocando supostos inconvenientes nesse reconhecimento, actuando, sobretudo, junto da cabeça da cristandade, onde tudo se decidia.

Só vinte e oito anos depois, em 1668, a paz foi conseguida e o Portugal independente reconhecido.

Dotado de talentos intelectuais e artísticos, o Restaurador foi um dos grandes impulsionadores da música, área na qual era versado, conhecendo-se diversos motetes seus

motete:

pequena composição musical polifónica,

a três vozes,

de carácter religioso.

e dois opúsculos (em castelhano) sobre matérias musicais, igualmente da sua autoria.

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Foi há 202 anos (1804), uma SG: assinada, em Lisboa, uma Convenção entre Portugal e a França, pela qual se concedem facilidades de importação a vários produtos manufacturados franceses. Estávamos na Regência de D. João (VI). Pontificava Pio VII (251º).

Já vem de muito longe a nossa tendência para uma estranha filantropia: convenções e tratados em matéria de economia, são para beneficiar a balança comercial dos países com quem celebramos tais convénios.

E é assim que de época em época, de governo em governo, de tratado em tratado vamos submergindo mais e mais no mar que nos afoga.

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Estão decorridos 194 anos (19.03.1812), era uma QI: é promulgada a primeira Constituição de Espanha. Reinava aí, imposto por seu irmão Napoleão, José I. Em Portugal, viva que era ainda D. Maria I (26º), mas declarada incapaz, assumia a regência do reino o príncipe herdeiro, seu filho D. João, futuro D. João VI. No Vaticano pontificava Pio VII (251º).

“A Constituição dos EUA é o produto de exportação mais importante do país”, lê-se no site oficial do governo norte-americano.

Nesta data, e em Cádiz, é promulgada a Constituição da Espanha (Constituição de Cádiz), que é imposta à Casa de Bourbon daquele país (ocasional e circunstancialmente à Casa de Bonaparte, atendendo ao efémero e episódico reinado de José I, irmão mais velho de Napoleão, rei fantoche por este imposto aos espanhóis, que aí reinava nessa altura).

Serviu-lhe de modelo a Carta Constitucional francesa, inspirada na Constituição dos EUA.

Quando voltou à Espanha, Fernando VII (1815), anulou a constituição de 1812 e estabeleceu um regime absolutista.

Mas a Constituição foi restaurada em 1820.

De salientar a influência da carta constitucional francesa e da constituição espanhola de 1812 na nossa Constituição de 1822.

Ainda na mesma data faz-se o juramento da Constituição espanhola, também em Cádis.

Esta Constituição ficara conhecida pela la Pepa.

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Foi há 193 anos (1813), uma SX: nasceu na Escócia, perto de Glasgow, David Livingstone, missionário calvinista e explorador escocês. Em Portugal continuava a regência de D. João (VI). Em Roma prosseguia o pontificado de Pio VII.

Livingstone morreu na Zâmbia, em Chitambo, aos 01.05.1873, vitimado pelas doenças tropicais, quando procurava as nascentes do Nilo.

Foi um dos primeiros europeus a desbravar a África, e fê-lo em três diferentes períodos: 1854-1856, 1858-1864 e 1872-1873. Descobriu importantes pontos geográficos, como o rio Zambeze, o Lago Niassa, o deserto de Kalahari, e rio Nilo.

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Foi há 124 anos (19.03.1882), num DM: é colocada a primeira pedra na catedral da Sagrada Família, de Gaudi, em Barcelona. Em Espanha reinava Afonso XII. Ocupava o trono português D. Luís (32º). No sólio pontifício sentava-se Leão XIII (256º).

Verdadeiro “work in progress”, o monumento é imponente visto de fora, com os seus relevos altos pináculos. Por dentro, para quem não vai prevenido, espera-nos uma desilusão: deparamos com um enorme estaleiro em que para além do ruído, do pó e dos sempre omnipresentes turistas, pouco mais se lobriga que altas colunas, máquinas, operários e ferramentas.

É do lado de fora que o monumento verdadeiramente nos surpreende, cativa, nos deixa perplexos.

(perdoe-se-me a derivação:

mas passa-se algo de parecido com quem visita

a catedral de S. Basílio em Moscovo,

ali mesmo junto à Praça Vermelha,

um dos ex libris da capital russa:

imponente, majestosa, rica e esplendorosa por fora;

por dentro é um autêntico desapontamento.

Com uma importante diferença:

na Sagrada Família sabemos que a situação não é definitiva.

É, antes, provisória.

[Não se sabe é por quanto tempo provisória].

Não assim quanto à basílica de S. Basílio, onde a situação é definitiva:

um interior completamente desconcertante,

de má e deficiente conservação,

escasso interesse,

de completa fealdade)

Antoni Gaudí i Cornet era tão fervoroso nacionalista catalão como católico. Nasceu em Reus, cidade da província de Tarragona, Catalunha, aos 25.03.1852, e morreu em Barcelona, em 10.06.1926, atropelado por um trolley-car.

Este arquitecto catalão, foi um dos símbolos da cidade de Barcelona, onde se educou e passou grande parte da vida. A sua obra desenvolveu-se à volta de novas concepções plásticas ligado ao modernismo catalão (a variante local da art nouveau).

Para além da catedral da Sagrada Família, Barcelona respira Gaudi por muitos poros, como por exemplo, entre tantos, com a Casa Batlló (1905-1907), Casa Milá (La Pedrera) (1905-1907) e o Parque Güell (1900-1914).

O projecto da Sagrada Família começou quando Gaudí era um jovem de apenas 30 anos de idade e foi o último de sua vida, no qual dedicou os seus últimos 40 anos de vida. O templo foi projectado para ter três grandes fachadas representando o nascimento, a morte e a ressurreição de Cristo, donde: fachada da Natividade (a Nascente), quase terminada com Gaudí ainda em vida, a fachada da Paixão (a Poente), iniciada em 1952 e concluída nos finais dos anos 80 da mesma centúria, e a da Glória (a Sul) em construção.

Muito interessante, talvez controversa, com as angulares esculturas e relevos de Joseph Maria Subirachs, a fachada da Paixão.

O nome formal da catedral é Templo Expiatório da Sagrada Família.

Alguém afirmou que algumas das obras-primas de Gaudi, designadamente o Templo, “têm um poder quase alucinatório”.

Sem dúvida.

Para intercâmbio e consulta sobre tudo o que se relaciona com Gaudi e a sua obra, visite-se o site criado, dirigido e permanentemente actualizado por Eduard Solé

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Foi há 117 anos (19.03.1889), uma TR: nasceu o príncipe D. Manuel (Manuel Maria Filipe Carlos Amélia Luís Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio de Bragança Orléans Sabóia e Saxe Coburg-Gotha), futuro D. Manuel II. Reinava seu avô, D. Luís (32º). Pontificava Leão XIII (256º).

D. Manuel II, filho de D. Carlos e de D. Amélia, nasceu no Palácio de Belém, e reinou de 1908 a 1910, na sequência do regicídio de 01.02.1908.

Subiu ao trono, com 18 anos, em 06.05.1908, já que no atentado do Terreiro do Paço, além de seu pai, D. Carlos, também o seu irmão mais velho D. Luís Filipe perdeu a vida.

D. Manuel foi o 34º e último rei de Portugal.

Em 1913 Manuel casou com Augusta Vitória, princesa de Hohenzollern-Sigmaringen, mas não teve descendência.

Morreu em Londres, onde se exilara com a proclamação da República, aos 02.07.1932.

Empossado Salazar, pela primeira vez e para todo o (seu) sempre, no dia 05.07.1932, no cargo de primeiro-ministro (aliás: Presidente do Conselho de Ministros - ou, vá, simplesmente, Presidente do Conselho), um dos seus primeiros actos, foi um aceno de simpatia ao movimento monárquico: o nosso 34º e último rei, D. Manuel II, morrera, em Inglaterra, dias antes, e o governo da presidência de Salazar decretava-lhe solenes funerais, em Lisboa, e prestava-lhe as maiores homenagens. Simpatia (monárquica) que se confirmaria no discurso da tomada de posse dos corpos directivos da União Nacional (já então, o partido único do regime), em 23NOV do mesmo ano.

Houve quem confirmasse essa simpatia de Salazar pelo regime monárquico. Talvez inspirado, o ditador (como com outros aconteceu), pela teoria da origem divina do poder, qual monarca, que se considerava, fonte e garantia do poder neste canto da Europa.

Salazar era um monarco-republicano.

O paradoxo não está na minha expressão, mas na idiossincrasia do ditador.

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Foi há 72 anos (19.03.1933), um DM: é aprovado o projecto de Constituição Política de Salazar. O indefectível salazarista (é verdade, já então) Carmona era o PR. Pio XI (259º) era o papa reinante.

Tratou-se de um plebiscito da Constituição Política da República apresentado pelo governo de Salazar. Foi formalmente aprovada, «contando a abstenção como voto ‘sim’». (Não é da minha lavra. Li algures, e não foi no Avante. Mas que deve ter sido um perigoso “comunista” que o afirmou… Ah! Isso, pela certa!).

A Constituição de 33 é, digamos, a cereja em cima do bolo.

É a cúpula do edifício, a instauração do Estado Novo. Deste modo, o texto serve de base à ditadura. Legaliza-a. Dá-lhe outro cunho.

O único artigo que dela se poderia salvar (o célebre artº 8º), foi sempre letra morta para o ditador, seus cúmplices e seus agentes.

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Foi há 69 anos (19.03.1937), uma SX: o papa Pio XI (259º) publica a encíclica Divini Redemptoris, condenando o comunismo.

Foi a encíclica mais politicamente correcta que podia surgir na Europa, no mundo de então.

Em Portugal, Salazar (acolitado por Carmona) dominava o aparelho, amordaçava o país. Daqui não podia vir perigo ao mundo.

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Foi há 12 anos (19.03.1994), um SB: o jornal Expresso revela que, em 1973, Marcelo Caetano estabeleceu contactos com o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), a fim de estudar um possível reconhecimento da independência da Guiné. Mário Soares era o PR. No sólio pontifício estava João Paulo II (264º).

Terá sido verdade?

Terá sido tamanho o arrojo do “continuador”?

Uhm!...

E os kaúlzas?... E os mais?...

Nah!...

(“orgulhosamente sós” – ecoava lá ao longe…)

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